"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

"PADRE COM SOGRA?" Reflexão contra os promotores do fim do celibato sacerdotal

Caros leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
 
Dom Claudio Hummes e "Lula"
Nos dias atuais, onde a Igreja se vê submersa naquela que pode ser considerada a sua pior crise em dois mil anos, não faltam aqueles que vislumbram uma oportunidade para atacar ainda mais todo o edifício da Fé Católica, seja em seus dogmas como também em suas práticas, costumes e tradições.
 
Depois dos dias sombrios do chamado "Sínodo da Família" em que se lançaram para discussão pontos básicos e até então intocáveis da Doutrina Católica, eis que agora trazem à tona novamente o tema do celibato sacerdotal. Seu proponente: ninguém menos que um CARDEAL brasileiro: o Arcebispo emérito de São Paulo, Dom Cláudio Hummes.
 
Chegaram ao nosso blog alguns questionamentos sobre o quê se pensar sobre tal proposta, uma vez que não se trata propriamente de um Dogma de Fé, mas sim de uma disciplina da Igreja. Melhor do que tentar eu mesmo responde-los, é reproduzir uma resposta escrita pelo saudoso Professor Orlando Fedeli* a um sacerdote que lhe fez o mesmo questionamento.
 
Viva Cristo Rey!
 
José Santiago Lima 
 
*                        *                        *                        *                        *                        *                        * 
 
Faltam padres?
 
“Hoje, querem que os padres se casem;
 
mas que os casados tenham o direito de se divorciar;
 
que os noivos se juntem, sem casar na Igreja;
 
mas que os homossexuais se casem na Igreja.
 
NA REALIDADE, SE QUER SÓ VIOLAR A LEI DE DEUS E PROFANAR OS SACRAMENTOS
 
Quem será que dirige essa campanha contra a Igreja, contra Deus e sua santa lei?
 
Não tendo conseguido abolir o celibato, mas insistindo na propaganda da igualdade entre sacerdote e leigo – o que nega o Sacramento da Ordem e destrói a Hierarquia eclesiática — os modernistas fizeram difundir a distribuição da comunhão por leigos e leigas.
 
Introduziu-se e entronizou-se o abuso dos Ministros Extraordinários da Eucaristia. Título que o Papa João Paulo II acaba de abolir em boa hora.
 
No projeto original do Decreto Redemptionis Sacramentum, esse abuso era completamente abolido e proscrito.
 
Conta-se que foi a intervenção do Cardeal Kasper*, — modernista, portanto herege, pois ele nega que Cristo ressuscitou ou que fez milagres —  e de seus seguidores modernistas, que exigiu e conseguiu a manutenção dos Ministros Extraordinários da Eucaristia com outro nome: o de Ministro Extraordinários da Comunhão.
 
Evitou-se o erro doutrinário maior, graças a Deus, mas se manteve o abuso prático de igualar as mãos de um leigo às mãos consagradas de um sacerdote.
 
Claro que a desculpa é a falta de sacerdotes para atender às numerosíssimas comunhões atuais.
 
Hoje, pouca gente vai à Missa.
 
Mas todo o mundo que vai a Missa, comunga.
 
Isso, de si, seria muito bom.
 
O problema é que quase todo o mundo comunga sem se confessar, sem estar em jejum eucarístico, em muitos casos sem saber sequer a Quem se recebe na hóstia consagrada.
 
Nas igrejas, quase ninguém se confessa.
 
O Papa mandou recolocar os confessionários.
 
Pouquíssimos padres o obedeceram.
 
Cada um faz o que quer.
 
Ninguém obedece ao Papa, pois se acredita na igualdade.
 
Quando falei com um padre, numa cidadezinha do interior paulista, de que o Papa mandara repor os confessionários, e proibir a absolvição coletiva — “comunitária” — o padre me respondeu que quem mandava na Igreja, no Brasil, era a CNBB, e não o Papa. Disse eu a ele que a Igreja era monárquica, e que Papa era a suprema autoridade da Igreja. Ele me contestou que a Igreja não era monárquica coisa nenhuma.
 
Para esse Padre, a Igreja seria democrática. O Papa não precisava ser obedecido. Mas, ái de quem não acatasse o seu palpite!
 
Ái de quem desobedeça à CNBB, que não recebeu as chaves do Reino dos Céus!
 
Em nome da democracia, se desobedece rotundamente ao Papa, mas se impõe a tirania de um simples padre, ou da quase anônima CNBB (quando não se impõe a ditadura de uma senhora “gerente de paróquia!”)
 
A prova mais flagrante da desobediência total ao Papa se vê, hoje, na absoluta indiferença dos Bispos e dos Padres em não acatar, em não dar a mínima importância ao que o Papa João Paulo II decretou na Redemptionis Sacramentum.
 
As escandalosas Show-Missas foram condenadas e proibidas, mas continuam por toda a parte, no Brasil, e no mundo.
 
Vivemos num clima de Cisma Silencioso, pois que — perdoe-me a expressão vulgar – ninguém praticamente “dá a menor bola” ao que o Papa manda.
 
Cisma Silencioso, sim.
 
Silencioso, porque ninguém proclama que se deva desobedecer ao Papa.
 
Cisma, sim, porque, na prática, não se obedece em nada ao Papa, e se vive como se ele não existisse, ou como se seus decretos não precisassem ser obedecidos.
 
Claro, dir-me-á você, os Ministros Extraordinários da Comunhão — nome que não foi dado por mim. Bem longe disso. — seriam necessários, porque há falta de sacerdotes.
 
Os vigários estão muito ocupados…
 
Mas, tempo para assistir a novela das oito, eles o têm.
 
Tempo para ir à praia, muitos o têm.
 
Numa cidade de Minas, contaram-me, que alguns padres, às vésperas do carnaval, avisaram o povo de que, durante o tempo da fuzarca, a igreja estaria fechada, porque eles iam aos bailes de Poços de Caldas, que eram mais animados.
 
E os doentes nos hospitais?
 
Poucos hospitais vêem algum padre
 
E o ensino de religião nas escolas estaduais?
 
Não existe.
 
Praticamente não existem aulas de Catecismo nem em numerosíssimas paróquias. E como existir catecismo paroquial, se se nega qualquer valor à doutrina?
 
Um padre de São Paulo contou-me que há padres, aqui, que nem sabem a fórmula da absolvição sacramental, e que se não tiverem o folhetinho de Missa — esses horrendos folhetinhos dominicais — eles não sabem rezar a Missa.
 
Dei aula quase por 40 anos em Colégios estaduais. Só duas vezes vi padres irem dar aulas de religião.
Antes não tivessem ido.
 
Graças a Deus, as deram bem poucas.
 
Desistiram rapidamente de suas aulas falsamente joviais, cheias de gírias, de piadinhas repetidas, velhas e sem graça, de suas aulas sem Deus e sem Fé.
 
Um desses padres projetava slides pornográficos, à guisa de educação sexual, para os alunos…
 
Esse pobre padre acabou fugindo com uma moçoila de sua paróquia. O que não o impediu de — depois que retornou da …”lua de mel” — continuar a ser Ministro da Eucaristia, aos domingos, em sua ex paróquia, apesar de estar amasiado e de ter largado a batina.
 
O segundo padre que deu — uma ou duas — aulas de religião, logo desapareceu. Não sem antes aconselhar mal, num caso de roubo.
 
Os padres não têm tempo…
 
Os padres são poucos…
 
Os padres santos é que são poucos!
 
