"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

terça-feira, 28 de maio de 2013

O PODER DE ATRAÇÃO DA MISSA (Testemunho de CONVERSÃO)

 
Ele, protestante, e ela, hinduísta, chegaram juntos à fé a tempo de entender a morte de seu bebê.
 
Ryan e Anumeha se conheceram porque compartilhavam o desejo de ajudar aos mais necessitados com a criação de seus próprios negócios.



O pequeno Ezra morreu dois dias depois da data prevista para seu nascimento. Anumeha sabia que algo não estava bem porque o bebê deixou de mover-se. Logo souberam que ele fora estrangulado com o cordão umbilical. Ela e seu marido, Ryan Galloway, tiveram-no nos braços ao menos por um tempo quando os médicos provocaram o parto. Era a primeira grande prova para sua fé católica, poucas semanas antes de seu ingresso formal na Igreja, na Vigília Pascal da última Semana Santa. Mas a superaram: não receberam a tragédia com ira ou desespero, mas com uma certeza em meio à dor: “No mais fundo do nosso coração cremos na ressurreição. Um dia voltaremos a ver nosso filho”, confessam num vídeo em que dão a conhecer seu itinerário espiritual.
 
Dois itinerários distintos que se confluíram


Ele nasceu em Sioux City (Iowa, EUA) no seio de uma devota família batista. Seu avô havia sido missionário na África e seus pais o levavam à igreja às quartas e aos domingos, inscreviam-no em acampamentos de verão cristãos e, sempre que podiam, iam ouvir o célebre pregador evangélico Billy Graham. “Destilava-se veneno contra a fé católica”, recorda Ryan, que tem agora 30 anos, porque os católicos rezavam aos santos e praticavam rituais supostamente sem base bíblica.

Anumeha Jhunjhunwala, que tem agora 27 anos, vivia em Calcutá (Índia) e era, como todos os seus, de religião hinduísta, e rezava ao levantar-se e ao deitar-se a seus antepassados no pequeno templo doméstico. Proveniente de uma família de classe alta, frequentava o prestigioso colégio privado protestante, de modo que conhecia bem o Pai-Nosso, como também hinos clássicos como Amazing Grace. Em relação à Igreja, havia ouvido falar de Madre Teresa.
 
Os dois jovens se encontraram nos Estados Unidos, num café da cidade de Des Moines (Iowa), em 2009, em torno de um interesse comum. Ryan trabalhava para a empresa de auditoria Ernest & Young e estava fazendo pós-graduação na Universidade de Drake, onde ela queria aprender o mesmo que ele: como ajudar os mais necessitados a abrir seus próprios negócios mediante microcréditos.

Começaram a falar de sua fé e de sua comum vocação, e procuraram uma igreja cristã não-denominacional, onde ela começou a viver um sentido de comunidade de fé mais privado do que o que se praticava na sua terra natal.

“Pesadelos”...Vestida como Madre Teresa

Quando Anu disse a seus pais que estava para tornar-se cristã, foi para eles “devastador”. Os telefonemas da Índia se tornaram menos frequentes, as conversas mais curtas, criou-se uma distância entre ela e seus pais: “Tinham pesadelos vendo-me vestida como Madre Teresa”, recorda a jovem. Sua mãe confirma: “A verdade é que pensei que havia perdido minha filha para sempre”.
 
Por isso não lhes agradou ver aparecer aquele ruivo magro, Ryan, em sua porta, quando voltou com ele em 2009 para pôr em marcha um projeto de microcréditos em Calcutá. Mas logo gostaram da tranquilidade e da amabilidade do rapaz e, em 2010, em uma segunda estada, a mãe de Anu foi ao ponto: “Quando vão se casar?”.

Era justamente o motivo desta viagem, de modo que com a exigida permissão, contraíram matrimônio em novembro de 2011 na catedral anglicana de São Paulo, em Calcutá, à qual compareceram também os pais de Ryan. Para os familiares de Anu era a primeira vez que punham os pés num templo cristão.

O lugar: a missa, “igual em todas as partes”.

Durante a lua de mel exploraram sua fé. Visitaram igrejas em Londres, Paris e Roma. Foi ali que começaram a ver com clareza. Foram escutar o Papa Bento XVI junto com uma multidão de pessoas de todos os países, da Índia inclusive. E algo chocou Anu, que havia visitado junto com seu marido igrejas católicas em Des Moines: “A missa era a mesma em todos os lugares do mundo. Isso te fazia sentir realmente em casa seja em Paris ou em Roma. O que se dizia em francês em Paris, havia sido ouvido em Des Moines algumas horas antes”. “Então compreendemos”, acrescenta Ryan, “que formávamos uma comunidade com o resto do mundo”.
 
Bento XVI e o Santíssimo Corpo de Cristo
 
 
Decidiram então fazer-se católicos... e cabia dizê-lo aos pais dele. Foi tão “devastador”como quando Anu fez o mesmo com os seus pais em sua primeira viagem em direção à fé. “Ryan havia escolhido ir contra ao que lhe havíamos ensinado”, lamenta o pai do jovem. Sua mãe explica seu mal-estar de forma mais teológica: "os católicos creem que para ir ao céu devem realizar certos ritos, assim como boas obras, para ganhar uma graça que os protestantes creem que seja oferecida livremente a todos".
 
Ryan já tinha formação e lhes rebateu os argumentos com a história da Reforma nas mãos, mas não conseguiu convencê-los. Ele arguia poderosamente: "as igrejas protestantes – alegava – amparam-se no carisma do pregador; as católicas, na Eucaristia".
 
O jovem casal, que então trabalhava no escritório do senador Jack Hatch, de Iowa (democrata e protestante), comoçou a formar-se na fé através de um catecismo de adultos a fim de se prepararem para o batismo, a comunhão e a confirmação. Foi então que Anu ficou grávida.

Surpresa em meio à tragédia.

Escolheram o nome, Ezra, e a data do batismo: a mesma que a do seu. Mas não eram os planos de Deus.
 
Quando os pais de Ryan e de Anu chegaram para o enterro do bebê, de seu neto, estavam destroçados e preparados para encontrar seus filhos no pior estado possível. Daí sua surpresa.
 
Nós os havíamos subestimado”, admite a mãe de Anu, “recebeu-nos um casal muito tranquilo e inteiro. Eu estava preocupada com que notassem minha debilidade, minha ansiedade, meu coração destroçado. E ali estavam eles: acabavam de perder todo seu mundo, e se lhes via em paz. Perguntei-me: de onde vem esta paz?”.

Terminado o funeral, Ryan tomou o pequeno féretro e ele próprio o levou nos braços até o cemitério. Todos ficaram impressionados com a missa, durante a qual não puderam deixar de contemplar o grande crucifixo que a presidiu: “Era como se os olhos de Jesus os mirassem fixamente. Sentiram-no ali, assumindo a dor de todos eles”,conta Mike Kilen, ao relatar a história. E sentiram também que havia uma comunidade apoiando seus filhos neste terrível momento, e um amável sacerdote oficiando a missa por alguém que pouco havia vivido: “Tudo demonstrava”, explica Ryan, “que era um ser humano que merecia um enterro apropriado”. Os pais de Anu e de Ryan compreenderam então um pouco melhor o catolicismo.
 
Ao chegar ao cemitério, a mãe de Anu entendeu que um dia sua pequena e Ryan jazeriam sob a mesma terra que Ezra, sob a mesma cruz que agora adornava sua tumba. E entendeu melhor o “veremos o nosso filho” que consolava o casal.
 
Toda a razão de ser de nossa fé”, afirma Ryan, “é que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou dos mortos”. Por isso sorria com seu filho morto nos braços, ciente de que um dia se reuniriam com ele.
 
O padre Zachary Kautzky, seu pároco, diria depois que ao vê-los no hospital com Ezra se recordou da Pietà de Michelangelo: “Disse-lhes que o Pai sabia o que é perder um Filho, e que a Santíssima Virgem Maria sabia o que é perder um Filho. Deus sabe o que significa”. O sacerdote ficou impressionado ao vê-los: “Sua ternura embalando o bebê, a fortaleza de Ryan, a amabilidade de Anu... eram impactantes”.
 
Quando traçou o sinal da Cruz na fronte do bebê morto, Anu compreendeu que essas mãos haviam sido consagradas pelas mãos dos sucessores dos apóstolos, e as deles pelas mãos do Redentor. De alguma forma Jesus havia tocado Ezra. Isto bastava para a esperança.

