"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

"A CONJURAÇÃO ANTI-CRISTÃ" E UMA PROFECIA SOBRE A BATINA



Caros leitores, Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
 

Estou lendo o excelente livro "A CONJURAÇÃO ANTI-CRISTÃ - o Templo maçônico que quer se erguer sobre as ruínas da Igreja Católica", de Monsenhor Henri Delassus. Recomendo este livro a todos aqueles que queiram compreender o porquê da atual situação, não só da Igreja Católica, mas também da atual civilização ocidental. Neste sentido, este livro é verdadeiramente profético. E por falar em profecia, eis que justifico o motivo pelo qual menciono no título desta postagem uma "profecia sobre a batina":
 
No sétimo capítulo do mencionado livro, que trata "do que faz e diz a revolução nos dias atuais", Monsenhor Delassus cita diversos trechos de discursos onde líderes maçons, humanistas e revolucionários justificam seus planos de perseguição à Igreja e tudo aquilo que a ela faça menção. Com o objetivo de se fazer uma "revolução social" fomentam-se leis que visam a destruição das congregações religiosas como "ponto de partida" nessa guerra travada para a substituição da Igreja pelo pensamento moderno.
 
Então Monsenhor Delassus explica o porquê de se destruir as congregações religiosas:
 
... "a simples presença dos religiosos no meio do povo cristão é um sermão contínuo, que não o deixa perder de vista o fim último do homem...". "Vestidos com um hábito especial que marca o que eles são e o que eles pretendem neste mundo, eles dizem às multidões em meio às quais circulam, que somos todos feitos para o Céu e que devemos tender a ele." (DELASSUS, H. (1910). A Conjuração Anti-cristã  (o Templo maçônico que quer se erguer sobre as ruínas da Igreja Católica). Castela, 2015. 57 p.)
 
Antes de qualquer coisa, o trecho acima é uma simples - porém claríssima - explicação sobre a finalidade do uso do hábito eclesiástico. No entanto, ao nos referirmos a uma "profecia sobre a batina" queremos demonstrar o seguinte:
 
1º A explicação da finalidade do uso do hábito eclesiástico dada por Monsenhor Delassus é assim compreendida tanto pela Igreja como por seus inimigos, isto é, aqueles que a querem destruir. Essa explicação demonstra justamente o porquê de os inimigos da Igreja trabalharem por eliminar a imagem destes "homens vestidos de maneira distinta".
 
Este livro foi escrito em 1910, período em que TODOS os clérigos usavam o hábito eclesiástico (a batina ou o hábito no caso dos religiosos) e mostra que os inimigos da Igreja visavam destruí-lo justamente por conta do seu significado. Ora, e o que podemos dizer atualmente, senão que eles conseguiram? E o que é pior, tal atitude parte daqueles mesmos que mais deveriam valorizá-lo.
 
O que foi escrito em 1910 como uma intenção dos inimigos da Igreja se concretiza nos dias atuais. Não foram necessárias legislações por parte dos governos proibindo sua utilização. Os próprios membros da Igreja (sacerdotes e religiosos) acabaram por realizar exatamente aquilo que planejavam os inimigos da Religião de Cristo. Ainda que o façam dando das mais convincentes às mais esfarrapadas desculpas, o FATO é que se concretizou o desejo da Seita anti-cristã.
 
Como não associar este empreendimento aos demais cujo objetivo é a eliminação de símbolos cristãos da vida pública (retirada de crucifixos de orgãos públicos, proibição de qualquer menção ao nome de Deus, da Virgem e dos Santos nas constituições, supressão de qualquer influência da Lei Divina sobre as novas legislações, etc.)?
 
Triste constatar que hoje tantos e tantos membros da Igreja - ainda que inconscientemente ou alegando outros motivos - aderiram exatamente àquilo que os inimigos da Igreja planejaram para atacá-la: desprezar a batina e o hábito, sinais da presença divina em meio aos homens e recordação do destino final para o qual devemos nos preparar.
 
Termino fazendo um pedido aos sacerdotes e religiosos que porventura possam vir a ler este pequeno artigo: Abandone todos os pré conceitos referentes ao uso do hábito clerical, verifique os motivos pelos quais seu uso foi abandonado e comprove os benefícios decorrentes de sua utilização.
 
"O hábito não faz o monge, mas o bom monge zela por seu hábito"
 
Viva Cristo Rey!
 
José Santiago Lima
 
P.S. Outra publicação bastante útil sobre o tema: As sete excelências da Batina
 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

JOÃO PAULO II, O CATÓLICO E O ABORTO

Dentre a infinidade de confusões e polêmicas decorrentes da atual crise na Igreja (crise essa que vem se arrastando há 50 anos e que parece ter atingido seu ápice no presente momento) há a que se formou em torno do tema "aborto". Segundo alguns, o Papa Francisco teria mandado que se perdoassem as mulheres que cometeram aborto. Outros afirmam que ele mandou que se perdoe o aborto em si. Outros ainda, que ele não só quer que o aborto fosse perdoado como, mais do que isso, que ele "fosse autorizado pela Igreja".
 
Com esse brevíssimo artigo pretendemos EXTIRPAR qualquer dúvida que o católico possa ter em relação a esse tema.
 
1 - Vejamos o que diz a Sagrada Escritura:
 
"Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi: antes que saísses do seio da tua mãe, Eu te consagrei" (Jr 1, 5).
 
"Vós conhecíeis já a minha alma e nada do meu ser Vos era oculto, quando secretamente era formado, modelado nas profundidades da terra" (Sl 139, 15).
 
Como vimos, justamente por a Igreja crer naquilo que está afirmado nas Sagradas Escrituras, isto é, que a pessoa humana é conhecida e escolhida pelo próprio Deus antes mesmo de ser formada no ventre materno (isso também por obra do próprio Deus), é que a Igreja desde os primeiros séculos se expressa contra esse crime infame hoje proposto como "direito" e sinônimo de "progresso":
 
"Não matarás o embrião por meio do aborto, nem farás que morra o recém-nascido" (Didaké 2, 2: SC 248, 148 (Funk 1, 8); cf. Epistola Pseudo Barnabae 19. 5: SC 172, 202 (Funk 1, 90); Epistola a Diogneto 5, 6: SC 33. 62 (Funk 1. 398): Tertuliano, Apologeticum, 9, 8: CCL 1, 103 (PL 1, 371-372).
 
