Papa São Lino (2º papa)
Pontificado: do ano 67 ao ano 79
Pontificado: do ano 67 ao ano 79
São Lino foi o segundo Papa da Igreja Católica, portanto, o primeiro
sucessor de São Pedro na Sé apostólica, de quem pessoalmente recebeu o poder
das chaves para guiar o rebanho de Cristo. Nasceu na localidade de Volterra, na
Toscana, Itália.
Antes,
porém, que fosse eleito Papa, trabalhava pela salvação das almas ao lado de
São Pedro, de quem era grande colaborador. Tanto foi assim que dele mesmo
recebeu a missão de pregar na Gália (hoje França), a fim de levar a luz da fé às
nações pagãs. Chegando àquelas terras, estabeleceu-se em Becanson, capital de
Franco Condado. Graças ao apoio que tinha do tribuno Onósio, principal
magistrado que tinha por missão lutar pelas causas do povo, São Lino acabou
transformando-se em um homem público, exercendo preponderante papel junto à
população. Em pouco tempo tornou-se um líder influente, de grande capacidade
intelectual. Dada as circunstâncias, aproveitou o terreno para plantar as
sementes da verdadeira Religião, mesmo sabendo que os obstáculos, dificuldades e
perseguições seriam inevitáveis. Por conseguinte, empreendeu intenso esforço
para afastar o povo da idolatria e da adoração de deuses estranhos. Seus
discursos eram duros, porém, verdadeiros e por isso, não tardou que acabasse
sendo violentamente escorraçado da cidade. Era uma figura extremamente
incômoda e inconveniente aos líderes pagãos, que diante da persuasão junto ao
povo, temiam a perda de seu espaço.
Em sua última prática na cidade de Becanson, São Lino criticou e repreendeu
veementemente os idólatras, feiticeiros renomados e diversos pagãos, que
ofereciam sacrifícios aos seu ídolos e seus deuses. "Cessai", disse o santo,
"cessai de render adoração a tão vis criaturas". Os líderes presentes,
percebendo que estavam prestes a cair em descrédito pela força de sua palavra,
gritaram ao povo, dizendo que as insolências sacrílegas proferidas por Lino,
iriam provocar a ira dos deuses e caso lhe dessem ouvidos, sério castigo se
precipitaria sobre o povo. Continuando a esbravejar, incitaram o povo, que
acabou investindo contra o santo mediante golpes, tendo sido expulso da cidade
completamente ferido e também abandonado, até mesmo por aqueles que sempre o
apoiaram. Dali retornou para Roma, onde permaneceu até ser escolhido como
sucessor de São Pedro. As sementes que deixou para trás, germinaram com grande
vigor, tanto que passaria a ser venerado pelo povo, tempos depois, em sua
primeira Sede Episcopal de Becanson.
Reza a tradição que antes de ser crucificado, São Pedro ao transmitir-lhe a
sucessão Papal, disse-lhe: "Tu és Pedro!", em alusão às palavras do Divino
Mestre, quando lhe conferiu a primazia no governo da Igreja: "Tu és Pedro e
sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela" (Mt 16, 18).
Considerando suas grandes virtudes como defensor da fé nos trabalhos apostólicos, seu zêlo ardentíssimo desenvolvia claramente a causa da Santa Igreja, principalmente no tempo que mais furiosa andava a perseguição. Além disto, enfrentou a feitiçaria e as primeiras chamas de heresia, que já tentavam se infiltrar no seio da Igreja para adulterar os preceitos da Religião de Cristo. Sagrou sacerdotes em duas ordenações e nomeou os primeiros quinze bispos, transmitindo a eles, com sua autoridade divina, os poderes apostólicos do clero católico nascente. Além de prescrever diversas outras normas fundamentais, estabeleceu, mediante decreto, que as mulheres, para entrarem na igreja, deveriam cobrir a cabeça com véu.
Seu nome figura como uma das mais nobres vítimas das perseguições da Igreja
primitiva. Exerceu o seu pontificado na mais intensa magnitude apostólica,
desbravando terrenos pagãos e derrubando a idolatria, feitiçaria e todo o tipo
de influência maligna que tentava estabelecer-se em território sagrado.
Foram-lhe
atribuídos milagres e diversas curas, dentre as quais a da filha do cônsul
Saturnino, considerada endemoniada. E foi justamente o ingrato Saturnino
quem proferiu sua sentença de morte. Diz-se que, influenciado pelos sacerdotes
dos falsos ídolos, ordenou que São Lino fosse decapitado, fato consumado no dia
23 de setembro do ano 79. Seu nome aparece na Sagrada Bíblia, no texto da segunda Epístola de São Paulo à Timótio (cap. 4 vers. 21).
Seu corpo
acha repouso ao lado do príncipe dos Apóstolos, tendo a Igreja o incluído no
catálogo dos Santos Mártires.
São Lino Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!
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