"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

sábado, 3 de agosto de 2013

A "derrapada" do Papa e a gravíssima e catastrófica crise na Igreja

Antes de mais nada, gostaria de adiantar aos nossos leitores que este post se trata mais de um desabafo do que propriamente um artigo, portanto, peço desculpas aqueles que possivelmente possam se sentir ofendidos com o que escreverei. Advertências feitas, segue o texto.
 
Raio atinge o Vaticano no dia exato em que o Santo Padre Bento XVI renunciou. Seria um sinal dos Céus quanto ao período vivido pela Igreja de Cristo?
 
 
Na visita apostólica de Sua Santidade o Papa Francisco ao Brasil por conta da Jornada Mundial da Juventude, todos os católicos conscientes que a Igreja e a sociedade atual enfrentam uma terrível crise e que o catolicismo não se limita à dancinhas, gritinhos, gingados e "flash mob´s", estes católicos esperavam do Santo Padre uma condenação explícita ao aborto (sim, pois estávamos na iminência de aprovação pela presidente Dilma do PLC 3 /2013 que tem como objetivo principal, facilitar o aborto no Brasil). Muito bem, a condenação não veio e a diabólica lei foi sancionada pela presidente na última quinta-feira.
 
Diante dessa omissão, podemos levantar duas hipóteses:
 
1ª: O Santo Padre não sabia da real situação brasileira, isto é, a CNBB e/ou os organizadores da JMJ omitiram, esconderam do Papa que a presidente naquele momento tinha em sua mesa uma lei iníqua para ser por ela sancionada.
 
2ª: O Papa sabia de tudo mas preferiu se calar para evitar embaraços e constrangimentos diante das autoridades civis brasileiras e para que a Jornada transcorresse tranquilamente, sem maiores problemas.
 
Sinceramente, penso (e espero) que a 2ª hipótese não seja a verdadeira, uma vez que o Santo Padre já demonstrou por diversas vezes ser um homem firme, além de nos ter dito em mais de uma ocasião que por Cristo devemos "nadar contra a corrente". Agora, caso essa hipótese corresponda à realidade, seria uma triste omissão. Alguns católicos modernos que pensam ser o papa imune à equívocos ou erros. A esse católicos, peço que se lembrem que o 1º Papa - São Pedro - negou Nosso Senhor Jesus Cristo por 3 vezes. O Papa é infalível somente quando se pronuncia Ex Cathedra, isto é, quando usa o poder da Chaves dado por Cristo e se pronuncia de forma dogmática, irrevogável e definitiva.
 
Mas, como disse, ACREDITO de coração que o Santo Padre não sabia da real situação brasileira, portanto não pôde agir de modo a influenciar para que essa lei não fosse aprovada, ou ao menos que os católicos e demais brasileiro soubessem o que estava para acontecer. Sendo assim, o que nos resta pensar é: CNBB e/ou organizadores da JMJ esconderam isso do Papa!
 
Um indício de que essa deve ter sido a postura da CNBB foi a omissão de incontáveis bispos e a lamentável nota por ela divulgada. Tivemos algumas poucas e honrosas exceções de corajosos bispos que se manifestaram, como Dom Antônio Rossi Keller e Dom Celso Marchiori (ver AQUI), além de outros pouquíssimos que aqui não me recordo, mas que certamente serão recompensados por DEUS Nosso Senhor já que tiveram o próprio DEUS por testemunha.
 
Agora explicarei o porquê deste meu post se tratar de um desabafo, assim como do porquê deste artigo se falar de uma suposta "derrapada" do Papa e principalmente, da gravíssima e catastrófica crise da Igreja.
 
Fui visitar minha mãe, católica que vai à Missa todos os domingos, que vive a assistir "Canção Nova, TV Aparecida, Rede Vida", etc., que é "ministra extraordinária da eucaristia" e então, depois de conversarmos sobre outros assuntos, lhe disse:
 
- "Mãe, a senhora lembra de quando há dois anos lhe adverti sobre não votar na sra. Dilma pois ela legalizaria o aborto no Brasil? Pois é, ela acaba de aprovar mais uma lei favorável ao aborto".
 
Então, sem qualquer constrangimento ou peso na consciência, minha mãe respondeu:
 
- "Oxi meu filho, problema dela, eu não sou a favor do aborto, não tenho nada a ver com isso!"
 
Tentei argumentar falando da doutrina católica, da cumplicidade dos que votaram em Dilma por ser um presidente apenas representante de quem nele votou, etc. Além disso, falei das condenações dos Papas, do catecismo, etc... Foi então que minha mãe me deu a seguinte reposta:
 
- "Filho, pelo jeito você não viu nada do papa. Ele disse para os jornalistas quando perguntaram sobre os gays: quem sou eu pra julgar? Então a gente não pode julgar os gays, nem quem faz o aborto, a gente tem que rezar, Deus manda a gente não julgar, foi isso que o papa falou".
 
Me sentindo extremamente triste, preferi vir embora e encerrar a discussão ali.
 
Esse diálogo que tive com minha mãe serviu para, de uma só vez, demonstrar como é tremenda a crise na Igreja, assim como foi infeliz a resposta do Santo Padre aos jornalistas. Explico:
 
Papa Francisco responde à jornalistas dentro do avião
 
Primeiramente, porque minha mãe em momento algum demonstrou ter noção do que significa uma lei que favorece o aborto ou mesmo o que seja o aborto: o assassinato cruel de um bebê indefeso em pleno ventre materno.
 