 
 
O Catecismo da Igreja Católica assim expressa sobre esse pecado:
 
2270. A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida.
 
2271. A Igreja afirmou, desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado. E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto directo, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral.
 
2272. A colaboração formal num aborto constitui falta grave. A Igreja pune com a pena canónica da excomunhão este delito contra a vida humana. «Quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito («effectu secuto») incorre em excomunhão latae sententiae (49), isto é, «pelo facto mesmo de se cometer o delito» (50) e nas condições previstas pelo Direito (50). A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade.
 
Como vimos, o aborto consiste falta grave e maliciosa, gravemente contrária à lei moral. O parágrafo acima (2272) serve para esclarecer outro engano:
 
2 - Teria o Papa Francisco permitido o aborto? NÃO! Isso seria impossível, levando-se em conta a própria definição deste pecado dada pela Sagrada Escritura, Tradição e Magistério da Igreja que acabamos de ver acima.
 
Teria então o Papa Francisco ao menos mandado perdoar as mulheres que cometeram este pecado? Ora, tratando a questão dessa forma seria o mesmo que dizer que, primeiro, a Igreja não perdoava esse pecado e que o "misericordioso" Papa Francisco acaba de mudar isso. Segundo, que essas mulheres estão perdoadas no sentido de que não se devem preocupar com os abortos por elas realizados, e mesmo com os que eventualmente ainda venham a realizar, pois "já estão perdoadas". Nada mais falso e enganador.
 
Mas então, o que é que resulta novo ou diferente com a atitude do Papa Francisco?
 
Primeiro, entendamos a doutrina Católica sobre o pecado e o perdão: para que uma pessoa possa ser perdoada de seus pecados, ela - antes de tudo - deve estar sincera e verdadeiramente arrependida de tê-los cometido. Aliado a esse arrependimento, a pessoa deve ter o firme propósito de não mais cometê-los. Só após isso é que a pessoa pode confessá-los a um sacerdote e assim ser deles absolvida. Tendo isso bem entendido, podemos agora compreender o que se deu com a atitude do Papa e, como disse anteriormente, o parágrafo 2272 do Catecismo pode nos ajudar, pois neste parágrafo vemos que aquele que realiza o aborto, incorre (automaticamente) em excomunhão, ou seja, torna-se excomungado pela Igreja. Uma pessoa que comete um aborto, ainda que se arrependa e busque um confessor, não pode ser simplesmente absolvida e readmitida à Comunhão Eucarística, isso só pode ser feito pelo Papa ou um clérigo que tenha dele recebido esse poder. Geralmente, isso já é concedido ao ordinário, isto é, ao Bispo do local onde vive a pessoa que busca a Comunhão com a Igreja. Em outras palavras, a pessoa que abortou e que, verdadeiramente arrependida, busca voltar à comunhão com a Igreja, deve procurar o Bispo para que isso ocorra. Note-se aí a gravidade de tal pecado.
 
O que fez o Papa Francisco foi, durante o ano da Misericórdia, estender esse poder a todo e qualquer sacerdote, de modo que a mulher verdadeiramente arrependida possa obter a absolvição e reintegração à Comunhão com a Igreja diretamente com o sacerdote que a confessar, sem necessidade de recorrer ao Bispo.
 
3 - E que tem a ver o nome do Papa João Paulo II, presente no título desta postagem, com o assunto aqui tratado (aborto)? Bem, diante de todos os ataques sofridos pela Fé Católica, diante de todas as tentativas de mudar sua Doutrina bimilenar, alguns inclusive acreditando ter "chegado a hora" de que essas mudanças ocorram, resolvemos ao invés de trazer uma citação de muitos séculos e que evidenciaria um "possível distanciamento" da Doutrina do passado com a "de hoje", trazer uma citação deste Papa de nossos tempos, cujo conteúdo que deve servir para esclarecer o católico atual qual a posição da Igreja em relação ao pecado do aborto:
 
"com a autoridade que Cristo conferiu a Pedro e a seus sucessores, em comunhão com todos os Bispos - que de várias e repetidas formas condenaram o aborto e que..., apesar de dispersos pelo mundo, afirmaram unânime consenso sobre esta doutrina -, declaro que o aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma desordem moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente. Tal doutrina se funda sobre a lei natural e sobre a palavra de Deus escrita, é transmitida pela Tradição da Igreja e ensinada pelo Magistério ordinário e universal. Nenhuma circunstância, nenhum fim, nenhuma lei no mundo poderá tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito, porque contrário à Lei de Deus, inscrita no coração de cada homem, reconhecível pela própria razão, e proclamada pela Igreja" (João Paulo II, Evangelium Vitae, 62)

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

42º PAPA: São Bonifácio I - ano 418 a 422

Papa São Bonifácio I (42º Papa)
Pontificado:  28 de dezembro do ano 418 a 04 de setembro de 422
 
 
 
Nascido em Roma, foi ordenado presbítero pelo Papa Dâmaso I (366 a 383), tendo servido como representante do Papa Inocêncio I em Constantinopla (ano 405). Foi eleito para a Cátedra de Pedro sucedendo ao Papa Zózimo em 28 de dezembro de 418. O início de seu pontificado foi marcado por intenças disputas, uma vez que parte do clero apoiada por Carlos de Ravena, "elegeu" Eulálio como "papa", gerando tremenda confusão durante os dois primeiros ano de seu pontificado.

Símaco, prefeito de Roma, requereu o arbítrio para julgar a questão em razão de seu cargo político. Influenciado pelo prefeito Símaco, o ImperadorHonório decidiu apoiar o antipapa Eulálio, colocando-o na Basílica de São João de Latrão após expulsar de Roma o Papa Bonifácio I. Os defensores do verdadeiro Papa foram em sua defesa junto ao imperador, que convocou Bonifácio e Eulálio a seu tribunal, interferindo ainda mais arbitrariamente numa questão que não lhe dizia respeito. Eulálio não compareceu diante do imperador a ainda quis permanecer na Basílica de São João de Latrão pela força das armas. Então, por ordem do imperador, o antipapa e seus seguidores foram expulsos, tendo o verdadeiro Papa enfim assumido o posto que lhe era seu por direito.

