"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O Brasil é o maior país católico do mundo... e hoje é 1º de abril!

 
Hoje é dia de São Valério, monge francês. Mas o dia 1º de abril também é lembrado por outra curiosidade que o envolve: é o chamado "dia da mentira". O leitor deve estar se perguntando: "tá, mas e o que isso tem a ver com o título do post?" Explico:
 
Diferentes meios apresentam o Brasil como o maior país católico do mundo, a nação com maior número de católicos de forma geral (e não o percentual relacionado à totalidade da população brasileira). Este resultado se deve ao fato de que são contabilizados todos aqueles que se declaram católicos. Mas será que tal conclusão corresponde à realidade? Afinal, o que é ser católico?
 
A palavra católico é de origem grega - katholikos - e significa GERAL, UNIVERSAL. Refere-se à Fé cristã (conjunto de crenças e doutrinas) recebida dos Apóstolos de Jesus Cristo e transmitida aos demais, de modo que essa Fé seja Una (indivisa), transmitida e crida de forma idêntica por todos os cristãos, de todas as épocas e lugares, para que, dessa forma eles creiam na mesma Fé, Fé geral, universal, isto é, CATÓLICA.
 
Sendo assim, católico é todo aquele que professa a mesma é única Fé crida por todos os cristãos de todos os lugares e de todos os tempos.
 
Essa Fé católica é guardada e transmitida pela Igreja também dita Católica, cabendo ao católico adesão filial de sua vontade e de seu intelecto à essa mesma Fé.
 
Em outras palavras, todo aquele que queira ser católico deve acatar aos ensinamentos da Igreja no que se refere à Fé (Doutrina e Moral), reconhecendo na Igreja a Mater et Magistra, Mãe e Mestra da Verdade.
 
O homem, valendo-se de seu livre arbítrio, pode simplesmente ignorar a isso tudo, no entanto, caso opte por ser católico deve estar consciente de tudo o que implica essa escolha. Deve estar ciente que os dogmas católicos, uma vez proclamados, são inquestionáveis, assim como tudo aquilo que o Magistério da Igreja por meio da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição tenha definido infalivelmente.
 
Pois bem, tendo já definido o significado do termo católico, reproduzo abaixo a preocupante pesquisa e análise do Datafolha que demonstra como o Brasil não é um país nada católico, ou melhor, como a maioria dos "católicos" brasileiros na verdade padecem de um grande mal que poderíamos apelidar "catolicismo tupiniquim" ou "catolicismo brasuca", fenômeno caracterizado pela total ignorância do que seja realmente o catolicismo, resultando mesmo em rebelião contra a doutrina católica e tudo aquilo que a caracteriza, com a curiosidade de que os padecentes deste mal ainda se dizem "católicos".
 
Que também sirva de alerta aos representantes da Igreja no Brasil: Será que as trocentas "comissões, ministérios, equipes, diretrizes, análises de conjuntura e planos pastorais" produziram qualquer efeito?
 
Ou é chegada a hora de dar um basta em tantos experimentos e experiências e retornar à velha evangelização de sempre, aquela que ensinava o catecismo, a Fé da Igreja e que fazia com que doutores e analfabetos partilhassem a mesma Fé e se proclamassem católicos de fato? Voltará o Brasil a ser o maior país católico do mundo ou continuará sendo o "maior país católico do mundo de 1º de abril", de mentirinha?
 
É hora de refletirmos, mas sobretudo, é hora de agirmos!
 
 ¡Viva Cristo Rey!
 
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A pesquisa feita pelo Datafolha sobre a eleição do papa Francisco consolida a impressão de que há uma grande diferença entre o que a igreja prega e o que os católicos brasileiros pensam ou praticam --com algumas nuances importantes.
 
Em primeiro lugar, chama a atenção o fato de que, em temas polêmicos, ligados à moral sexual ou aos pilares do funcionamento da igreja, os católicos do Brasil são, com frequência, mais "liberais" que os membros de todas as demais igrejas cristãs.
 
É no mínimo curioso, por exemplo, que num país onde já há "bispas" e "pastoras" com status de celebridade, mais católicos defendam que uma mulher pode celebrar a missa (64% deles) do que evangélicos pentecostais (56%) e entre os não pentecostais (58%).
 
O contingente católico da população também é o grupo mais aberto, entre os membros das igrejas cristãs, à possibilidade de uniões homossexuais (41%).
 
Esse número só não é maior do que o registrado entre espíritas (64%) e adeptos da umbanda (53%), os únicos grupos religiosos do país que têm uma maioria favorável a esse tipo de união, de acordo com o levantamento do Datafolha.
 
E os resultados são parecidos quando se pergunta o posicionamento sobre a legalização do aborto.
 
A questão, claro, é como explicar o abismo entre o Magistério (o ensinamento oficial da igreja) e a prática, coisa que pesquisas de opinião de larga escala não foram projetadas para fazer.
 
Um primeiro aspecto importante provavelmente é o simples gigantismo e peso histórico da Igreja Católica no Brasil. O "catolicismo cultural", o hábito de batizar os filhos e ir à igreja apenas para casamentos e funerais, ainda é uma força considerável, embora esse tipo de católico esteja virando evangélico ou "sem religião" com frequência cada vez maior.
 
PESO E TESOURO
 
Há ainda a influência duradoura do Concílio Vaticano 2º (1962-1965), encontro de todos os bispos do planeta que redefiniu a relação da igreja com o mundo moderno.
 
Muitos sacerdotes e fiéis ainda interpretam as afirmações do concílio sobre a primazia da consciência de cada pessoa como uma abertura para tomar suas próprias decisões sobre temas que não afetariam o cerne da fé.
 
(Por outro lado, o concílio também condenou o aborto como "crime abominável", e só 41% dos católicos do país aceitam abrir brechas para o procedimento.)
 
Outro detalhe interessante é a diferença entre o que os fiéis acham correto e o que o papa deveria fazer a respeito.
 
Nem todo mundo que é a favor da camisinha ou da pílula anticoncepcional acha que o papa deveria sair em defesa delas, por exemplo.
 
E, apesar da associação entre celibato clerical e casos de abuso sexual envolvendo padres, metade dos católicos (52%) ainda prefere um clero celibatário. A tradição católica estaria, então, mais para um fardo ou para um tesouro? Para muita gente, talvez seja as duas coisas.
 
 
Editoria de Arte/Folhapress
 
CATOLICISMO FLEX Recorte de pesquisa Datafolha apenas com católicos mostra segmento "mais liberal", em %

CATOLICISMO FLEX Recorte de pesquisa Datafolha apenas com católicos mostra segmento "mais liberal", em %

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