"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

31º PAPA: Santo Eusébio - ano 309

Papa Santo Eusébio (31º Papa)
Pontificado: de abril a agosto do ano 309



 
O Papa (em latim: Eusebius, nascido na Sardenha ou Grécia em 255) foi o trigésimo primeiro papa da Igreja de Cristo, tendo sido eleito em 18 de abril de 309 e permanecendo como Sucessor de Pedro até 17 de agosto de 309.

Seu pontificado durou apenas quatro meses, em consequências das perturbações e atos de violência na Igreja, devido a uma rumorosa disputa sobre a readmissão dos apóstatas, foi banido pelo imperador Maxêncio, que governava Roma desde 306 e tinha se mostrado simpático aos cristãos.

Os detalhes do seu pontificado podem ser deduzidos a partir do epitáfio de oito hexâmetros composto pelo Papa Dâmaso I para a sua tumba.
FEITO POR DÂMASO, BISPO – Heráclio não quis que os lapsi fizessem penitência pelos seus pecados. Eusébio ensinou aos míseros a chorarem suas culpas. Dividiram-se em duas partes os fiéis com o crescer da paixão. Rebeliões, assassinatos, guerras, discórdia, disputas. Improvisamente, ambos são expulsos pelo ferocíssimo tirano Maxêncio, ainda que o papa tenha conservado intactos os vínculos da paz. Com prazer, sofreu o exílio por juízo do Senhor e, na costa da Sicília, deixou o mundo e a vida. A EUSÉBIO, BISPO E MÁRTIR.

Graças somente a antigas transcrições que este epitáfio chegou até os dias de hoje. Alguns fragmentos do original, juntamente com uma cópia de mármore do Século VI construída para substituir o original destruído, foi encontrada por Giovanni Battista de Rossi na capela papal da Catacumba de São Calisto. A partir desta inscrição se infere que graves dissensões internas na Igreja Romana sobre a readmissão dos apóstatas – os lapsi, cristãos que durante a perseguição,  por medo ou mediante tortura, haviam renunciado a Fé – após a Perseguição de Diocleciano, que já tinha criado problemas ao Papa Marcelo I. Eusébio confirmou a atitude adotada pelo seu antecessor: excomungar os que tinham apostatado, com a possibilidade de serem readmitidos aqueles que, depois de um ato público de penitência (Eusebius miseros docuit sua crimina flere), manifestassem um sincero arrependimento.

Este ponto de vista foi combatido por uma facção de cristãos comandada por um certo Heráclito. Não se sabe se este último e seus sustentadores apoiassem um ponto de vista mais novacionista e, portanto, mais rígida, ou uma atitude mais clemente (isto é, não permitindo o retorno dos apóstatas sob hipótese alguma ou o oposto, aceitando-os sem impor-lhes qualquer dificuldade). Seja como for, a segunda hipótese é, de longe, a mais provável: Heráclito deveria ser o líder de um movimento de apóstatas que exigiam a reintegração imediata no corpo da Igreja. Damaso descreveu com termos muito fortes o conflito (seditio, cœdes, bellum, discordia, lites). É provável que Heráclito e os seus liderados procurassem facilitar a própria readmissão à Sagrada Liturgia e que os fiéis agrupados em torno dele estivessem constrangidos diante dos demais. Por causa destes contrastes, tanto Eusébio quanto Heráclito foram exilados pelo Imperador Maxêncio. Eusébio, em particular, foi deportado para a Sicília em 17 de agosto, onde morreu pouco tempo depois, em 21 de outubro. O seu corpo foi transladado, em seguida, para Roma, provavelmente em 26 de setembro de 311 (segundo o Depositio Episcoporum contido na "Cronografia" de 354), e depositado em um cubículo nas Catacumbas de São Calisto, perto da cripta do Papa Caio.

 
A sua firme defesa da disciplina eclesiástica e o exílio ao qual foi condenado, o fizeram ser venerado como mártir. Segundo o cardeal Giovanni Giacomo Panciroli deveria estar na Basílica de São Sebastião das Catacumbas, mesmo que algumas relíquias estejam comprovadamente conservadas na Igreja de San Lorenzo in Panisperna.