Opôs-se ao pelagianismo e decidiu sobre o problema do prelado de Arles sobre os bispos da Gália. Teve de interferir em diversos problemas que abalavam a Igreja de então, inclusive nos distantes arcebispados da Igreja na África, o que só reforçou a autoridade do Bispo de Roma como autoridade suprema na Igreja. Em 422 escreveu aos bispos da Macedônia:

"Pertence ao bem-aventurado apóstolo Pedro, com base na afirmação do Senhor, o cuidado, por ele assumido, da Igreja Universal, que segundo o testemunho do evangelho, sabia sobre si fundada. (...) Esteja longe dos sacerdotes do Senhor (...) tornar-se (...) rival de modo particular aquele junto o qual o nosso Cristo estabeleceu o ápice do sacerdócio; se alguém ousar ultrajá-lo, não poderá habitar o reino dos céus. "A ti", diz ele, "darei as chaves do reino dos ceus" [Mt 16:19], e neste ninguém entrará sem o favor do porteiro" (Denzinger-Hünermann [*234]).


Após longo trabalho apostólico, entregou seu espírito a Deus no dia 04 de setembro de 422, em Roma..
 
 
 
 
São Bonifácio I Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

CARDEAL MÜLLER: Sínodo em outubro próximo, defesa do Sacramento do Matrimônio e perigo de Cisma

Publicamos abaixo reportagem do site alemão Kath.net, com a entrevista do Cardeal Gerhard Ludwig Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (antigo Santo Ofício), sobre a defesa do Sacramento do Matrimônio contra aquilo que vem sendo proposto para o próximo Sínodo a ser realizado em outubro, no Vaticano. Segundo o Cardeal, há mesmo o perigo de um cisma como o de 1517 (a rebelião protestante). Como não encontramos tal notícia publicada no Brasil (ou em língua portuguesa), traduzimos a reportagem de uma tradução em língua espanhola publicada pelo Reverendo Padre Canali, por não dominarmos o idioma alemão para que pudéssemos fazer uma tradução direta.
 
FONTE: kath.net 
TRADUÇÃO: Morro por Cristo
(os destaques são nossos)
 
"Cardeal Müller adverte sobre a possibilidade de um cisma como o de 1517!"
 
Regensburg (kath.net) Gerhard Ludwig Cardeal Müller (foto), prefeito da Congregação para a
Doutrina da Fé, advertiu sobre a possibilidade de um cisma como o ocorrido em 1517, segundo informa o “Daily Mail”. Sobre a separação da doutrina e da prática religiosa, deve-se “estar muito atento à lição da história da Igreja na Alemanha, que não pode ser esquecida”, diz Müller. Insistiu sobre a honestidade que se deve ter na pregação e recordou que os mestres da Fé não podem permitir que as pessoas creiam em uma falsa certeza de salvação, quando na verdade somente se estaria dando motivo de escândalo. “Não devemos nos deixar enganar quando se trata da natureza sacramental do Matrimônio, sua indissolubilidade, sua abertura à procriação, e à complementariedade fundamental dos dois sexos. A atenção pastoral deve ter sempre em perspectiva a salvação eterna". O Cardeal rejeitou explicitamente “uma nova comprensão da revelação no sentido da vida real”. “Não se trata de adaptar a revelação ao mundo, mas sim de ganhar o mundo para Deus”. As declarações do Cardeal Müller foram dadas durante a apresentação da tradução para língua alemã do livro “Ou Deus ou Nada”, do Cardeal Robert Sarah.
 
O Cardenal Müller criticou o “clima de reclamação da Igreja da Alemanha como que para tomar a liderança da Igreja mundial,” sendo que a realidade é bem contrária: elevado número de apostasias, os confessionários, seminários e casas religiosas vazios e órfãos na Alemanha. Müller mencionou que com frequência se pergunta por que a Hierarquia da chamada “Igreja alemã” reclama marcar o ritmo da Igreja universal, sendo que nela há déficits dramáticos, precisamente em questões de moral sexual e no ensino católico sobre o matrimônio. Somente uma “nova evangelização que se sustente, com toda sinceridade e zelo apostólico” poderá reverter o endurecimento e queda do cristianismo na Alemanha, explicou Müller ao “Daily Mail”.
 
Em vistas do próximo Sínodo dos Bispos sobre a família, o Cardenal criticou a cegueira em relação ao foco do problema, que gera a petição de que se autorize que os que vivem casados civilmente, com o vínculo de um anterior matrimônio canônico válido, sejam admitidos à Comunhão Sacramental e igualmente, que se queira orientar o futuro pastoral, tendo como temas centrais “a comunhão e o reconhecimento das relações homossexuais.”
 
“Por todos os meios se tenta, exegética, histórica - segundo a história dos dogmas - psicológica e sociológicamente “reelaborar” o ensinamento católico sobre o matrimônio, que surge do ensinamento de Jesus, perspectiva, a única, que a Igreja admite como válida. Quem é fiel aos ensinamentos da Igreja? uma campanha midiática, que se opõe e vilipendia ao Papa, ou todos os Bispos testemunhas da verdade revelada em comunhão com ele e aos quais foi confiada a administração fiel do Depósito da Fé, que não pode reduzir-se a medidas estritamente humanas?"

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

41º PAPA: São Zózimo - ano 417 a 418

Papa São Zózimo (41º Papa)
Pontificado:  18 de março do ano 417 a 26 de dezembro de 418
 
 
 
Papa da Igreja de Cristo entre os anos 417 e 418, nascido em Masuraca, Grécia, eleito em 18 de março (417) como sucessor de Inocêncio I (401 a 417), exerceu um pontificado breve e atormentado pela difusão da heresia pelagiana. Em seu pontificado prescreveu que os filhos ilegítimos não podiam ser ordenados sacerdotes. De temperamento forte, reivindicou o poder da Igreja contra as interferências alheias.

Enviou vigários para a Galiléia e combateu o pelagianismo, heresia que ensinava que o homem podia salvar-se sem a graça de Deus. A reação da Igreja da África, dirigida por Santo Agostinho, levou a uma nova condenação da doutrina pelagiana. O 41º Papa da Igreja de Cristo entregou sua alma a Deus no dia 26 de dezembro de 418 em Roma.
 
