A todos nós, católicos brasileiros. Bastaria a gloriosa história dos santos mártires, homens e mulheres que derramaram seu sangue por Nosso Senhor Jesus Cristo e pela fé católica em dois mil anos de história da Igreja, para nos fazer - entre lágrimas - tomar o firme propósito de viver uma nova vida, sendo sal da terra e luz do mundo. No entanto, acabamos por continuar a viver uma vida medíucre, praticamente ignorando tão edificantes exemplos. Também somos tentados a acreditar que estes feitos gloriosos são modelos de outros tempos e para outras épocas.
A reportagem que publicamos a seguir mostra exatamente o contrário: quantos exemplos de fidelidade à Cristo ainda podemos presenciar em nossos dias... e quão atual é o testemunho daqueles que buscam ser fiéis a Deus em meio à um mundo tão indiferente à Ele.
"Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim." (São Mateus, cap. 5 vers. 11)
Vemos, conforme a reportagem publicada no site do Estadão, que as perseguições continuam em nossos dias e que em muitos lugares, ser católico significa sofrer, arriscar e mesmo sacrificar a própria vida por amor à Cristo. Admiração... e vergonha!
Admiração por estes nossos irmãos que demonstram suas fidelidade à Cristo mesmo que diante do terror e da ameaça. Admiração por sua coragem em testemunhar o amor à Cristo quando renegá-lO seria tão mais fácil. Admiração ao ver sua disposição em arcar com as consequências dessa fidelidade. Admiração.
E vergonha... vergonha ao observar o quanto somos covardes... o quanto somos infiéis. Quantos de nós não nos envergonhamos de exteriorizar nossa fé quando estamos diante de amigos que dela não compartilham? Quantos de nós nos omitimos ou evitamos tomar como nossa a posição da Igreja em certas discussões por saber que ela contraria a posição da maioria ou daqueles que conosco discutem? Quantos de nós que as vezes até evitam ostentar um crucifixo, pronunciar uma oração ou mesmo persignar-se para "não ofender a sensibilidade" dos não crentes?
Dominus meus et Deus meus, meu Senhor e meu Deus, como me envergonho ao reconhecer que nos acovardamos diante de picuinhas se comparadas às situações que se apresentam diante destes nossos irmãos. Se assim nos comportamos diante de tão pequenas provações, como não agiríamos se estivéssemos em seus lugares? Perdão Senhor!
Que diante do exemplo desses nossos irmãos possamos valorizar a graça de termos recebido a Fé e de pertencermos ao Corpo Místico de Cristo, e que esse novo valor seja refletido em nosso comportamento, em nossas ações, em nossas palavras e em nossas vidas.
¡Viva Cristo Rey!
José Santiago Lima
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Após Jornada, peregrinos pedem refúgio no Brasil
Ao menos 40 jovens perseguidos em seus países querem permanecer aqui
23 de agosto de 2013 | 2h 08
Roberta Pennafort / RIO - O Estado de
S.Paulo
O jovem A. tem 24 anos e mora em um país muçulmano. O fato de vir de família
católica faz de sua casa alvo de constantes ameaças. O sonho do avô era, um dia,
ver um papa pessoalmente. A. o realizou ao vir ao Rio para a Jornada Mundial da
Juventude, há um mês. Assim como outros 40 peregrinos de países onde existem a
perseguição religiosa e os conflitos armados, o rapaz, jurado de morte só por
participar do evento, não quer ir embora: está pedindo refúgio ao governo
brasileiro.
Rapazes temem que famílias sofram
represálias se revelarem a identidade
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"Não posso voltar. Já avisaram que matam não só a mim, mas toda a minha
família", contava ontem, chorando, na Casa de Acolhida da Cáritas Arquidiocesana
do Rio de Janeiro, na zona norte da cidade, seu novo endereço. "Durante a JMJ,
me senti extremamente livre ao ver milhões de pessoas na rua gritando, cantando,
professando sua fé. Estou triste por não ver mais o rosto da minha mãe antes de
dormir, mas lá não consigo um bom emprego pelo simples fato de ser cristão,
mesmo tendo estudado toda a minha vida e me formado em Artes e Jornalismo."
Os peregrinos são jovens na casa de 20 anos, egressos de três países:
Paquistão, Serra Leoa e República Democrática do Congo. Os congoleses fogem da
violência em seu país e se abrigaram com conterrâneos já radicados no Rio. Os
demais estão espalhados em paróquias.
Alguns trazem marcas de tortura no corpo; histórico de mortes de familiares e
de humilhações são comuns.
Para acelerar a adaptação ao novo país, eles têm aulas de português duas
vezes por semana, duas horas por dia. A comunicação é toda em inglês. Os jovens
se mantêm e se alimentam com a ajuda da Igreja, de fiéis e de voluntários. O
contato com a família, raro, é por telefone e internet. Ao
Estado, pediram para não terem o nome nem a nacionalidade
publicados, por temerem pela segurança dos que ficaram para trás.
"Aqui as pessoas são muito felizes, cada um tem sua religião. É o paraíso. Na
minha comunidade, se você é cristão, e não muçulmano, não te dão nem um copo
d'água. Sou coagido o tempo todo a virar muçulmano, mas podem cortar a minha
cabeça que eu não viro, pois tenho muito orgulho da minha fé", disse outro
rapaz, de olhar perdido.
"Mataram meu pai e minha irmã quando ela tinha 7 anos. Minha mãe teve de
fugir da nossa cidade. Sofro muita pressão psicológica, o que pode ser pior do
que tortura física", relatou outro, para quem a vida de refugiado, ainda que
melancólica, se prenuncia melhor do que a de medo que tinha antes.
Processo. Assim que a Jornada Mundial da Juventude acabou, no dia 28 de
julho, os jovens pediram ajuda a religiosos com quem mantiveram contato. Já
marcaram entrevistas na Polícia Federal, para dar início ao processo por que
passam todos os candidatos a refugiados. Os casos serão analisados pelo Comitê
Nacional para Refugiados (Conare), presidido pelo Ministério da Justiça. A
Cáritas de São Paulo tem outros cinco casos. Se forem aprovados, os estrangeiros
terão os vistos trocados.
Segundo Andres Ramirez, representante no Brasil do Alto Comissariado da
Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), são situações-limite, que
se enquadram na Lei 9.474, que dispõe sobre o tema e estabelece que "será
reconhecido como refugiado todo indivíduo que por fundados temores de
perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou
opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou
não queira acolher-se à proteção de tal país".
Para lembrar. O Alto Comissariado da Organização das Nações
Unidas para Refugiados (Acnur) informou que o número de refugiados no Brasil vem
crescendo bastante: foram 566 em 2010; 1.138 em 2011 e 2.008 em 2012. O número
deve ficar em 2.500 neste ano.
Os sírios têm se destacado desde janeiro, por causa do recrudescimento da
violência no país: foram 152 casos até junho - a maioria se estabeleceu em São
Paulo. A nacionalidade síria, que nem sequer constava mais da lista de
refugiados no Brasil, passou a ocupar o sexto lugar em 2012: foram 121 pedidos
desde 2011.
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