A sua festa se celebra em 17 de agosto, dia da sua deportação.
 
 

Santo Eusébio, Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!

domingo, 28 de setembro de 2014

"A noite escura da Igreja"...

ou ainda: "o porquê de tantos dias sem novas postagens no blog"...
 
Raio atingindo a Basílica de São Pedro, no dia EXATO em que o Santo Padre o Papa Bento XVI anunciou sua renúncia 
 
 
Caros leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
 
 
Conforme o título da presente postagem, estamos no ápice da maior crise em 2 mil anos da Igreja de Cristo, ou para usar uma expressão que ilustra bem o que está acontecendo, vivemos "a noite escura da Igreja". Os acontecimentos recentes, sobretudo a ESCANDALOSA defenestração de Dom Rogelio Livieres - bispo (católico) da Diocese (católica) de Ciudad del Este - serviram para tirar qualquer dúvida que ainda pudesse residir no coração dos católicos que acompanham a Igreja.
 
Os dias em que neste blog nada foi postado serviram para que este que vos escreve pudesse se recompor dos últimos - e trágicos - acontecimentos. Logo, pretendo escreverei algo mais sobre o tema. No momento, apenas peço aos leitores deste pequeno blog que intensifiquem suas orações pela Igreja e pelo Papa. Rezemos para que essa terrível crise possa terminar, para que a Igreja possa sair das trevas dessa noite escura e assim possa ver, tal qual noutros tempos, a luz resplandecente de um dia ensolarado.
 
Viva Cristo Rey!
 
José Santiago Lima

terça-feira, 23 de setembro de 2014

SÃO PIO de Pietrelcina, rogai por nós!

Hoje é dia de um dos maiores santos de nosso tempo, Padre Pio (São Pio de Pietrelcina), patrono de nosso blog.
 
Para saber mais sobre a vida deste glorioso santo de Nosso Senhor Jesus Cristo, CLIQUE SOBRE A IMAGEM:

http://morroporcristo.blogspot.com.br/2013/09/sao-pio-de-pietrelcina-rogai-por-nos.html


SÃO PIO de PIETRELCINA, rogai por nós!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

"...HÁ APENAS UMA IGREJA... FOR DA QUAL NINGUÉM É SALVO..."




"...Há apenas uma Igreja universal dos fiéis, fora da qual absolutamente ninguém é salvo...". Canon III: "Nós excomungamos e anatematizamos toda heresia erguida contra a santa, ortodoxa e Católica fé sobre a qual nós, acima, explanamos...".

IV Concílio de Latrão (ano 1215)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Pode o Cristão se envolver em uma Guerra? Ou ainda: "A PAZ DE CRISTO"

Caros leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
 
É de conhecimento geral (ao menos deveria ser) que um grupo terrorista denominado "Estado Islâmico" está barbarizando diversos países do oriente, perseguindo todos aqueles considerados por eles como "infiéis": cristãos, curdos, xiitas (estes também muçulmanos) dentre outras minorias.
 
Sabemos, inclusive, que os EUA resolveu intervir após a divulgação de vídeos onde dois jornalistas americanos são decapitados, para escândalo da opinião pública ocidental. Ignoraravam, talves, que vídeos deste tipo vinham sendo publicados quase que diariamente, com a única diferença de que as vítimas em questão eram simples cidadãos sírios e iraquianos, muitos deles tendo um destino tão trágico simplesmente por não ter aceito renegar a Fé em Jesus Cristo.
 
Diante da indignação geral, obviamente uma providência deveria ser tomada. Acontece que muitos cristãos, embora exigindo alguma atitude contra este verdadeiro massacre aos seus irmãos de Fé, acabam se encontrando diante de uma dilema: Deve-se colocar um freio nestes terroristas, mas, por outro lado, a única maneira possível seria enfrentando-os por meio das armas. E agora? Pode um cristão apoiar ou mesmo participar de uma guerra?
 