 
São Zózimo Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O TRIUNFO DA SANTÍSSIMA VIRGEM EM MAALOULA

Faltando poucos dias para se completar 2 anos da publicação aqui no blog em que se noticiava o enterro de 3 mártires da cidade de Maaloula, na Síria, eis que novamente trazemos notícias desta cidade. Embora o acontecimento noticiado tenha já dois meses, só agora tomamos conhecimento. Agora, graças a Deus, felizes notícias.

Viva Cristo Rey!

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A Santíssima Virgem volta a guardar Maaloula

 
 
Com grande alegria os habitantes da antiquíssima cidade síria de Maaloula, deram as boas vindas à imagen da Santíssima Virgem que volta a presidir seus destinos, desde a mais alta colina dos arredores da Cidade.
 
Segue vídeo da chegada da imagem à cidade:

 


Maaloula (quinta-feira, 18 de junho de 2015, Gaudium Press):


"A alegria mais uma vez se faz presente em Maaloula", exclamou o sacerdote Gabriel Daoud, por conta do retorno da Santíssima Virgem à colina que domina a cidade de Maaloula, na Síria.
Uma nova imagen, construída para substituir a que havia sido destruída por milícias extremistas em 2013, foi recolocada em seu lugar de honra, em um ato que contou com a presença do Patriarca greco-melquita de Antioquia, Sua Beatitude Gregorio III Laham.

A imagem da Santíssima Virgem recupera o lugar de honra em Maaloula. Em entrevista com a Zenit, o Padre Gabriel Daoud afirmou que a alegria dos fiéis "nós a transmitimos a todo o mundo, com o mesmo espírito que sempre foi característico de Maaloula, da civilização humana, assim como da história de glória e convivência pacífica na Síria". Os moradores sentem que a proteção da população por parte da Mãe de Deus significa também o retorno da normalidade e da paz local, apesar do conflito ainda intenso em todo o país.

Além da estátua da Santíssima Virgem, também foram restituídas as partes perdidas do templo em honra a Santa Tecla: três sinos, uma pia batismal feita de bronze e alguns crucifixos, o que para o Patriarca Gregorio III simboliza a ressurreição de toda Síria, uma vez que a cidade de Maalaoula tem uma extraordinária importância arqueológica por causa de seus mais de dois mil anos de existência, assim como por ainda possuir atualmente templos cristãos que datam do século IV.

Maaloula é um dos poucos lugares do mundo onde ainda se conserva o aramaico, língua falada por Nosso Senhor Jesus Cristo, e cuja convivência pacífica era considerada modelo em toda a região. O evento da instalação da imagem mariana contou com a participação do Governador rural de Damasco, Hussein Makhlouf e a do Embaixador da Síria no Líbano, Abdul Karim. (*)

(*) Fuente: Gaudium Press









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domingo, 16 de agosto de 2015

"SEREIS ODIADOS POR CAUSA DE MEU NOME" - Homenagem a Dom Rogelio Livieres

Muito tempo faz que não publicávamos qualquer coisa aqui no blog, principalmente por conta de problemas relacionados ao notebook que dispúnhamos para realizar tal trabalho. No entanto, cremos que um recente acontecimento nos obriga a escrever - ainda que poucas - palavras aqui no blog, assim como a reimpulsionar nosso pequeno e insignificante apostolado:
 
O FALECIMENTO, NA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA 14 DE AGOSTO, DO SANTO BISPO DOM ROGELIO LIVIERES PLANO

 

Mas afinal, quem foi Mons. Rogelio Livieres?


Rogelio Ricardo Livieres Plano nasceu em Corrientes (Argentina), em 30 de agosto de 1945. Ainda pequeno mudou-se para Asunción (Paraguay), onde cresceu física e intelectualmente: aí cursou seu Bacharelado no Colegio San José de Asunción. Formou-se como advogado, notário e escrivão público na Universidade Católica "Nossa Senhora da Assunção".


Tornou-se especialista em Direito Administrativo pela Escola Nacional de Administração Pública de Madrid (Espanha) e Doutor em Direito Canônico pela Universidade de Navarra (Espanha).


Foi ordenado sacerdote em 15 de agosto de 1978, pertencendo ao clero da Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei.


Desenvolveu seu serviço sacerdotal em atividades pastorais diretas como Capelão do Centro Universitário CUDES, da Universidade Austral em Buenos Aires e do Centro Universitário Ycuá, além da Escola de Formação para assistentes de Empresas de Serviços (EFAES) de Asunción, logo após haver sido instituído Vigário da prelatura da Santa Cruz e Opus Dei em Buenos Aires.


Avançou em seu trabalho acadêmico como professor de Introdução ao Direito na Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Católica de Assunção, professor de Direito Administrativo na Faculdade de Direito da Universidade de Navarra (Espanha), professor de Direito Canônico no Seminário Internacional da Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei em Roma, além de professor de Teologia na Faculdade de Direito da Universidade Austral de Buenos Aires.


Foi nomeado Bispo de Ciudad del Este (Paraguay) pelo Papa João Paulo II, em 12 de julho de 2004, tomando posse do cargo em 3 de outubro do mesmo ano.


Lema episcopal: "Santifica-nos na Verdade"


Seu lema episcopal é inspirado naquelas palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo na última ceia, quando se dirige a Deus Pai e, referindo-se a nós, diz:


“Santifica-os na Verdade; tua palavra é a Verdade” (São João, cap. 17,vers. 17).


Conhecendo a mensagem de Cristo, conhecendo a Cristo e identificando-nos com Ele, somos santos, alcançamos o fim de nossa vocação cristã e o objeto de nossa vida terrena. Esse será o norte de sua função de Bispo: animar os cristãos no caminho da santidade.


