"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Refutando o "jogo dos 7 erros" entre Bento e Francisco.

ou "por que não vendem tudo e dão o dinheiro aos pobres?" parte 2 (final)

Como anteriormente já havíamos avisado, publicamos agora nosso pequeno artigo que trata da comparação absurda que alguns (inclusive "católicos") estão compartilhando  nas redes sociais. Trata-se de uma foto-montagem comparando o Papa - agora emérito - Bento XVI e seu sucessor, Papa Francisco onde... bem, antes de tentar explicar as intenções do autor e de quem compartilha é ver diretamente essa "obra genial":

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REPARE NAS 7 DIFERENÇAS:

1. Mudou o trono dourado por uma cadeira de madeira... Algo mais apropriado para o discípulo de um carpinteiro (O Sr. Jesus).
2. Ele não aceitou a estola vermelha bordada a ouro roubada do herdeiro do Império Roman...o, ou a capa vermelha.
3. Usa os mesmos sapatos pretos velhos, não pediu o vermelho clássico.
4. Usa a mesma cruz de metal, nenhuma de rubis e diamantes.
5. Seu anel papal é de prata, não de ouro.
6. Usa sob a batina as mesmas calças pretas, para lembrar-se de que é apenas um sacerdote. Você já descobriu a sétima diferença?

(Retirou o tapete vermelho, Parece que não se interessa tanto pela fama e aplausos.)

EXEMPLO DE HUMILDADE!!!
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A montagem e o texto que a acompanha retratam apenas o ponto de vista de alguém que, no mínimo, desconhece o catolicismo, ponto de vista esse que infelizmente é assimilado e compartilhado por muitos desatentos. Também é evidente que seu autor não refletiu muito bem sobre o que estava a fazer, já que não se faz necessário grande esforço intelectual para perceber o quão frágeis e ridículos são os argumentos e a intenção dessa postagem. Aliás, a comparação tentando mostrar as diferenças entre as fotos como algo positivo acaba por mostrar - para um católico que conheça sua religião - algo na verdade negativo. A explicação principal será suficiente para responder a grande parte das "observações" aí levantadas, sendo necessários apenas pequenos complementos direcionados a pontos específicos. Comecemos por entender o porquê da simbologia na Igreja Católica.

Como sabemos, o ser humano é extremamente visual: sua compreensão é sempre maior quando uma imagem é associada aquilo que se busca compreender apenas por palavras. Por isso, desde criança as imagens se fazem presentes em nosso processo de aprendizagem. Enquanto que precisamos fazer um esforço muito maior para construirmos em nossa mente a imagem daquilo que ouvimos (e essa construção nem sempre é fiel aquilo que as palavras quiseram transmitir), ao observarmos uma imagem podemos dizer que "metade do trabalho está feito": tanto por já estarmos vendo a representação daquilo que deveríamos imaginar como pela fidelidade dessa representação.

Além da facilidade que as imagens proporcionam ao nosso entendimento, muitas vezes elas podem ser não apenas úteis como até mesmo necessárias para a compreensão. Exemplo: os números ou as letras do alfabeto. Imagine como seria difícil (talvez impossível) ordenar quantidades se não existisse esse sistema de símbolos - cada qual com seu significado - para nos ajudar? Sabemos que as imagens (algarismos) em si nada importam... o que realmente importa é o que elas representam. Por isso que muito nos revoltaria, por exemplo, se estivermos falando em dinheiro, merecer 300 e receber 003. Nesse exemplo, importa tanto o símbolo utilizado (poderia estar o algarismo 1 em lugar do 3) como também a ordem em que eles estão dispostos. Também sabemos que para se formar uma palavra é preciso associar as letras de maneira ordenada e pré-estabelecida para que assim adquira significado e represente algo. De nada adiantaria agrupar letras de qualquer maneira e sem seguir regra alguma pois esse aglomerado de letras nada significaria. Resumindo, pouco importa o elemento visual em si (os traços que formam os números ou as letras) mas sim aquilo que eles significam, o que eles representam.

