"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

CRISTIADA - parte 2 - Continuam as perseguições à Igreja

Porfírio Díaz
Fonte: ECWiki                   Tradução: Morro por Cristo

Os últimos anos do Porfiriato (período do governo de Porfírio Díaz) e os anos seguintes, em meio à contínuas ingerências dos Estados Unidos, registram inumeráveis conspirações e sublevações, movimentos indígenas de reivindicação agrária e guerras marcadas por crueldades atrozes. A revolução liberal, que tão duramente perseguia os católicos, ia também devorando, um atrás do outro ao seus próprios filhos: é o horror do «processo histórico do liberalismo capitalista, que durante o século XIX e a metade do século XX, conseguiu apoderar-se das consciências de nossos povos e não apenas de suas riquezas» (Vasconcelos, Hª de México 10). Neste período surgem nomes como os do presidente Madero (+1913, assassinado), Emiliano Zapata (+1919, assassinado), presidente Carranza (+1920, assassinado), Pancho Villa (+1923, assassinado), ex presidente Alvaro de Obregón (+1928, assassinado)...
A revolução do general Venustiano Carranza, que o levou à presidência (1916-20), ficou caracterizada pela dureza de sua perseguição à Igreja. Em seu caminho rumo ao poder, suas tropas multiplicavam os incêndios de templos, roubos e violações, atropelamentos de sacerdotes e religiosas. Ainda hoje no México carrancear significa roubar, e um atropelador é um carrancista.
Venustiano Carranza
Já no poder, quando os chefes militares eram definidos como governadores dos Estados libertados, ditavam contra a Igreja leis tirânicas e absurdas: que não houvesse Missa  em outros dias que não os domingos e ainda assim com determinadas condições; que não se celebrasse Missas de difuntos; que não se conservasse a água para os batismos nas pias batismais, mas que se batizasse com água corrente da torneira; que não se administrasse o sacramento da penitência a qualquer pessoa mas somente aos moribundos, e mesmo assim «em voz alta e diante de um funcionário do Governo» (López Beltrán 35).
A orientação anti-cristã do Estado tornou-se finalmente solidificada com a Constituição de 1917, realizada em Querétaro por um Congresso constituinte formado únicamente por representantes carrancistas. Com efeito, naquela medonha Constituição o Estado liberal moderno, agravando as perseguições já iniciadas com Juárez nas Leis de Reforma, estabelecia a educação laica obrigatória (art.3), proibia os votos e o estabelecimento de órdens religiosas (5), assim como todo ato de culto fora dos templos ou das casas particulares (24). E não somente perpetuava o confiscamento dos bens da Igreja, como também proibia a existência de colégios de inspiração religiosa, conventos, seminários, palácios episcopais e casas paroquiais (27). Todas estas e outras tantas barbaridades semelhantes se impuseram no México sem que nenhum liberal ortodoxo do Ocidente sequer pestaneja-se.
Álvaro Obregón
O governo do general Obregón (1920-24), novo presidente, levou adiante o impulso perseguidor da Constituição mexicana: foi colocada uma bomba diante do arcebispado do México; alçaram bandeiras da revolução bolchevique - o que se tinha de mais progressista naqueles anos - sobre as catedrais da cidade do México e Morélia; um empregado da secretaria do Presidente detonou uma bomba ao pé do altar da Virgem de Guadalupe, cuja imagem ficou ilesa; foi expulso Mons. Philippi, Delegado Apostólico, por ter abençoado a primeira pedra colocada no Morro do Cubilete para o monumento a Cristo Rey...
 

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