Tradução: Oblatvs

sexta-feira, 24 de maio de 2013

SLOGANS: perigo e poder por trás das palavras

A Armadilha do “Preconceito” e da “Homofobia” – O vocabulário que quer a inversão do que é racional



Os slogans, as frases feitas e o vocabulário pronto são extremamente corriqueiros. O programa de destruição do cristianismo, quer dizer, da santa Igreja Católica é mestre em bravejar slogans aparentemente inofensivos, mas que tem por objetivo último a completa mudança das mentalidades. Seguindo esse modus operandi, o aborto torna-se interrupção da gestação, por exemplo. A contracepção pode se tornar planejamento familiar. Queremos tratar neste breve artigo, todavia, de dois termos muito empregados atualmente pelo politicamente correto e pelo lobby homossexual para a promoção de comportamentos que se opõem francamente à natureza. São esses termos: preconceito e homofobia. Esses termos são utilizados por eles exatamente porque invertem completamente a realidade da questão.
 
Preconceito e homofobia são expressões muito precisas e que significam algo muito mais sério e profundo do que parece à primeira vista. A intenção com o uso desses termos e pelo próprio sentido deles é afirmar que se opor ao homossexualismo é algo contrário à razão. Convém, para explicitar melhor isso, considerar algumas noções filosóficas.
 
As três operações do intelecto humano
 
O conceito é o fruto da primeira operação do intelecto, que se denomina simplex apprehensio (simples apreensão). O conceito é o entendimento pelo intelecto da essência de um dado ser. O conceito é, então, o primeiro fruto da racionalidade humana, se assim podemos dizer. É somente com a segunda operação do intelecto, denominada compositio et divisio (composição e divisão) que se faz um julgamento, fruto dessa segunda operação. Depois de abstrair a essência dos seres materiais o intelecto é capaz de julgar associando (compositio) ou separando (divisio) conceitos, afirmando ou negando o predicado de um sujeito. Assim, depois de abstrair a essência de homem (animal racional) e a essência de justo (aquele que dá a cada um aquilo que lhe é devido), eu posso dizer que um homem é justo ou injusto, por exemplo. Finalmente, com a terceira operação do intelecto e seu fruto que se chamam ambos raciocínio (ratiocinatio) o homem pode progredir no conhecimento, chegando ao conhecimento de algo novo a partir daquilo que já é conhecido por ele: i) todo homem tem um corpo; ii) Ora, Cristo é verdadeiro Homem; iii) Cristo tem, então, um corpo. Eis as três operações do intelecto humano.
 
Opor-se à prática homossexual é um preconceito?
 
Depois dessa breve análise das operações do intelecto e de seus frutos, podemos compreender aonde se pretende chegar quando se diz que se opor ao homossexualismo é um preconceito. O preconceito consiste, como o próprio nome indica, em uma maneira de agir que é anterior ao conceito. É uma ação sem qualquer indício de racionalidade, pois o preconceituoso se opõe a algo antes de conhecer a essência daquilo a que se opõe. Assim, aquele que é preconceituoso em relação ao homossexualismo agiria sem pensar, quer dizer, antes de saber exatamente o que significa o homossexualismo. Isso significaria, então, que aqueles que se opõem ao homossexualismo não agem segundo a razão, mas como animais, julgando simplesmente segundo sentimentos, paixões[1]. Ou ainda, aqueles que se opõem ao homossexualismo agem de maneira irracional porque agem movidos por razões religiosas.
 
Como a religião é, para os modernos, inconciliável com a razão, aquele que julga por motivos religiosos julga sem ter conceitos racionais formados[2]. O que eles pretendem fazer, então, é informar essas pessoas consideradas por eles como preconceituosas e ignorantes, dizendo a elas o que é verdadeiramente o homossexualismo, para que elas tenham um conceito dele e possam julgá-lo a partir disso. Eles dizem, então, que se trata de “uma expressão legítima de amor”, “algo que faz parte da evolução humana”, “algo que leva certas pessoas à felicidade”, etc. Ao informar as pessoas não dão, então, o conceito correto de homossexualismo – comportamento contra a lei natural[3] e, portanto, irracional, portanto contra a virtude e conducente, como tal, à tristeza. Dão uma definição falsa que apela, sobretudo, aos sentimentos, às paixões. Com essa noção falsa as pessoas passarão a julgar falsamente a homossexualidade, aceitando-a e alguns até mesmo incentivando-a.
 
Notemos que há, assim, uma inversão completa da realidade, pois, na verdade, os que se opõem ao homossexualismo o fazem justamente porque possuem o conhecimento exato da essência do homossexualismo, têm um conhecimento exato de seu conceito, e julgam seguindo a razão, baseada sempre na natureza das coisas. Assim, são contrários ao homossexualismo por que tal conduta, opondo-se à natureza, opõe-se à razão, e opondo-se à razão opõe-se ao bem do próprio homem e da sociedade. Assim, pela simples acusação de preconceito, aqueles que defendem a lei natural – participação da lei eterna em Deus e que pode ser e é conhecida pela razão – tornam-se os irracionais.
 
Por outro lado, aqueles que defendem o homossexualismo, opõem-se, na verdade, à lei natural – sobre a qual deve ser fundada a razão que opera retamente. São os defensores desse comportamento que julgam segundo as paixões e, portanto, de forma irracional, mas, ao acusar os outros de “preconceito” pretendem ser os racionais e os razoáveis. A inversão foi feita com uma só palavra.
 
Com um simples termo – preconceito – a virtude passou a ser o vício e o vício passou a ser virtude. O vício tornou-se um bem e uma condição para a felicidade.
 
O que significa homofobia?
 
Algo semelhante ocorre com o termo homofobia. O termo fobia significa geralmente uma aversão[4] (ou medo) exagerada, desproporcional, enfim irracional, em relação a algo que é considerado como um mal. A essa aversão se segue, em geral, um ódio com relação àquilo que é considerado um mal. Assim, a paixão do apetite concupiscível ou irascível seria tal que a razão deixaria de exercer seu domínio sobre as faculdades inferiores. Vemos claramente isso quando falamos de claustrofobia, que é a aversão irracional a lugares fechados ou agorafobia que é o medo irracional de lugares abertos ou públicos. Em todo o caso, a fobia é uma aversão (ou medo) irracional, que precede qualquer julgamento ou que advém de um julgamento falso: todo lugar fechado é perigoso ou todo lugar público é perigoso e deve ser evitado. Assim, quando se fala de homofobia o que se quer dizer é que existe uma aversão (ou medo) irracional em relação ao homossexualismo devido às paixões que suprimem o uso da razão ou devido ao falso juízo que se faz sobre o homossexualismo, que é, por sua vez, consequência do falso conceito que se tem dele. Voltamos ao mesmo ponto: é preciso informar os homofóbicos da “verdadeira” natureza do homossexualismo. Mais uma vez, com uma só palavra, a inversão completa da realidade foi operada. Aqueles que se opõem ao homossexualismo teriam uma aversão (ou medo) irracional, baseada em paixões que não estão de acordo com a razão. Aqueles que em realidade ordenam suas paixões segundo a razão, sempre com base, portanto, na lei natural, tornam-se os irracionais, enquanto aqueles que agem contra as leis mais básicas e evidentes da natureza e seguem as paixões desordenadas (contrárias à razão), tornam-se os grandes racionais e razoáveis.
 
Revolução operada
 
Vemos, então, como duas palavras aparentemente inofensivas operam uma verdadeira revolução. O racional torna-se irracional. O irracional torna-se racional. A virtude, que consiste justamente em uma disposição bem enraizada e dificilmente removível na alma de agir segundo a razão, torna-se vício. O vício, disposição idêntica à outra, mas contrária à razão, torna-se virtude. Não deixemos que esse vocabulário mais do que tendencioso nos seja imposto, enganando-nos. Aquele que se opõe ao homossexualismo não é preconceituoso nem homofóbico. Ele tem aversão a um mal que reconhece, baseado na realidade das coisas, como profundamente contrário à natureza. Um mal que corrompe a moralidade com a mesma gravidade que a negação dos princípios especulativos (princípio de não contradição, por exemplo) corrompe a razão.
 