Entendido este princípio, podemos aplicá-lo a praticamente tudo: R$10,00 não é a mesma coisa que R$ 10.000,00 (aqui acrescentamos apenas alguns algarismos), 90.001 não é o mesmo que 10.009 (apenas invertemos a ordem dos algarismos), cocó e cocô são palavras quase idênticas, no entanto, a representação gráfica sobre a última letra o (acento agudo em uma, acento circunflexo em outra) faz com que a primeira palavra represente algo muuuuuiiiiito diferente da outra. Assim também acontece com os símbolos e sinais: são importantes não em si mesmos mas sim pelo que representam.

Uma bandeira, por exemplo, representa um país, uma nação. Se um chefe de estado pisoteia ou queima a bandeira de um outro país, certamente estará dando motivos para que se inicie uma guerra. Literalmente, não fez mal algum a ninguém (apenas a um pedaço de tecido), mas, ao pisotear aquela bandeira, simbolicamente pisoteou a toda uma nação por ela representada. Um policial é tão policial fardado quanto nu, no entanto a farda representa sua dignidade como tal. Um médico não é menos médico nem se torna menos competente por não trajar seu jaleco branco, mesmo assim tal vestimenta o distingue dos demais e - mesmo que de maneira inconsciente - infunde mais confiança em seus pacientes.

Mesma utilidade possuem os troféus e as medalhas. Os participantes de uma competição são reconhecidos por seu desempenho e suas habilidades e como símbolo deste reconhecimento recebem medalhas, também elas distintas entre si, cada qual simbolizando um nível de reconhecimento: do quarto lugar em diante, apenas os cumprimentos. Ao 3º lugar, bronze. Ao 2º, prata. Ao 1º lugar, o tão emblemático ouro. Também entre os militares existem diversos tipos de medalhas onde cada uma simboliza a dignidade e os méritos de quem as ostenta.

E por falar em ouro, sabemos que desde a antiguidade, em diferentes civilizações e culturas este metal precioso foi utilizado como símbolo, tanto de riqueza e poder, como de dignidade e veneração: quanto mais alto fosse um posto - hierarquicamente falando - como mais nobre ou digno fosse algo ou alguém, mais ouro era utilizado para honra-lo ou representa-lo. E como vimos no primeiro artigo deste tema, o próprio Deus sancionou essa prática ao ordenar a construção de objetos e locais sagrados, a exemplo da Arca da Aliança a do Templo de Jerusalém, utilizando ouro.

Também útil é observarmos os Sacramentos. Podemos definir resumidamente um Sacramento como um "sinal visível da graça invisível". Embora a matéria de cada Sacramento não seja apenas um símbolo, eles podem muito bem ilustrar este nosso raciocínio. Se falarmos do batismo: Deus poderia muito bem nos introduzir em sua Igreja infundindo o Espírito Santo e nos purificando de nossos pecados sem recorrer à qualquer símbolo, no entanto estabeleceu que fosse empregada a matéria (água) e as palavras da fórmula batismal para que melhor compreendêssemos o momento em que isso ocorre. Assim acontece com todos os outros Sacramentos.

Até mesmo os pagãos compreendiam a importância e necessidade dos símbolos, tanto os deles como os dos cristãos. Nas grandes perseguições romanas os inimigos da Igreja muitas vezes exigiam aos cristãos por eles aprisionados que cuspissem na cruz de Cristo e queimassem incenso aos ídolos romanos. Cuspindo na cruz, símbolo máximo para o cristão, estaria este comprovando sua apostasia. Queimando incenso ao ídolo, estaria demonstrando sua aderência ao novo "deus" posto no lugar que antes era de Cristo.

A compreensão deste princípio lógico esclarece praticamente todo o restante. Poderíamos dar uma porção de outros exemplos (o símbolo dos times de futebol, as flores para a pessoa amada ou para um ente querido que se foi, etc.) mas acreditamos que o que escrevemos até aqui seja mais que suficiente para fazer entender que símbolos (sejam gestos, posturas ou objetos) são não somente úteis como muitas vezes necessários para expressar situações e sentimentos bem mais complexas como respeito, reconhecimento, aversão ou veneração.

