Papa Santo Evaristo (5º Papa)
Pontificado: do ano 101 ao ano 107
Pontificado: do ano 101 ao ano 107
É o quinto Papa da Igreja Católica a receber, como seus predecessores, a coroa
do Martírio. Foi em Roma, numa época em que as perseguições contra a Santa
Igreja de Deus eram implacáveis. Tempos muito aflitivos para os cristãos que
pagavam com a própria vida sua recusa em abjurar a fé.
Santo
Evaristo era judeu-grego de nascimento.
Seu pai chamava-se Judas,
originário de Belém, mas acabou
fixando residência na Grécia. Educou seu filho na doutrina e princípios
judaicos. Evaristo manifestou, desde a mais tenra infância, boas disposições pela virtude e pelas
letras, fato que seu pai observou e cuidou de
cultivar com dedicação. Assim foi progredindo Evaristo nas ciências, de forma que tornou-se pessoa de
excelentes talentos, dentro dos seus
puros e inocentes costumes.
Não se
sabe as circunstâncias e a época em que se converteu ao cristianismo e nem a época precisa em que foi para Roma, mas
passou a ser conhecido como um membro do clero que destacou-se rapidamente em santidade, reconhecida por
toda a Roma. Era um presbítero
conhecido por acender o fervor e devoção no coração dos
seus fiéis, pelos seus exemplos de virtude e caridade cristã.
Sucedeu
a São Clemente no trono pontifício.
Apesar de resistir em assumir o
cargo, após declarar publicamente sua
indignidade, acabou sendo aclamado pelo
clero e pelo povo como merecedor de tão nobre missão. A unanimidade de opiniões,
portanto, fez com que fosse consagrado
Papa no ano de 101.
Logo que
assumiu a cadeira de São Pedro, aplicou todo o seu desvelo para remediar as
necessidades da Santa Igreja, perseguida
por toda a parte, num calamitoso tempo
em que a chama da heresia tentava debelar-se em território sagrado. O espírito das trevas valia-se de todos os artifícios para
derramar o veneno de seus erros, particularmente, entre os fiéis de Roma.
Porém, como o Divino Mestre tinha
empenhado sua palavra, de que as portas
do inferno jamais prevaleceriam contra
Sua Igreja, dispôs, em sua amorosa providência, que ocupasse
Santo Evaristo a cátedra da verdade, a fim de deter a inundação de iniqüidade
e para dissipar esta multidão de
inimigos. Com efeito, tão bem cuidou do
aprisco que o Senhor lhe havia confiado, que todos os fiéis de Roma, conservaram sempre a pureza da fé. Ainda que a maior parte dos heresiarcas
tenham concorrido para perverter a capital, o zelo, as instruções e a
solicitude pastoral do Santo Padre foram preservativos tão eficazes, que
o veneno do erro jamais pôde seduzir o coração de um só fiel sequer.
Além da
luta contra a heresia, empenhou-se também no aperfeiçoamento da disciplina
eclesiástica, por meio de prudentíssimas regras e decretos. Foi por sua
determinação que Roma foi dividida em paróquias. Essas paróquias, confiadas a
diversos presbíteros, não eram na época igrejas públicas, mas oratórios de
casas particulares, onde se congregavam os cristãos para ouvir a Palavra de
Deus e para assistir à celebração dos divinos mistérios. Nas portas destes
oratórios, eram afixadas cruzes para que fossem diferenciados dos locais
profanos públicos, que eram distinguidos por estátuas de imperadores. Também,
por decreto, definiu que o matrimônio fosse celebrado publicamente pelo
sacerdote.
Seu
infatigável zêlo, fazia com que visitasse as paróquias pessoalmente, sempre
preocupado com a conservação de seu rebanho na pureza da fé. Laboriosamente
cuidava da causa das crianças e dos escravos, com solicitude e
empenho.
Ainda
que o imperador Trajano fosse um dos melhores príncipes dos gentios, quer por
sua paciência como por sua moderação, nem por isto receberam os cristãos melhor
tratamento. Apesar de não ter firmado novo edito contra a Santa Religião,
nutria mortal aversão aos cristãos, não porque os conhecesse, senão pelos
horrorosos retratos que cortesãos idólatras e sacerdotes de ídolos, pintavam na
mente do imperador. E bastava esta aversão para excitar contra os cristãos, o
povo e os magistrados.
O trabalho apostólico de Santo Evaristo
continuava com vigor, de forma que o número de fiéis crescia palpavelmente,
para insatisfação dos inimigos de Cristo. A vinha do Senhor era regada com o
sangue dos Mártires, ostentando-se cada vez mais florida e fecunda. Os pagãos
concluíram que essa fecundidade era efeito do zelo ardentíssimo do Santo
Pontífice. Após arquitetarem diversas artimanhas, para pôr têrmo ao
crescimento da religião de Cristo, decidiram que o meio mais eficaz para
dispersar o rebanho, seria ferir o pastor. E assim foi feito! Fecharam-no com
cadeias e conduziram-no ao cárcere para ser julgado. Conduzido ao tribunal,
demonstrou tanta alegria ao receber sentença de morte por amor a Jesus Cristo,
que os magistrados quedaram atônitos, não conseguindo compreender como cabia
tanto valor e tanta constância em um pobre velho, acabrunhado pelo peso dos
anos. Enfim, foi condenado à morte como o cabeça dos cristãos, no dia 26 de
outubro do ano 107, recebendo a honra de ser mais um mártir da Igreja
Universal.
Santo Evaristo Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!
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