O homossexualismo não pode, ademais, levar à felicidade. Ora, o bem de um ser – que é, claro, a sua felicidade – consiste em operar segundo a sua natureza. A natureza do homem é racional. Portanto, a felicidade do homem consiste em agir segundo a razão, conhecendo a verdade, agindo segundo a verdade e deleitando-se nela. Tal felicidade será plena quando atingirmos a Verdade pela visão beatífica e a amarmos em consequência desse conhecimento. Para chegar lá, porém, é preciso desde já agir segundo a razão. A razão nos mostra, por um lado, que o homossexualismo é intrinsecamente mau. Por outro lado, ela nos mostra que devemos aderir plenamente a Deus que se revela – o que pode ser conhecido pelos milagres e profecias, critérios de credibilidade. Ora, o Deus que se revela condenou igualmente o homossexualismo, querendo, porém, a conversão do pecador. É preciso amar as pessoas que possuem a tendência homossexual não para confortá-las em suas tendências, modos ou práticas, mas para desejar-lhes e fazer-lhes o bem, que é viver segundo a lei natural e segundo a lei divina.
 
Conclusão
Nosso Senhor falou que se conhece a árvore pelos frutos. Ora, os frutos naturais do homossexualismo não existem, ou se existem são frutos que se rebaixam à pura alegria sentimental e passageira, advinda da satisfação das paixões. Os frutos do casamento, do verdadeiro e único casamento possível, entre um homem e uma mulher, são inúmeros, desde que se evite a contracepção e a mentalidade da contracepção. Aqui a alegria é real, pois se age segundo a natureza humana, segundo a razão.
 
Padre Daniel Pinheiro
 
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[1] De fato, quem age por preconceito age de maneira irracional. Assim, julgar moralmente alguém
Padre Daniel Pinheiro, IBP
simplesmente pela cor da pele é um verdadeiro preconceito, algo irracional e, portanto, um pecado. Neste caso, faz-se um juízo antes de ter um conceito preciso do que é cor de pele (acidente do tipo qualidade) e antes de estabelecer a relação da cor da pele com a moralidade (acidente do tipo qualidade que não tem nenhuma influência na vida moral).

[2] É evidente que a religião não é algo irracional, não é uma superstição nem um salto no escuro, como pretendem muitos. O católico não crê porque é absurdo. Ao contrário, o católico crê porque é razoável crer, porque ele reconhece que Deus existe, reconhece que Deus pode falar e reconhece que Deus falou em virtude dos milagres e profecias, que só podem ter sua origem em Deus e que são, por isso, motivos de credibilidade. A fé é algo em conformidade com a razão, superando-a, mas nunca a contradizendo. Uma religião que contraria a razão é necessariamente uma falsa religião, pois, nesse caso, haveria contradição em Deus, que é o autor tanto da razão quanto da religião.

[3] A lei natural é a lei conhecida pela razão em virtude da própria natureza das coisas, tais como elas existem. Ela não pode evoluir nem mudar, pois a natureza das coisas não muda. Querer mudar a lei natural seria, em última instância, querer mudar Deus, pois a natureza das coisas é um reflexo da natureza divina, que não muda. É evidente que a própria natureza do homem mostra que a finalidade primária da união sexual é a procriação e que se o homem possui um apetite com relação a esse hábito é justamente para garantir a conservação da espécie, como lhe foi dado um apetite para se alimentar, a fim de conservar o indivíduo.
 
[4] Estritamente falando, fobia significa medo. Todavia, fobia parece aqui ser usado em sentido mais amplo, abrangendo tanto o medo quanto a aversão. O medo é a paixão (do apetite irascível) face ao mal árduo quando tememos sucumbir, enquanto a aversão ou fuga é simplesmente o desejo de afastar-se de um mal. Quando se trata dessas fobias, pode haver as duas paixões e mesmo a ira, que combate o mal presente.
 

terça-feira, 21 de maio de 2013

"Padre BETO" - parte 6 (final) - 5 minutos de fama e uma excelente análise do caso!

Beto, após excomungado, atingiu seus 5 minutos de fama (que parecem estar acabando). Para sua alegria, o programa "Fantástico" da Rede Globo resolveu falar sobre o caso e entrevistá-lo em reportagem que foi ao ar no domingo, 05 de maio.
"Beto ajeitando seu piercing"
Na entrevista, dentre outras bobagens (como explicar o porquê de ter colocado piercing) Beto repetiu as mesmas "reflexões" já tratadas em nossos anteriores artigos sobre o caso. Porém, algumas curiosidades chamaram a atenção àqueles que assistiram tal reportagem. Dentre elas, vimos novamente que Beto não usa camisetas de Che Guevara apenas porque as acha "fashion", mas sim porque é fã do revolucionário comunista (assasino e blasfemo). É o que se deduz quando alguém ostenta o quadro de "Che" na parede de sua casa como mostrou a reportagem. Porém, o mais curioso (e revelador) foi a reportagem ter mostrado a "decoração" da casa de Beto, composta de santos, ídolos "hollywoodianos" e ENTIDADES MÍSTICAS (buda, "deuses orientais", gnomos, etc). Ainda perguntamos: Seriam esses objetos mantidos por um católico? E o que dizer de um padre católico? Terá sido a excomunhão responsável pelo afastamento de Beto da Igreja Católica ou na verdade Beto dela já estava afastado há muito tempo?
 
Em mais um momento de "oração e reflexão" 
 
 
A intenção de criarmos essa sequência de artigos sobre o "caso padre Beto" foi única e exclusivamente para aclarar a situação aos leitores que não a compreendiam, fazer justiça para com o Bispo e a Igreja tão caluniada em nossos dias, assim como para mostrar essa situação como exemplo - tanto para aqueles que não entendiam como a Igreja funciona como para aqueles que agem feito "betos" - para que assim decidam: se convertem a Fé católica e a Ela se submetem ou param de tentar convertê-La à seus próprios achismos e "reflexões". Aceitam a Igreja e nela permanecem ou a deixam. Simples! 
 
Encerramos essa sequência de artigos sobre a excomunhão de Beto com essa excelente análise do jornalista Reinaldo Azevedo que, melhor do que ninguém, explica o caso de forma direta e objetiva.
 
PONTO FINAL

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Diocese de Bauru está de parabéns! Excomungou um provocador vulgar travestido de padre. Demorou demais! A Igreja precisa ser mais rápida nesses casos


A Diocese de Bauru decidiu excomungar um tipo que atendia pelo nome de “Padre Beto”. Escrevi um post sobre este senhor no sábado. Observei, então, que padre ele não era mais havia muito tempo. O senhor Roberto Francisco Daniel reivindicava o “direito” de ser sacerdote da Igreja Católica, mas cultivando uma fé privada, não aquela da instituição à qual decidiu se subordinar por livre e espontânea vontade.
 
A Igreja Católica não é um clube de livres-pensadores. Nenhuma religião é. Aliás, até clubes e associações recreativas têm os seus estatutos, não é? Quem decide transgredi-los de maneira contumaz, continuada, está fora. A estupidez militante de setores da imprensa o vê como alguém com coragem para contestar “os dogmas conservadores da Igreja”, o que é uma boçalidade em si. Dogmas são dogmas — nem conservadores nem progressistas. A sua existência compõe a mística de cada crença. No caso do catolicismo, como sabem, crê quem quer — e, às vezes, quem pode. Sim, conheço pessoas que adorariam ter fé, mas que não conseguem. A busca já é uma forma de oração. Quem sabe um dia…
 
No post que escrevi no sábado, demonstrei a tolice que é chamar uma religião de “conservadora” ou de “progressista”. Ora, o marco de referência, nesses casos, é sempre a moral laica. Mas a religião só é religião porque laicismo não é. Ainda assim, acho razoável que se confrontem valores. Tão logo assumiu o Pontificado, o agora papa emérito Joseph Ratzinger dialogou — na verdade, confrontou-se amigavelmente — com uma das coqueluches do Complexo Pucusp: o seu conterrâneo Jürgen Habermas. Vocês encontram os dois textos na Internet. Quando se anunciou o embate amistoso, muita gente preparou Coca-cola, pipoca e Confeti (POR QUE NÃO HÁ MAIS CONFETI NA REDE CINEMARK???) para ver o então papa ser esmagado. Ratzinger deu um banho no laicismo primitivo e boboca de Habermas. Volto ao ponto.
 
