"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

domingo, 30 de março de 2014

16º PAPA: São Calisto - ano 217 a 222

 
Papa São Calisto I (16º Papa)
Pontificado: do ano 217 ao ano 222 

 
A Igreja comemora no dia 14 de outubro, a festa do Papa São Calixto I.  Natural de Roma e sucessor de São Zeferino, pertence também ele ao grêmio dos Papas que deram a vida defendendo fé.

Foi escravo de Aurelius Carpoforus, pai da família imperial. Conta-se que Aurelius era cristão e pelas suas convicções acabou concedendo a liberdade  a Calixto a quem,  inclusive,  doou uma soma para que  ele pudesse abrir o próprio negócio. Sucede que Calixto, não aproveitando a oportunidade,  acabou fracassando, além do que chegou a apropriar-se de certa quantia de Aurelius e conseqüentemente  acabou fugindo para Roma,  onde acabou sendo capturado e  teve  de  trabalhar  para devolver o dinheiro furtado. O pai do imperador, porém,  deu-lhe uma segunda chance, determinando a sua libertação.  Mesmo assim, Calixto envolveu-se em algumas aventuras desonestas,  fazendo com que fosse enviado para a Sardenha,  onde passou um bom período submetido a penas forçadas, em trabalhos realizados junto às minas.  Nesta época reinava o imperador Cômodo e  sua esposa Márcia, sendo um período, favorável aos cristãos exilados, pois muitos receberam a liberdade, tendo Calixto sido também beneficiado.

O Papa Zeferino, então,  acabou contratando os serviços de Calixto. Desempenhou-se tão bem nas suas atividades,  que acabou sendo nomeado secretário e  posteriormente, homem de confiança do Papa.   Ficou muito famoso pelo empreendimento de grandes feitos administrativos, dentre os quais a organização das catacumbas de Roma, onde estavam depositadas as relíquias dos santos da Igreja primitiva. Grande parte destas catacumbas ficaram muito conhecidas e levam o seu nome (famosas catacumbas de São Calixto).
 
Imagens atuais das Catacumbas de São Calixto, lugar de peregrinação dos cristãos

Ali 46 Papas e e milhares de  mártires encontram-se enterrados. Possuem quatro pisos sobrepostos e mais de 20 quilômetros de corredores. Construiu também  a Basílica de Santa Maria, em Trasverre, cuja primeira Igreja dedicou à Virgem Maria.

Após o martírio de São Zeferino,  o clero e o povo de Roma  elegeram São Calixto como a pessoa mais preparada para assumir o governo da Igreja. Era notável sua fama de devoção e  piedade. Havia, muito antes, declarado publicamente  seus pecados,  afirmando que,  se  um pecador sinceramente contrito,  se entregasse  à penitência e deixasse  para trás suas maldades, poderia voltar a ser admitido entre os fiéis cristãos católicos, e que nenhum bispo o poderia destituir, mesmo que por grave pecado,  caso se arrependesse  e viesse a levar vida de conversão e penitência.
 

Ocorreu que  um tal Hipólito, baseado no passado e associando nelas as declarações feitas,  opôs-se terrivelmente, de forma que investiu de todas as formas para que Calixto fosse deposto do trono pontifício, mas  seus argumentos não encontraram eco nem no seio da Igreja,  nem junto aos  cristãos católicos.
 

Em tempos de perseguição, Santa Missa
realizada junto aos mártires nas
catacumbas de São Calisto

Durante seu pontificado, converteu muitos  romanos ao cristianismo e  curou a  vários  doentes que padeciam de graves enfermidades. Também defendeu e consolou a muito cristãos, vítimas  de perseguições  movidas pelos pagãos. Costumava penitenciar-se  com freqüência, inclusive,  chegou  a  submeter-se a  40 dias consecutivos de jejum. Combateu  com constância as  heresias  adocianistas e  modalistas.
 
Foi ele também vítima de uma grande insurreição popular.  Havia entre os pagãos, ódio generalizado por causa do tratamento favorável que o imperador Eligobalo estava concedendo aos cristãos.  No mesmo ano (222), porém,  pouco antes  do martírio de São Calixto,  Eligobalo e sua mãe seriam assassinados.
 
Assumindo o imperador Alexandre Severo, não conseguiu deter o ódio popular e mandou prender Calixto, o qual foi enviado ao cárcere, onde deixaram-no por muitos dias sem comida e sem bebida.  Em silêncio, porém ,  foi encontrado pelos  guardas com semblante muito tranqüilo. Perguntaram-no se tinha fome ou sede  após tanto tempo sem água ou comida, no que respondeu: “Acostumei meu corpo a  passar dias e semanas sem comer e nem beber, por amor ao meu amigo Jesus Cristo”.
 
Foi no cárcere que, com suas orações, curou a  esposa do carcereiro quando ela  já agonizava. Por este milagre,  o carcereiro deixou-se batizar com toda sua  família, ingressando na santa religião cristã.
 
Finalmente,   por ordem imperial,   São Calixto foi jogado num poço profundo, que foi coberto até a boca com terra e  diversos escombros.  O poço de Calixto é um local  turístico de Roma ,  e está situado no Tribunal do convento de São Calixto, próximo à Basílica de de Santa Maria, em  Trastevere,  venerado até hoje pelos  cristãos. Suas relíquias, porém,  descansam no cemitério de Calepódio, em Aurélia.    
 

 

São Calixto I Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!

segunda-feira, 24 de março de 2014

Breve reflexão sobre a masculinidade e a feminilidade

Excelente - embora como o próprio título informa: breve - reflexão sobre "masculinidade e feminilidade", onde são expostas as contradições do feminismo. Ah, e antes que acusem a mim ou à Igreja de machista, leia nossa postagem "O papel da Igreja, esposa de Cristo, na valorização da MULHER!".

Boa leitura.

