Primeiros levantamentos Cristeros em Zacatecas e Jalisco |
Fonte:ECWiki
Tradução: Morro por Cristo
Em meados de agosto, por ocasião do assassinato do padre de Chalchihuites e de três fiéis católicos (NdT: todos foram canonizados e este blog futuramente contará a história destes santos) levantou-se no estado de Zacatecas o primeiro foco de movimento armado.
Em seguida, no estado Jalisco, mais precisamente em Huejuquilla, em 29 de agosto o povo se levantou ao grito de fidelidade:
¡Viva Cristo Rey!
Entre agosto e dezembro de 1926 se produziram 64 levantamentos armados, espontâneos, isolados, a maior parte em Jalisco, Guanajuato, Guerrero, Michoacán e Zacatecas.
Aqueles, a quem o Governo em tom de deboche chamava CRISTEROS, no início não possuiam armas, exceto facões ou, na melhor das hipóteses, espingardas; mas aos poucos as foram conseguindo dos soldados federais, os "juanes callistas", nas guerrilhas e ataques surpresa. Foi sempre um problema para os cristeros o abastecimento de munições; na realidade, "não tinham outra fonte de munições senão o exército federal, onde ou lhas capturavam o lhas compravam" (Meyer I,210)...
Levantamentos Cristeros em diversos estados |
Em Arandas, um povoado de Los Altos, conforme cita J. J. Hernández, compareciam, vindos de todos os lugares, novos contingentes, "alguns se armando até mesmo com foices, machados, e nos ranchos onde soubessem da existência de armas iam pedi-las... A alguns dava pena observá-los, pois além de trazer péssimas armas, traziam até mesmo garras de huaraches [sandálias], seus chapéus desfiados, as roupas todas remendadas, muitos não tinham sela em seus cavalos, alguns não traziam nem freio, outros tantos vinham a pé" (+Meyer I,133).
Boletim da Liga Nacional de Defesa Religiosa |
À frente do movimento, para lhe proporcionar unidade de plano e de ação, se colocou a Liga Nacional Defensora da Liberdade Religiosa, fundada em março de 1925 cuja finalidade estava expressa em seu nome e que já havia se extendido, em pouco tempo, por toda a república.
O levantamento vem assim expresso na carta de um cristero camponês, como eram quase todos, Francisco Campos, de Santiago Bayacora, em Durango:
"Em 31 de julho de 1926, certos homens fizeram com que Deus Nosso Senhor se ausentasse de seus templos, de seus altares, dos lares católicos, porém outros homens fizeram com que (Ele) voltasse outra vez; esses homens não se importaram que o governo tivesse muitíssimos soldados, muitíssimo armamento, muitíssimo dinheiro para lhes fazer guerra; isso não lhes importava, o que importava era defender a seu Dios, a sua Religião, a sua Mãe que é a Santa Igreja; isso é o que lhes importava. A esses homens não lhes importou deixar suas casas, seus pais, seus filhos, suas esposas e tudo o que tinham; foram aos campos de batalha buscar a Deus Nosso Senhor. Os arroios, as montanhas, os montes, as colinas, são testemunhas de que aqueles homens lhes falaram a Deus Nosso Senhor com o Santo Nome de VIVA CRISTO REI, VIVA A SANTÍSSIMA VIRGEM DE GUADALUPE, VIVA MÉXICO. Os mesmos lugares são testemunhas de que aqueles homens regaram o solo com seu sangue e, não contentes com isso, deram suas próprias vidas para que Deus Nosso Senhor voltasse outra vez. E vendo Deus Nosso Senhor que aqueles homens verdadeiramente o buscavam, dignou-se retornar outra vez a seus templos, a seus altares, aos lares dos católicos, como estamos vendo ahorita (nesse instante), mostrando aos jóvens de hoje que se no futuro for necessário oferecer outra vez (este sacrifício), que não se esqueçam do exemplo que nos deixaram nossos antepassados" (Meyer I,93).
Dirigentes da LNDR - Liga Nacional de Defesa Religiosa |
CONTINUA...
Leia também: CRISTIADA - parte 1 - Origens da Guerra Cristera
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