Sim, é aceitável que se confrontem valores — sempre tendo em mente o que torna Igreja a Igreja!!! Pode parecer tautológico, e é mesmo, mas precisa ser dito nestes dias. A imprensa faz as suas graças. Vamos ver: alguém pode ser, por exemplo, jornalista da Folha achando que seu Manual de Redação é uma bobagem, que as regras adotadas para o jornalismo da casa podem ser ignoradas, que o que importa mesmo é “a liberdade de expressão”, e o editor e o direitos de redação que vão se catar? E no Estadão? E na Globo? E no Globo? E na VEJA? E no seu condomínio, leitor amigo? E no seu grupo de amigos? Sim, há códigos de conduta também entre amigos. Podem não estar escritos, mas são mais poderosos do que as cânones da Igreja Católica, hehe. E no PT? Alguém pode ser petista sem acreditar na infalibilidade de Lula?
 
Por que a Santa Madre tem de aguentar um sujeito que acha que a instituição que o faz padre está equivocada e só fala besteira? Beto nasceu para ser estrela, como deixam claro seus vídeos no Youtube. Nasceu para brilhar. Nasceu para o palco, o picadeiro, o palanque, sei lá eu.
 
Reproduzo, abaixo, a íntegra do comunicado da Diocese de Bauru, que anuncia a sua excomunhão. O único defeito do texto é ter demorado mais do que devia. A Igreja tem de ser mais rápida nessas coisas. É preciso distinguir a eventual rebeldia de uma mente fervilhante, privilegiada, da pura sabotagem, especialmente quando as formulações, como é o caso, são de uma espantosa mediocridade.
 
E que se desfaça, desde logo, uma mentira. A estrela Beto não está sendo excomungada porque defende os gays, como se mente por aí. Está sendo excomungado porque deixou claro que não respeita a autoridade da Igreja. E ele tem todo o direito de não respeitar — só que fora da Igreja. Não terá dificuldade para se manter. Pode abrir um escritório de consulta sentimental, onde terá tempo de exercitar a sua teoria sobre os casamentos abertos, por exemplo.
 
Ah, sim: ele já havia pedido para se afastar da Igreja, impondo uma condição para voltar: que a Igreja mudasse. A Igreja preferiu que Beto se mudasse. Não é mais padre. Agora pode buscar o palco, o picadeiro, o palanque…
 
Encerro este meu texto, antes da nota da Diocese, com as mesmas palavras com que encerrei o outro, parecendo-me certa, então, a excomunhão: “Vá com Deus, Beto!”.

FONTE

sábado, 18 de maio de 2013

"Padre BETO" - parte 5 - "betólicos", católicos e uma pequena analogia

Com a excomunhão de Roberto Francisco Daniel, vulgo "padre Beto", diversas reações puderam ser observadas. Já falamos das reações dos "tolerantes", já falamos das reações da mídia etc. Comentaremos as reações dos "betólicos". Para que o leitor possa compreender o significado deste termo incomum, reproduzimos abaixo alguns comentários de "fiéis" publicados em notícia do site da Folha. Tais "fiéis" se dizem desiludidos com a excomunhão de "padre Beto". Vejamos seus comentários (os destaques são nossos):

"A aposentada Maria Cristina Cervantes de Queiroz, 53, que afirma ter sido "resgatada" pelo ex-padre, agora diz que é uma ex-católica e que não irá mais às missas. "Não posso mais fazer parte. Não gosto de hipocrisia, mentira. O sentimento que sobrou foi de vergonha."

Mais um comentário de outra "fiel":

A pipoqueira Maria Inês Faneco, 52, que é homossexual, diz que sempre se sentiu acolhida e "tratada com igualdade" pelo religioso. "Para mim Igreja Católica acabou. Eu só ia por causa dele. O padre Beto não fazia aquelas missas cansativas."

No primeiro comentário, a pobre senhora que se diz "resgatada" por Beto em seguida se define como "ex-católica" e afirma que "não irá mais à missas". A pergunta é: Dona Maria Cristina foi "resgatada" para quê ou para quem? Para uma nova vida? Para Cristo? Ou para Beto? E após a excomunhão (justíssima) de Beto, tal senhora se diz ex-católica... Ora, será que algum dia ela o foi? Será que ela sabe mesmo o que é ser católico(a)?

Quando uma pessoa diz abandonar a Fé que julgava professar assim como a Igreja - que deveria saber ser a Igreja de Cristo - porque o padre dela foi afastado, fica evidente que algo muito errado aí acontece. Fica evidente que tal pessoa ou desconhece ou tem uma visão totalmente distorcida do que significa Fé, Igreja e ser católico(a).

No segundo comentário vemos Dona Maria Inês dizer que para ela "a Igreja Católica acabou" e que ela "só ia à Missa por causa dele". Novamente nos perguntamos: Uma vez que Dna. Maria Inês só ia à missas por causa da presença de Beto e que sua saída significa para ela "o fim da Igreja Católica", seria mesmo essa senhora católica?
 
O significado do termo Católico já foi publicado em outro artigo aqui no blog, embora seja bastante útil o reproduzirmos aqui neste artigo. Segue:
 
A palavra católico é de origem grega - katholikos - e significa GERAL, UNIVERSAL. Refere-se à Fé cristã (conjunto de crenças e doutrinas) recebida dos Apóstolos de Jesus Cristo e transmitida aos demais, de modo que essa Fé seja Una (indivisa), transmitida e crida de forma idêntica por todos os cristãos, de todas as épocas e lugares, para que, dessa forma eles creiam na mesma Fé, Fé geral, universal, isto é, CATÓLICA.
 
Sendo assim, católico é todo aquele que professa a mesma e única Fé crida por todos os cristãos de todos os lugares e de todos os tempos.
 
Essa Fé católica é guardada e transmitida pela Igreja também dita Católica, cabendo ao católico adesão filial de sua vontade e de seu intelecto à essa mesma Fé.
 
Em outras palavras, todo aquele que queira ser católico deve acatar aos ensinamentos da Igreja no que se refere à Fé (Doutrina e Moral), reconhecendo na Igreja a Mater et Magistra, Mãe e Mestra da Verdade.
 
Portanto, se o católico deve crer, professar e defender a mesma Fé da Igreja para assim ser reconhecido como católico, constatamos que "padre Beto" bem antes de ser excomungado já não era mais católico. Quanto às senhoras cujos comentários foram apresentados no site da Folha, também não são católicas, estão mais para "betólicas", isto é, fiéis seguidoras de Beto. E pelos comentários das "fiéis", podemos ter uma ideia da formação do "católico" brasileiro em geral, assim como do tipo de "evangelização" e "resgate" promovido por Beto.
 
"Católicos", digo, betólicos protestam em passeata contra a excomunhão de Beto
 
Tenhamos cuidado também nós, católicos, para não nos tornarmos "betólicos" ou outros "ólicos", seguidores de padre tal, padre isso, padre aquilo, mas sim da Igreja, da Fé católica e daqueles padres que a Ela forem fiéis. Tenhamos cuidado ainda para não nos tornarmos "josélicos", "robertólicos", "marcólicos", isto é, seguidores de nós mesmos e de nossas "reflexões".
 
Por fim, para aqueles que ainda estão a criticar a Igreja, a Diocese de Bauru e seu bispo Dom Ferrari pela excomunhão de Beto, principalmente os não católicos que estão a "dar pitaco" onde não lhes diz respeito, recomendo a leitura da pequena analogia por mim criada para demonstrar o quão lógico foi excomunga-lo e também o quão contraditórios são estes críticos.
 
Segue abaixo:
 
"Padre católico e herege pode? Por que não "gavião palmeirense"?
 
Um homem que se diz corinthiano pede para ser aceito como membro e representante da principal torcida organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel. Os dirigentes da torcida, após entrevista-lo, lhe dão todo o treinamento necessário para que pudesse nela ingressar e apresentam os estatutos ao homem que, após lê-los e jurar obedecê-los, é aceito como integrante e representante da referida torcida corinthiana.
 
Além de crer e compactuar com todos os ideais defendidos pela torcida, ele deve defendê-la e representá-la (foi por isso que ELE a procurou), trazendo outras pessoas para o seio dessa torcida.
Esses outros deverão se alinhar ao que é crido e defendido pela torcida para que assim possam fazer parte do mesmo grupo, para que se sintam iguais, membros de um mesmo corpo e defensores de uma mesma causa.
 
