Filho do senhor. J. Trinidad Galván Trejo e da senhora Mariana Bermúdez Rodríguez, nasceu no dia 29 de janeiro de 1881 em Guadalajara e
recebeu o batismo em 2 de fevereiro na Igreja de Nossa Senhora do Pilar.
Quando tinha apenas 3 anos de idade, sua mãe faleceu e David ficou aos cuidados de seu pai e seus irmãos. Mais tarde tendo seu pai casado novamente, passou a ser cuidado também por sua madrasta
Victoriana Medina. Recebeu o sacramento da Crisma em 19 de setembro
de 1886 na Igreja chamada "da Universidade", ou seja, na Igreja de São Tomás, que
pertencia em sua época ao Colégio dos Jesuítas; anos depois o Colégio foi transformado em
escritório de Telégrafos e atualmente funciona como Biblioteca-Museu. Ainda criança David
Galván participou como coroinha e também no coral de Infantes da Catedral de
Guadalajara.
Logo manifestou a seu pai o desejo de ingressar no Seminario, tendo ele aceitado levá-lo para matricular-se em outubro de 1895. Alí cursou como aluno aplicado e sempre obtendo boas notas os cinco anos de latín e humanidades. Terminados os estudos, saiu do Seminário.
Os três años em que esteve fora do Seminário, trabalhou numa sapataría além de dar aulas como professor de escola primária. Teve uma conduta um tanto desregrada nesse tempo, ao ponto de ter sido detido numa briga com sua namorada.
Logo manifestou a seu pai o desejo de ingressar no Seminario, tendo ele aceitado levá-lo para matricular-se em outubro de 1895. Alí cursou como aluno aplicado e sempre obtendo boas notas os cinco anos de latín e humanidades. Terminados os estudos, saiu do Seminário.
Os três años em que esteve fora do Seminário, trabalhou numa sapataría além de dar aulas como professor de escola primária. Teve uma conduta um tanto desregrada nesse tempo, ao ponto de ter sido detido numa briga com sua namorada.
Passada essa experiência, o
jovem David, contando vinte e um anos de idade, sentiu novamente o intenso desejo de
voltar ao Seminário, porque ouvia em seu interior o chamado de Deus; tornou-se muito devoto, piedoso e assíduo à oração e aos atos de culto; visitava o Santíssimo Sacramento e a Virgem
de Zapopan e a invocava dizendo-lhe:
"Minha Mãe, dai-me um norte para que eu conheça minha vocação"
Antes de admití-lo,
o Reitor do Seminário, Miguel de la Mora, o submeteu durante um ano a
provas rigorosas que ele superou de maneira admirável, demonstrando vivo desejo em ser admitido. Já novamente seminarista,
apresentou excelente conduta como aluno exemplar, piedoso e aplicado, ocupando quase sempre o primeiro lugar nas aulas.
No sábado, 7 de novembro de 1903 o senhor Arcebispo José de Jesús Ortiz lhe conferiu a Primeira tonsura Clerical e no dia 23 de dezembro de 1905 as Ordens Menores.
No sábado, 7 de novembro de 1903 o senhor Arcebispo José de Jesús Ortiz lhe conferiu a Primeira tonsura Clerical e no dia 23 de dezembro de 1905 as Ordens Menores.
Em outubre de 1907, no ínicio do ano escolar, foi nomeado professor do 2º. Curso de Latín no
Seminário de Guadalajara; nesse curso e nos seis anos em que foi professor do
Seminário desempenhou tais funções com grande estima por parte de seus superiores pelos bons resultados de suas aulas e o aproveitamento dos alunos, que muito o admiravam por sua
sabedoria.
No ano de 1909 pelo ministério do senhor Arcebispo José de Jesús Ortiz, na Igreja da Soledad, o jovem David Galván foi ordenado diácono e em 20 de maio, festa da Ascensão, recebeu a Ordenação Sacerdotal.
Em setembro de 1910, toda a República Mexicana celebrava o primeiro centenário da proclamação de sua independência.
No ano de 1909 pelo ministério do senhor Arcebispo José de Jesús Ortiz, na Igreja da Soledad, o jovem David Galván foi ordenado diácono e em 20 de maio, festa da Ascensão, recebeu a Ordenação Sacerdotal.
Em setembro de 1910, toda a República Mexicana celebrava o primeiro centenário da proclamação de sua independência.
Juan Robles Hurtado,
prefeito municipal de Mascota - Jalisco, assistiu às festas centenárias na
capital do México, e quis levar consigo seu irmão José Maria Robles (São José Maria Robles, também mártir de Cristo), que por sua vez convidou ao Padre
David Galván, então seu professor de Lógica.
O Padre Ramiro Camacho assim descreve a São David Galván Bermúdez:
"Índio de musculatura forte e robusta, um de seus olhos enxerga com dificuldade, puro de alma e corpo, admirado por seus discípulos por sua coragem e bravura".