Infelizmente, bem poucos.
 
Anchieta e Nóbrega eram poucos, para tantos índios, numa terra imensa. Mas Anchieta os converteu.
E ainda teve tempo de escrever autos para os índios representarem; teve tempo de organizar a luta contra os protestantes que haviam invadido o Rio de Janeiro; teve tempo de escrever uma Gramática da Língua Tupi; teve tempo, quando era refém dos tamoios, de escrever um Poema à Virgem Maria!
 
E note que Anchieta não ia de avião de Santos a São Paulo, de São Paulo ao Rio, e ao Espírito Santo. Ia a pé. Ele que tinha uma grave torção na coluna vertebral. Nem INSS ele tinha. Ia a pé, no meio das matas, das feras e dos antropófagos…
 
Anchieta era um só, aqui, no sul.
 
Mas fazia milagres.
 
Havia falta de padres, também no Brasil, daquele tempo.
 
Mas Anchieta era um padre santo.
 
O que nos falta são padres santos, e não simplesmente padres.
 
O diabo declarou que se houvesse dois padres como São João Maria Vianney, no século XIX, o reino dele estaria perdido.
 
Por isso, São João Maria Vianney foi posto, pela Igreja, como modelo dos sacerdotes…
 
Quem o imita?
 
São João Maria Vianney confessava o povo até durante 20 horas por dia. No confessionário.
 
Quem o imita?
 
São João Maria Vianney comia 3 batatas a cada 15 dias.
 
Quem o imita?
 
São João Maria Vianney se flagelava até o sangue.
 
Quem o imita?
 
Realmente, hoje, faltam padres.
 
Desgraçadamente, nos faltam padres.
 
Padres como Anchieta, como São João Bosco, e como São João Maria Vianney.
 
Hoje, infelizmente, temos padres conhecidos por nomes em diminutivo (padres em diminutivo).
 
Padres que em vez de carregarem a cruz de Cristo, portam a tiracolo, — E na igreja! E na Missa!! — uma guitarra. E cantam cançõezinhas ridículas e profanas. E ainda se julgam artistas!!!
 
Desgraçadamente.
 
Hoje temos padres que gostam de estar sob os holofotes e câmeras de TV…
 
Faltam padres.
 
De fato, faltam padres de verdade.
 
Não que esses padres em diminutivo, de bermudas e de guitarra a tiracolo, e mascando chicletes, não sejam padres realmente ordenados. A desgraça é que eles são padres mesmo.
 
Mas não são santos.
 
Nem sequer piedosos.
 
Você me diz que coordena “a formação para Ministros em toda a minha diocese (Londrina)fazendo parte da coordenação Arquidiocesana dos Ministros da Eucaristia”.
 
Acredito em sua boa intenção, e lhe desejo graças de Deus, em seu esforço.
 
Mas, peço-lhe que note quantas equipes, coordenadorias, comissões, conferências, planos, pastorais, projetos, reuniões do Regional do Leste 2, do Norte 3, quantas animações, TVs, quanta burocracia, quanta papelada, quanta verborréia, quantos manifestos longos, chatos e indigestos, escritos em eclesialês, editados pelas Vozes, Paulinas, Paulus etc, há, por aí, com resultado menos que nulos, mas negativos.
 
Quem se lembra da Campanha da Fraternidade de 1998 ou de não sei quanto?
 
E que significa para Deus, a Campanha da Fraternidade pelas Águas ?
 
Nada.
 
Que significa ela, para o povo?
 
Nada.
 
Amanhã, ela estará esquecida.
 
Meu caro, as águas passam e as Campanhas da Fraternidade passam e são esquecidas mais depressa que as águas e que as brisas, que não deixam rastro.
 
Tudo isso se esvai como fumo.
 
Para quê, então, Ministros Extraordinários da Comunhão ?
 
Para o padre ficar sentado, enquanto leigos e moçoilas distribuem a hóstia consagrada?
 
Para que uma “gerente da paróquia” ler a Epístola de São Paulo aos Gálatas?
 
Para o padre ficar sentado, assistindo, enquanto propicia um momento de vaidade a uma paroquiana que mal sabe ler, e que julga compreender a teologia paulina, que o própio Padre não entende, porque nunca a estudou, no seminário?
 
E lá vai a “gerente da paróquia”, ufana, proclamando:
 
“Epístola de São Paulo aos Gálatas! Irmãos, …”
 
Enquanto os Gálatas, no céu, clamam a Deus por vingança:
 
Amen! Amen! Veni, domine!
 
Para que falar em “realidade da comunidade” se uma paróquia não é, e nem nunca foi, e nem pode ser uma “comunidade”, em sentido próprio?
 
Comunidade existe num convento, ou num mosteiro, onde haja voto de pobreza.
 
Estarei enganado?
 
Nos conventos e mosteiros, não existe mais o voto de pobreza?
 
Numa paróquia não há voto de pobreza. Numa paróquia as coisas não são postas em comum, graças a Deus, e nem devem ser postas em comum.
 
Há um abuso, hoje, da palavra comunidade, e, quando se abusam das palavras, elas se vingam de nós com a realidade.
 
Precisamos de padres realmente dedicados, sacrificados. Como Nosso Senhor.
 
Ele não organizou nenhuma Regional do Leste 2, nenhuma Comissão para a Conversão dos Gentios.
 
Quando Ele foi levantado, atraiu tudo a Si.
 
Jamais os santos se preocuparam com planos e burocracias, como se a vida da Igreja fosse possível de ser planificada como um programa de governo, ou a produção de uma fábrica.
 
Claro que a ação dos santos seguia um plano racional, mas o fundamental não são os planos — muito naturalistas — mas a graça sobrenatural, a oração.
 
Faltam padres, sim.
 
Faltam padres de Fé e de oração.
 
Faltam padres que saibam que 12 Apóstolos conquistaram o mundo. Com Fé, oração e o sangue do martírio.
 
Faltam santos.
 
Faltam mártires.
 
Que Deus o faça um deles.
 
 
 
In Corde Jesu, semper,
 
Orlando Fedeli


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Notas do Blog Morro por Cristo
 
*Orlando Fedeli foi o fundador e presidente da Associação Cultural Montfort, entidade composta por leigos católicos. O principal apostolado realizado pelo Prof.º Fedeli era promover cursos e palestras Brasil (e mundo) afora, além de manter um site de apologética (defesa da Fé) onde se dedicava a escrever artigos e responder a cartas contendo dúvidas ou desafios de leitores. Embora não o tenha conhecido pessoalmente - apenas estive próximo a ele por duas vezes em Missas Tridentinas celebradas no Mosteiro de São Bento em São Paulo - lhe serei eternamente grato por ter contribuído para a minha conversão à verdadeira Fé. Essa contribuição se deu através da leitura de seus artigos, cartas e debates onde defendia a Religião Católica com paixão e maestria. Através de seus escritos pude conhecer o verdadeiro catolicismo, ao passo que a obra do professor Fedeli também tinha a característica de desmascarar e denunciar as "caricaturas" e "simulacros" que se nos apresentam como católicas.
Descanse em Paz caro professor. Requiem aeternam dona ei domine
 
 
 
*Cardeal Walter Kasper, o mesmo cardeal que propôs durante o consistório realizado em fevereiro de 2014 a comunhão aos "recasados" ou "casais em segunda união" (divorciados), o mesmo que trouxe escândalo ao propor no último Sínodo a discussão e aceitação de temas até então já definidos pelo Magistério da Igreja, o mesmo acusado de diversas heresias (negação da Ressureição de Cristo, da existência do inferno, etc.).