Como resposta, muitos cristãos dirão que NÃO, pois Nosso Senhor "quer a paz e o amor" (é o príncipe da paz), inclusive tendo mandado oferecer a outra face ao agressor. Este é dos principais motivos pelos quais até hoje se criticam severamente as Cruzadas, pois, segundo seus críticos, jamais um cristãos poderia pegar em armas e guerrear, pois ao cristão cabe apenas uma única opção: a "paz". 
 
Como resposta a este dilema de grande parte dos cristãos, reproduzo abaixo um excelente texto que trata exatamente da diferença entre a PAZ de Nosso Senhor Jesus Cristo e a "paz" conforme o mundo a concebe.
 
Viva Cristo Rey!
 
José Santiago Lima
 
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A PAZ DE CRISTO
 
 
Iraquiano diante da Imagem de Nosso Senhor, numa das igrejas destroçadas pelos infiéis
 
 
Há que se distinguir duas coisas: a paz segundo o mundo, e a Paz de Cristo.
 
A paz segundo o mundo é a falsa paz. Paz que confundem com ausência de combate. É a paz dos pacifistas. É a paz que tentam atribuir falsamente a Nosso Senhor Jesus Cristo.
 
No pacifismo existe uma contradição de essência, e é pela contradição que se descobre que o sistema é falso. E pela falsidade se entrevê a inspiração diabólica, porque toda mentira remonta ao Diabo, que é seu pai. E as mentiras são todas as proposições a respeito de um assunto, todas menos uma. E esta única é a verdade. Pode-se dizer que 2+2 é igual a 1, 3, 10 milhões, 1 trilhão… Mas de todas essas mentiras, só existirá uma verdade.: 2 + 2 = 4.
 
Para o pacifismo atual, toda guerra é má. Por isso, os pacifistas estão prontos a fazer até guerra ao belicismo. O que demonstra sua contradição. Nada mais hipocritamente belicoso do que um pacifista.

Percebem a contradição? Para combater as guerras, são capazes de declarar guerra ao que fomenta a guerra… A mesmíssima coisa para os tolerantes: detestam toda e qualquer intolerância, ou seja: para exercer a tolerância, usam de INTOLERÂNCIA contra os INTOLERANTES.
 
Portanto, a paz do mundo é confundida com tranquilidade, com ausência de guerras, com sossego, etc, etc, etc. E para tanto, ludibriam os incautos, persuadindo-os que Cristo estaria mais para um hippie repetindo o slogan “paz e amor, bicho” do que o Jesus Cristo verdadeiro, O Jesus que harmonizava a ordem de amar os inimigos com a afirmação de que não veio trazer a paz, mas a espada.
 
O que é PAZ, segundo os Evangelhos? O que é a verdadeira Paz, tal como deveriam – que digo? DEVEM! – entender os católicos, que vêem o mundo segundo uma visão sobrenatural das coisas, apoiados numa Fé com mais de dois mil anos, e não nas últimas notícias dos jornais?
Paz, segundo Santo Agostinho é a tranquilidade da Ordem.
 
Paz é a tranquilidade da Ordem.
 
e o que é Ordem?
 
Ordem é a disposição de elementos em função de um fim, cada um em seu devido lugar, fazendo o que deve, e recebendo o que tem direito.
 
Portanto, há de se distinguir em primeiro lugar o que é a paz de Cristo
 
“Eu vos deixo a paz, dou-vos a minha paz; não vo-la dou como a dá o mundo” (Jo. XIV, 27)
 
Em seguida, entender o que significa o próprio conceito de paz.
 
Dizer que Cristo simplesmente quer a paz, pode enganar, pois simplifica o Seu Ensinamento.
 
A paz de Cristo não é uma simples ausência de guerra, uma ausência de luta. Por isso, Nosso Senhor Jesus Cristo nos disse também: “Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Não vim trazer a paz, mas a espada” (Mt. X, 34). A paz não é a mera tranqüilidade. Julgar que a paz é simplesmente a tranqüilidade, é ilusão, pois essa é a paz do preguiçoso e do covarde. É a paz do cemitério, da ausência de vida.
 
No cemitério há tranqüilidade, mas a da morte.
 
Numa sociedade tiranizada pode haver tranqüilidade material, ausência de assaltos e de lutas, mas só porque a sociedade está garroteada pela tirania, que não permite nenhuma ação.
 