Muito bem, acontece que o homem corinthiano, que deveria representar a torcida Gaviões da Fiel e tudo aquilo que ela crê e defende, passa a incentivar práticas, digamos que, "contrárias" à torcida que ele representa:
 
Passa a defender o uso de trajes verdes pelos integrantes da Gaviões da Fiel, entoar cânticos contrários aos da torcida por ele representada ("olê porco, verdão eô, etc") até que, por fim, começa a falar abertamente para que os corinthianos torçam pelo Palmeiras. Tais práticas são totalmente contrárias aquilo que é defendido pela torcida Gaviões da Fiel.
 
E o torcedor "corinthiano" defende tais recomendações (usar verde, gritar "olê porco" e torcer para o Palmeiras) usando o título de REPRESENTANTE da Gaviões da Fiel, causando grande confusão naqueles torcedores mais novos ou simpatizantes da torcida, além de escândalo para os mais antigos.
 
O homem está pregando totalmente o oposto do que está escrito no estatuto da torcida que ele representa, estatuto ao qual ele jurou fidelidade! No entanto, a torcida Gaviões da Fiel tenta dialogar, tenta fazer com que ele mude sua forma de agir, o orienta por diversas vezes e vai tolerando a situação por 4 anos!

Muitos dos torcedores menos preparados, com o passar do tempo, começam a aceitar tais práticas (palmeirenses) dentro da torcida Gaviões da Fiel por achar que elas são permitidas e aprovadas pela Torcida, afinal, quem as está incentivando é nada menos que um REPRESENTANTE da própria torcida! 
 
Enfim, após tantas tentativas a torcida pede que ele se retrate. Mas o "corinthiano" não só continua a defender o Palmeiras publicamente como trata com desdém as tentativas por parte da Gaviões da Fiel para solucionar o caso. Ainda afirma que não é ele que tem que mudar, mas sim a Gaviões é que deve se converter e torcer para o Palmeiras!
 
Por fim, sem outra alternativa, a Gaviões acaba por desligar de seu quadro de associados o rebelde torcedor representante. Este, por sua vez, se coloca como vítima e muitos o defendem, acusando a Gaviões da Fiel de ter sido tão "cruel e autoritária" para com o seu representante desligado.

*         *          *          *

Absurda a história, não? Pois é, deveríamos tirar essa mesma conclusão ao nos depararmos com o caso "Padre Beto", basta trocarmos as personagens. É certo que os mesmos defensores de Beto apoiariam a torcida que desligasse um representante como o descrito na pequena analogia, assim como apoiariam uma empresa que demitisse um de seus funcionários por ter agido contra ela, denegrindo-a e desrespeitando-a. Como aceitar que tal funcionário, agindo assim, continuasse na empresa? Que respondam os defensores de Beto.

Leia também: "Padre BETO" - parte 6 (final) - 5 minutos de fama e uma excelente análise sobre o caso

terça-feira, 14 de maio de 2013

"Padre BETO" - parte 4 - A MÍDIA a favor da mentira e as reações dos "tolerantes".

"padre Beto em seu momento de oração e reflexão"
Depois do escândalo protagonizado por Beto que resultou em sua excomunhão, os holofotes da Mídia, mais do que nunca, se voltaram para a figura do outrora padre católico. No entanto, para enfeitar ainda mais o caso e sensibilizar a "avançada e mente aberta" sociedade moderna, dando contornos de vítima ao excomungado padre e ares de intolerante e inquisidora à Igreja Católica, resolveram distorcer os motivos que levaram Beto a ser excomungado.
 

A maioria das manchetes dos jornais nacionais, tanto impressos quanto digitais, assim como telejornais, noticiaram a excomunhão de Beto da seguinte forma:
 
"Padre é EXCOMUNGADO por defender homossexuais"
 
Como exemplo de veículo que noticiou a excomunhão conforme o acima descrito, segue link do jornal "O DIA" .
 
Após as dezenas de manchetes mentirosas veiculadas em diversos meios, como era de se esperar, começaram as reações do "tolerantes" e "mentes abertas": protestos nas redes sociais, calúnias, agressões, ofensas e AMEAÇAS. O bispo, Dom Frei Caetano Ferrari, assim como a Diocese de Bauru e toda a Igreja Católica passaram a ser acusados de homofóbicos, preconceituosos, intolerantes, medievais, malditos e toda sorte de ofensas que este blog não teria coragem de reproduzir.
 
O excomungado padre Beto celebrou sua última Missa no domingo, 28 de abril, onde cerca de mil "fiéis" (de Beto, certamente) lotaram a igreja na qual ele era pároco, para se despedirem. Muitos foram aos prantos, como foi o caso do pai de santo umbandista Ricardo Barreira, amigo de Beto, que não conteve as lágrimas ao término da cerimônia.
 
Durante a celebração, aplaudido pelos "fiéis" (de Beto), padre Beto disse:
 
"Cristo amou o ser humano como ser humano em si. Sem olhar rosto, sem olhar raça, sem olhar religião, sem olhar sexualidade. Cristo amou o ser humano, mas não se prendeu a preconceitos. É justamente assim que devemos amar".
 
Será que o Cristo a que se refere Beto é o mesmo Cristo das Sagradas Escrituras? Seriam seus santos ensinamentos contidos nos Evangelhos, assim como o Decálogo, apenas preconceitos?
 
Após a campanha mentirosa orquestrada pela mídia para elevar o "mártir defensor dos homossexuais" e denegrir a "intolerante e homofóbica" Igreja Católica junto com seu bispo, uma enxurrada de mensagens foram enviadas à Diocese de Bauru. Por parte dos católicos, mensagens de apoio e felicitações. Por parte dos "tolerantes" (fiéis de Beto, GLBTS´s, ateus, comunistas etc...) vieram ofensas, calúnias e ameaças... Sim, ameaças!
 
O povo, em sua grande maioria simples e pouco instruído, diariamente sob influência da mídia que vai ditando quais são as novas tendências comportamentais e ideológicas, se depara com a seguinte situação:
 
"Os artistas, progamas, jornais e novelas dizem que não aplaudir e louvar as práticas homossexuais é "homofobia", e a "homofobia" é ruim! E os jornais dizem que a Igreja excomungou padre Beto porque ele defende os homossexuais. Logo, padre Beto é um "heroi" ou mesmo um "santo", enquanto a Igreja é intolerante e homofóbica".
 
Tal mentira foi tão amplamente difundida que a diocese de Bauru viu ser necessário publicar declarações para esclarecer tais mentiras divulgadas pela mídia. A primeira delas é do Juiz Instrutor para a excomunhão de Beto. Segue abaixo (texto em amarelo, destaques nossos):

Tendo em vista as notícias divulgadas sobre a excomunhão do Reverendo Pe. Roberto Francisco Daniel, como Juiz Instrutor esclareço que:
 
1. Foi no exercício de meu ofício que, como Juiz Instrutor, “declarei” a excomunhão no qual o padre incorreu por sua livre opção;
 
2. A excomunhão ocorreu Latae Sententiae, ou seja, de modo automático em virtude da sua contumácia (obstinação) num comportamento que viola gravemente as obrigações do sacerdócio que ele livremente abraçou;
 
3. Os meios de comunicação têm uma grande missão em informar a sociedade segundo a verdade. Não corresponde a verdade a notícia veiculada em alguns meios de comunicação de que o reverendo Pe. Roberto Francisco Daniel foi excomungado por defender os homossexuais. Isto não é matéria de excomunhão na Igreja;
 
4. A excomunhão foi declarada porque ele se negou categoricamente a cumprir o que prometera em sua ordenação sacerdotal: fidelidade ao Magistério da Igreja e obediência aos seus legítimos pastores.
 
Bauru, 30 de abril de 2013.
 
