Nos últimos anos muito se discute sobre como a Igreja deve atuar no mundo moderno. Muitos dizem que ela deve se adaptar ao mundo para assim "atrair os fiéis"... Mas atrair para quê? O que irei buscar na Igreja se ela me oferece aquilo que já encontro no mundo? Não perecebem os defensores dessa teoria de "aproximação" da Igreja com o mundo a tamanha tolice que estão a propor?
Triste é saber que não apenas os inimigos da Igreja e aqueles que estão "de fora" propoem esse tipo de ação por parte da Igreja, mas sim e principalmente membros dela própria. Não quero dizer que a Igreja deva se fechar em si mesma como muitos querem fazer entender. Ao contrário, a Igreja deve sair em busca dos que estão fora, não para confirmá-los em sua situação chancelando as práticas em que vivem e defendem mas sim, levando-lhes a verdade e instando-os à conversão, para que também eles possam "vir para dentro".
Reproduzo abaixo uma reflexão de um dos bispos brasileiros a quem mais admiro, Dom Henrique Soares da Costa, que demonstra de forma clara a maneira como deve agir a Igreja para que a Fé seja novamente "atrativa". Ah se todos pensassem e agissem assim...
¡Qué viva Cristo Rey!
* * * * *
Por Dom Henrique Soares da Costa
O primeiro segredo, penso eu, era exatamente não procurar entusiasmar, encher auditórios ou fazer sucesso... Afinal, nem Jesus nosso Senhor nem os Seus Apóstolos nem os santos de todas as épocas nunca procuraram vender o Evangelho como mercadoria fácil e barata... O segredo daqueles dois – e do primitivo cristianismo – estava em outra parte: encontrava-se na convicção de fogo, no radicalismo suave e profundo de quem encontrou de verdade Jesus, de quem perdeu tudo por Ele, de quem apostou Nele a vida! Paulo e Barnabé não pregavam a melhoria das condições sociais para o povo, não estavam preocupados com o problema da escravidão no Império ou com a política imperial; não estavam aperreados com a questão da distribuição de renda... Não! Sejamos sinceros! A preocupação deles era comunicar uma Novidade, uma urgente e inesperada Novidade: Deus amava a humanidade; não se esquecera dela; conhecia as dores de cada homem e, agora, no Seu Filho Jesus, morto e ressuscitado, oferecia a salvação a todos, oferecia um novo sentido de viver, um novo rumo para a existência, um novo gosto de existir! Quem cresse em Jesus, Nele fosse batizado e nos Seus passos caminhasse, Nele encontraria a vida em abundância! Esta era a Novidade, este o Evangelho, este o segredo! Por isso a cidade inteira se reuniu para escutá-los! Eles não pregavam ideias, projetos políticos ou sociais, análises de conjuntura – simplesmente, não era função deles, não tinham autoridade para isso... Eles iam direto ao ponto: Jesus de Nazaré, morto e ressuscitado, quando acolhido, crido, seguido e amado, era capaz de mudar o coração de cada um e da humanidade!
E, no entanto, o Jesus anunciado por eles era exigente: simplicidade de vida, castidade, piedade, risco de martírio, honestidade, obediência a Deus, fidelidade... E, ainda assim, exatamente pela exigência que a Verdade comporta, que a Novidade requer, a multidão se encantava... E, se não se encantasse? E se não dessem ouvidos? Ainda assim, oportuna e inoportunamente, os Apóstolos insistiam a tempo e contratempo, sem amansar, sem esconder, sem omitir ou falsificar o Evangelho. Eram tão apaixonados, tão convictos, tão coerentes no testemunho, tão inflamados no amor, que estavam prontos a dar a vida pelo que pregavam e por Aquele que anunciavam...
É só isto e tudo isto que falta tanto hoje! Pregadores descomprometidos; cristãos que gostam de elogiar o mundo e desprezar o Evangelho, piruetas para atrair o povo como quem seduz um bando de crianças ingênuas... Nada disso trará vigor à Igreja! O vigor da Igreja é e será sempre Cristo vivido integralmente, de modo apaixonado e apaixonante! Muitos não aceitarão, muitos zombarão, muitos sequer compreenderão... Mas “todos os que eram destinados à vida eterna, abraçaram a fé”... E “os discípulos ficaram cheios da alegria do Espírito Santo”... O resto é moda, bobagem que distrai do essencial e somente esconde nossa pouca fé, nosso pouco compromisso e entusiasmo com o Senhor Jesus...