A restauração do Catolicismo promovida pelo Bispo Livieres em Ciudade del Este


Monsenhor Rogelio Livieres fez uma verdadeira transformação na Igreja de Ciudad del Este. Encontrou uma diocese em frangalhos, com uma vida católica abandonada, falta de padres, raras vocações, enfim, nada muito diferente da situação da maior parte das dioceses em todo o mundo. Mas eis que o trabalho de um verdadeiro sucessor dos Apóstolos começa a produzir frutos: Dom Rogelio abre um seminário em sua própria Diocese para formar seus sacerdotes conforme manda a Igreja (até então havia apenas um único seminário "central" para onde todos os seminaristas do paraguay deveriam ir), implementa o verdadeiro e tradicional Catolicismo, visita e instrui na Fé Católica todos seus diocesanos, desde aqueles que lhe são vizinhos até os dos lugares mais afastados, incentiva instituições e movimentos verdadeiramente católicos e, anos depois, consegue transformar a Diocese de Ciudad del Este em uma verdadeira diocese modelo, onde a Fé católica cresce sobremaneira, as vocações sacerdotais pululam e a vida sacramental florece.


Reproduzimos agora um artigo nosso publicado em 20 de julho de 2014, artigo este que mostra um pouco do pequeno milagre realizado em Ciudad del Este por intermédio de Dom Livieres:


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CIUDAD DEL ESTE: Os frutos de uma Diocese que busca viver a Fé Católica


Caros leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Reproduzo abaixo um artigo publicado no site da Diocese de Ciudad del Este - Paraguay. Para quem não sabe, a Diocese de Ciudad del Este vem experimentando nos últimos anos um crescimento - talvez o maior que se tem notícia na Igreja atual - em todos os níveis: ordenações, vocações sacerdotais e religiosas, paróquias, batizados e conversões, participação dos leigos, etc.


Imploro a Deus Nosso Senhor que não permita que ocorra com essa Diocese o mesmo que vem acontecendo com a Congregação dos Franciscanos da Imaculada. Para aqueles que estão familiarizados com os recentes acontecimentos que envolvem tanto essa congregação religiosa (F.I.) quanto a Diocese de Ciudad del Este, certamente compreenderão o que quero dizer. Por ora, prefiro não escrever nada sobre, deixando para fazê-lo futuramente.


Quanto ao artigo que dá o título à nossa postagem - Ciudad del Este: Os frutos de uma Diocese que busca viver a Fé Católica - ele traz algumas informações sobre o crescimento dessa Diocese sob o pastoreio de Dom Rogelio Livieres. Enquanto tantos estudam soluções para conter a evasão de católicos para as seitas, enquanto são criadas tantas comissões e planos pastorais para tentar manter os fiéis na Igreja (já que atrair e converter ovelhas de fora do rebanho no momento é sequer cogitado) o pastor Dom Livieres e seu rebanho, a Diocese de Ciudad del Este, nos mostram como a solução para esses problemas é simples: basta viver a Fé Católica em sua integridade, sem invencionices nem traições.
 
Dom Rogelio Livieres em cerimônia de ordenação sacerdotal na forma extraordinária do Rito Romano
 
Vemos na prática, como um Bispo e uma Diocese que procuram viver um catolicismo sério e autêntico, sendo fiéis à Doutrina e à disciplina da Igreja em sua liturgia, na formação sacerdotal, nas práticas piedosas e devocionais, conseguem transforma-la em uma das mais florescentes Dioceses de nosso tempo, isso em poucos anos. Vemos que a melhor forma de realizar a nova evangelização é através da "velha evangelização", isto é, da evangelização de sempre.



Que viva Cristo Rey!

José Santiago Lima



Vocações comprovam a vitalidade da Igreja


Fonte: Diocesis de Ciudad del Este
Tradução: Morro por Cristo



“As vocações são a comprovação da vitalidade da Igreja. A vida gera vida...; são também condição de vitalidade da Igreja...”, dizia o Papa São João Pablo II.  Em nossa Diocese, atualmente, isso pode ser comprovado de maneira sensível.  Estamos diante do milagre vocacional conseguido por Monsenhor Rogelio Livieres na Diocese de Ciudad del Este.


Alguns dos seminaristas da Diocese de Ciudad del Este

Há algum tempo atrás,  havia um sacerdote para cada 10.000 pessoas, um grande problema para a Diocese, porque um sacerdote para tamanha quantidade de fiéis não podia fazer muita coisa.  Mons. Rogelio então iniciou uma ação pastoral quase insólita de se ver na atualidade: ele mesmo, foi de paróquia em paróquia a buscar jovens que estivessem dispostos a ir para o Seminário. Os frutos da procura mar adentro realizada por nosso Bispo, conseguiu que inicialmente 30 jovens ingressassem no  Seminário diocesano.
 
Antes que os candidatos com inquietudes vocacionais ingressem no Seminário, passam pela Pastoral Vocacional, um espaço onde os jovens são plenamente assistidos pelos sacerdotes e diáconos, e em particular, pelo próprio Bispo, o qual entrevista os candidatos para conhece-los de maneira mais ampla.
 
Mons. Rogelio designou o Presbítero Edelio Fariña, como Diretor da Pastoral Vocacional da Diocese de Ciudad del Este, onde assiste aos jovens maiores de 17 anos assim como aqueles que tenham terminado o 3º ano do Ensino Médio, nos encontros vocacionais que são realizados aos sábados das 14:30 às 18:00 horas na sede do Bispado.
 
 No ano de 2006, Mons. Rogelio criou o Seminário Maior São José, onde iniciaram 35 alunos. Atualmente (2014) o Seminário conta com 200 seminaristas, além de 4 gerações de sacerdotes ordenados. Em média, são ordenados aproximadamente 15 sacerdotes por ano. Tudo isso, obviamente, tem suas consequências e justamente por isso que o Santo já mencionado dizia que a vida engendra vida… Quanto mais sacerdotes, mais paróquias, mais facilidade na hora de acudir aos sacramentos, e consequentemente mais facilidade para se levar uma vida na graça de Deus. Essa é nossa vitalidade, a vitalidade da Igreja.
 