Juiz Instrutor
 
 
Embora a declaração acima fosse mais do que suficiente para que se compreendesse os reais motivos que levaram à excomunhão de padre Beto, a Diocese de Bauru publicou novo esclarecimento para que não restasse dúvidas quanto ao caso. Segue abaixo (texto em amarelo, destaques nossos):

Importante esclarecimento: o juiz instrutor responsável pela excomunhão de Roberto Daniel e pelo processo de demissão do estado clerical, doutor em direito canônico, especialista em direito penal da Igreja Católica e juiz para matérias reservadas à Santa Sé no Brasil não é identificado para manter sua segurança e não atrapalhar investigações, já que resolve casos gravíssimos relacionados a padres, como por exemplo, denúncias de pedofilia; pelo sigilo que processos dessa importância exigem; para as testemunhas se sentirem seguras e para evitar todo tipo de assédio, seja da imprensa (que em algumas situações distorce os fatos), dos envolvidos (que poderiam tentar interferir no caso) e de manifestantes agressivos. Neste caso em especial, seguidores do Beto estão enviando ameaças, xingamentos e ofensas graves a pessoas ligadas à Cúria e ao bispo. Identificar o juiz poderia arriscar a integridade dele e prejudicar o andamento do processo. Esse padre e juiz nada tem de inquisidor; faz um trabalho difícil, importante, sério e cauteloso para tirar da Igreja quem não está em comunhão com ela.

Basta acompanhar o caso usando um pouquinho de boa vontade e raciocínio lógico para se compreender o porquê de padre Beto ter sido excomungado. Aquele que - diante de tudo o que foi apresentado - ainda assim culpar o bispo, a diocese e a Igreja Católica pelo escandaloso caso "padre Beto" é, no mínimo, desonesto e sem compromisso com a verdade.
 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A 13 de MAIO... Nossa Senhora de FÁTIMA

Aos leitores do blog, a todos os católicos e a todos aqueles que queiram entender um pouco mais sobre os acontecimentos dos últimos tempos... Busquem conhecer a história de Fátima:

 
Abaixo, dica de um interessante filme que retrata um pouco da história das aparições da Virgem Santíssima aos 3 pastorinhos - Lúcia, Francisco e Jacinta - em Fátima, Portugal.
O filme é recente, não pude compará-lo às versões mais antigas pois não as vi, mas posso adiantar que é emocionante e muito bem produzido:



Trailer do filme:

quinta-feira, 9 de maio de 2013

"Padre BETO" - parte 3 - EXCOMUNGADO!

"ANTES AFASTAR-SE DA IGREJA DE CRISTO DO QUE A ELA SE SUBMETER"

Após quatro anos de tentativas por parte da Diocese de Bauru e de seu Bispo - Dom Frei Caetano Ferrari - para que esse escândalo se resolvesse, padre "Beto" foi finalmente instado a se decidir: ou retiraria do ar todo o conteúdo herético por ele produzido, se retrataria perante o Bispo e os católicos a que vinha desorientando e passaria a crer e atuar como um sacerdote da Igreja à qual JUROU obediência... ou... deveria deixá-la. E foi o que ele fez.

No dia 27 de abril, portanto dois dias antes da expiração do prazo que recebera do bispo para sua retratação, padre "Beto" abandona o sacerdócio e a Igreja aos quais jurou fidelidade e obediência.

Segue abaixo a declaração por ele publicada em seu perfil no facebook:



Abaixo destacamos alguns trechos da declaração de padre "Beto":

"Tudo que procuro realizar e todas as minhas declarações são bem refletidas e possuem simplesmente a intenção de evangelizar e fazer com que as pessoas se aproximem mais da vivência do AMOR pregado pelo Cristo nos Evangelhos. A Igreja precisa ser um espaço dialogal..."

"Se refletir e’ um pecado, eu sempre fui e sempre serei um Pecador!"
 
"A partir da data de 29 de abril de 2013 me desligo do exercício dos ministérios sacerdotais na Igreja Católica Apostólica Romana e portanto na Diocese de Bauru."
 
"Espero de coração sincero que a Igreja volte a ser, como foi nas décadas de 60 à 80..."
 
"Espero também que a Igreja se abra ao desenvolvimento da ciência e às novas realidades que vivemos em nossa sociedade contemporânea..."  
 
*           *          *          *          *          *          *

Além do orgulho, prepotência e pretensão evidentes na mensagem de padre "Beto", constatamos novamente o quão distante do sacerdócio católico ele se encontra, faltando apenas oficializar tal incompatibilidade.

Primeiro, padre "Beto" disse que suas declarações "são bem refletidas e possuem simplesmente a intenção de evangelizar e fazer com que as pessoas se aproximem mais da vivência do AMOR pregado pelo Cristo nos Evangelhos" para em seguida dizer que a "Igreja precisa ser um espaço dialogal". Ora, vemos aí um raciocínio confuso ou ao menos contraditório: primeiro diz que suas declarações bem refletidas servem para evangelizar e logo após diz que Igreja deve ser um espaço dialogal. Mas ao que sabemos, evangelizar significa transmitir o Evangelho, portanto, ensinar, ao passo que dialogar implica trocar ideias, informações, conversar. Já refletir significa pensar, ponderar para se chegar a uma possível conclusão (ou possíveis conclusões). Mas afinal, qual a missão da Igreja e consequentemente do sacerdote? Evangelizar, portanto ensinar o Evangelho, ou dialogar?

Padre "Beto" diz: "Se refletir e’ um pecado, eu sempre fui e sempre serei um Pecador!" Ora, pode se refletir sobre uma infinidade de assuntos. Agora, não cabe a um sacerdote católico "refletir" sobre a Fé transmitida por Cristo aos apóstolos, explanada e custodiada pela Igreja que pôde por meio de seu magistério refletir sobre ela por longos 2 mil anos. Ou padre "Beto" acredita ser um "iluminado"
que, após 2 mil anos, foi enviado para "corrigir" a Fé pela Igreja crida e transmitida? É padre "Beto", negar tudo aquilo que Cristo nos ensinou por meio dos Evangelhos e de sua Igreja em nome de reflexões pessoais é de fato um PECADO, ainda mais grave quando tal atitude parte de um sacerdote! Tal afirmação, portanto, não lhe deveria causar orgulho... jamais!
 
Padre "Beto" diz também: "Espero de coração sincero que a Igreja volte a ser, como foi nas décadas de 60 à 80...". Nesse trecho padre "Beto" identifica a época em que houve a grande "revolução" na Igreja, revolução essa causada por pessoas que, como ele, acreditaram estar diante de uma ruptura com tudo o que a Igreja havia sido até então, como se a Igreja tivesse sido refundada, ou como se uma nova Igreja tivesse surgido nessa época. Tal pensamento foi por diversas vezes condenado pelo Papa Bento XVI, que o apontou como principal causa da atual crise da Igreja. Embora ainda colhamos até hoje os amargos frutos desse período sombrio, padre "Beto" espera "de coração" que a Igreja a ele retorne.
 
Por fim, padre "Beto" diz que espera "que a Igreja se abra ao desenvolvimento da ciência e às novas realidades que vivemos em nossa sociedade contemporânea...", em outras palavras, que a Igreja se adapte (suas doutrinas, seus costumes, sua fé) ao mundo moderno, portanto, não evangelizando o mundo, mas mundanizando a Igreja.
  
Também em entrevista coletiva na manhã do mesmo dia (27/04), padre "Beto" disse:

"Eu não tenho do que me redimir e muito menos a quem ou do que pedir perdão de tudo aquilo que eu fiz e de tudo aquilo que eu declarei (...) Espero de coração que a Igreja se Converta".
 
Este foi o absurdo dos absurdos: Segundo padre "Beto", não é ele que deve se converter à Fé da Igreja, mas a Igreja que deve se converter a suas reflexões! Seria cômico se não fosse trágico...
 
Finalmente, no dia 29 de abril terminou o prazo para a retratação de padre "Beto", que como sabemos, não veio e nem viria... Foi então que Dom Frei Caetano Ferrari, bispo da Diocese de Bauru, na condição de pai que deve ser paciente e misericordioso mas que também precisa ser justo e repreender quando necessário, agindo também na condição de pastor que deve zelar pelo rebanho a ele confiado e por fim, na condição de sucessor dos apóstolos e defensor da Fé, aplicou a pena de EXCOMUNHÃO ao padre Roberto Francisco Daniel. Este agora já não mais pode exercer o ministério de sacerdote da Igreja. Padre "Beto" está EXCOMUNGADO!
 