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

33º PAPA: São Silvestre - ano 314 a 335

Papa São Silvestre (33º Papa)
Pontificado: do ano 314 ao ano 335
 




São Silvestre encerra  o ano civil. Ele encerra também , na história da  Igreja uma época importante e  inicia uma nova era. Durante três séculos a  Igreja de Deus esteve exposta  às mais cruéis  perseguições. 
 
O império romano empregava  todo o seu poder para aniquilar o reino de Deus; o sangue  corria em torrentes. Esforçavam-se em regra para inventar  novos tormentos.  Além disso, astúcia, lisonja, seduções,  tudo quanto pode cegar os sentidos, tudo o que  a  arte e a ciência terrenas podem proporcionar, estava a serviço  desta luta - e tudo debalde.  A Igreja permaneceu ilesa, a despeito de todos  os planos, afrontando tudo. Os seus membros morriam aqui e ali, mas a Igreja  continuava a viver, e sempre novos elementos entravam, para preencher as lacunas. Por fim o império  romano se  curvou diante  de Cristo e colocou  a Cruz  sobre o  seu diadema  e o sinal de  Cristo sobre a água de suas legiões. Cristo tinha vencido na possante  peleja, e o Papa Silvestre I  viu como  tudo mudava. Viu o suplício da cruz ser abolido. Viu  cristãos confessarem livre e  francamente a  sua fé e  erigirem casas de Deus.  Viu o próprio  imperador Constantino edificar o palácio (Lateranense), que  durante muitos  séculos  foi a residência do  Vigário de Cristo.
 
Sobre a vida  interior    exterior do Papa S. Silvestre a  história  muito  pouco de positivo revela, se bem que  como certo afirme, que tenha  ele  sido  a  alma dos grandes acontecimentos  verificados  no seu longo Pontificado. 
 
Segundo  o testemunho de  historiadores fidedignos Silvestre  nasceu em Roma, filho de pais  ótimos  cristãos, que bem cedo o confiaram   aos cuidados  do sacerdote Cirino, cujo preparo intelectual e exemplo de  vida santa  fizeram  com que  o discípulo adquirisse uma formação extraordinariamente sólida cristã.  Estava  ainda  em  preparação última, isto é,  a  décima  e de todas as  mais  bárbaras das perseguições dioclesianas, quando Silvestre, das mãos do Papa Marcelino, recebeu  as  ordens  sacerdotais.   Teve, pois,  ocasião de presenciar os horrores  desta investida do inferno contra o Reino de Cristo. Pode  ele  ser e foi testemunha ocular do heroísmo das pobres vítimas do furor  desmedido do  tirano coroado. Em 314,   por  voto unânime do povo e  do clero foi proposto  para ocupar a  cadeira de São Pedro, como sucessor do papa Melquíades.  
 
 
São Silvestre batiza Constantino
Com a vitória  do cristianismo e a conversão do  imperador  Constantino viu-se o Papa diante da  grande tarefa de, por meio das sábias leis, introduzir  a religião cristã na vida dos povos, dando-lhe formação concreta e definitiva. A paz,  infelizmente não foi de longa duração.  Duas terríveis  heresias se levantaram contra a Igreja, arrastando-a  para uma  luta gigantesca  de  quase um século de  duração. Foi a dos  Donatistas, que tomou grande incremento na África.  A Igreja, ensinavam eles,  deve compor-se  só de justos; no momento em que  seu grêmio tolera pecadores, deixa de ser a Igreja de  Cristo.   O batismo administrado por um sacerdote que em estado de pecado se acha, é inválido. Um bispo, se estiver com um pecado na alma, não pode crismar nem ordenar sacerdotes.  Caso que administrar estes sacramentos, são eles  inválidos.  
 
Pior e mais  perigosa foi a outra heresia, propalada pelo sacerdote  Ario, da Igreja  de Antioquia.  Doutrinava  este  heresiarca que a Jesus  Cristo, Filho de Deus  feito homem, faltavam as  atribuições  divinas; isto é,  não era  consubstancial  ao Pai, portanto não era Deus, mas mera criatura, de essência diversa  da  do Pai e de  natureza mutável. 
 
Tanto contra a primeira como contra a segunda o Papa Silvestre tomou enérgica atitude. A dos  Donatistas foi condenada  no Concílio de Arles. O arianismo teve  sua condenação no célebre Concílio de  Nicéia (325), ao qual compareceram  317 bispos. O Papa Silvestre, já muito idoso pessoalmente não podendo comparecer à grande Assembléia, fez-se  nela representar por dois sacerdotes de  sua inteira confiança, que em seu lugar presidiram  as sessões. Estas  terminaram  com a soleníssima proclamação dogmática  da fórmula: " O Filho  é consubstancial ao Pai; é Deus de Deus; Deus verdadeiro de  Deus Verdadeiro;  gerado, não feito, da mesma  substância  com o Pai". 
 
As resoluções do Concílio o Papa Silvestre as  assinou. Na presença de 272 bispos foram as mesmas  em  Roma solenemente  confirmadas. Esta cerimônia teve lugar diante da imagem de  Nossa Senhora  Alegria dos Cristãos, cujo altar, em sinal de gratidão à Maria Santíssima o Papa mandara erigir logo que as perseguições tinham chegado ao seu termo.    
 
Sobre o túmulo de São Pedro, o Papa, auxiliado  pelo imperador, construiu  a  magnífica basílica vaticana,  com suas  oitentas  colunas de mármore,  templo que durante 1100 anos  via chegar  milhares e  milhares de  peregrinos  provenientes de  todas as  partes do mundo, ansiosos  de  prestar  homenagens ao "Rochedo", sobre o qual  Cristo tinha  edificado a sua Igreja - até que deu lugar à atual grandiosa Basílica de  São Pedro. 
 
Durante seu Pontificado, o Papa Silvestre governou a Igreja de Deus dando sobejas provas de prudência e  sabedoria, glorificando-a com as virtudes  de  uma vida  santa e apostólica. .
 




São Silvestre, Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

"A FÉ NÃO SE DECIDE POR VOTOS"

Caros leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
 
Para aqueles que queiram compreender melhor tanto o que foi o "Sínodo da Família" e os "problemas" que nele ocorreram, assim para aqueles que queiram compreender O QUE É a Fé Católica e o porquê de ela não pode ser modificada, ainda que sob pretexto de usar "misericórdia" ou de se "adaptar" aos nossos dias, segue a entrevista com o Cardeal Raymond Leo Burke, verdadeiro Gigante da Fé.
 
Viva Cristo Rey!
 
José Santiago Lima
 
*                *                *                *                *                *                *                *                *
 
Cardeal Burke contra a “manipulação” informativa do Sínodo. E muito claro sobre todo o resto.