A verdadeira tranqüilidade não é a da morte, ou a do manietamento forçado, mas sim a tranqüilidade que resulta da ordem.
 
Existe ordem na sociedade, quando cada elemento está em seu devido lugar, fazendo o que deve, e recebendo da sociedade aquilo a que tem direito. A ordem exige a justiça. Por isso, diz Deus na Sagrada Escritura que “a paz é o efeito da justiça“(‘Opus justitiae, pax’). Não há paz sem justiça. Não há tranqüilidade sem ordem. Não há ordem sem justiça. Não há paz, sem justiça, sem ordem, sem tranqüilidade. Por isso Deus disse ainda: “Não há paz para os ímpios, diz o Senhor” ( Is. XLVIII, 22). A ordem implica necessariamente desigualdade. Na igualdade, não há ordem. Por esse motivo, as sociedades modernas — que são por definição igualitárias — não tem ordem, e não podem ter paz.
A paz social é comparável com a saúde. Esta é a resultante da colocação dos órgãos do corpo humano em seu devido lugar, cada um executando perfeitamente a função que deve, e recebendo aquilo a que tem direito. Caso falte uma dessas três condições, a pessoa não tem saúde, e a tranqüilidade física desse organismo é perturbada pela dor ou pelo incômodo. Assim, quando se dá uma grave desordem orgânica, é preciso a intervenção cirúrgica para restabelecer a ordem física.
 
Também no campo social, quando há uma grave desordem, fica necessário usar o “bisturi” social– a espada de que falava Cristo — para restabelecer a ordem violada.
 
Portanto a guerra– como as operações cirúrgicas — podem ser necessárias, para restabelecer a justiça e a ordem.
 
Se comparamos a guerra com a paz, evidentemente a guerra aparece como um mal e a paz como um bem.
 
Entretanto é preciso compreender a guerra como um mal relativo e, por vezes necessário.
 
Também fazer uma operação do coração é algo terrivelmente ruim se comparado com a saúde. Mas a morte é um mal pior ainda que a operação do coração.
 
A operação do coração pode ser um mal necessário. Comparado com a saúde a operação é um mal. Comparada com a morte a operação é um bem. Assim também a guerra: ela é, por vezes, um mal necessário, para evitar um mal ainda maior.
 
Há um exemplo claro o da justiça da guerra em nossos tempos: o combate que os aliados fomentaram contra o Nazismo. Os nazistas eram genocidas, exterminavam particularmente os judeus, mas também ciganos, homossexuais, deficientes físicos pela simples loucura de proteger uma raça pretensamente superior (ariana), promovendo limpezas étnicas, religiosas e culturais. Combatê-los foi um dever de Justiça, e optar pela neutralidade seria uma cumplicidade criminosa.
 
Portanto, há guerras justas.
 
Na Sagrada Escritura se fala das guerras justas de David, de Judas Macabeu, por exemplo. E houve grandes santos que fizeram guerras e cruzadas: São Luís rei de França fez duas cruzadas, e Santa Joana d’Arc foi a “santidade em armadura”, a “virtude revestida de couraça”. A jovem e pura donzela francesa dizia, transbordando de zelo cristão, que “Só se encontrará a paz na ponta de uma lança”.
De igual maneira é dever cristão combater o Islã em todas as terras em que eles oprimem e exterminam as pessoas, pelo crime de não serem consideradas adequadas para viverem, particularmente os cristãos que têm sido suprimidos neste autêntico extermínio que se abateu nos territórios do Iraque e da Síria. Que a guerra promovida pelos EUA contra o Iraque foi uma disputa judaica contra o Islã, com múltiplos interesses, disso não se duvida. Mas a atual opressão de fundamentalistas contra povos autoctones que nada têm a ver com isso, e são mortos pelo crime de serem cristãos ou qualquer outra coisa indesejável para eles, isso é motivo para combatê-los, sob pena de omissão!
 