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Alguns dos números que demonstram o impressionante crescimento vocacional da Diocese em menos de 10 anos
















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A FÉ EUCARÍSTICA DE DOM ROGELIO LIVIERES


Os extraordinários resultados obtidos por Monsenhor Rogelio Livieres podem ser bem compreendidos pela Fé católica que professava e imprimia em sua Diocese. Está Fé era expressada, dentre outras situações, em sua relação para com o Santíssimo Sacramento da Eucaristia. É o que se observa na Carta Aberta de Dom Rogelio Livieres à toda a Igreja do Paraguay, por nós reproduzida em um artigo publicado em 30 de agosto de 2014:


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Carta aberta de Monsenhor Livieres à Igreja no Paraguai. O mundo sofre uma verdadeira dessacralização e, em nosso país, isso tem forma de Teologia da Libertação. Deve-se buscar e encontrar a comunhão na Igreja pela Eucaristia, único e verdadeiro sinal de unidade.


Dom Livieres e o Sancta Sanctorum


Nós, Bispos e Sacerdotes, não somos apenas as testemunhas de profundas mudanças, como também somos os atores comprometidos nestes processos de transformação que  afetam os diferentes ambientes de nossa Igreja. E, como já sucedeu por muitas vezes através de tantas épocas e lugares, também a atual crise da Igreja é radicada principalmente na ferida Eucarística, na irreverência e na falta de cuidado no trato para com Jesus Eucarístico.
 
O mundo sofre uma profunda dessacralização. No Paraguai, isso tem forma de Teologia da Libertação, no entanto, suas ideias devastadoras tiveram origem em aceitações anteriores. Ideias e percepções que conseguiram alterar o paradigma original da relação do homem para com Deus, até então, de filial correspondência. A pretensão de substituir o sobrenatural pelo natural, a Verdade que nos torna livres por uma falsa libertação socioeconômica, como se essa pudesse realizar-se de maneira efetiva sem sacudir previamente a escravidão do pecado. Uma hecatombe que acabou por despir os altares da Europa, substituindo Deus e erigindo o homem como falso criador de um mundo cada vez mais oposto às coisas sagradas.
 
Agora, após anos de constantes insinuações, a crise (os problemas) na Igreja se faz cada vez mais visível. Uma crise (problemas) que não poderá ser resolvida através de um consenso generalizado sobre um cúmulo de ideias, nascidas justamente em um âmbito de crescente perda de respeito ao mais sagrado de nossa Fé, a Eucaristia. Por isso, é necessário regressar a um dos conceitos fundamentais deste Sacramento,  definido pelo Concílio Vaticano II como “…signo de unidade…” (SC47).
 
O Catecismo nos recorda que a “comunhão de vida divina e a unidade do Povo de Deus, sobre os que a própria Igreja subsiste, se correspondem adequadamente e se realizam de maneira admirável na Eucaristia” (1325). A comunhão se encontra neste Sacramento e não em frágeis acordos sobre ideias.
 
A comunhão na Igreja deve ser procurada e encontrada através deste excelso “signo de unidade”, portanto na Eucaristia. Lamentavelmente, temos percorrido o caminho inverso, cometendo graves agravamentos, verdadeiras “feridas eucarísticas”.
 
Deixemos de maltratar a DEUS em nossa própria Igreja. Devemos advertir sobre as graves consequências de se receber a Eucaristia em situações de imoralidade ou de se recebê-lA  na mão,  facilitando assim o roubo do Santo dos Santos. Se continuarmos assim, faremos perder a Fé Católica na presença real de Jesus na Eucaristia.
 
Na Igreja, muitos são indiferentes em seu trato para com Jesus Eucaristia. Não podemos tomar por bons ou inofensivos abusos que por si só são destrutivos. Não devemos continuar em silêncio:
 
Elevemos nossas vozes e defendamos o mais divino e concreto nesta terra.
 
Não esqueçamos as advertências de Deus por meio de seu Profeta aos que temos responsabilidade sobre o povo:
 
A vós, homem, Eu vos coloquei como sentinela do povo de Israel. Pois bem, se vós não advertis ao malvado para que mude de vida, e ele de fato não o fizer, este morrerá por seu pecado, porém Eu pedirei contas a ti de sua morte. Do contrário, si vós o advertis para que mude de vida, e ele não o fizer, ele morrerá por seu pecado, mas vós salvareis a vossa vida”, (Ez.  33: 7-9).


Fonte: Diocesis de Ciudad del Este
Tradução e destaques: Morro por Cristo


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"SEREIS ODIADOS POR TODOS POR TODOS POR CAUSA DE MEU NOME"


O último ano da vida de Dom Rogelio Livieres é, sem sobra de dúvida, o mais triste, olhando sob perspectiva humana. Sim, pois se olharmos com os olhos voltados ao sobrenatural, talvez possamos enxergar em seu último ano de vida a confirmação de sua bem-aventurança, conforme palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo:


"Bem aventurados os que sofrem perseguição por amor à justiça, porque deles é o reino dos céus." (Mt. V, 1-10).


Ainda diante dos excelentes frutos produzidos por seu árduo trabalho apostólico, Dom Livieres passou a sofrer todo tipo de pressão, calúnias e golpes por parte dos inimigos da Igreja, ainda que muitos deles se encontrassem oficialmente dentro da própria Igreja. Em contrapartida, o santo e valente Bispo continuou sua obra sempre fazendo jus ao seu lema episcopal:


"Santifica-os na Verdade".


Pela verdade Dom Livieres lutou e, pela verdade, passou a colecionar inimigos, tanto de fora como de dentro da Igreja. Pela verdade Dom Livieres passou a ser odiado. E, pela verdade, passou a ser perseguido. O ápice de sua perseguição se deu quando, sob intenções "misericordiosas", sua Diocese passou por uma "visita Apostólica" (procedimento realizado quando uma Diocese ou Ordem religiosa apresenta problemas, o que nos dias atuais, significaria que faltariam visitadores apostólicos). Embora a visita tenha transcorrido em clima alegre e fraterno, com muito elogios por parte do visitador (Cardeal Santos Abril), o resultado de tal visita foi catastrófico (há quem acredite que tal visita foi apenas "um teatro" já que o que estaria por vir fora anteriormente decidido). Falamos sobre isso em um artigo nosso sobre a terrível crise que se abate sobre a Igreja, publicado em 10 de outubro de 2014 e que reproduzimos agora: 
 
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Terrível sintoma do agravamento da Crise na Igreja: o caso LIVIERES


ou ainda: "A noite escura da Igreja" - parte 2

 
 