Por Alessandro Gnocchi, Il Foglio, 13 de outubro de 2014 | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com – O Cardeal Raymond Leo Burke agrada pouco ou nada ao mundo. E, se possível, ainda menos à Igreja que agrada ao mundo. Por outro lado, este americano de 66 anos natural de Richland Center, Wisconsin, faz todo o possível para ser catolicamente bem sucedido em sua tentativa de incendiar as consciências cristãs muito propensas à apatia. Participa nas marchas pela vida, diz que não dará a Comunhão a políticos que apoiam leis a favor do aborto, denuncia o rápido avanço da agenda homossexual, deixa claro ao Papa Francisco que a defesa de princípios não-negociáveis não é uma moda sujeita aos caprichos dos pontífices e apoia a missa no rito tradicional. Recentemente, assinou o livro coletivo “Permanecer na verdade de Cristo. Casamento e comunhão na Igreja Católica”, escrito em conflito aberto com as misericordiosas aberturas do Cardeal Walter Kasper sobre a família e comunhão para divorciados recasados. Não é de se estranhar então, que a remodelação da Cúria pensada por Bergoglio prevê que o Prefeito da Assinatura Apostólica venha agora a ser exilado como o Cardeal encarregado da Ordem Soberana de Malta. Mas, enquanto isso, no Sínodo sobre a família, esse finíssimo canonista, filho da América rural, assumiu o papel de opositor diante da revolução atribuída sem desmentidos à homens de confiança do Papa. Como se recita na antiga “bíblia poliglota” aberta sobre a estante de seu escritório na página do Eclesiastes: “Cada coisa tem o seu tempo (…) há um tempo para calar e um tempo para falar.”
 
 
 
Alessandro Gnocchi: O que se pode ver além da cortina midiática que envolve o Sínodo?
 
Cardeal R. L. Burke: Emerge uma tendência preocupante porque alguns defendem a possibilidade de se adotar uma prática que desvia da verdade da fé. Ainda que seja evidente que não se pode proceder desta forma, muitos encorajam perigosas aberturas sobre essas questões, como a concessão da comunhão a divorciados novamente casados. Eu não vejo como se pode conciliar o conceito irreformável da indissolubilidade do matrimônio com a possibilidade de se admitir à comunhão quem vive em situação irregular. Aqui se põe diretamente em discussão aquilo que já nos disse Nosso Senhor quando ensinava que aquele que se divorcia de sua mulher e se casa com outra comete adultério.
 
 
De acordo com os reformadores esse ensinamento se tornou duro demais.
 
Esquecem-se de que o Senhor assegura o auxílio da graça àqueles que são chamados a viver o Sacramento do matrimônio. Isso não significa que não terão dificuldades e sofrimento, mas sempre haverá uma ajuda divina para resolvê-los e ser fiel até o fim.
 
 
Parece que a sua é uma posição minoritária…
 
Há alguns dias atrás eu assisti um programa em que o Cardeal Kasper disse que se está caminhando na direção certa para a abertura. Em poucas palavras, 5.700.000 italianos que acompanharam a transmissão, assumiram a idéia de que todo o Sínodo marcha nessa linha, que a Igreja está prestes a mudar a sua doutrina sobre o matrimônio. Mas isso simplesmente não é possível. Muitos bispos estão intervindo para dizer que não se pode admitir mudanças.
 
 
Mas, não é isso que emerge da conferência de imprensa diária da sala de imprensa do Vaticano e isso foi algo lamentado até pelo Cardeal Müller.
 
Eu não sei como é concebida a conferência de imprensa, mas parece-me que algo não funciona bem se a informação é manipulada de modo a dar destaque apenas a uma tese ao invés de divulgar fielmente as várias posições expostas. E isso muito me preocupa, porque um número consistente de bispos não aceita a idéia de abertura e poucos sabem disso. Só se fala sobre a necessidade da Igreja se abrir às instâncias do mundo conforme anunciado em fevereiro pelo cardeal Kasper. Na verdade, a sua tese sobre os temas da família e uma nova disciplina para a comunhão aos divorciados recasados não é nova, ela já havia sido discutida há trinta anos. A partir de fevereiro, recuperou força e foi culposamente permitida que voltasse a crescer. Mas, tudo isso tem que parar porque provoca sérios danos à fé. Bispos e sacerdotes vêm me dizer que agora muitos divorciados recasados estão pedindo que sejam admitidos à comunhão porque assim o quer Papa Francisco. Na realidade, vejo que até agora ele não se pronunciou sobre o assunto.
 
 
Mas parece evidente que o cardeal Kasper e todos aqueles que seguem sua linha dizem que eles têm o apoio do Papa.
 
Isso sim. O Santo Padre nomeou o Cardeal Kasper para o Sínodo e deixou que o debate seguisse sobre esse trilho. Mas, como disse um outro cardeal, o papa ainda não se pronunciou. Eu estou esperando por um pronunciamento dele, que só pode ser em continuidade com o ensinamento dado pela Igreja ao longo de toda a sua história. Um ensinamento que nunca mudou porque não pode mudar.
 
 
Alguns prelados que apóiam a doutrina tradicional dizem que se o Papa resolvesse fazer mudanças, eles iriam aceitá-las. Isso não é uma contradição?
 
Sim, é uma contradição, porque o Pontífice é o Vigário de Cristo na terra e, portanto, o primeiro servidor da verdade da fé. Conhecendo o ensinamento de Cristo, eu não vejo como se possa desviar daquele ensinamento com uma declaração doutrinal ou práticas pastorais que ignoram a verdade.
 
 
A ênfase colocada por esse Pontífice na misericórdia como sendo a mais importante, senão a única idéia de orientação da Igreja, não contribui para sustentar a ilusão de que podemos praticar uma pastoral divorciada da doutrina?
 
É difundida a idéia de que pode existir uma Igreja misericordiosa que não respeita a verdade. Mas, o que me ofende profundamente é a idéia de que até agora bispos e sacerdotes não tenham sido misericordiosos. Eu cresci em uma área rural dos Estados Unidos, e eu me lembro bem que quando eu era menino, na nossa paróquia, havia um casal de uma fazenda vizinha que vinha sempre à missa em nossa igreja, mas nunca recebiam a comunhão. Na medida que fui crescendo perguntei ao meu pai o porque e meu pai com muita naturalidade me explicou que eles viviam em situação irregular e aceitavam não terem acesso à Comunhão. O pároco era muito gentil com eles, muito misericordioso e aplicava a sua misericórdia em fazer de tudo para que o casal voltasse a ter uma vida de acordo com a fé católica. Sem a verdade não pode haver verdadeira misericórdia. Meus pais sempre me ensinaram que se amamos o pecador, devemos odiar o pecado e fazer de tudo para arrancar os pecadores do mal em que vivem.
 
 
Em seu escritório, há uma estátua do Sagrado Coração, em sua capela, acima do altar, há uma outra imagem do Coração de Jesus, o seu lema episcopal é “Secundum Cor Tuum”. Então, um bispo pode manter unidas misericórdia e doutrina…
 
Sim, é junto à fonte incessante e inesgotável da verdade e da caridade, isto é, a partir do glorioso Coração trespassado de Jesus, que o sacerdote encontra a sabedoria e força para conduzir o rebanho na verdade e na caridade. O Cura d’Ars definia o sacerdote como o amor do Sagrado Coração de Jesus. O sacerdote que está unido ao Sagrado Coração de Jesus não sucumbirá à tentação de dizer ao rebanho palavras diferentes daquelas que Cristo infalivelmente transmitiu à sua Igreja, não cairá na tentação de substituir as palavras da sã doutrina com uma linguagem confusa e facilmente errônea.
 
 
Mas os reformistas argumentam que a caridade, para a Igreja, consiste em seguir o mundo.
 