Segundo, porque minha mãe não consegue compreender que um católico é cúmplice e corresponsável por seu candidato eleito aprovar leis contrárias à Lei de Deus.
 
Terceiro, que a Igreja já condenou diversas vezes o comunismo e proibiu um católico de defender candidatos ou ideias dessa ideologia anticristã e que essas condenações e proibições valem até hoje.
 
Quarto, que todo cristão católico tem responsabilidade quanto aos acontecimentos em nossa sociedade, principalmente aqueles que confrontam as Leis de Deus. A crise na Igreja é tão grande, que para os católicos pouco importa que milhões de inocentes sejam assassinados, que blasfêmias e sacrilégios sejam cometidos diariamente, inclusive pelos próprios católicos, o que importa é que milhões de católicos se reúnam para sorrir e dançar, "isso é ser Igreja".
 
Quanto à "derrapada" do Papa, também explico:
 
A grande mídia aproveitou a resposta ambígua do Santo Padre justamente para agir conforme seus interesses. Segundo eles, a resposta do Papa abriu caminho para que todo homossexual assuma sua homossexualidade, em outras palavras, manifeste seu "orgulho gay". Quando algum simples leigo católico o questionar, ele responderá:
 
- "Ora, mas se até o Papa diz "quem sou eu pra julgar", você que não é ninguém vai querer me julgar?"
 
E as mídias, manipuladoras dos mais simples e menos instruídos nesse momento já está agindo de modo a infundir na cabeça do povão essa maneira de pensar. Um exemplo disso é minha própria mãe, que a partir de agora acha que não podemos reprovar tal conduta pois até o Papa disse isso.
 
Além do foi exposto acima, outra coisa posso acrescentar: com a resposta do Santo Padre, dá a impressão de que ele a Igreja católica estão mudando de opinião e, consequentemente, os papas e a Igreja de antes eram "retrógrados", "intransigentes", que pregavam ódio aos gays e que o Papa atual, de tão "humilde" que é, está mudando a posição da Igreja.
 
Devemos lembrar à todo católico, primeiramente, que uma resposta dada pelo Papa numa simples entrevista informal não tem o peso de um pronunciamento infalível ou dogmático.  Segundo, que a doutrina católica com relação ao pecado do homossexualismo já está expressa no Catecismo, a saber:
 
2357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atracção sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (103) a Tradição sempre declarou que «os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados» (104). São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.
 
A Igreja CONDENA veementemente esse pecado e ninguém, nem mesmo um Papa, poderá dizer o contrário. No entanto, deve ficar claro que a Igreja condena o PECADO do homossexualismo, isto é, a PRÁTICA do ato homossexual e seu incentivo. Mas JAMAIS condena o PECADOR. Vejamos o parágrafo seguinte do Catecismo:
 
2358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objectivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.
 
Portanto, aquilo que o Papa Francisco disse sobre acolhe-los e bem tratá-los está expresso na Doutrina Católica. Ao contrário do que a Mídia mentirosa e manipuladora quis mostrar, não há novidade alguma com relação a isso. Então onde está a "derrapada" do Papa?
 
O Santo Padre falou apenas da misericórdia para com o pecador, mas omitiu a CONDENAÇÃO da Igreja para com o pecado. E assim, tanto a mídia inimiga da Igreja quanto os católicos simples agora acreditam que a Igreja "mudou seu posicionamento com relação aos gays".
 
Caros irmãos, rezemos pelo Santo Padre o Papa Francisco. Rezemos e atendamos aquilo que ele mesmo nos pede. Rezemos por ele. Francisco é nosso Papa. Bergoglio é um homem simples, porém a impressão que nos passa é a de que ainda não se deu conta totalmente do papel que possui e da posição que ocupa. Quando era Bergoglio, podia ter certas posturas e dizer certas coisas. Agora, como Francisco, Papa, o cuidado deve ser redobrado, uma vez que os inimigos da Igreja estão na espreita esperando qualquer deslize para ela atacar.
 
Finalizo este desabafo - antes que me acusem - reafirmando todo o meu amor filial e veneração ao Papa, sucessor de Pedro, Vigário de Cristo na terra.
 
Rezemos pelo Santo Padre o Papa Francisco. Rezemos pela Santa Igreja Católica para que saia dessa que parece ser a pior crise de seus 2 mil anos. Rezemos por nosso irmão católicos que parecem estar vivendo um sono profundo, ou sonho, o sonho do país (ou mundo) das maravilhas.
 
Rezemos pela Igreja de Cristo, fora da qual não há salvação.
 
Rezemos

Um comentário:

  1. Meu irmão temia que a Dilma assinasse essa sentença de morte, mas não dessa forma. Nós cristãos somos covardes, Jesus não agiria dessa forma, mesmo que morresse outra vez na cruz, com certeza Ele faria muito barulho, protestos...

    Erramos em eleger essa pessoa anticristo, na minha cidade o Prefeito é do PT, filiou-se ao partido enquanto ainda era padre. Confessou a sociedade que era pai de uma criança enquanto padre. E mesmo assim católicos o defenderam e o elegeram.

    Briguei muito na Facebook, me ofenderam, digo "elogiaram" de papa-hóstias, digo elogiaram, pois se tomasse todos os dias a Eucaristia seria com muita alegria, mas católicos sempre citam de forma pejorativa os que defendem a Fé Católica usando esse termo: papa-hóstias.

    Sim meu irmão, estamos em crise. A maior...

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