Estava pensando em Paulo e Barnabé nos Atos dos Apóstolos, encantando a multidão de judeus de boa vontade e pagãos que se apinhava para ouvir a Palavra de Deus. Podemos nos perguntar que segredo aqueles dois tinham para atrair assim a tantos... Será que possuíam algum método novo, moderníssimo? Será que dançavam ou gritavam como desesperados? Será ainda que faziam uma pregação de “diálogo” com o m...undo romano no sentido de aliviar as exigências do Evangelho, condescendendo com os vícios do Império? Qual o segredo? É preciso descobri-lo para voltarmos a entusiasmar nossos ouvintes, para encher nossas igrejas, para fazer sucesso...
O primeiro segredo, penso eu, era exatamente não procurar entusiasmar, encher auditórios ou fazer sucesso... Afinal, nem Jesus nosso Senhor nem os Seus Apóstolos nem os santos de todas as épocas nunca procuraram vender o Evangelho como mercadoria fácil e barata... O segredo daqueles dois – e do primitivo cristianismo – estava em outra parte: encontrava-se na convicção de fogo, no radicalismo suave e profundo de quem encontrou de verdade Jesus, de quem perdeu tudo por Ele, de quem apostou Nele a vida! Paulo e Barnabé não pregavam a melhoria das condições sociais para o povo, não estavam preocupados com o problema da escravidão no Império ou com a política imperial; não estavam aperreados com a questão da distribuição de renda... Não! Sejamos sinceros! A preocupação deles era comunicar uma Novidade, uma urgente e inesperada Novidade: Deus amava a humanidade; não se esquecera dela; conhecia as dores de cada homem e, agora, no Seu Filho Jesus, morto e ressuscitado, oferecia a salvação a todos, oferecia um novo sentido de viver, um novo rumo para a existência, um novo gosto de existir! Quem cresse em Jesus, Nele fosse batizado e nos Seus passos caminhasse, Nele encontraria a vida em abundância! Esta era a Novidade, este o Evangelho, este o segredo! Por isso a cidade inteira se reuniu para escutá-los! Eles não pregavam ideias, projetos políticos ou sociais, análises de conjuntura – simplesmente, não era função deles, não tinham autoridade para isso... Eles iam direto ao ponto: Jesus de Nazaré, morto e ressuscitado, quando acolhido, crido, seguido e amado, era capaz de mudar o coração de cada um e da humanidade!
E, no entanto, o Jesus anunciado por eles era exigente: simplicidade de vida, castidade, piedade, risco de martírio, honestidade, obediência a Deus, fidelidade... E, ainda assim, exatamente pela exigência que a Verdade comporta, que a Novidade requer, a multidão se encantava... E, se não se encantasse? E se não dessem ouvidos? Ainda assim, oportuna e inoportunamente, os Apóstolos insistiam a tempo e contratempo, sem amansar, sem esconder, sem omitir ou falsificar o Evangelho. Eram tão apaixonados, tão convictos, tão coerentes no testemunho, tão inflamados no amor, que estavam prontos a dar a vida pelo que pregavam e por Aquele que anunciavam...
É só isto e tudo isto que falta tanto hoje! Pregadores descomprometidos; cristãos que gostam de elogiar o mundo e desprezar o Evangelho, piruetas para atrair o povo como quem seduz um bando de crianças ingênuas... Nada disso trará vigor à Igreja! O vigor da Igreja é e será sempre Cristo vivido integralmente, de modo apaixonado e apaixonante! Muitos não aceitarão, muitos zombarão, muitos sequer compreenderão... Mas “todos os que eram destinados à vida eterna, abraçaram a fé”... E “os discípulos ficaram cheios da alegria do Espírito Santo”... O resto é moda, bobagem que distrai do essencial e somente esconde nossa pouca fé, nosso pouco compromisso e entusiasmo com o Senhor Jesus...
Nenhum comentário:
Postar um comentário