Tendo isso bem entendido, é fácil compreender o porquê da Igreja Católica ir colecionando símbolos ao longo de seus dois mil anos de história. Sobre seus templos e o ouro neles empregado, acreditamos ter ficado esclarecido em nosso artigo anterior intitulado "O escândalo da pompa, do ouro e da riqueza da Igreja".

Se fossemos falar sobre os sacrários que guardam a Eucaristia ou sobre a Missa que proporciona essa mesma Eucaristia (gestos, postura, reverência, altar, paramentos, utensílios, etc) a explicação se torna ainda mais óbvia: se para a Fé Católica a Eucaristia É o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo (veja bem, não apenas representa, verdadeiramente É) nada mais lógico do que utilizar aquilo que há de mais nobre, valioso, puro e digno no contato com Aquilo que é o centro da Fé Católica.

Agora... e quanto ao papa? Bem, para responder à essa pergunta utilizaremos o próprio texto do "jogo dos sete erros". Manteremos nosso texto nas cores normais enquanto que o texto maldosamente compartilhado estará destacado em vermelho. Vamos lá:

1. Mudou o trono dourado por uma cadeira de madeira... Algo mais apropriado para o discípulo de um carpinteiro (O Sr. Jesus).

Resposta: A questão do trono já foi introduzida em nosso artigo acima recordado (vide link acima). E qual a razão para o papa utilizar um trono como aquele e não uma cadeira comum? Ora, porque o papa não é um homem comum. Biologicamente o papa é um homem como qualquer outro, sujeito à doenças, a sentir fome, sede e demais necessidades fisiológicas de todo ser humano. Também, por ser homem, como qualquer outro está sujeito a cometer falhas, pecados, a se equivocar, a sentir medo, etc. Mas - repetimos - não é um homem comum, posto que recebeu do próprio Deus o mandato de governar a cristandade, de confirmar na Fé aos seus irmãos. Isso se deu quando Nosso Senhor Jesus Cristo entregou a Pedro essa missão, que se perpetuaria em seus sucessores até o fim dos tempos. Sendo assim, o trono presenteado ao papa há séculos (provavelmente à Alexandre VII por volta de 1660) e usado por todos os seus sucessores desde então se trata de um símbolo que apenas evidencia que o homem ali sentado tem um mandato especial dentre todos os homens, portanto hierarquicamente é sim superior a todos eles. Esse símbolo é semelhante ao de um pai de família, que geralmente senta à ponta da mesa simbolizando sua autoridade sobre a família da qual é o chefe.

2 - Ele não aceitou a estola vermelha bordada a ouro roubada do herdeiro do Império Roman...o, ou a capa vermelha.

Resposta: Essa é uma das afirmações mais ridículas da "grande obra" caluniosa: "Estola vermelha roubada do herdeiro do Império Romano"? Não creio que o autor saiba sequer do que está falando... ou sua intenção foi inventar uma grossa mentira sem fundamento para dar ares de importância à frase que escreveu ou se trata de puro e simples delírio. Além disso, o autor da frase faz questão de mencionar que a estola é bordada a ouro como se isso fosse um escândalo. Ora, novamente nos deparamos com a velha hipocrisia, já que provavelmente nessa estola encontraremos menos ouro do que no dedo - caso use aliança - daquele que escreveu tamanha bobagem.  Abaixo traduzimos uma explicação do porquê do uso da estola papal:

A estola é um ornamento litúrgico utilizado pelos ministros consagrados durante a celebração do culto a Deus e demais ações litúrgicas. É símbolo dos poderes sagrados recebidos de Deus, como pastor que leva suas ovelhas sobre os ombros, como mestre que ensina a seus discípulos, como guia que conduz as almas à vida eterna.

Ao coloca-la sobre os ombros, o sacerdote recita a seguinte oração: "Devolvei-me ó Senhor, a túnica da imortalidade, que perdi pelo pecado de meus primeiros pais; e ainda que me aproxime indignamente de vossos Sagrados Mistérios, fazei com que mereça, não obstante, o gozo eterno".