Esta é a pedra angular dos argumentos daqueles que querem mudar a doutrina ou a disciplina. Isso muito me preocupa. Se diz que os tempos estão muito mudados, que já não se pode falar da lei natural, da indissolubilidade do matrimônio… Mas, o homem não mudou, continua a ser como Deus planejou. Claro, o mundo tornou-se secularizado, mas este é mais um motivo para se dizer a verdade de forma alta e clara. É nosso dever, mas para fazê-lo, como nos ensinou São João Paulo II na Evangelium Vitae, é preciso chamar as coisas pelo seu nome, não podemos usar uma linguagem ambígua para agradar o mundo.
 
 
A clareza não parece ser uma prioridade para os reformadores, se por exemplo, não veêm contradição quando sustentam que os divorciados recasados podem receber a comunhão, contanto que reconheçam a indissolubilidade do matrimônio.
 
Se alguém sinceramente reitera a indissolubilidade do matrimônio só pode corrigir a condição irregular em que se encontra ou abster-se da comunhão. Não há meio termo.
 
 
Nem mesmo o chamado “divórcio ortodoxo”?
 
A praxis ortodoxa da economia ou do segundo ou terceiro matrimônio penitencial é historicamente e atualmente muito complexa. De qualquer modo, a Igreja Católica, que sabe dessa prática há séculos, nunca a adotou, em virtude das palavras de Nosso senhor recordadas no Evangelho segundo São Mateus (19, 9).
 
Você não acha que, se devessem conceder esta abertura, seria criado precedente para muitas outras?
 
Certamente. Agora se diz que isso só será concedido em alguns casos. Mas quem conhece um pouco os homens sabe que quando se cede em um caso, se cede em todos os outros. Se for admitida como lícita a união entre divorciados recasados, se abrirá então as portas a todo tipo de união que não está em conformidade com a lei de Deus, porque será eliminado o baluarte conceitual que protege a boa doutrina e a boa pastoral que daí deriva.
 
 
Os reformadores frequentemente falam de um Jesus disposto a tolerar o pecado, para caminhar ao encontro dos homens. Mas era assim?
 
Um tal Jesus é uma invenção que não tem respaldo algum nos Evangelhos. Basta pensar no confronto com o mundo no Evangelho de São João. Jesus foi o maior opositor do seu tempo e ainda o é também nos tempos de hoje. Pense no que Ele disse à mulher flagrada em adultério: “Nem eu te condeno, vá e de agora em diante não peques mais “(Jo 8, 11).
 
 
Admitir à comunhão divorciados recasados mina Sacramento do Matrimônio, mas também o Sacramento da Eucaristia. Não lhe parece uma consequência que toca o próprio coração da igreja?
 
Na Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 11, São Paulo ensina que aqueles que recebem a Eucaristia em estado de pecado comem sua própria condenação. Acesso à Eucaristia significa estar em comunhão com Cristo, ou seja, se conformar a Ele. Muitos se opõem à idéia de que a Eucaristia não é o Sacramento dos perfeitos, mas este é um argumento falso. Nenhum homem é perfeito e a Eucaristia é o sacramento daqueles que estão lutando para se tornarem perfeitos, segundo ordenou o próprio Jesus: ser como nosso Pai que está nos céus (Mt 5, 48). Mesmo aqueles que lutam para alcançar a perfeição pecam, é claro, e se eles se encontram em um estado de pecado mortal não podem comungar. Para fazê-lo devem confessar o seu pecado com arrependimento e com a intenção de não o cometer mais: isso se aplica a todos, incluindo aos divorciados que voltaram a se casar.
 
 
Hoje, a participação na Eucaristia quase não é vista mais como um ato sacramental, mas como uma prática social. Já não significa comunhão com Deus, mas aceitação por parte de uma comunidade. Não está aí a raiz do problema?
 
É verdade, está se tornando cada vez mais difusa essa idéia protestante. E não se aplica somente aos divorciados que voltaram a se casar. Frequentemente se ouve dizer que, em momentos especiais como primeira comunhão, confirmação dos filhos ou em casamentos, até mesmo os não-católicos podem ser admitidos à Eucaristia. Mas isso, novamente é contra a fé, é contra a própria verdade da Eucaristia.
 
 
Em vez de um debate sobre estas questões, o que um Sínodo deveria produzir?
 
O Sínodo não é uma assembléia democrática, onde os bispos se reúnem para mudar a doutrina católica segundo o voto da maioria. Eu gostaria que ele se tornasse uma oportunidade para dar o apoio aos pastores e todas as famílias que querem vivenciar melhor a sua fé e sua vocação, para apoiar aqueles homens e mulheres que, apesar das muitas dificuldades, não querem romper com o que ensina o Evangelho. É isso que deveria fazer um Sínodo sobre a família, ao invés de se perder em discussões inúteis sobre questões que não podem ser discutidas, numa tentativa de mudar verdades que não podem ser mudadas. Na minha opinião, teria sido melhor que tivessem removido estes temas da mesa porque não estão disponíveis. Que se fale em como ajudar os fiéis a viver a verdade do matrimônio. Que se fale da formação das crianças e jovens que chegam ao casamento sem conhecer os elementos fundamentais da fé e depois caem diante das primeiras dificuldades.
 
 
Os reformadores não pensam naqueles Católicos que mantiveram a sua família unida, mesmo diante de situações dramáticas renunciando à reconstruir as suas vidas?
 
Muitas pessoas que fizeram esse esforço agora me perguntam se eles fizeram tudo errado. Eles se perguntam se jogaram fora suas vidas em sacrifícios inúteis. Não é aceitável tudo isso, é uma traição.
 
 
O senhor não acha que a crise moral está ligada à crise litúrgica?
 
Certamente. No pós Concílio se verificou uma queda na vida da fé e da disciplina eclesiástica, evidenciada especialmente pela crise da liturgia. A liturgia tornou-se uma atividade antropocêntrica, acabou por refletir as idéias do homem ao invés do direito de Deus ser adorado como Ele mesmo pede. A partir daqui, segue-se também no campo moral a atenção quase exclusiva às necessidades e desejos dos homens, ao invés daquilo que o próprio Criador inscreveu nos corações de todas as criaturas. A lex orandi está sempre vinculada à lex credendi. Se o homem não reza direito, então também não crê corretamente e portanto não se comporta bem. Quando vou celebrar a missa tradicional, por exemplo, eu vejo tantas belas jovens famílias com muitos filhos. Eu não acho que essas famílias não têm problemas, mas é claro que têm mais força pra enfrentá-los. Tudo isso deve significar alguma coisa. A liturgia é a expressão mais perfeita, mais completa da nossa vida em Cristo e quando tudo isso diminui ou é traído todos os aspectos da vida dos fiéis são feridos.
 
 
O que pode dizer um pastor ao Católico que se sente perdido diante desses ventos de mudança?
 
Os fiéis devem ter coragem, porque o Senhor nunca vai abandonar a sua igreja. Pense em como o Senhor acalmou o mar tempestuoso e as suas palavras aos seus discípulos: ” Por que temeis, homens de pouca fé?” (Mt 8, 26). Se este período de confusão parece colocar em risco a sua fé, devem se empenhar com mais vigor em levar uma vida verdadeiramente Católica. Mas eu me dou por conta que viver nestes tempos comporta um grande sofrimento.
 
 
Acha difícil não pensar em um castigo?
 
Isso eu penso antes de tudo pra mim mesmo. Se eu estou sofrendo agora pela situação da igreja, acho que o Senhor está me dizendo que eu preciso de uma purificação. E penso também que se o sofrimento está tão generalizado, isso significa que há uma purificação da qual toda a igreja tem necessidade. Mas isso não depende de um Deus que só está esperando para nos punir, depende de nossos pecados. Se de alguma forma traímos a doutrina, a moral ou liturgia, inevitavelmente segue-se um sofrimento que nos purifica para trazer-nos de volta ao caminho reto.
 