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Breve reflexão sobre a masculinidade e a feminilidade


 
Hoje assisti um interessante comercial da Old Spice, enaltecendo a masculinidade (publicado no facebook.com, 17/03/2014, Old Spice Brasil). No momento em que escrevo o vídeo foi divulgado há pouco menos de uma hora, mas já tem cerca de 4,5 mil compartilhamentos e 21,5 mil "curtidas" no facebook.com. Isso revela que há um colossal número de homens incomodados com os discursos "politicamente corretos" de nossos dias, simplesmente esperando alguém aparecer com uma mensagem corajosa e motivadora. Você pode vislumbrar tal comercial clicando -> aqui <-. Ocorre que, como toda a publicação que valoriza o homem, diversos indivíduos logo apareceram para alegar que o mesmo se trata de "apologia ao machismo", levando-me a desferir o seguinte comentário:

- Falar que tem orgulho de ser mulher? "Tudo bem". Orgulho de ser gay? "Parabéns". Mas falar que tem orgulho de ser homem heterossexual virou crime. Com base nisso, pergunto eu: qual é o problema de alguém estar totalmente bem resolvido com a sua sexualidade, com a sua natureza, sua condição de gênero? Qual é o problema em ter alguém realmente feliz e realizado com sua configuração física e mental? Há algum problema na atitude do homem de considerar que a sua condição masculina é a melhor condição na qual ele poderia estar? Por qual motivo o homem não pode se considerar o mais feliz possível ao viver dentro da sua natureza masculina? Não acho que isso seja machismo! Para mim, isso é CONTENTAMENTO.

- Depois de comentar, segui refletindo sobre o que se passa na mente de uma feminista - por qual motivo elas tentam se assemelhar aos homens? Que pensamento as leva ao enfrentamento do indivíduo masculino, promovendo competição e desejo por superá-lo? As minhas conclusões foram as que seguem, publicadas há pouco tempo no facebook.com:

- Homens e mulheres são biologicamente diferentes, pensam de modo diferente, funcionam e reagem de maneiras diferentes e possuem habilidades e capacitações especiais para coisas diferentes. Penso eu que quando as feministas pregam o contrário, bradando que “as mulheres são idênticas aos homens”, estão tanto desprezando a sexualidade feminina, quanto elevando a sexualidade masculina como um ideal a ser alcançado. Fica claro que o que a feminista quer ao negar a maternidade, desvalorizar o seu corpo (além de exigir que o homem não se atraia por ele) e se caracterizar de modo masculinizado é, simplesmente, ser como o homem, ocupar o seu lugar, substituí-lo em sua natureza e função. -

Em momento algum apoiei a desigualdade de gênero - é lógico que defendo a consolidação de direitos iguais. Porém o feminismo há muito desviou-se do caminho da coerência, uma vez que a sua luta por igualdade de direitos já foi devidamente vencida. Hoje as feministas se ocupam em idolatrar a masculinidade e na tentativa de incorporar o masculino aos seus corpos.


Natanael Pedro Castoldi
 
Fonte: Entre o Malho e a Bigorna
 

Acho que essa imagem ilustra bem o que o autor do artigo quis dizer

sexta-feira, 21 de março de 2014

15º PAPA: São Zeferino - ano 199 a 217

Papa São Zeferino (15º Papa)
Pontificado: do ano 199 ao ano 217 



São Zeferino foi o 15º Papa a tombar, martirizado, em defesa da Igreja de Cristo. Era natural de Roma. Dedicou-se com muita diligência e zelo, pregando e testemunhando o Evangelho com grande virtude e sabedoria, qualidades que floresceram no pontificado de São Vitor I, de quem se tornaria sucessor na Sé apostólica.
 
Após o glorioso martírio do Papa São Vitor, ocorrido no dia 28 de julho de 199, o povo de Deus, unido ao clero, reuniu-se em intensas orações, a fim de que o Senhor iluminasse o rebanho para a escolha de um digno vigário. Depois de onze dias de intensas orações, o Espírito Santo manifestou-se em forma de pomba e desceu sobre a cabeça do então presbítero Zeferino, onde repousou por um breve espaço de tempo, desaparecendo em seguida. Os fiéis logo identificaram a escolha de Deus. Por unanimidade, o elegeram no mês de agosto daquele ano, quando assumiu honrosamente o divino governo da Igreja.

Logo no início de seu pontificado, o imperador Septímio Severo moveu, por decreto, intensa perseguição contra a Igreja, fato que levou São Zeferino a tomar as primeiras providências no sentido de zelar pelo rebanho, levando seu auxílio e consolo naqueles dias de grande tribulação.
 
Pessoalmente, de dia e de noite, percorreu infatigavelmente diversas casas, cavernas e locais subterrâneos. Colocou em risco a própria vida, visitando e consolando não só os encarcerados, mas também os condenados, que acompanhava até aos cadafalsos. A todos alentava com palavras e esmolas, levando a eles o Pão dos fortes, regado com o Sangue de Cristo. A cruel perseguição perdurou por nove anos consecutivos, até a morte do imperador Severo, quando a Igreja recobrou um certo período de paz.
 
Editou importantes regras canônicas, especialmente as relativas à disciplina eclesiástica. Foi ele quem determinou que os fiéis católicos comungassem, pelo menos na ocasião da Festa da Páscoa. Também, quanto aos cálices sagrados, até então confeccionados em madeira devido à pobreza de diversas igrejas, determinou que deveriam ser feitos, ao menos de vidro.


Já na Igreja primitiva percebe-se a preocupação dos Pontífices com relação
aos objetos que receberiam os preciosíssimos Corpo e Sangue de Cristo
"ao menos de vidro", determinou o Papa São Zeferino
 
Durante seu pontificado, a cabeça da heresia reergueu-se furiosamente. Praxeas, que no pontificado anterior havia retratado-se da pregação de sua heresia patripasiana (negação da Santíssima Trindade), novamente tentou semear sua doutrina errônea e, por isto, foi duramente combatido pelo Papa. Também Tertuliano, que coberto com uma capa de austeridade e rigor, grande desgosto causou ao Santo Padre, após voltar-se contra ele mediante censuras e ataques. Arrebanhando diversos adeptos, Tertuliano mergulho definitivamente na lama de sua doutrina insana.