Para a maior parte dos católicos, desde os chamados "católicos de IBGE" (ou "católicos de nome") aos ditos "católicos praticantes", não há nada de errado com a Igreja nos tempos em que vivemos. O próprio Papa Francisco chegou a dizer que:
 
 
 
 "a Igreja nunca esteve tão bem como hoje" (Papa Francisco, 16 de setembro de 2013) 

 

No entanto, é de conhecimento geral que os últimos papas, predecessores de Francisco, discordavam totalmente desse seu comentário:

 
“por alguma fissura a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus.” (Papa Paulo VI, 29 de junho de 1972)


 
"Temos que admitir realisticamente e com sentimentos de intensa dor que hoje os Cristãos, na sua grande parte, sentem-se perdidos, confusos, perplexos e mesmo desapontados; abundantemente se espalham ideias contrárias à verdade que foi revelada e que sempre foi ensinada; heresias, no sentido lato e próprio da palavra, propagaram-se na área do dogma e da moral, criando dúvidas, confusões e rebelião; a liturgia foi adulterada. Imersos num relativismo intelectual e moral e, portanto, no permissivismo, os Cristãos são tentados pelo ateísmo, pelo agnosticismo, por um iluminismo vagamente moral e por um Cristianismo sociológico desprovido de dogmas definidos ou de uma moralidade objetiva"
(Papa João Paulo II, 07 de fevereiro de 1981)

"vivemos uma apostasia silenciosa" (Papa João Paulo II, 28 de junho de 2003)




"A Igreja está desfigurada" (Papa Bento XVI, 13 de fevereiro de 2013)

Se já nos pontificados anteriores a crise na Igreja se tornara evidente a tal ponto de os Papas sobre ela se pronunciarem, no pontificado de Francisco - ainda que alguns a neguem ou a ignorem - ela atinge seu ápice. Um brevíssimo resumo do que nos motiva a chegar a essa conclusão deveria conter - além da dúvida, perplexidade e confusão dos tempos atuais - os seguintes episódios:
 
  • Deposição de cardeais ortodoxos (o caso mais recente seria o do exemplar cadeal Burke) e a reabilitação ou promoção de clérigos de reputação e doutrina duvidosa.
 
  • A escandalosa, injustíssima e incompreensível perseguição à congregação mais frutuosa da Igreja nas últimas décadas: Os Franciscanos da Imaculada. Vale lembrar, não sem lamentar, que tal perseguição vergonhosa é conduzida pelo ditador, digo, padre Fidenzio Volpi e o não menos vergonhoso cardeal brasileiro Braz de Aviz.
 
  • A defenestração do Bispo da Diocese modelo de Ciudad del Este, Dom Rogelio Livieres.
 
Embora pudéssemos discorrer sobre cada um dos acontecimentos acima apresentados, comentaremos apenas sobre o caso de Dom Livieres, ex Bispo de Ciudad del Este. Já havíamos mencionado em nosso blog este Bispo e sua frutuosa diocese AQUI. Mons. Rogelio Livieres em 10 anos conseguiu fazer um verdadeiro milagre na Diocese de Ciudad del Este, transformando-a de uma diocese quase insignificante em um dos maiores celeiros de vocações da América Latina. Não somente as vocações cresceram, mas toda a vida da Diocese foi verdadeiramente transformada: população presente nas Missas e demais celebrações litúrgicas, nascimento e crescimento de congregações religiosas, comunidades, cursos de formação em todos os âmbitos, criação de capelas de adoração perpétua ao Santíssimo por toda a Diocese, enfim, consequente e visível crescimento em todas as práticas eclesiais e maior participação dos diocesanos na vida sacramental (aumento de conversões, batismos, matrimônios, etc...). Como não poderia ser diferente, Dom Rogelio mostrou-se amigo da Tradição, fomentando o amor, respeito e instrução nas práticas tradicionais e piedosas (inclusive a Missa Tradicional que também ele celebrava).
 
Como pastor amante da Verdade Católica, defensor da Fé e do Santíssimo Sacramento (basta ler o artigo onde publicamos a carta de Mons. Livieres sobre a Santíssima Eucaristia AQUI), combateu a "Teologia da Libertação" até então seguida de maneira explícita ou velada por grande parte de seus pares (bispos paraguayos), o que lhe rendeu inimizade e diversos inimigos. Além disso, seu modo "tradicionalista" e sua decisão de criar o seminário de sua própria diocese (o que o direito da Igreja lhe permite) enquanto todas as dioceses paraguayas enviavam seus jovens para serem formados em um único seminário nacional fez com que ele fosse verdadeiramente odiado.
 
Poderíamos dar uma série de outros detalhes que completariam os relatos sobre o porquê de Dom Livieres ter se tornado o "bispo odiado" por parte de muitos dos responsáveis pela arrasada Igreja Paraguaya, mas, por ora, ficaremos por aqui. Basta concluirmos com o que aconteceu recentemente: Dom Livieres e sua Diocese foram alvos de uma Visita Apostólica (e isso enquanto centenas de Dioceses clamam por uma intervenção da Santa Sé) que, conforme relatos do próprio site da Diocese (diocesiscde.info), serviria apenas para comprovar o Êxito da vida diocesana e dirimir possíveis dúvidas.
 
Pois bem, Mons. Livieres foi chamado à Roma, lá foi sumariamente "despedido" sem que sequer pudesse se defender. Pediu que lhe apresentassem ao menos os relatórios da Visita Apostólica para que pudesse saber o porquê de sua demissão, sobre o que estava sendo acusado e assim pudesse preparar sua defesa. Isso também lhe foi negado. Por fim pediu para ser recebido pelo Santo Padre para que pudesse lhe esclarecer qualquer coisa ou ao menos receber uma orientação paterna mas, ao que parece, o Papa não quis recebê-lo. Toda a situação pode ser melhor compreendida ao se ler a explêndida e comovente carta escrita por Dom Livieres ao Cardeal Ouellet (AQUI). Enfim, como se já não bastasse a cadeia de injustiças que terminaram pela ainda mais injusta deposição deste grande bispo católico, nem ao menos foi digno de ser recebido pelo Papa (que curiosamente recebe ateus, protestantes, judeus, muçulmanos, amancebados públicos e promotores de erotismo na Argentina).
 