 
Cristãos crucificados por muçulmanos radicais na Síria
Cristãos crucificados por muçulmanos radicais na Síria


FONTE: Regi Saeculorum

domingo, 14 de setembro de 2014

30º PAPA: São Marcelo - ano 308 a 309

Papa São Marcelo (30º Papa)
Pontificado: do ano 308 ao ano 309





Papa Marcelo I (em latim: Marcellus) foi o trigésimo papa da Igreja, exercendo sua função de maio de 308 a 309, sucedendo o Papa Marcelino, após uma considerável lacuna de tempo (quatro anos de sede vacante).

O Império Romano estava em relativa paz desde 260 e, nesta situação, cerca de sete milhões de pessoas professam a religião cristã, em meio a cinquenta milhões que seguiam a religião oficial. Tudo andava bem, quando o partido da antiga religião conseguiu persuadir Galério que a política de restauração e centralização do imperador Diocleciano exigia a supressão do cristianismo. Por causa disso, o imperador proclamou a última perseguição. Diocleciano emitiu quatro editos que condenavam à destruição as igrejas e as Sagradas Escrituras, como também aprisionar os líderes das comunidades cristãs, torturando aqueles que não quisessem sacrificar aos antigos deuses, e matando aqueles que, a despeito das torturas, não tivessem renunciado à fé apostólica.

Tal perseguição teve consequências dramáticas sobre a disciplina interna da Igreja: foram inúmeros os mártires, mas também os apóstatas, isto é, aqueles que, para salvarem-se da morte, ofereciam sacrifícios aos ídolos ou fazendo-se inscrever nos registros daqueles que tinham obedecido aos editos.

A Sé romana permaneceu vacante por quase quatro anos, ainda que, já em 305, com a abdicação de Diocleciano e de Maximiano, a perseguição foi diminuindo gradativamente de intensidade e, depois de 307, com a proclamação de Maxêncio, na Itália e na África, praticamente acabou. Sob seu domínio, os cristãos de Roma foram retomando lentamente a posse de seus bens e puderam reunir-se novamente sem medo para as celebrações Eucarísticas. Iniciaram, assim, a reorganização da comunidade.

Segundo o "Catálogo Liberiano", Marcelo, um romano, foi eleito papa pelo clero romano por volta da última metade de 308. À sua ascensão, encontrou a Igreja numa situação desastrosa. Os locais de reunião e alguns cemitérios foram confiscados e as atividades ordinárias foram interrompidas. Além disso, ocorriam alguns desentendimentos internos causados pelo grande número de pessoas que tinham renunciado a fé durante o período de perseguição e que, sob a direção de um apóstata, pretendiam ser readmitidos à Eucaristia sem que tivessem feito um ato de arrependimento, porque, na opinião deles, a longa vacância da Cátedra de São Pedro, depois da abdicação do próprio pontífice, lhes permitiria retomar tais procedimentos na comunidade.

Uma vez eleito, Marcelo assumiu de imediato o compromisso de reorganizar a Igreja. Segundo o Liber Pontificalis, ele subdivide o território metropolitano em 25 distritos (tituli) assemelháveis às atuais paróquias, à chefia dos quais era posto um presbítero que presidia a preparação dos catecúmenos, o batismo, a administração das penitências, as celebrações litúrgicas e o cuidado dos locais de sepultura e de memória. Além disso, seu nome é ligado, sobretudo, à fundação do cemitério de Novella (Cœmeterium Novellœ), situado na Via Salária, em frente à Catacumba de Priscila. No início do VII século, provavelmente, Roma contava com 25 igrejas titulares, existindo uma tradição histórica que sustenta que a administração eclesiástica tenha sido reformada depois da perseguição de Diocleciano, portanto, o compilador do Liber Pontificalis a atribui a Marcelo.

O trabalho como papa foi, porém, rapidamente interrompido pela controvérsia dos apóstatas. Marcelo, forte defensor das antigas tradições, endureceu a sua posição e exigiu penitência daqueles que queriam ser readmitidos. Em testemunho dessa posição, existe uma epígrafe composta pelo Papa Dâmaso I para o seu túmulo:

“Pastor verdadeiro, porque manifestou aos lapsi as obrigações que tinham no sentido de expiarem os seus delitos com as lágrimas da penitência, foi considerado por aqueles miseráveis como terrível inimigo. Eis aqui o motivo pelo furor, ódio, discórdia, sedição, morte. Por causa do delito de um que também durante a paz renegou a Cristo, Marcelo foi deportado, vítima da crueldade de um tirano”.