Segue abaixo o decreto de excomunhão do padre Roberto Francisco Daniel - padre "Beto" - firmado pelo Bispo de Bauru, Dom Frei Caetano Ferrari:

Comunicado ao povo de Deus da Diocese de Bauru

Clique para acessar o original.
Clique para acessar o original.
É de conhecimento público os pronunciamentos e atitudes do Reverendo Pe. Roberto Francisco Daniel que, em nome da “liberdade de expressão” traiu o compromisso de fidelidade à Igreja a qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal. Estes atos provocaram forte escândalo e feriram a comunhão eclesial. Sua atitude é incompatível com as obrigações do estado sacerdotal que ele deveria amar, pois foi ele quem solicitou da Igreja a Graça da Ordenação. O Bispo Diocesano com a paciência e caridade de pastor, vem tentando há muito tempo diálogo para superar e resolver de modo fraterno e cristão esta situação. Esgotadas todas as iniciativas e tendo em vista o bem do Povo de Deus, o Bispo Diocesano convocou um padre canonista perito em Direito Penal Canônico,  nomeando-o como juiz instrutor para tratar essa questão e aplicar a “Lei da Igreja”, visto que o Pe. Roberto Francisco Daniel recusa qualquer diálogo e colaboração. Mesmo assim, o juiz tentou uma última vez um diálogo com o referido padre que reagiu agressivamente, na Cúria Diocesana, na qual ele recusou qualquer diálogo. Esta tentativa ocorreu na presença de 05 (cinco) membros do Conselho dos Presbíteros.
 
O referido padre feriu a Igreja com suas declarações consideradas graves contra os dogmas da Fé Católica, contra a moral e pela deliberada recusa de obediência ao seu pastor (obediência esta que prometera no dia de sua ordenação sacerdotal), incorrendo, portanto, no gravíssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no cânone 1364, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico é a excomunhão anexa a estes delitos. Nesta grave pena o referido sacerdote incorreu de livre vontade como consequência de seus atos.
 
A Igreja de Bauru se demonstrou Mãe Paciente quando, por diversas vezes, o chamou fraternalmente ao diálogo para a superação dessa situação por ele criada. Nenhum católico e muito menos um sacerdote pode-se valer do “direito de liberdade de expressão” para atacar a Fé, na qual foi batizado.
 
Uma das obrigações do Bispo Diocesano é defender a Fé, a Doutrina e a Disciplina da Igreja e, por isso, comunicamos que o padre Roberto Francisco Daniel não pode mais celebrar nenhum ato de culto divino (sacramentos e sacramentais, nem mais receber a Santíssima Eucaristia), pois está excomungado. A partir dessa decisão, o juiz instrutor iniciará os procedimentos para a demissão do estado clerical para enviar a Roma o procedimento penal para sua “demissão de estado clerical”.
 
Com esta declaração, a Diocese de Bauru entende colocar “um ponto final” nessa dolorosa história.
 
Rezemos para que o nosso Padroeiro Divino Espírito Santo, “que nos conduz”, ilumine o Pe. Roberto Francisco Daniel para que tenha a coragem da humildade em reconhecer que não é o dono da verdade e se reconcilie com a Igreja, que é “Mãe e Mestra”.
 
Bauru, 29 de abril de 2013.
 
Por especial mandado do Bispo Diocesano, assinam os representantes do Conselho Presbiteral Diocesano.
 
*          *          *         *         *
 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

"Padre BETO" - parte 2 - Reações ao caso

Continuação...

O caso "Padre Beto" foi tomando proporções gigantescas a cada novo vídeo publicado.

Diferentes reações foram surgindo no meio católico. A Diocese de Bauru, além das costumeiras reclamações de seus diocesanos, passou a receber reclamações de outras partes do Brasil (e mesmo do mundo) graças ao alcance que os vídeos atingiram por conta da internet.

O site Católico Fratres in Unum - em minha opinião o melhor portal católico de notícias - que tem milhares de acessos diários, dedicou uma postagem sobre os vídeos escandalosos de "Pe. Beto", o que mobilizou um maior número de católicos a cobrar atitude por parte da Diocese de Bauru.
 
Foi então que no dia 23 de abril, festa do mártir São Jorge, padroeiro deste blog, santo que deu a vida pela mesma Fé que hoje é traída por "padre Beto", o Bispo de Bauru - Dom Frei Caetano Ferrari - determinou que o "padre Beto" retirasse do ar todo o conteúdo herético e se retratasse até o dia 29 de abril. Reproduzo abaixo (em amarelo) a nota do Bispo de Bauru onde expressa tal determinação:
 
Tendo em vista os recentes pronunciamentos do padre Roberto Francisco Daniel (padre Beto) em páginas pessoais da internet, que têm provocado escândalo junto aos fiéis, agora, extrapolando-se o âmbito diocesano e indo para o mundo aberto da mídia eletrônica; tendo em vista, sobretudo, o conteúdo desses pronunciamentos que ocorrem em desacordo com os ensinamentos da Igreja no campo da doutrina, da moral e dos costumes; tendo em vista que não em poucas oportunidades o Bispo Diocesano já lhe vem alertando sobre seus pronunciamentos; e tendo em vista o diálogo realizado hoje, 23 de abril, na Cúria Diocesana, sobre o assunto, determino ao padre Beto a retirar de imediato tudo o que estiver na mídia, com palavras e imagens relativas a estas suas declarações. Determino a se retratar através do mesmo meio utilizado (site, Facebook e YouTube), no prazo até 29 de abril de 2013, confessando humildemente que errou quanto a sua interpretação e exposição da doutrina, da moral e dos costumes ensinados pela Igreja.
 
Nossa Diocese, que caminha rumo ao Jubileu de Ouro de sua fundação, encontra-se em oração permanente, suplicando ao Divino Espírito Santo, seu padroeiro, que ilumine nossas mentes e nossos corações para caminharmos na busca da conversão, da santidade, da comunhão e da paz.
 
Dom Frei Caetano Ferrari, ofm, Bispo Diocesano de Bauru.
 

No espelho, o "reflexivo padre Beto" se observa
Após o comunicado da Diocese, "padre Beto" em entrevista ao portal G1, disse que suas publicações têm como objetivo apenas promover a reflexão:
 
"As pessoas devem refletir e promover uma discussão de conhecimento e busca pela felicidade. Fazer uma reflexão da estrutura da Igreja ajuda com que o fiel entenda e busque se sentir melhor na instituição”, explicou. Sobre a solicitação da Diocese, Padre Beto disse que iria pensar sobre qual decisão tomar.
 
Ainda estou analisando o que farei a respeito dessa retratação que eles me pedem. Retirar o que publico das redes sociais é como negar o meu ser e o modo em que eu me relaciono com Deus, além de negligenciar o meu papel como padre”, complementou.

Muitos dos "fiéis" de padre Beto não reagiram nada bem à postura do Bispo e da Igreja de Bauru e passaram a caluniá-lo por meio das redes sociais. Mensagens de "fiéis" criticando a Igreja e o Bispo, classificando-o como "intolerante, opressor, inquisidor" e demais slogans criados e repetidos pelos inimigos da Igreja passaram a ser usados pelos defensores de Beto.
 
Dom Caetano, diante de tais falsas e ridículas acusações, explicou em entrevista o porquê de tal procedimento e - ao contrário do que diziam os caluniadores - deixou claro como já havia tentado resolver a situação de maneira menos dolorosa. Tal procedimento (explicar-se em entrevista) não era necessário, mas mostrou como Dom Frei Caetano Ferrari havia sido, como um pai, amável e paciente, ao passo que "padre Beto" - apresentado como "vitima injustiçada" - na verdade já vinha causando muitos destes males a um bom tempo.
 
Segue abaixo o vídeo onde Dom Frei Caetano Ferrari fala sobre o caso "padre Beto":




Leia a continuação: "padre BETO" - parte 3 - EXCOMUNGADO

quarta-feira, 1 de maio de 2013

"Padre BETO" - parte 1 - Espelho de Heresias

Entenda o caso:

Um Padre da Diocese de Bauru - Roberto Francisco Daniel, o Padre Beto - vem se tornando uma espécie de celebridade nos últimos meses. Tudo por conta de alguns vídeos postados no Youtube e compartilhados no Facebook onde o padre, como ele próprio define, vem buscando "evangelizar" aqueles que tenham contato com seus vídeos.

O leitor poderia perguntar: "Tá, e onde há problema nisso? E qual a novidade? Outros padres já não usam estes meios tecnológicos para evangelizar?"

Acontece que no caso do Padre "Beto" outros fatores influenciaram, tanto para que ele obtivesse esse sucesso relâmpago como para que surgissem os problemas e a repercussão deste caso. Vejamos quais seriam.