Nomeou seu auxiliar Anzio Calisto, seu futuro substituto como papa, e o encarregou de ampliar o cemitério da Via Apia, onde se encontravam os túmulos de ilustres mártires como São Pretextato e Santa Domitila, parenta do imperador Domiciano. Este célebre cemitério, até hoje conhecido sob o nome de "Catacumbas de São Calisto", tornou-se ilustre por sua extensão e por possuir local distinto para os sumos pontífices.
 
São Zeferino governou a Igreja até o ano de 217, quando recebeu a auréola dos mártires no dia 26 de agosto, sob o governo do imperador Antonino.
 
 


 
São Zeferino Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!

terça-feira, 18 de março de 2014

Como os inimigos de Deus reagiram diante da morte?

 
 
Enfrentar Deus enquanto se tem saúde, enquanto se é humanamente pleno (no sentindo de ser um homem completo e saudável intelectual e fisicamente), é fácil. Mas são poucos os que, na avançada velhice ou no limiar da morte, conseguem sustentar sua arrogância e prepotência, seguir lutando contra o Criador, que não somente Se revela na natureza derredor, mas incutiu no homem o "gene divino" e o senso moral - aspectos contra os quais pouquíssimos conseguem resistir quando não há mais volta. "Você está falando coisas sem base nenhuma", alguns podem pensar - e é sempre bom questionar afirmações que não venham acompanhadas de fontes. Por esse motivo é que apresentarei frases derradeiras de grandes representantes do ateísmo, comunismo e demais formas de anticristianismo - tire as suas próprias conclusões.


- Engels, principal propagandista do ateísmo, voltou a reconhecer Deus:
"A vida tem que ser devolvida Àquele que morreu na cruz por todos os homens" (Atheismus - ein Weg. p. 70).


- Lênin, ao final da sua vida pediu perdão por todos os seus erros a Deus, ao mundo:
 
"Cometi um grande erro. A sensação de viver perdido num oceano de sangue derramado por inumeráveis vítimas, persegue-me. Mas já não podemos voltar atrás. Para salvar a Rússia tínhamos precisado de homens como São Francisco de Assis. Dez homens como ele e ter-la-íamos salvo" (Prof. Möbius. Bildpost und Pilger).


- Sinoviev, presidente da Internacional Comunista e colaborador de Lênin, exclamou antes da morte:
 
"Escuta, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Deus" (R. Wurmbrand, Antwort auf Moskaus Bibel. Seewis, 1984. p. 47).


- Hans Frank, ministro do Governo nacional-socialista de Hitler, disse antes de ser executado:
 
"Aceito a morte como expiação pela grave injustiça cometida por nós. Mas espero que a misericórdia divina ainda nos possa salvar" (Prof. Möbius. Bildpost und Pilger).


- J. V. Ribbentrop, ministro alemão dos Negócios Estrangeiros do Governo nacional-socialista, disse antes da morte:
 
"Espero poder ainda ser salvo e obter misericórdia graças ao Sangue redentor de Cristo" (H. Weesling. Was seid ihr traurig).


 
- Heinrich Heine (1797-1856), o grande blasfemo, conhecido de Marx e Moses Hess, reconhece honestamente antes de sua morte:
 
"A velha lira despedaçou-se na rocha que se chama Cristo! Esta lira, dominada por um espírito maligno, celebrou festas maliciosas. A lira, que apelou à revolta, que cantou a dúvida, a blasfêmia, a queda. Oh Senhor, oh Senhor, eu ajoelho-me, perdoa, perdoa-me as minhas canções."


- Karl Marx, segundo a sua empregada (sim, Marx tinha empregados), depois de sua morte:
 
"Era um homem temente a Deus. Quando esteve gravemente doente, rezava sozinho no seu quarto, à luz de muitas velas e punha uma espécie de fita em volta da testa" (S. M. Rii, Karl Marx Master of Fraud, Nova Iorque, 1962. p. 2).

- O próprio Marx disse:
 
"Tenho certeza que perdi o céu por culpa própria. A minha alma que antes pertencia a Deus, está destinada ao inferno. Ah, a eternidade é o nosso tormento, o nosso martírio eterno." (D. blasse Maid, Seg. ME. Vol I-1. p. 55-57).


- Mao Tsé-Tung, dirigente comunista da China, declarou em 1971 a um jornalista britânico:
 
"Em breve vou comparecer diante de Deus."
 
Em 1936 Mao adoeceu gravemente e como Membro do Comitê do Partido Comunista "pediu para ser batizado. Foi uma freira católica que o batizou" (Antw.auf Mosk. Bibel N. 35. p. 47).

- Jaroslavski, presidente do Movimento Ateu Internacional pediu, já no seu leito de morte, a Stalin:
 
"Queimem todos os meus livros!". "Olhem, vejam os Santos! Ele já está há muito tempo à minha espera. Ele está aqui! Queimem os meus livros!" (Antw.auf Mosk.Bibel (N. 35) p. 47).


- L. Pachmann, marxista, secretário do Sindicado Central, detido em 1969:
 
"Durante os poucos dias que passei na prisão entre a vida e a morte, recebi de Deus a fé." (D. Weg u.d. Wahrheit u.d. Leben, ed. pelo Inf. zentr. Ber.der. Kirche. p.11).

Fonte geral: Ciência e Fé em Harmonia, Prof. Felipe Aquino, Cléofas, 2012, pgs 142-143.
 
- É possível entrar em contato com o autor do livro através dessas duas páginas no facebook.com: Prof. Felipe Aquino e Professor Felipe Aquino.