Em virtude de tal situação, formou-se uma ala que se opunha ao papa e que criava disputas, sedições e massacres. Maxêncio, que deu crédito às acusações dos turbulentos, responsabiliza Marcelo pelas desordens e o exila em lugar até hoje ignorado. Tudo isso acontece no final de 308 ou no início de 309, com base no que se reporta no “Catálogo Liberiano”, que fala de um pontificado não maior que dois anos. Marcelo morreu exilado pouco depois de ter deixado Roma e foi rapidamente venerado como santo.

Com base no Depositio Episcoporum, na “Cronografia” de 354 e em outros documentos, a sua festa acontece em 16 de janeiro. Não obstante, ignora-se qual teria sido o local de seu exílio, bem como a data precisa de sua morte. É certo, porém, segundo o “Martirológio Jeronimiano”, que suas relíquias foram trasladadas a Roma e sepultadas na Catacumba de Priscila. OS seus restos mortais foram depositados na antiga urna de basalto verde no altar-mor da Igreja de São Marcelo, na Via del Corso, em Roma.

No Liber Pontificalis e no Breviário Romano, reporta-se a versão conhecida como Passio Marcelli (Paixão de Marcelo) e descrita nos Acta Sanctorum: Maxêncio, enfurecido pela reorganização da Igreja comandada por Marcelo, exigia ao papa que renunciasse à sua dignidade episcopal e que adorasse aos ídolos pagãos, como teria feito seu predecessor. À sua recusa, este foi condenado a trabalhar como escravo numa estação postal (catabulum) de Roma. Depois de nove meses, foi libertado pelo clero romano, mas foi novamente condenado por ter consagrado a casa da matrona romana Lucina, transformando-a em uma Igreja. A condenação consistia em cuidar dos cavalos recolhidos no mesmo catabulum, com o intuito de humilha-lo. São Marcelo I, o qual, tendo confessado a fé católica, por ordem do tirano Maxêncio, foi primeiro espancado com bastões, depois destinado ao serviço dos animais sob boa custódia, onde, vestido de cilício, poucos dias depois, morreu servindo. Por tal motivo, é considerado o padroeiro dos cocheiros e dos treinadores de cavalos.

A construção da atual Igreja de San Marcello al Corso remonta ao século XVI, e foi provavelmente edificada sobre as ruínas da igreja precedente que, por sua vez, se achava no lugar do catábulo, onde Marcelo teria sido morto.

Na imagem, ainda que conste ter o Papa Marcelo ido eleito em 304 e, portanto, governado a Igreja por 5 anos, a história mostra que a Sé de Pedro esteve vacante por quatro anos (304 - 308), tendo o pontificado do Santo Papa Marcelo durado menos de 2 anos
 
 

São Marcelo, Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

"...muitos dos que se dizem católicos ajudam os "revolucionários" - Santo Ezequiel Moreno

Em tempos onde o "politicamente correto" parece ter dominado todas as esferas da sociedade (inclusive a religiosa, tanto clérigos quanto fiéis). Em tempos onde a postura correta parece ser aquela na qual nada deve ser dito que possa suscitar polêmicas, por menores que sejam. Em tempos onde católicos são censurados por também "católicos" pelo simples fato de se posicionarem em questões religiosas ou políticas, mesmo que tal posicionamento seja para a defesa da Lei de Deus, da Igreja e de sua doutrina. Para aqueles que nos recriminam por - a cada dia - nos afastarmos de um conformismo e de uma postura do tipo "tudo vai bem obrigado" para nos aproximarmos de um posicionamento mais combativo, de uma postura mais militante. Para estes, melhor do que nós, pobres e insignificantes pecadores, é deixar que lhes responda um verdadeiro servo e fiel seguidor de Nosso Senhor Jesus Cristo: Santo Ezequiel Moreno.