Embora alguns digam que, justo ou não, é o Papa e pode fazer o que quiser, perguntamos: Mas, e quanto aos padres rebeldes que desafiam a doutrina católica? Nem uma chamadazinha de atenção? E às freiras abortistas norteamericanas que se rebelaram contra a Igreja? Nada?
 
Para finalizar: nós católicos não são somos anglicanos ("igreja" da Inglaterra), não somos luteranos ou pentecostas, enfim, não somos protestantes! Não somos independentes! Não seguimos a "igrejas"   nacionais! O catolicismo é universal, até porque é isso o que significa a palabra católico.
 
As conferências episcopais não são de direito Divino! De certa forma, as conferências episcopais usurpam a autoridade do Papa, assim como também a autoridade que possui o Bispo sobre sua diocese.
 
Segundo o que foi informado pela nota do Vaticano, a razão da destituição de Dom Livieres foi "falta de comunhão" com os bispos paraguayos, ou seja, falta de comunhão com a conferência episcopal. Tal razão é profundamente anticatólica, uma vez que a comunhão do Bispo não é com nenhuma Igreja nacional, a comunhão do Bispo deve ser com o Romano Pontífice e, através e juntamente com ele, com a Igreja Universal.
 
Dom Livieres não é hereje, não é cismático, não é um imoral indigno de ser Bispo! É simplesmente um Bispo que exercia sua potestade na sua própria diocese, potestade para ter seu próprio seminário.
 
Se não havia "entendimento"entre ele e outros bispos de seu país, isso não seria razão para destituí-lo. Outra prova da injustiça dessa destituição. Outra prova da crise na Igreja.

Virgem Santíssima, rogai pela Igreja de Vosso Filho!
 
 
José Santiago Lima


O grande "pecado" de Dom Livieres. Transformar uma pequena diocese em um reduto do catolicismo verdadeiro e frutuoso.
Acima, imagem dos seminaristas da Diocese. Por que se dá um escorpião a quem merecia ser congratulado?




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Após o triste episódio da perseguição da Dom Rogelio Livieres, retratado acima, o Santo Bispo - perseguido, injustiçado e humilhado - resignou-se com a condição a qual lhe haviam imposto e, como cristão e santo Bispo sucessor dos Apóstolos, teve ainda nobres atitudes dignas de quem era: Grava e escreve mensagens a seus antigos fiéis da Diocese de Ciudad del Este para que se mantenham fieis ao novo Bispo e às autoridades legitimamente instituídas. Outros, por se tratar de flagrante injustiça, teriam facilmente incitado os seus a se rebelarem ou não reconhecerem as novas autoridades. Dom Livieres, no entanto, com sua atitude nos deu uma aula de VERDADEIRA HUMILDADE. Dom Livieres ainda teve a nobre ação de ter saído em defesa do Padre Rodrigo Maria, sacerdote brasileiro que também vinha sendo perseguido por não se enquadrar no padrão sacerdotal "misericordioso" atual, posto que denuncia erros, prega sobre pecado, inferno, arrependimento e conversão, temas meio ultrapassados para os tempos em que vivemos atualmente. Padre Rodrigo Maria havia sido suspenso de ordens em processo claramente injusto e Dom Livieres, mesmo tendo o próprio nome e reputação atirados na lama, saiu em defesa de Padre, conseguindo que este sacerdote recebesse novamente o pleno uso de ordens.Por fim, Dom Rogelio Livieres ainda em seus últimos dias, grava mensagem de filial acolhida ao Papa Francisco por conta de sua visita ao Paraguay.
 
Em seus últimos tempos, perseguido, injustiçado e humilhado, abandonado por todos e lançado ao ostracismo até pelo grupo a que pertenceu, Dom Rogelio Livieres teve sua saúde deteriorada a olhos vistos, passando por internações e procedimentos dolorosos, tudo isso menos de 1 (UM) ano após sua destituição. Da mesma forma, menos 1 (UM) ano após os eventos acima relatado, recebemos a triste notícia:
 
É sexta-feira, 14 de agosto do ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2015, as 8 (oito) horas da manhã: FALECEU MONSENHOR ROGELIO RICARDO LIVIERES PLANO.
 
Nós do inignificante apostolado virtual "Morro por Cristo" gostaríamos de finalizar esta pequena homenagem a este grande Bispo e Confessor da Fé Católica, Dom Rogelio Livieres, com as seguintes passagens das Escrituras Sagradas:
 
 
"Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim." (São Mateus, cap. 5, vers. 10 e 11)
 

Não há como não enxergar a vida de Monsenhor Livieres, sobretudo seus últimos anos, intimamente relacionada a essa afirmação vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Perseguido foi por causa da verdade e por amor à justiça, caluniado por causa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Certamente, estará no Reino dos Céus conforme a promessa de Cristo.
 
"Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós. Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação." (São Lucas, cap. 21, vers. 16 a 19)
 
Não há como não ver em Monsenhor Livieres o cumprimento dessas palavras de Nosso Senhor: Entregue por seus irmãos no episcopado, abandonado por seus parentes e amigos (a prelatura da qual fazia parte) e mesmo injustamete punido e abandonado por seu pai - o Papa - manteve a constância em sua Fé e fidelidade a Cristo e à Igreja, alcançando assim a salvação.
 
Dom Rogelio Livieres foi verdadeiramente fiel a Seu Senhor e Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo: perseguido, humilhado, injustiçado, abandonado pelos seus... ainda assim, fiel e perseverante na Fé e na fidelidade. O Deus justícimo lhe dará a recompensa por tantas injustiças aqui sofridas.
 
Finalizo reproduzindo um comentário que li em outro site por conta do falemento de Dom Livieres. Também dedico o vídeo da Missa de Requien - celebrada pelo próprio dom Rogelio Livieres - a sua alma, para que descanse e encontre face a face o Senhor e Redentor Jesus Cristo, para o qual viveu.
 
"D. Rogelio viveu seu pequeno (grande) martírio: foi perseguido pelos irmãos do episcopado, injustiçado pelo seu superior na Terra, abandonado pelo seu grupo… O mundo não foi digno da presença de D. Rogelio, e Deus rapidamente o levou ao Céu."

REQUIEM aeternam dona ei, Domine, et lux perpetua luceat ei. Requiescat in pace. Amen.