Fiquei arrepiado com algumas das declarações. Só de pensar em quantas pessoas que a humanidade condenou ao Inferno, na verdade estão no Céu com Cristo, me curvo em humildade. Quantos genocidas monstruosos se arrependeram no limiar da morte e foram alegremente aceitos por Deus no Paraíso? Quantos militantes ferrenhos do ateísmo e do comunismo ainda irão se converter no leito de morte? Deus, definitivamente, tem bom humor. Deus, de fato, é maravilhosamente surpreendente.

Natanael Pedro Castoldi

 
Fonte: Entre o Malho e a Bigorna
 
Imagens e adaptação: Blog do Beckman
 
 

domingo, 16 de março de 2014

Sociedade atual É MAIS PECADORA que as anteriores, afirma exorcista

Caros leitores, reproduzo um artigo publicado pelo site ACIdigital onde o famoso sacerdote exorcista, Reverendo Padre Antonio Fortea, afirma ser a sociedade atual mais pecadora que as sociedades anteriores. Para qualquer cidadão minimamente instruído em assuntos de fé/moral, assim como para aqueles não manipulados pela ideias da mídia/governantes/sociedade moderna, é EVIDENTE a degradação da sociedade de nossa época. Mesmo assim, torna-se importante a afirmação por conta de quem a expressou assim como os argumentos que a acompanham. Boa leitura.
 
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Sociedade atual é mais pecadora que anteriores, afirma exorcista
MADRI, 07 Dez. 12 / 10:47 am (ACI/EWTN Noticias).
 

O Pe. Antonio Fortea, exorcista espanhol e autor de livros como a Summa Daemoniaca, advertiu que estamos vivendo “o crepúsculo da sociedade cristã e o raiar de uma mais maligna e mais afastada de Deus, pois os homens de hoje são mais pecadores que no passado.
 
Pe. José Antonio Fortea
Os Santos que nos advertiram do pecado na Idade Média, nos séculos posteriores, no século XIX, teriam ficado desolados ante o panorama atual. Sempre houve pecado, mas nem sempre houve a mesma quantidade de pecado”, expressou o sacerdote em declarações ao grupo ACI.

Pe. Fortea assinalou que isto é a consequência de ter deixado Deus de lado e deixar-se convencer “que a vida sob a Igreja nos séculos passados, foram pouco pior que um inferno”.

A vida nos séculos passados não foi idília, pelo menos não sempre. Mas agora somos iguais aos nossos antepassados, mas sem Deus. Temos as mesmas debilidades, mas agora carecemos da ajuda dos sacramentos, das predicações, da fé. Vemos o resultado disto diariamente”, indicou.

A Mãe de Jesus mostrou a uns pobres pastorinhos uma visão do inferno, isso aconteceu na Fátima.
Beata Jacinta, Irmã Lúcia e Beato Francisco
"Pastorinhos de Fátima"
A pastorinha mais velha manifestou que só puderam resistir essa visão, porque a Virgem lhes disse que eles não iriam para lá”, recordou.

O Pe. Fortea advertiu que esta visão não foi para essas crianças bondosas”, mas para o século XX. Entretanto, cem anos depois destas visões os males se acrescentaram, multiplicaram e intensificaram. Quantas novas perversões germinaram na Cidade dos Homens.

O exorcista advertiu que “se os homens não mudarem nem sequer ao ver o inferno, compreendendo-o, sendo capazes de espionar o que se sente lá, então não resta mais solução que uma purificação decretada do alto. Não é isto acaso a mensagem da Fátima? Não é isto acaso a mensagem da Palavra de Deus?”.

O Pe. Fortea disse que embora tenha escrito seu livro Summa Demoniaca pensando nos exorcistas, este tem sido lido por religiosos, leigos e fiéis de outras confissões, “provavelmente já (alcançou) mais de cem mil pessoas em todo o planeta”.

Não estava nos meus planos, mas nos de Deus. Que assim seja. Que os filhos de Deus possam inundar seus intelectos no fogo do ódio a Deus durante sua leitura, para que assim evitem ser lançados lá com sua alma depois da morte. Melhor conhecer esse ódio a Deus só com o intelecto, para que nossa vontade se refugie correndo no amor a Deus”, expressou.
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quinta-feira, 13 de março de 2014

14º PAPA: São Vitor I - ano 189 a 199

Papa São Vitor I (14º Papa)
Pontificado: do ano 189 ao ano 199  



São Vitor I, natural da África, foi sucessor de Santo Eleutério no trono pontifício. Apóstolo rigoroso no zelo pela Igreja de Cristo, tinha pleno conhecimento de suas atribuições conferidas por Deus. Pôs em evidência a autoridade papal, combateu constantemente a heresia e tratou a questão da festa da Páscoa.
 
A heresia, qual labareda de fogo a variar de direção, só não alastrou-se danosamente, devido ao constante embate empreendido pelos Papas e companheiros mártires que, em grande número, testemunharam a fé com a própria vida.
 
Durante o seu pontificado, um tal Teodoro de Bizâncio, que havia apostatado numa destas perseguições, passou a ensinar que Jesus Cristo representava uma figura meramente humana e usava deste argumento, não só para disseminar o erro, mas particularmente para justificar a sua apostasia. Nesta grave afirmação, acabou corrompendo muitos fiéis e a ele filiaram-se não poucos sectários. Não satisfeito com a difusão da insana doutrina, fixou a meta de transpor a muralha da verdade. Para isto, dirigiu-se a Roma a fim de alastrar o erro no centro da Religião de Cristo. São Vitor imediatamente reagiu, declarando anátema o líder blasfemo. Empreendeu luta tão intensa que conseguiu esvaziar completamente a heresia, de forma que Teodoro saiu de Roma e nunca mais dele se ouviu falar.
 