"...muitos dos que se dizem católicos ajudam os "revolucionários". São esses, sempre "moderados", que estimam a "tranquilidade pública"» como o bem supremo. Esses católicos tolerantes, condescendentes, brandos, doces, amáveis ao extremo com os maçons e furiosos inimigos de Jesus Cristo, guardam todo seu mau humor para os que gritam "Viva a Religião!" e a defendem sofrendo contínuas penalidades e expondo suas vidas. Para eles, esses últimos são "exagerados e imprudentes, que tudo comprometem com prejuízo dos interesses da Igreja".
 
Santo Ezequiel Moreno

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

James Foley e o SANTO TERÇO

James Foley - jornalista americano decapitado por terroristas do Estado Islâmico - e o SANTO TERÇO
 

A fé de Foley, o jornalista americano decapitado por jihadistas

  

James Foley no momento em que seria decapitado
 

Depois do seu cativeiro na Líbia em 2011, o jovem relatou como o rezar o terço o ajudou

 
 

Por Benedetta Frigerio

O jornalista americano James Foley, decapitado por jihadistas do Estado Islâmico (notícia divulgada nessa terça-feira, 19 de agosto), tinha sido prisioneiro em 2011 de milícias na Líbia. Preso em Trípoli, foi libertado depois de 45 dias. Após isso, decidiu escrever uma carta para a revista da Universidade Católica de Milwaukee, que ele frequentava.

 “Era como minha mãe”


 Nascido em uma família católica de Boston, Foley contou:
 
Eu e meus colegas fomos capturados e detidos  em um centro militar de Trípoli”. Todos os dias, conta o jornalista, “aumentava a preocupação pelo fato que as nossas mães pudessem estar em pânico”. E mesmo “não tendo plena certeza de que minha mãe teria consciência daquilo que estava acontecendo comigo”, Foley repetia para uma colega que “minha mãe tem uma grande ” e que “eu rezava para que ela soubesse que estou bem. Rezava para conseguir me comunicar com ela”.
 
O jornalista contou que “começou a rezar o terço” porque “era como minha mãe e minha avó rezavam (…). Eu e Clare (uma colega) começamos a rezar em alta voz. Sentia-me encorajado em confessar a minha fraqueza e a minha esperança junto e conversando com Deus, em vez de estar em silêncio”.

A força dos amigos

Os jornalistas foram transferidos para uma outra prisão onde se encontravam os prisioneiros políticos, “dos quais fui acolhido e tratado bem”. Depois de 18 dias aconteceu um fato que Foley não soube explicar, ele foi levado da cela pelos guardas ao escritório do guardião “onde um homem distinto e bem vestido me disse: ‘Pensamos que talvez você quisesse ligar para sua família’. Fiz uma oração e disquei o número”. A linha funcionava, e a mãe do jornalista respondeu: “Mãe, mãe sou eu, Jim”, disse o rapaz. “Estou ainda na Líbia, mãe. Perdoa-me por isso. Perdoa-me”. A senhora, quase sem acreditar, respondeu ao filho que não havia o que perdoar e lhe perguntou como estava: “Disse a ela que me nutria, que tinha a melhor cama e que me tratavam como um hóspede”. Foley acrescentou: “Rezei para que você soubesse que eu estava bem. Você percebeu as minhas orações?”. A mulher respondeu: “Jimmy, tantas pessoas estão rezando por você. Todos os seus amigos Donnie, Michael Joyce, Dan Hanrahan, Suree, Tom Durkin, Sarah Fang. Seu irmão Michael te ama muito”. Depois o guarda fez um sinal, e o rapaz precisou se despedir.

Santa Missa de 7º dia da morte de James Foley
FONTE
Organização (texto/imagens): Morro por Cristo

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

SÃO PIO X, rogai por nós!

Hoje - conforme o Calendário Litúrgico Tradicional - é dia do grande Papa São Pio X, patrono de nosso blog.
 
Para saber mais sobre a vida deste glorioso santo de Nosso Senhor Jesus Cristo, CLIQUE SOBRE A IMAGEM:

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SÃO PIO X, rogai por nós!