Papa Santo Alexandre (6º Papa)
Pontificado: do ano 107 ao ano 116
Pontificado: do ano 107 ao ano 116
Santo Alexandre I, natural de Roma, foi o sexto Papa da Igreja. Sucedeu a Santo
Evaristo, no ano 107 e tinha apenas 30 anos de idade quando assumiu a cadeira
de São Pedro. Apesar da idade, exercia já grande influência sobre as pessoas,
pela sua extrema piedade e reconhecida santidade. É o sexto Papa da Igreja e
também o sexto a tombar em defesa da fé.
Era com muita força
que suas pregações atingiam o coração das pessoas, de forma que foi o
responsável pela conversão de muitos senadores e grande parte da nobreza romana,
dentre os quais um prefeito de nome Hermes e de seus entes, totalizando a
conversão de mil duzentas e cinqüenta pessoas. Isto acabou culminando na sua
prisão, por força de mandado expedido pelo governador Aureliano. Trancafiado
na cadeia, fez muitos e grandes milagres. Certo dia, estando nela algemado,
veio à noite um menino com uma tocha acesa nas mãos e lhe disse: "Siga-me,
Alexandre"; e havendo feito uma oração, entendendo que era o menino um Anjo do
Senhor, lhe seguiu, sem que as paredes, nem portas, nem guardas lhe impedissem
a saída do cárcere. O menino lhe guiou até a casa do tribuno Quirino, onde
encontrava-se preso Hermes, que muito desejava ver Santo Alexandre. Hermes
havia dito a Quirino que por mais que estivesse preso, Alexandre viria à sua
casa.
Chegando esta notícia a Aureliano, encheu-se de furor e ordenou que fossem atormentados os que haviam sido batizados no cárcere, mandando que trouxessem à sua presença Alexandre, com os dois presbíteros Evêncio e Teódulo e disse-lhes: "Deixemos de práticas e vamos direto ao caso"; ordenou que que os carrascos dilacerassem a Alexandre, lhe arrastassem com um potro e lhe atormentassem com golpes sua carne, bem como que queimassem seu costado com chamas acesas. Após estes tormentos, Alexandre permanecia calado. Então, Aureliano perguntou: "Por que te calas? Por que não te queixas?". Respondeu Alexandre: "Quando um cristão cala, com Deus fala".
Quando se
encontraram, abraçaram-se os santos mártires e derramaram muitas lágrimas de
consolo, e animaram-se mutuamente a morrer por Jesus Cristo. Tal fato assombrou
o tribuno Quirino, que já havia ouvido alguns argumentos de Hermes e as razões
da conversão e da sua fé em Jesus. Ao ser naquele momento, sua filha curada
de grave enfermidade com o toque das algemas de Santo Alexandre, Quirino
converteu-se também ao cristianismo, com sua filha e todos os presos que
estavam no cárcere. Santo Alexandre, assim, mandou que os sacerdotes Evêncio e
Teódulo os batizassem naquele dia.
Aos mesmos tormentos
foram submetidos Evêncio e Teódulo. Evêncio, tinha 81 anos de idade, fora
batizado com 11 e ordenado sacerdote aos 20. Os tormentos eram
intensificados, mas ao invés de aterrorizá-los, manifestavam cada vez mais
fé e amor a Deus. Aureliano, assim, mandou acender um forno e mandou fechar
Alexandre e Evêncio, mas deixou Teódulo próximo à abertura da porta, para que
vendo como se abrasavam, sacrificasse aos deuses pelo temor de semelhante
castigo. Entretanto, Teódulo não espantou-se ao ver a chama cobrindo seus
companheiros; pelo contrário, incendiado pelo amor divino, desejou ser lançado
com eles que, de dentro do forno, lhe chamavam e diziam que onde estavam não
havia dor e nem tormento, senão refrigério e descanso. E assim foi; as
chamas não lhes causou mal algum e todos saíram do forno mais resplandescentes
do que o ouro.
Não abrandou-se,
porém, o coração duro e rebelde do tirano, que mandou degolar Evêncio e
Teódulo. Com umas setas de aço muito agudas, mandou que fossem atravessados
todos os membros do corpo de Alexandre, para que morresse mais cruelmente,
sendo degolado no dia 03 de maio de 116, sob o império de Adriano.
Prática imposta por Santo Alexandre, mantida até hoje na celebração da Santa Missa |
Durante seu pontificado,
Santo Alexandre estabeleceu que durante a celebração da Eucaristia fosse usado
na consagração, pão sem fermento. Também decretou que antes da consagração do
cálice com vinho, fosse nele mesclado um pouco de água, significando a união
de Cristo com sua Igreja e, para representar a água e o Sangue que saiu do seu
costado. Pronunciou excomunhão contra todos os que impedissem aos legados
apostólicos, de cumprir as ordens do Sumo Pontífice. Consagrou cinco bispos,
seis presbíteros e dois diáconos. Escreveu três epístolas, que são conhecidas
como o "primeiro tomo dos Concílios", onde constam os aludidos decretos e
ordens. Consta também outra regra muito importante, que trata da bênção da água
com sal, nas cerimônias que até hoje a Igreja celebra, seu uso nos templos,
casas e aposentos, contra as tentações e ciladas dos demônios, que
continuamente nos perseguem com seus malignos ataques. Este costume tem sido
preservado na Igreja Católica desde os primórdios, e o Senhor tem feito
inumeráveis milagres, de muitas e diversas maneiras por meio da água benta,
sanando todo o gênero de enfermidades, apagando fogos e incêndios, sossegando
as tormentas do mar e tremores de terra, tempestades, furacões, raios do céu, e
livrando corpos de demônios.
Santo Evaristo Papa, rogai por nós! Rogai pela Igreja da qual fostes o Pastor!
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