Empreendeu firme resolução de não deixar vingar as investidas do erro em solo sagrado, conservando sua constante vigilância ao rebanho de Cristo. Em pouco tempo, Praxeas passou a pregar a heresia dos Patripasianos, precursores do sabelianismo, que negavam em Deus, a essência de três pessoas distintas. O Santo Padre, com infatigáveis prédicas, tão duramente condenou a perniciosa heresia, que o próprio Praxeas, acabou reconhecendo seu erro e entregou sua retratação pública, por ocasião de um concílio convocado em Roma pelo Pontífice.
 
Na magna questão da fixação da Festa da Páscoa, enfrentou sérias discordâncias de alguns membros, seguidores do bispo Polícrates, que acabou declarando sua rebeldia ante às determinações de Roma. É que maior parte dos bispos da Ásia, tinha por costume, celebrar a festa da Páscoa no dia 14 da lua de março, coincidindo com os ritos judaicos. No pontificado de Santo Aniceto (155 a 166), aliás, houve certa divergência entre ele e São Policarpo, que desejava muito que o costume da Igreja Asiática fosse introduzido na Igreja de Roma. Santo Aniceto, com razão, não queria abolir o costume que fora introduzido por São Pedro. Porém, na época, permitiu que Igreja Asiática continuasse celebrando a Páscoa segundo seus costumes.
 
São Vitor, porém, chegou à conclusão que a diferença estabelecida entre a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente, poderia acabar favorecendo uma eventual divisão dos fiéis e provável cisma. Decidiu, assim, uniformizar a celebração da Páscoa, conforme São Pedro já deixara padronizado. Assim, determinou que todas as Igrejas do mundo se ajustassem neste particular com a Igreja de Roma, ou seja, decretou que em nenhuma parte fosse celebrada a Páscoa no dia 14 do equinócio vernal, mas no 1o. domingo subseqüente à primeira lua cheia de 14 de Nisã (calendário judaico).
 
Sucede que o bispo Polícrates, chefe dos discordantes da Igreja de Éfeso, se opôs veementemente à decisão do Sumo Pontífice, o que acabou culminando em sua excomunhão. Isto foi um fato isolado, já que todas as Igrejas receberam e acataram a determinação papal, que seria renovada quase três décadas depois por ocasião do Concílio de Nicéia.
 

Pia batismal primitiva. O Papa São Vitor I autorizou a utilização de água natural para a administração
 do Batismo, assim como permitiua qualquer cristão administrá-lo em casos extremos

Prescreveu diversas outras normas canônicas, dentre as quais a que desobriga o uso de água consagrada da pia batismal. Autorizou o uso de água natural para casos de grave necessidade, onde é facultado a qualquer cristão batizar, diante de possibilidade iminente de morte.
 
Após ter governado a Igreja por um período de dez anos, recebeu a glória do martírio em 28 de julho do ano 199, sob o governo do imperador Septímio Severo.

 


 
São Vitor I Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!

terça-feira, 11 de março de 2014

Descance em paz Mario Palmaro! Grande exemplo de católico!

Trazemos abaixo a notícia do falecimento do grande escritor Mario Palmaro. Em seguida, reproduzimos a entrevista dada por ele pouco tempo antes de entregar sua alma a Deus. Um verdadeiro testemunho!
 
Requiem aeternam dona eo, Domine; et lux perpetua luceat eo. Requiescat in pace. Amen.

Palmaro ao centro, com sua esposa Anna e os filhos
Giacommo, Giuseppe, Giovanna e Benedetto
Foto retirada do site Pale Ideas


Por Rorate-Caeli | Tradução: Fratres in Unum.com
 
Mario Palmaro, grande advogado católico tradicional italiano, bioeticista e professor, que, devido, às circunstâncias atuais na Igreja foi compelido a se tornar um escritor de opiniões fortes (frequentemente, com seu amigo íntimo Alessandro Gnocchi), e apresentador de rádio, faleceu ontem no final do dia aos 45 anos de idade, após meses de sofrimento.
 
Palmaro, cujos escritos e palavras haviam sido uma presença luminosa nos anos de Bento XVI, fora despedido da Radio Maria por causa de um artigo sobre o pontificado atual publicado em Il Foglio. Seu último artigo principal, publicado em janeiro, era uma convocação para pegar nas armas: O nosso problema é a Igreja Católica e o seu silêncio.
 
Ele deixa esposa e filhos.
 
Requiescat in pace
 
“A doença grave nos obriga a reconhecer que somos mortais”.
 
“A primeira coisa que nos perturba nessa doença é que ela cai sobre nós sem nenhum aviso e num momento em que nós não decidimos. Estamos à mercê dos acontecimentos e não podemos fazer outra coisa senão aceitá-los. A doença grave nos obriga a reconhecer que somos mortais. Ainda que a morte seja a coisa mais certa desse mundo, o homem moderno é levado a viver como se não fosse morrer nunca.
 
Com a doença, comprendi pela primeira vez que o tempo de vida aqui nesse mundo é como um sopro. Senti toda a amargura de não ter sido aquela obra-prima de santidade que Deus esperava de mim, experimentei uma profunda nostalgia pelo bem que poderia ter feito e o mal que poderia ter evitado. Olhei para o Crucifixo e compreendi que ele é o coração da fé: sem sacrifício não existe Catolicismo. Então agradeci a Deus por ter me feito Católico, um Católico “pequeno, pequeno”, um pecador, mas que tem na Igreja uma mãe primorosa. Portanto, a doença é um tempo de graça, embora frequentemente os vícios e as misérias que nos acompanharam por toda a vida permanecem, e em alguns casos até se exacerbam. É como se a agonia já tivesse iniciado lutando contra o destino da minha alma, já que ninguém está seguro da sua própria salvação.
 
Por outro lado, a doença também me fez descobrir uma quantidade impressionante de pessoas que me querem bem e rezam por mim, de famílias que se reuniam à noite com as crianças pra rezar o rosário pela minha cura. Não tenho palavras pra descrever a beleza dessa experiência que é uma antecipação do amor de Deus desde toda a eternidade.
 