Fonte da entrevista: Fratres in Unum

domingo, 19 de outubro de 2014

O Sínodo "da família"... A Fé Católica foi alterada?




Caros leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Desde o dia 05 do mês de outubro presente, vem acontecendo em Roma o Sínodo da Família, reunião - convocada pelo Papa - de Bispos vindos do mundo inteiro para tratar de questões relativas à Igreja. Tal reunião tem como objetivo consultar, discutir e propor maneiras de se tornar a evangelização mais efetiva. No Sínodo em questão, por ter sido denominado "Sínodo da Família", compreende-se que seu objetivo seria o de servir para tratar de assuntos ligados à família católica em nossos dias, suas dificuldades, experiências e testemunhos de vida familiar. Dito isso, compreende-se então que um Sínodo NÃO SERVE para diminuir, alterar ou modificar qualquer doutrina da Igreja, tampouco inventar novas doutrinas. Disso já devemos concluir que, ao contrário do que é maldosamente divulgado pela mídia mundana, a Igreja NÃO VAI (nem pode) mudar sua Fé adaptando sua doutrina aos "tempos modernos".

Tendo isso bem compreendido, podemos agora sim tratar da crise na Igreja, evidenciada como nunca durante a realização do presente Sínodo, cujo ápice pode ser visto quando da publicação do Relatório apresentado ao mundo na última segunda-feira (13 de outubro). Só para se ter uma ideia, ainda que saibamos que o tal relatório não possui o peso de documento magisterial (nesse sentido não tem peso algum), ainda que a mídia mundana noticie aos 4 ventos que a Igreja mudou sua doutrina, apenas o fato de se estar discutindo estes temas (comunhão a divorciados em segunda (ou mais) união, "casamento" entre pessoas do mesmo sexo, etc.) por si só já constitui um escândalo, uma vez que a Igreja com seus dois mil anos já se pronunciou por diversas vezes a respeito, tendo uma doutrina sólida e clara quanto a estes temas. Mesmo uma criança de catequese deveria saber o que a Igreja ensina sobre temas que agora são apresentados para discussão por ninguém menos que... bispos! Quer dizer, bispos não... um bispo, ou melhor, um Cardeal... Walter Kasper.

Tudo começou quando o Cardeal Kasper fez o discurso de abertura do Consistório realizado no mês de fevereiro, onde levantou temas - até então - indiscutíveis por já terem sido definidos pelo Magistério da Igreja (vide AQUI). O discurso de Kasper, contendo propostas verdadeiramente escandalosas, além de causar desconforto entre os membros presentes no Consistório, suscitou reações de prelados em diversas partes do mundo.

Mas, afinal, por que será que justo o cardeal Kasper, homem já conhecido entre os católicos fiéis por defender posições heterodoxas - e mesmo heréticas - foi o encarregado de fazer o discurso do Consistório de fevereiro? Ora, porque foi escolhido por ninguém menos que... o próprio Papa Francisco.

E isso foi o mais assustador. Não só pela - trágica - escolha de Francisco, mas sobretudo porque conforme o artigo citado acima, Francisco elogiou o discurso de Kasper, o que nos leva a acreditar que o Papa concorda com aquilo que foi dito.

Mas, antes de que nos digam:

"peraí, se o papa concorda ou nos impõe aquilo defendido por Kasper, devemos aceitar e obedecer",

respondemos: A Fé vem de Cristo e nos foi transmitida pelos Apóstolos, sobretudo Pedro e seus sucessores. Este tem a missão de nos confirmar na Fé. Mas antes, deve ele também estar sujeito à Fé para que assim possa nela nos confirmar. Em outras palavras, também Pedro deve se submeter à Fé apostólica transmitida por Cristo e confirmada por seus sucessores, jamais inventar novidades que contradigam algo já definido anteriormente.

"Tá, mas e o que deveríamos fazer caso isso viesse a acontecer?", poderiam nos perguntar. Bem, isso já nos foi respondido por Deus Nosso Senhor através das Sagradas Escrituras:

"Mas, ainda que alguém - nós ou mesmo um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, seja anátema" (Epístola de São Paulo aos Gálatas, cap. 1 vers. 8)

Portanto, para que possamos compreender a gravidade da situação à qual nos encontramos, devemos ter claramente em nossos corações que Deus já revelou sua Verdade à Igreja, que já a confirmou ao longo de seus dois mil anos e que ninguém, nem mesmo o Papa pode mudá-la. Ao contrário, sua missão deve ser confirmá-la para que assim possa confirmar-nos na Fé.

Papa Francisco e o Cardeal Kasper (semeador de confusão)
 
Ainda sobre as reações ao desastroso discurso do Cardeal Kasper - e que foi uma prévia do que viria a ser apresentado no Sínodo - além de entrevistas, sermões e artigos de clérigos e fiéis do mundo todo, recentemente foi publicado um livro de peso que visa desmascarar as tais teses heréticas e heretizantes de Kasper. Seu autor? Na verdade 5... Cinco dos mais importantes Cardeais (dentre eles o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé). O título? "Permanecer na Verdade de Cristo". Para saber mais clique AQUI).

Os Cardeais Walter Brandmüller, Raymond Burke, Gerhard Müller, Carlo Caffarra e Velasio De Paolis, coautores do Livro
Como sabemos, além das ideias "problemáticas" do Cardeal Kasper (sobre comunhão de divorciados), no relatório publicado na última segunda-feira foram introduzidos parágrafos ainda mais escandalosos referentes aos homossexuais. Quando questionado sobre isso, o relator do documento - cardeal Péter Erdö - apontou como autor (aquele que introduziu tais parágrafos) o Arcebispo Bruno Forte. Tais parágrafos (assim como todo o texto) serviram apenas para lançar mais confusão aos já ignorantes fieis de todo o mundo, além de serem instrumentalizados pela mídia que viu nesse documento a oportunidade de associar a Igreja às suas bandeira anticristãs.
 
Maldosamente querem transmitir às pessoa a ideia de que a Igreja - até hoje - pregava o afastamento ou mesmo o ódio a pessoas com tendências homossexuais e que, só agora (após dois mil anos) estaria "se abrindo" e "sendo misericordiosa" com essas pessoas. Ora, nada mais falso e mentiroso. Todo cristão católico deve (deveria ao menos) saber que a Igreja sempre pregou que se tratasse essas pessoas como a qualquer outro irmão, respeitando-as e acolhendo-as com amor e cuidado. Mas isso se refere às pessoas e não aos seus atos, uma vez que tais pessoas só podem ser acolhidas na Igreja SE quiserem, isto é, se estiverem dispostas a LUTAR CONTRA suas tendências (pois transformar a tendência em ATO é pecado e os ATOS homossexuais são gravemente desordenados, isto é, pecaminosos). É o mesmo procedimento com relação a QUALQUER pecador, ou seja, só pode ser admitido na Igreja o pecador que esteja ARREPENDIDO de seus pecados e com o propósito de MUDAR de vida, não aquele que quer continuar em situação de pecado e acha que a Igreja que deve se adaptar a ele. Para o divorciado, idem. Sendo assim, não adiantaria em nada "liberar" a Comunhão para divorciados, ou para ser mais preciso, pioraria drasticamente sua situação, uma vez que os casais que vivem com segundos (ou terceiros) companheiro, vivendo nessa situação encontram-se em estado de PECADO MORTAL e, conforme São Paulo, estariam comungando "sua própria condenação". Isso não é "discriminação", "exclusão", falta de (falsa) misericórdia, mas antes, isso é a Fé Católica, válida para qualquer pessoa que ame a Deus e queira salvar sua alma. A Verdade não pode se conformar a nossos caprichos. Nós é que devemos nos conformar à VERDADE!