No diário deixado por São José María Robles, dentre os diversos relatos interesantes sobre a viagem que fez acompanhado de São David Galván Bermúdez, encontramos a seguinte informação que nos dá uma idéia do anticlericalismo vigente na época:
Día 27: "Comemos e em seguida visitamos Veracruz... O Padre Galván e eu, temos andado "à paisana" como laicos, porque aqui há muito anticlericalismo; quase não há piedade... A tonsura tivemos de deixar crescer (refere-se ao cabelo da região superior-traseira da cabeça que é raspada nos clerigos quando são tonsurados); sendo notada somente se observada com atenção; é certo que nem por mal pensamento se deve supor que somos eclesiásticos"....
Día 27: "Comemos e em seguida visitamos Veracruz... O Padre Galván e eu, temos andado "à paisana" como laicos, porque aqui há muito anticlericalismo; quase não há piedade... A tonsura tivemos de deixar crescer (refere-se ao cabelo da região superior-traseira da cabeça que é raspada nos clerigos quando são tonsurados); sendo notada somente se observada com atenção; é certo que nem por mal pensamento se deve supor que somos eclesiásticos"....
No Informe do Seminário
de 1911 o Reitor, presbítero Dr. José Mercedes Esparza, fez um público
reconhecimento do Padre Galván por seu meritório trabalho como diretor da
revista do Seminário, "Voz que dá Fôlego", que publicou dezesete números de
dezembro de 1910 a março de 1912 com vinte páginas cada exemplar.
Nos anos de 1909 a 1914 o Padre Galván também foi Capelão do Orfanato da Luz e do Hospital de São José, situados no bairro da Capilla de Jesús; com extrema caridade e atenção tratou aos enfermos, às meninas órfãs e às religiosas encarregadas destas casas.
Nos anos de 1909 a 1914 o Padre Galván também foi Capelão do Orfanato da Luz e do Hospital de São José, situados no bairro da Capilla de Jesús; com extrema caridade e atenção tratou aos enfermos, às meninas órfãs e às religiosas encarregadas destas casas.
O Sacerdote Mártir de Cristo, David Galván Bermúdez |
Esforçava-se por mortificar seus sentidos para evitar as ocasiões de pecado e ter pureza em todos seus atos.
Procurou sempre ajudar aos necessitados proporcionando instrução aos ignorantes, remédios aos enfermos e auxílios espirituais aos moribundos, sem que o impedisse a chuva, o frio, o sol, os barrancos ou quaisquer outras dificuldades.
No mês de julho de 1914 entrou em Guadalajara tropas do exército do general Venustiano Carranza, dissolvendo templos, conventos, seminaristas, religiosos e sacerdotes. Por esses dias os alunos e os professores do Seminário foram dispersados pelas forças do exército.
Por essa razão o Padre Galván foi designado nesse ano, como vigário, a Amatitlán - Jalisco. Neste lugar uma jovem lhe pediu um conselho, já que Enrique Vera, militar carrancista, queria seduzí-la, sendo que era casado. O Padre Galván lhe aconselhou que se escondesse e que seus pais fizessem o mesmo. A jovem cometeu a imprudência de dizê-lo a Vera, despertando neste militar um verdadeiro ódio ao sacerdote, fazendo-o desejar uma vingança contra o Padre.
No fim do ano de 1914
chegaram para prendê-lo duas escoltas militares do tenente Enrique Vera, alegando ouvir rumores de que o Padre planejava levantar-se em armas. Ao detê-lo, São David pediu aos
soldados permissão para consumir o Sagrado Depósito do Sacrário, pedido este concedido; no entanto, os soldados adentraram a Igreja, aproximándo-se do altar,
com os chapéus nas cabeças e fumando, postura que para o Padre Galván causou grande
indignação.
Os soldados o levaram preso a Tequila - Jalisco. Também o mantiveram preso em Ameca - Jalisco, e depois em Guadalajara, na prisão de Escobedo. No mês de dezembro o deixaram em liberdade e os superiores da cúria Diocesana tiveram a idéia de enviá-lo a El Salvador e Atemanica - Jalisco, inclusive ele estava disposto a ir, porém nunca lhe entregaram a nomeação.
Em 18 de janeiro de 1915, doze dias antes de sua morte, passou mas de seis horas auxiliando os feridos na linha de fuego em um terrível combate entre "villistas" e "carrancistas" em Las Juntas - Jalisco.
Os soldados o levaram preso a Tequila - Jalisco. Também o mantiveram preso em Ameca - Jalisco, e depois em Guadalajara, na prisão de Escobedo. No mês de dezembro o deixaram em liberdade e os superiores da cúria Diocesana tiveram a idéia de enviá-lo a El Salvador e Atemanica - Jalisco, inclusive ele estava disposto a ir, porém nunca lhe entregaram a nomeação.