A dor maior que eu sinto é a idéia de ter que deixar esse mundo que eu amo tanto, que é tão belo embora tão trágico. Ter que deixar tantos amigos, os parentes e sobretudo ter que deixar minha esposa e meus filhos que ainda estão em tenra idade.
 
Às vezes eu imagino a minha casa, o meu escritório vazio e a vida que ali prossegue embora eu não esteja mais lá. É uma cena que me dói, mas extremamente realística porque me faz compreender quem sou eu, e percebo que tenho sido um servo inútil, que todos os livros que eu escrevi, todas as conferências, todos os artigos são como palha. Mas eu confio e espero na misericórdia do Senhor e no fato de que outros colherão parte das minhas aspirações e de minhas batalhas para continuarem o antigo combate”.
 
Mario Palmaro – tradução: Gercione Lima
 
+ 9 de março de 2014

sábado, 8 de março de 2014

O papel da IGREJA, esposa de Cristo, na valorização da MULHER!


 
Hoje é comemorado o "Dia Internacional da Mulher". Nessa data, é comum nos depararmos com diversos artigos, reportagens e homenagens às mulheres e suas conquistas, sobretudo nas últimas décadas. Muitas dessas conquistas estão relacionadas à igualdade de direitos: assim como os homens, hoje a mulher tem direito a trabalhar fora, direito a formação acadêmica, "direito" a divorciar-se, "direito " a "casar novamente", "direito" a não casar para curtir a vida, "direito" a não ter filhos, "direito" a uma vida sexual ativa, etc.
 
E a cada "direito" conquistado, outros são reivindicados: "direito" a relacionar-se sexualmente com outra mulher, "direito" ao aborto, etc... E quando há ocasião para que exaltem tais "conquistas", há sempre a oportunidade para menosprezar o modelo de vida feminina tradicional. Hoje, se uma jovem - quando questionada - expõe sua vontade de preservar a castidade, casar, cuidar do lar, ter muito filhos e assumir a responsabilidade de educa-los, abrindo mão de faculdade, carreira e "sucesso", certamente essa jovem será ridicularizada, taxada como louca ou no mínimo tida como "anormal". E é bem provável que também mencionem a responsabilidade da Igreja Católica por esse modelo de vida"retrógrado, atrasado e machista". Por sorte, encontrei um comentário que - embora breve - joga um pouco luz nas trevas da ignorância daqueles que mantêm essa opinião. Sua autora, católica e extremamente talentosa, consegue em poucas linhas esclarecer alguns equívocos largamente repetidos em nossos dias. Segue:



"Romano Amerio no Iota Unum explica no capítulo 89 que contrapondo-se a todas as civilizações que mantinham a mulher sujeita ao despotismo masculino, quer seja através da prostituição sagrada ou do divórcio por qualquer motivo banal (como se vê nas sociedades islâmicas), podemos dizer que somente a religião Católica libertou a mulher dessa deplorável servidão ao santificar o matrimônio e declará-lo indissolúvel.

Somente o Cristianismo ensina a supernatural equidade entre o homem e a mulher ao elevar o status tanto do casamento como da virgindade e finalmente por elevar a raça humana a um nível jamais antes imaginado quando proclamou uma mulher como sendo a Mãe de Deus. Um dogma considerado blasfêmia em qualquer outra religião.

O permanente e inviolável direito da mulher contra o despotismo masculino foi defendido por vários Pontífices Romanos em várias ocasiões históricas. O exemplo mais famoso foi o que provocou a ruptura entre Roma e a Coroa Inglesa. A Igreja preferiu perder a Inglaterra do que adulterar a Doutrina da Indissolubilidade.

Entre os anos 1530-1534, Henrique VIII fez o que podia pra tentar obter a permissão do Papa para se divorciar de Catarina de Aragona, primeiramente ameaçando o clero e depois desafiando o poder do Papa na Inglaterra. Mesmo sob pressão o Papa não concordou e assim Henrique clamou jurisdição sobre a Igreja na Inglaterra e o resto todos nós sabemos: perseguição aos Católicos ingleses, apropriação dos bens e propriedades da Igreja, martírio, guerras…etc."

Comentário de Gercione Lima em artigo publicado no site Fratres in Unum

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quarta-feira, 5 de março de 2014

Quarta-feira de Cinzas: Início da QUARESMA - Entenda

 
Missa na Quaresma: Paramentos roxos (penitência, contrição)

Hoje iniciamos a Santa Quaresma, tempo litúrgico que se inicia com a Quarta-feira de Cinzas.

Embora muitos sejam dispensados do trabalho, colégio e demais atividades por conta desse dia (outros o "aproveitam" com farras e bebedeiras em extensão ao carnaval) a grande maioria não compreende o que de fato é a Quaresma assim como o dia santo que nela nos introduz: a Quarta-feira de Cinzas.

Primeiramente, vamos compreender melhor o que é o tempo litúrgico denominado QUARESMA.

Quaresma é o período de 40 dias de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa (a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo). Esse período é observado desde os tempos apostólicos e está relacionado aos 40 dias em que Nosso Senhor Jesus Cristo passou no deserto, orando e jejuando.
 
Observação aos leitores do blog: Após finalizar o artigo que tratava deste tema, enquanto o revisava minutos antes de publica-lo, ocorreu um erro que acabou por apagar tudo o que eu havia escrito (infelizmente não adquiri o hábito de ir salvando o que escrevo). Infelizmente só sobrou a introdução acima e, por não ter tempo disponível para reescreve-lo, reproduzo abaixo o excelente artigo do apostolado O Fiel Católico que trata do mesmo tema. Boa leitura:

Quarta-feira de Cinzas e início da Quaresma

NESTE INÍCIO de Quaresma, procuremos, mais ainda do que a mortificação corporal, aceitar o convite que a Liturgia sabiamente nos faz, de combater o amor próprio com todas as nossas forças. "Procurai o mérito, procurai a causa, procurai a justiça; e vede se encontrais outra coisa que não seja a Graça de Deus" (Santo. Agostinho).