Viva Cristo Rey!

José Santiago Lima

*                        *                        *                        *                        *                        *                        *

P.S. Este artigo já estava quase finalizado quando noticiaram a publicação do Relatório final do Sínodo. Pelo que soube, foram retirados os parágrafos e afirmações heterodoxas. Ainda assim, falta um pronunciamento do Santo Padre, que, conforme esperamos, será para confirmar a Doutrina Católica.
 
Rezemos pela Igreja em seu terrível momento. Rezemos pelo Papa!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

32º PAPA: São Melquíades - ano 311 a 314

Papa São Melquíades (ou Milcíades) (32º Papa)
Pontificado: do ano 311 ao ano 314
 



Sucessor de Santo Eusébio, Melquíades era natural da África e assumiu o trono pontifício em Roma em 311, após o imperador Maxêncio ter exilado Eusébio para a Sicília. Durante seu pontificado, em outubro de 312 dC, Constantino derrotou Maxêncio na histórica batalha de Roma, a qual atribuiu ao Deus dos cristãos, assumindo assim o controle de Roma. Logo no início de 313 dC, Constantino e seu companheiro imperador Licínio chegaram a um acordo no Édito de Milão, indicando que eles iriam garantir a liberdade religiosa aos cristãos (e outras religiões), assim como restaurar as propriedades eclesiásticas. Constantino, além de converter o cristianismo na religião oficial do Estado, cedeu seu próprio Palácio, em Latrão - o Palácio laterano - que se tornou a residência papal e sede do governo cristão por 770 anos (313 a 1083).


Também em 313 dC, Melquíades presidiu um Sínodo Laterano em Roma, Sínodo este que inocentou Cecílio e condenou o bispo Donato de Cártago ("Donato Magno") como um cismático (veja Donatismo). Durante os quatro anos de pontificado foi um grande defensor da fé e combateu principalmente as ameaças que nasciam no interior da Igreja com os hereges. Aproveitou a liberdade religiosa para organizar as sedes paroquiais em Roma e recuperar os bens da Igreja perdidos durante a perseguição.

Recebeu de volta os bens da Igreja confiscados durante as perseguições do passado e construiu a Basílica de São João, e através da Eucaristia, semeou a Unidade da Igreja de Roma com as demais Igreja. Foi então convidado para o Concílio de Arles, mas morreu antes de poder participar.
 



São Melquíades, Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Terrível sintoma do agravamento da Crise na Igreja: o caso LIVIERES

ou ainda: "A noite escura da Igreja" - parte 2
 
 
Para a maior parte dos católicos, desde os chamados "católicos de IBGE" (ou "católicos de nome") aos ditos "católicos praticantes", não há nada de errado com a Igreja nos tempos em que vivemos. O próprio Papa Francisco chegou a dizer que:
 
 
 
 "a Igreja nunca esteve tão bem como hoje" (Papa Francisco, 16 de setembro de 2013) 

No entanto, é de conhecimento geral que os últimos papas, predecessores de Francisco, discordavam totalmente desse seu comentário:

 
“por alguma fissura a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus.” (Papa Paulo VI, 29 de junho de 1972)


 
"Temos que admitir realisticamente e com sentimentos de intensa dor que hoje os Cristãos, na sua grande parte, sentem-se perdidos, confusos, perplexos e mesmo desapontados; abundantemente se espalham ideias contrárias à verdade que foi revelada e que sempre foi ensinada; heresias, no sentido lato e próprio da palavra, propagaram-se na área do dogma e da moral, criando dúvidas, confusões e rebelião; a liturgia foi adulterada. Imersos num relativismo intelectual e moral e, portanto, no permissivismo, os Cristãos são tentados pelo ateísmo, pelo agnosticismo, por um iluminismo vagamente moral e por um Cristianismo sociológico desprovido de dogmas definidos ou de uma moralidade objetiva"
(Papa João Paulo II, 07 de fevereiro de 1981)

"vivemos uma apostasia silenciosa" (Papa João Paulo II, 28 de junho de 2003)




"A Igreja está desfigurada" (Papa Bento XVI, 13 de fevereiro de 2013)

Se já nos pontificados anteriores a crise na Igreja se tornara evidente a tal ponto de os Papas sobre ela se pronunciarem, no pontificado de Francisco - ainda que alguns a neguem ou a ignorem - ela atinge seu ápice. Um brevíssimo resumo do que nos motiva a chegar a essa conclusão deveria conter - além da dúvida, perplexidade e confusão dos tempos atuais - os seguintes episódios:
 
  • Deposição de cardeais ortodoxos (o caso mais recente seria o do exemplar cadeal Burke) e a reabilitação ou promoção de clérigos de reputação e doutrina duvidosa.
 
  • A escandalosa, injustíssima e incompreensível perseguição à congregação mais frutuosa da Igreja nas últimas décadas: Os Franciscanos da Imaculada. Vale lembrar, não sem lamentar, que tal perseguição vergonhosa é conduzida pelo ditador, digo, padre Fidenzio Volpi e o não menos vergonhoso cardeal brasileiro Braz de Aviz.
 
  • A defenestração do Bispo da Diocese modelo de Ciudad del Este, Dom Rogelio Livieres.
 
Embora pudéssemos discorrer sobre cada um dos acontecimentos acima apresentados, comentaremos apenas sobre o caso de Dom Livieres, ex Bispo de Ciudad del Este. Já havíamos mencionado em nosso blog este Bispo e sua frutuosa diocese AQUI. Mons. Rogelio Livieres em 10 anos conseguiu fazer um verdadeiro milagre na Diocese de Ciudad del Este, transformando-a de uma diocese quase insignificante em um dos maiores celeiros de vocações da América Latina. Não somente as vocações cresceram, mas toda a vida da Diocese foi verdadeiramente transformada: população presente nas Missas e demais celebrações litúrgicas, nascimento e crescimento de congregações religiosas, comunidades, cursos de formação em todos os âmbitos, criação de capelas de adoração perpétua ao Santíssimo por toda a Diocese, enfim, consequente e visível crescimento em todas as práticas eclesiais e maior participação dos diocesanos na vida sacramental (aumento de conversões, batismos, matrimônios, etc...). Como não poderia ser diferente, Dom Rogelio mostrou-se amigo da Tradição, fomentando o amor, respeito e instrução nas práticas tradicionais e piedosas (inclusive a Missa Tradicional que também ele celebrava).
 
Como pastor amante da Verdade Católica, defensor da Fé e do Santíssimo Sacramento (basta ler o artigo onde publicamos a carta de Mons. Livieres sobre a Santíssima Eucaristia AQUI), combateu a "Teologia da Libertação" até então seguida de maneira explícita ou velada por grande parte de seus pares (bispos paraguayos), o que lhe rendeu inimizade e diversos inimigos. Além disso, seu modo "tradicionalista" e sua decisão de criar o seminário de sua própria diocese (o que o direito da Igreja lhe permite) enquanto todas as dioceses paraguayas enviavam seus jovens para serem formados em um único seminário nacional fez com que ele fosse verdadeiramente odiado.
 