Pois bem, o sumo pontífice como ministro e pastor universal, usa como corresponde esse paramento que como tal é adornado com diversos motivos que fazem referência a episódios e personagens que são parte da história da salvação, constituindo-se assim mais do que uma simples peça de vestuário mas antes um instrumento de catequese silenciosa. Portanto, que passemos a ver no pontífice cada detalhe, cada ornamento e cada peça que veste não apenas como simples vestimentas mas antes como símbolos que nos remetem a Deus.

*(AQUI em espanhol o original deste trecho em destaque, assim como fotos dos Sumos Pontífices usando suas estolas papais).

Quanto à "capa vermelha", chamada mozzeta, embora poderia resumir os porquês de seu uso em poucas linhas, prefiro deixar aqui o link de um pequeno artigo mais completo e detalhado que explica sua origem e utilização, fazendo com que o leitor tenha uma melhor compreensão deste símbolo.

3 - Usa os mesmos sapatos pretos velhos, não pediu o vermelho clássico.

Resposta: Os sapatos "vermelhos clássicos" são os chamados múleos. A cor vermelha dos múleos papais representa o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo e de seus mártires: usá-la no corpo significa estar disposto ao sacrifício. Também representa a completa submissão do papa à autoridade de Jesus Cristo e, novamente, indica que aquele que os usa não é um homem qualquer, mas sim o vigário de Cristo na Terra. Vemos que rica simbologia a cor desses sapatos carrega. Agora, uma pergunta: a tinta vermelha (ou o couro vermelho) são assim tão mais caros que a tinta ou o couro preto dos sapatos que o Papa usa atualmente? É óbvio que não! Além disso, vale lembrar que quando o Santo Padre o Papa Francisco foi eleito já haviam múleos prontos a espera de que ele os calçasse, portanto ele apenas deixa de usar algo que já estava pronto e que agora se encontra sem uso, inutilizado.

4 - Usa a mesma cruz de metal, nenhuma de rubis e diamantes.

Resposta: A cruz peitoral também representa a dignidade de quem a ostenta. No pescoço, podemos usar terço, cruz, medalha, crucifixo, etc. Mas como representantes da Igreja nem os leigos, nem diáconos ou sequer os sacerdotes podem ostentar uma cruz peitoral, essa reservada apenas aos bispos e a algumas posições específicas na hierarquia eclesiática (como o abade de um mosteiro, por exemplo). Quanto ao Santo Padre o Papa, por ser o primeiro entre os pastores, o chefe visível da Igreja, nada mais óbvio que fazer uso de uma cruz peitoral que simbolize essa dignidade. O hipócrita que escreveu esse texto se escandaliza caso o papa use uma cruz banhada em ouro mas certamente acharia a coisa mais normal do mundo presentear a sua amada com um colar de diamantes. É certo que o Santo Padre poderia optar por uma simples cruz de metal, embora seus antecessores sempre tenham utilizado douradas. O que de certa forma soou um pouco sem sentido foi continuar usando sua cruz de arcebispo, uma vez que já não é apenas mais um arcebispo, mas sim o Sumo Pontífice da Igreja Universal. Além disso, novamente se repete o mesmo ocorrido com os múleos: quando o Santo Padre Francisco foi eleito já havia uma cruz peitoral a espera do novo papa, pronta para ser usada, e que agora certamente se encontra sem uso dentro de alguma gaveta vaticana.

5 - Seu anel papal é de prata, não de ouro.

Resposta: Tudo o que foi dito sobre a cruz peitoral pode ser aplicado ao anel do pescador (tanto sobre a dignidade de quem o utiliza, a saber, Pedro, pescador de homens, e apenas seus sucessores, quanto sobre o fato de o Santo Padre se recusar a usar o anel que já havia sido confeccionado para o próximo papa).

6 - Usa sob a batina as mesmas calças pretas, para lembrar-se de que é apenas um sacerdote.