Ao receber, daqui a pouco, as cinzas sobre a cabeça, ouviremos mais uma vez um claro convite à conversão que pode expressar-se numa fórmula dupla: "Convertei-vos e crede no Evangelho"; ou: "Recorda-te que és pó e em pó te hás de tornar".


 
Precisamente devido à riqueza dos símbolos e dos textos bíblicos, a Quarta-Feira de Cinzas é considerada a porta de entrada da Quaresma. De fato, a Liturgia e os gestos que a distinguem formam um conjunto que antecipa resumidamente as características próprias de todo o período quaresmal. Na sua tradição, a Igreja não se limita a oferecer-nos a temática litúrgica e espiritual do itinerário quaresmal, mas indica-nos também os instrumentos ascéticos e práticos para o percorrer frutuosamente.



"Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração, com jejuns, com lágrimas, com gemidos!" (Jl 2,12). Os sofrimentos e calamidades que afligiam naquele tempo a terra de Judá estimulam o autor sagrado a encorajar o povo eleito à conversão, isto é, a voltar com confiança filial ao Senhor dilacerando o seu coração e não as vestes. De fato, recorda o profeta, Ele "é clemente e compassivo, paciente e rico em misericórdia e se compadece da desgraça" (2,13). O convite que Joel dirige aos seus ouvintes também é válido para nós.



Não hesitemos em reencontrar a Amizade de Deus perdida com o pecado; encontrando o Senhor, experimentamos a alegria do seu Perdão. E assim, quase respondendo às palavras do Profeta, fazemos nossa a invocação do refrão do Salmo 50: "Perdoai-nos Senhor, porque pecamos!". Proclamando o grande Salmo penitencial, apelamos à Misericórdia Divina; pedimos ao Senhor que o poder do seu Amor nos volte a dar a alegria de sermos salvos.



Com este espírito, iniciamos o tempo favorável da Quaresma, como nos recordou São Paulo: "Aquele que não havia conhecido o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nos tornássemos, n'Ele, justiça de Deus" (2Cor 5, 21), para nos deixarmos reconciliar com Deus em Cristo Jesus. O Apóstolo apresenta-se como embaixador de Cristo e mostra como precisamente através d'Ele é oferecida ao pecador, isto é, a cada um de nós, a possibilidade de uma reconciliação autêntica.



Só Cristo pode transformar qualquer situação de pecado em novidade de Graça. Eis porque assume um forte impacto espiritual a exortação que Paulo dirige aos cristãos de Corinto: "Em nome de Cristo suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus"; e ainda: "Este é o tempo favorável, é este o dia da salvação" (5,20; 6,2).

Enquanto Joel falava do futuro Dia do Senhor como quem fala de um dia de terrível juízo, São Paulo fala de um tempo favorável, do Dia da Salvação. O futuro Dia do Senhor tornou-se o "Hoje". O dia terrível transformou-se na Cruz e na Ressurreição de Cristo, no Dia da Salvação. E este dia é agora, como diz o Canto ao Evangelho: "Hoje não endureçais os vossos corações, mas ouvi a Voz do Senhor". O apelo à conversão, à penitência, ressoa hoje com toda a sua força, para que o seu eco nos acompanhe em cada momento da vida.



A Liturgia da Quarta-Feira de Cinzas indica assim, na conversão do coração a Deus, a dimensão fundamental do tempo quaresmal. Esta é a chamada muito sugestiva que nos vem do tradicional rito da imposição das cinzas. Rito que assume um duplo significado: o primeiro é relativo à mudança interior, à conversão e à penitência; o segundo recorda a precariedade da condição humana, como é fácil compreender das fórmulas que acompanham o gesto.




Amados irmãos e irmãs, temos quarenta dias para aprofundar essa extraordinária experiência ascética e espiritual. No Evangelho (cf. Mt 6,1-6.16-18), Jesus indica quais são os instrumentos úteis para realizar a autêntica renovação interior e comunitária: as obras de caridade, a oração e a penitência. São três práticas fundamentais queridas também à tradição hebraica, porque contribuem para purificar o homem aos Olhos de Deus.



Estes gestos exteriores, que devem ser realizados para agradar a Deus e não para obter a aprovação dos homens, são por Ele aceitas se expressarem a determinação do coração em servi-lO com simplicidade e generosidade. Recorda-nos isto também um dos Prefácios quaresmais onde, em relação ao jejum, lemos esta singular expressão: "Ieiunio... mentem elevas", ou "com o jejum elevas o espírito" (Prefácio IV).



O jejum, ao qual a Igreja nos convida neste tempo forte, certamente não nasce de motivações de ordem física ou estética, mas brota da exigência que o homem tem de uma purificação interior que o desintoxique da poluição do pecado e do mal; que o eduque para aquelas renúncias saudáveis que libertam o crente da escravidão do próprio eu; que o torne mais atento e disponível à escuta de Deus e ao serviço dos irmãos. Por esta razão o jejum e as outras práticas quaresmais são consideradas pela tradição cristã como armas espirituais eficientes para combater o mal, as paixões negativas e os vícios.