Podemos começar pelo "visú" do Padre. Não que isso fosse o fator determinante para se analisar a conduta de um sacerdote católico, mas quando sabemos que segundo a disciplina da Igreja um sacerdote deve vestir-se com seu hábito eclesiástico (no caso de religioso, da ordem a qual pertence, no caso de diocesano secular, a batina ou ao menos a camisa clergyman), o visual do reverendo padre já causaria certa estranheza ao fiel que o encontrasse:


Carecão a la "lutador de MMA" (não que isso seja problema), piercing na orelha (estranho não?), trajes joviais como calça jeans, tênis, camisetas com estampas meio contraditórias para um representante de Cristo (como a de Che Guevara, outrora por mim admirado como herói, até que descobri tratar-se de um assassino injusto e ainda por cima blasfemo), olhar e pose de sedutor.


O descolado Padre "Beto" e sua camiseta do CHE

Como ele mesmo diz, adora frequentar barzinhos para tomar um chopinho gelado em "happy hour" com os amigos, não que tomar uma cervejinha em si seria pecado (isso está mais relacionado com o puritanismo protestante), mas em tempos onde (sarcasmo on) "a população está tão imersa à prática religiosa e à santidade de vida" (sarcasmo off) penso que um sacerdote deveria ter outras prioridades em seu ministério.

Porém o problema com Padre Beto está longe de ser o seu visual descolado e sua cervejada com os amigos. Antes fosse! O problema Padre Beto é muito mais grave! Grave mesmo! O sacerdote em questão vem arrastando uma multidão de almas para o abismo por meio de suas palavras, sejam elas  em suas homilias, em seus escritos, em suas participações em programas de rádio e tv e, sobretudo, em seus vídeos lançados na internet sob o pretexto de "evangelizar".

Em alguns de seus vídeos o sacerdote faz duros ataques à Fé, doutrina e moral católicas como se tal comportamento fosse algo normal - e pior - falando isso como padre católico, resultando em que milhares (e graças à internet, agora milhões) de "católicos" ouçam suas palavras e acreditem estar ouvindo a Igreja, acreditando que continuam a ser católicos mesmo defendendo tais idéias e adotando tais posturas.
 
Quantas almas poderiam se aproximar (ou se reaproximar) da Igreja e de Cristo por meio das palavras deste padre, que ao contrário, as afasta prestando um desserviço à mesma Igreja que jurou fidelidade e agindo de maneira pior que seus inimigos declarados?

Segue abaixo um dos vídeos de Padre "Beto":


Como o vídeo/entrevista tem 6 minutos de duração, destaco abaixo algumas "perolas" proferidas pelo sacerdote em questão:

  • Que a Igreja vai ter que mudar por causa da ciência e do conhecimento humano que evolui.
  • Que não devemos classificar o ser humano em heterossexual, homossexual ou bissexual, mas sim em seres sexuados e que o amor pode surgir em qualquer um desses níveis (portanto que todos os tipos de relações são permitidas).
  • Que as condenações e tudo o que está escrito na Bíblia são frutos da sociedade e mentalidade da época (ou seja, a Bíblia não seria a palavra de Deus que, como sabemos, não muda, mas apenas uma espécie de registro histórico). 

Em outros vídeos Padre Beto fala sobre o casamento e fidelidade, onde dentre outros absurdos diz que não há problema em um homem casado ter outra parceira (ou parceiro), desde que "conte à sua esposa". Isso também vale para a mulher. Segundo ele, dessa forma não estaríamos diante de uma traição, mas sim de uma espécie de casamento "aberto".

Também sobre a Igreja, diz ser falida sua atual estrutura, devendo a Igreja ser totalmente mudada, acabando-se com os templos físicos, para passar a reunir seus fiéis em espécies de "salões" administrados pelos próprios fiéis, e onde a figura do padre seria cada vez mais desnecessária. Será que padre Beto acredita no Sacramento da Ordem ou no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, que só pode ser realizado por um PADRE?

O leitor deve estar querendo saber o porquê do título deste post... Explico:

Quando começaram a surgir os questionamentos quanto à sua conduta, seguidos de queixas ao Bispo e consequente pedido de retratação, Padre Beto deu as seguintes respostas em entrevista:

Entrevista do Padre Beto ao site Papo Feminino (destaques do Fratres in Unum).
 
Papo Feminino – O senhor recebeu com surpresa a determinação da Diocese de Bauru?
 
Padre Beto - Sim, recebi com surpresa. Não esperava isso. Não acho que fiz declarações absurdas nem que pudessem atingir autoridades ou os dogmas da Igreja. São reflexões para que as autoridades da Igreja ouçam e possam refletir. Por outro lado, acho que demorou muito até [para a Diocese determinar retratação].
 
Papo Feminino – O senhor diz que a estrutura de paróquia é falida e deveria ser revista. Também fala que o espaço físico das igrejas é ocioso. E diz ainda que a sexualidade deveria ser alvo de um debate na Igreja para que algumas regras em relação à conduta dos fiéis fossem reformuladas. Quais dessas declarações, na sua opinião, incomodou mais a Diocese?
 
Padre Beto – O que incomodou a Diocese foi o ato de refletir. Acredito que a posição de Dom Caetano é assim: “já existem pessoas em outras instâncias da Igreja refletindo por nós. Seu papel como padre não é refletir: é acatar e transmitir aos fiéis, que vão acatar também”.
 
Papo Feminino – Após a declaração da Diocese, dois lados se formaram nas redes sociais: aqueles que apoiam sua conduta e aqueles que repudiam. Quem não concorda com suas ideias diz que o senhor deveria sair da Igreja, já que não acata as regras internas. O que o senhor acha disso?
 
Padre Beto – A Igreja é uma instituição onde convivem correntes, linhas de pensamento. Neste momento histórico, determinadas linhas estão silenciosas, não estão se expressando. Mas a Igreja não pode ser um monólogo. A Igreja tem que ser uma mesa-redonda onde todas as linhas de reflexão possam discutir. E a Igreja só evolui quando essas linhas entram em debate. O Concílio do Vaticano 2º (assembleia da Igreja, realizada entre 1961 e 1965 e que, entre outros pontos, estimulou maior diálogo com outras religiões) foi um grande debate entre bispos e padres. Questionários foram enviados a todas as dioceses do mundo e encaminhados ao Vaticano para serem lidos, ou seja, teve participação de leigos. E isso foi importante para a evolução da Igreja. Preste atenção: Cristo se encontrou com todos, dialogou com todos de igual para igual, não foi preconceituoso. Dialogou com a prostituta, com a samaritana, que tinha outra fé, com os cobradores de impostos, os chamados pecadores da época. Eu digo para os meus opositores: enxerguem mais Jesus em vez de dogmas, normas ou preceitos religiosos.
 
Papo Feminino – Isso quer dizer que o senhor não vai se retratar?
 
Padre Beto – Ainda estou refletindo a respeito.

*    *   *
 
Bem, ao ler as respostas de Padre Beto não pude deixar de observar que o mesmo usa exageradamente o verbo REFLETIR. É tanto refletir pra cá, refletir pra lá, que não pude deixar de pensar:
 
"Poxa, quem tanto reflete assim é espelho!"
 
E de fato Padre Beto é um verdadeiro espelho. Espelho de Heresias. Padre Beto reflete a péssima formação que se deu (e continua a dar-se) em muitos seminários, substituindo o ensino da teologia e doutrina católica por marxismo e filosofias modernas e ateias.
 
Padre Beto reflete o espírito anticristão e anticlerical que vivemos atualmente.
 
Padre Beto reflete a confusão, perda de identidade e dessacralização em que vivem muitos dos membros da Igreja de Cristo.
 
Padre Beto reflete exatamente a Crise na Igreja. Crise de identidade. Crise de Fé.
 
Padre Beto apenas reflete as heresias e deformações que adquiriu e recebeu no decorrer de sua caminhada.
 
Pena que, como um espelho, as heresias refletidas por ele se reproduzem em outras pobres almas que, como ele, também as refletirão para outros. Assim, incontáveis almas se perderão por essa "reflexão" sem fim.
 
Há algo que possa ser feito? Essa triste (e não única) história acaba aqui? É o que veremos na continuação deste artigo.

 ¡Viva Cristo Rey!

Leia a continuação: "Padre BETO" - parte 2 - Reações ao caso