Resposta: Novamente o equívoco em se afirmar que o papa é apenas um sacerdote. Segundo o autor dessas palavras o papa é apenas mais um dentre tantos. De fato, como sacerdote, o papa e o pároco da comunidade onde moro oferecem o mesmo Sacrifício a Deus Nosso Senhor. A eucaristia consagrada por suas mãos na imponente Basílica de São Pedro é o mesmo Corpo de Cristo presente na Eucaristia consagrada na pequena capela localizada em nossa comunidade carente. No entanto, o papa não é apenas mais um... o papa é Pedro, a pedra sobre a qual Nosso Senhor Jesus Cristo edificou sua Igreja. Isso é mais do que suficiente para afastar todos os argumentos que buscam destituir o papado daquilo que ele realmente é.

Por fim o autor apresenta a sétima diferença como:

7 - "retirou o tapete vermelho, parece que não se interessa tanto pela fama e aplausos".

E finaliza sugerindo que tudo isso significa um "exemplo de humildade".

Resposta: Primeiramente, creio que a "essa altura do campeonato" já seja desnecessário explicar que também o tapete vermelho (assim como o degrau sobre o qual estava assentado o trono papal) sirva para simbolizar a dignidade do sucessor de Pedro presente entre os demais. Agora, dizer que isso significa que "não se interessa por fama e aplausos" resume e traduz toda a tentativa do autor no que ela realmente é: uma reflexão infantil. Ora, estamos falando do Papa ou de um participante do Big Brother? Como assim não se interessa por fama e aplausos? Desde quando seja missão ou característica de um papa se interessar por fama e aplausos? Acredito que quem se interesse por fama e aplausos geralmente procure outros meios mais eficazes de obtê-los.

Um papa deve se interessar por seguir à Cristo, confirmar os irmãos na Fé, governar a Igreja, conduzir o rebanho, apascentar as ovelhas, converter o homem à Cristo, denunciar a mentira, carregar a verdade, mesmo que com isso seja odiado pelo mundo e colecione inimigos. Em suma, o papa é amado pelos seus, mas odiado pelos inimigos de Cristo, odiado pelo mundo.

Agora me diga, a não ser entre os verdadeiramente católicos, geralmente qual o sentimento que os demais mantém com relação aos papas? Será de amor, de aplausos, de fama?

E entre os dois últimos papas, Bento XVI e Francisco I... qual dos dois conta com mais "fama" (no sentido popular deste termo)? Qual dos dois obeteve mais aplausos? Qual dos dois foi mais odiado?

A resposta é obvia.

Nos últimos anos, o que assistimos foi algo bem diferente daquilo que o autor da postagem insinuou. O papa que ostentava símbolos criticados pelo autor da montagem e tão caros à Religião Católica jamais obteve "fama", nunca recebia aplausos do mundo, era sempre criticado, caluniado, bombardeado, odiado. Amado por poucos... bem poucos...

Agora, quem se rejubila com as novas atitudes do Papa, com a retirada dos símbolos, com as mudanças de comportamento? Os inimigos da Igreja, os mesmos que sempre a combateram, estes são os que se felicitam com as mudanças operadas em tão pouco tempo.

O católico, aquele que verdadeiramente ama a Igreja e sabe ser ela a única fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, este se preocupa, se angustia, sofre.

Alguns dirão: Mas isso é o mais importante, os símbolos, os gestos? Lógico que não! Devemos ter em mente que, embora extremamente importantes, estes símbolos são acidentais, secundários, se comparados ao fim primário do primado de Pedro... Vale mais que o Santo Padre, mesmo que não fazendo uso deles, consiga tomar uma firme direção da Barca de Pedro conseguindo levá-la por bons mares, afastando-a da tempestade em que se encontra, do que ainda que mantendo toda a simbologia papal, afunda-la ainda mais na crise atual.

Também vale lembrar aos católicos desatentos que a crise a que me refiro não está relacionada aos "escândalos do banco vaticano", aos "vatileaks" ou coisas do tipo... a crise a que me refiro é a crise de fé, crise de identidade, ao modernismo, mazelas que fazem com que a Igreja se encontre na que é talvez a pior crise de seus 2 mil anos.

Portanto, mais do que nunca é hora de orar e jejuar... Oremus pro pontifice nostro, rezemos pelo nosso Santo Padre o Papa Francisco, para que o Divino Espírito Santo o conduza e o fortaleça no governo da Santa Igreja de Deus.

Viva Cristo Rey!
 

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