"Como no findar do inverno volta a estação do Verão e o navegante arrasta para o mar o barco, o soldado limpa as armas e treina o cavalo para a luta, o agricultor lima a foice, o viajante revigorado prepara-se para outra longa jornada e o atleta depõe as vestes e prepara-se para as competições; assim também nós, no início deste jejum, quase no regresso de uma Primavera espiritual, forjamos as armas como os soldados, limamos a foice como os agricultores, e como timoneiros reorganizamos a nave do nosso espírito para enfrentar as ondas das paixões. Como viajantes retomamos a jornada rumo ao Céu e como atletas preparamo-nos para a luta, com o despojamento de tudo."
(São João Crisóstomo- Homilias ao povo antioqueno, 3)


A Quaresma é também, assim como não poderia deixar de ser, um tempo de profundo ardor eucarístico. Buscando naquela Fonte inexaurível de Amor que é a Eucaristia, na qual Cristo renova o Sacrifício Redentor da Cruz, cada cristão pode perseverar no itinerário que hoje empreendemos solenemente. As obras de caridade, a oração, o jejum, - juntamente com qualquer outro esforço sincero de conversão, - encontram o seu significado e seu valor mais alto na Eucaristia, centro e ápice da vida da Igreja e da história da salvação. "Este Sacramento que recebemos, ó Pai", - assim rezamos no final da Santa Missa, - "ampare-nos no caminho quaresmal, santifique o nosso jejum e o torne eficaz para a cura do nosso espírito".



Pedimos a Maria Santíssima que nos acompanhe para que, no final da Quaresma, possamos contemplar o Senhor ressuscitado, interiormente renovados e reconciliados com Deus e com os irmãos. Amém!




Significado da Cerimônia de Cinzas



A Igreja nos indica, nas orações recitadas por seus ministros, o significado da cerimônia das Cinzas:


"Ó Deus, que não quereis a morte do pecador mas a sua conversão, escutai com bondade as nossas preces e dignai-vos abençoar estas cinzas que vamos colocar sobre as nossas cabeças. E assim reconhecendo que somos pó e que ao pó voltaremos, consigamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova à semelhança do Cristo ressuscitado."


É, pois, a penitência que a Igreja nos quer ensinar pela cerimônia deste dia. Já no Antigo Testamento os homens se cobriam de cinzas para exprimir sua dor e humilhação, como se pode ler no livro de Jó e em tantas outras passagens da Escritura. Nos primeiros séculos da Igreja, os penitentes públicos apresentavam-se nesse dia ao bispo: pediam perdão revestidos de um saco, e, como sinal de sua contrição, cobriam a cabeça de cinzas. Mas como todos os homens são pecadores, relata Santo Agostinho, essa cerimônia estendeu-se a todos os fiéis, para lhes recordar o preceito da penitência. Não havia exceção alguma: pontífices, bispos, sacerdotes, reis, almas inocentes, todos se submetiam a essa humilde expressão de arrependimento.



Tenhamos os mesmos sentimentos: deploremos nossas faltas ao recebermos das mãos do ministro de Deus as cinzas abençoadas pelas orações da Igreja. Quando o sacerdote nos disser "lembra-te que és pó, e ao pó hás de tornar", ou "convertei-vos e crede no Evangelho", enquanto impõe as cinzas, humilhemos o nosso espírito pelo pensamento da morte que, reduzindo-nos ao pó, nos porá sob os pés de todos. Assim dispostos, longe de lisonjearmos o nosso corpo destinado à dissolução, tomemos a decisão de tratá-lo com dureza, refrear o nosso paladar, os nossos olhos, os nossos ouvidos, a nossa língua e todos os sentidos; a observar, o mais possível, o jejum e a abstinência que a Igreja nos prescreve. Rezemos juntos:

Ó Deus, inspirai-me verdadeiros sentimentos de humildade, pela consideração do meu nada, ignorância e corrupção. Dai-me o mais vivo arrependimento das minhas iniquidades que feriram vossas Perfeições infinitas, contristaram vosso Coração de Pai, crucificaram vosso Filho dileto e me causaram um mal maior do que a perda da vida do corpo, pois que o pecado mortal é a morte da alma e nos expõe a uma morte eterna. Pelo mesmo Cristo, Vosso Filho. Amém!

 
A Igreja sempre admoestou os fiéis a não nos se contentarem com os sinais externos de penitência, mas a lhe beberem o espírito e os sentimentos. Jejuemos, diz ela, como o Senhor deseja, mas acompanhemos o jejum com lágrimas de arrependimento, prosternando-nos diante de Deus e deplorando a nossa ingratidão na amargura dos nossos corações. Mas essa contrição, para ser proveitosa, deve ser acompanhada de confiança. Por isso a Igreja sempre nos lembra que nosso Deus é cheio de bondade e misericórdia, sempre pronto a perdoar-nos, o que é um forte motivo para esperarmos firmemente a remissão das nossas faltas, se delas nos arrependermos. Deus não despreza jamais um coração contrito e humilhado.

O pensamento da morte convida-nos ainda a viver mais santamente, e quão eficaz é essa recordação! A Liturgia termina exortando-nos a tomarmos generosas resoluções confiando plenamente em Deus. À borda do túmulo e à porta do Tribunal Supremo, quem ousaria enfrentar o seu Juiz, ofendendo-o e recusando o arrependimento ou vivendo na negligência, tibieza e relaxamento?

Coloquemo-nos, em espírito, em nosso leito de morte, e armemo-nos dos sentimentos de arrependimento e contrição que nesse caso teríamos. Depositemos nossa confiança na Misericórdia Divina, nos méritos de Jesus e na intercessão da Mãe da Igreja. Prometamos ainda ao Senhor:

 
** Cortar dos nossos pensamentos tudo o que desagrada a Deus;

*** Viver, durante esse período, no recolhimento interior que favorece em nosso espírito a oração e nos separa de tudo o que não é Deus.


___________
Adaptação da Homilia de Quarta-feira de Cinzas (21/2/2007) do Papa Bento XVI, na Basílica de Santa Sabina no Aventino

Ref. bibliográfica: 
KEELER, Helen; GRIMBLY, Susan. 101 Coisas que Todos Deveriam Saber Sobre o Catolicismo. São Paulo: Pensamento- Cultrix, 2007
 
Fonte do artigo: O Fiel Católico