Poderíamos dar uma série de outros detalhes que completariam os relatos sobre o porquê de Dom Livieres ter se tornado o "bispo odiado" por parte de muitos dos responsáveis pela arrasada Igreja Paraguaya, mas, por ora, ficaremos por aqui. Basta concluirmos com o que aconteceu recentemente: Dom Livieres e sua Diocese foram alvos de uma Visita Apostólica (e isso enquanto centenas de Dioceses clamam por uma intervenção da Santa Sé) que, conforme relatos do próprio site da Diocese (diocesiscde.info), serviria apenas para comprovar o Êxito da vida diocesana e dirimir possíveis dúvidas.
 
Pois bem, Mons. Livieres foi chamado à Roma, lá foi sumariamente "despedido" sem que sequer pudesse se defender. Pediu que lhe apresentassem ao menos os relatórios da Visita Apostólica para que pudesse saber o porquê de sua demissão, sobre o que estava sendo acusado e assim pudesse preparar sua defesa. Isso também lhe foi negado. Por fim pediu para ser recebido pelo Santo Padre para que pudesse lhe esclarecer qualquer coisa ou ao menos receber uma orientação paterna mas, ao que parece, o Papa não quis recebê-lo. Toda a situação pode ser melhor compreendida ao se ler a explêndida e comovente carta escrita por Dom Livieres ao Cardeal Ouellet (AQUI). Enfim, como se já não bastasse a cadeia de injustiças que terminaram pela ainda mais injusta deposição deste grande bispo católico, nem ao menos foi digno de ser recebido pelo Papa (que curiosamente recebe ateus, protestantes, judeus, muçulmanos, amancebados públicos e promotores de erotismo na Argentina).
 
Embora alguns digam que, justo ou não, é o Papa e pode fazer o que quiser, perguntamos: Mas, e quanto aos padres rebeldes que desafiam a doutrina católica? Nem uma chamadazinha de atenção? E às freiras abortistas norteamericanas que se rebelaram contra a Igreja? Nada?
 
Para finalizar: nós católicos não são somos anglicanos ("igreja" da Inglaterra), não somos luteranos ou pentecostas, enfim, não somos protestantes! Não somos independentes! Não seguimos a "igrejas"   nacionais! O catolicismo é universal, até porque é isso o que significa a palabra católico.
 
As conferências episcopais não são de direito Divino! De certa forma, as conferências episcopais usurpam a autoridade do Papa, assim como também a autoridade que possui o Bispo sobre sua diocese.
 
Segundo o que foi informado pela nota do Vaticano, a razão da destituição de Dom Livieres foi "falta de comunhão" com os bispos paraguayos, ou seja, falta de comunhão com a conferência episcopal. Tal razão é profundamente anticatólica, uma vez que a comunhão do Bispo não é com nenhuma Igreja nacional, a comunhão do Bispo deve ser com o Romano Pontífice e, através e juntamente com ele, com a Igreja Universal.
 
Dom Livieres não é hereje, não é cismático, não é um imoral indigno de ser Bispo! É simplesmente um Bispo que exercia sua potestade na sua própria diocese, potestade para ter seu próprio seminário.
 
Se não havia "entendimento"entre ele e outros bispos de seu país, isso não seria razão para destituí-lo. Outra prova da injustiça dessa destituição. Outra prova da crise na Igreja.

Virgem Santíssima, rogai pela Igreja de Vosso Filho!
 
 
José Santiago Lima


O grande "pecado" de Dom Livieres. Transformar uma pequena diocese em um reduto do catolicismo verdadeiro e frutuoso.
Acima, imagem dos seminaristas da Diocese. Por que se dá um escorpião a quem merecia ser congratulado?

terça-feira, 7 de outubro de 2014

“Antes morrer que nos perverter ao Islã”, dizem os católicos iraquianos



É melhor morrer do que nos perverter” – afirmaram corajosamente, em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera –, os católicos que iraquianos que fugiram das milícias islâmicas.
 
A despeito de idílicas crenças e ilusões “ecumênicas”, a pérfida religião de Alá está massacrando com crueldade cristãos, além de muçulmanos considerados não suficientemente fiéis.
 
Os católicos, porém, manifestam uma coragem que só pode vir do Céu e que intimida os sanguinários seguidores do Corão.
 
Os católicos iraquianos têm em conta de “traidor” aquele que, para salvar a vida, ou propriedade e o dinheiro, pronuncia a “Shahada”, que é a declaração de conversão ao Islã.
 
O jornal “Corriere della Sera”, laicista e dialogante face ao islamismo, reconhece que os católicos iraquianos “demostram uma fé e uma determinação de permanecerem fiéis que, para nós europeus, pode parecer coisa do passado, uma rememoração de tempos antigos”.
Salem Elias Shannun, 57; Habib Noah, 66; Najib Donah Odish, 67, e Yohannah Kakosh, 65, contaram:
 
Tentaram durante um mês. Todo dia vinham nos dizer para nos tornarmos muçulmanos. Um dia pela manhã dissemos a eles que seria melhor eles se batizarem. Então nos golpearam ainda com mais força”.
 
Os quatro moravam na aldeia de Batnaia, cerca de 15 km a oeste de Mosul. Após passarem 22 dias com os jihadistas que ocuparam suas casas e ficarem 12 dias presos no cárcere de Hawuja, eles acabaram chegando à cidade de Erbil.
 
Perto dali, no hospital de Zakho, estavam se tratando três moças muçulmanas que conseguiram fugir do mercado do sexo da zona ocupada pelos muçulmanos do ISIS. Pertencentes a seitas islâmicas diferentes, elas haviam tentado o suicídio. Uma delas morreu, pois, segundo o costume do Corão, as violentadas ou desonradas devem ser mortas pela própria família.
 
Os cristãos, porém, inspiram temor aos fanáticos islâmicos.
 
Na primeira semana que chegaram a Batnaia, eles nos deixaram em paz, sem ameaças. Pelo contrário, até nos trouxeram alimentos e água. Na nossa aldeia, de 3.000 habitantes, ficamos apenas cerca de 40",
 
Eles nos diziam para telefonar aos nossos parentes a fim de convencê-los a voltar. Depois começaram a insistir que tínhamos de nos converter. Todos fomos surrados repetidamente. E, os mais jovens, de modo prolongado”, lembram os quatro.
 
Eles quase choravam quando descreviam a profanação da “Mar Kariakos”, a basílica local.
 
“O pior de todos era um iraquiano de uns 50 anos, que se fazia chamar de Abu Yakin. Era ele que mandava seus homens nos golpear. Ameaçava-nos.
 
“Ele ordenou que as cruzes fossem despedaçadas na igreja, que as imagens de Nossa Senhora e de Jesus Cristo fossem decapitadas e usadas como alvos para os fuzis kalashnikov”.
 
 
Mas a apostasia estava fora de discussão. O Pe. Paolo Mekko, teólogo e pároco, que não abandonou seus diocesanos na planície de Nínive, relembra textos da história da Igreja relativos aos primeiros mártires.
 
A graça de Deus anima seus filhos, especialmente nos momentos mais difíceis, conferindo-lhes forças para derrotar moralmente seus adversários ou a partir para o Céu, sem necessidade de recorrer aos sofismas relativistas “ecumênicos” que nada resolvem no momento decisivo.