Em 18 de janeiro de 1915, doze dias antes de sua morte, passou mas de seis horas auxiliando os feridos na linha de fuego em um terrível combate entre "villistas" e "carrancistas" em Las Juntas - Jalisco.
Na madrugada do sábado - 30 de janeiro - os soldados villistas de Julián Medina
atacaram os carrancistas que mantinham dominada a cidade de Guadalajara e
muitos caíram mortalmente feridos. O Padre Galván estava hospedado em uma casa
do bairro do Santuário, na Rua Pedro Loza, onde, ao ouvir os ruídos do confronto, levantou pronto para ir auxiliar os feridos. Enquanto lhe pediam que não saísse porque o matariam,
Padre Galván lhes respondeu:
"Não haverá maior glória do que morrer salvando uma alma que eu consiga absolver!"
Pediu ao Padre Rafael Zepeda Monraz que o acompanhasse para confessar os feridos, porém este
sacerdote não quis acompanhá-lo devido ao grande perigo e lhe disse que não estavam obrigados a ir
porque não eram os párocos ou ministros dequela região, ao que o Padre Galván lhe respondeu:
"Não por obrigação, mas sim por caridade".
Pediu a
ampola dos Santos Óleos e foi ao templo da Soledad, próximo à
Catedral, chamando o Padre José María Araiza para auxiliar aos que seriam
fusilados, porque tinha permissão do general. Em seguida os dois caminharam em direção ao
Jardim Botânico quando ao passar em frente ao quartel, os soldados lhes perguntaram
se eles eram religiosos e eles responderam que sim, eram sacerdotes, pelo que os
soldados os detiveram.
O tenente coronel Enrique Vera odiava o Padre Galván porque antes este mesmo padre lhe havia impedido de seduzir e raptar a uma senhorita. Neste mesmo dia Vera ordenou que os sacerdotes fossem encarcerados em um quarto do quartel. Assim o fez por seu ódio à Fé e para se vingar do sacerdote.
Estando presos há duas horas, os dois sacerdotes fizeram sua confissão sacramental e se deram mutuamente a absolvissão. Às palavras do Padre Araiza, que lamentava por não ter sequer tomado o café da manhã, o Padre Galván lhe respondeu:
O tenente coronel Enrique Vera odiava o Padre Galván porque antes este mesmo padre lhe havia impedido de seduzir e raptar a uma senhorita. Neste mesmo dia Vera ordenou que os sacerdotes fossem encarcerados em um quarto do quartel. Assim o fez por seu ódio à Fé e para se vingar do sacerdote.
Estando presos há duas horas, os dois sacerdotes fizeram sua confissão sacramental e se deram mutuamente a absolvissão. Às palavras do Padre Araiza, que lamentava por não ter sequer tomado o café da manhã, o Padre Galván lhe respondeu:
"Não importa, nós vamos comer com Deus".
Rosalío Lozano,
uma das testemunhas do martírio de São David, perguntou aos villistas a razão de tal aglomeração de soldados e lhe
responderam que haviam levado presos a dois sacerdotes, o Padre Galván e o Padre
Araiza.
Com autorização do general Manuel M. Diéguez, governador do Estado, o militar carrancista Enrique Vera ordenou ao pelotão de soldados que levassem os dois sacerdotes para a Rua Coronel Calderón junto à parede oriente do Hospital Civil e que alí os fuzilassem.
Quando os retiraram, Petra - filha de Rosalío Lozano - e seu irmão menor se puseram a observar pelas "frestas" das portas de sua casa: o Padre David - recorda Petra - trazia as mãos atadas às costas e mantinha sua cabeça baixa; de seu pescoço pendia um longo cachecol branco.
Eram doze horas do dia 30 de
janeiro de 1915; o Padre Galván, percebendo que sua morte era iminente,
entregou aos soldados as moedas e outros objetos pessoais e a ampola com os Santos Óleos.
Em seguida, retirou seu chapéu, e sem permitir que le cubrissem os olhos, apontando para o próprio peito, disse aos algozes:
"Atirem aqui".
O subtenente Martín Ocampo ordenou a execução, os soldados dispararam as armas e o Padre caiu fusilado, vítima do ódio à religião de Jesus Cristo.
Petra nos conta que, depois destes acontecimentos, ela e muitas outras pessoas começaram a venerá-lo e a levar ao local de sua morte, pedrinhas e velas que com o tempo acabou formando uma espécie de altar, até que "tal gesto passou a desagradar o governo que por fim acabou com essa devoção".
Os familiares e amigos pediram às autoridades civís e militares a liberdade para os dois sacerdotes, mas quando chegaram com a ordem de indulto os soldados já haviam fuzilado o Padre Galván, servindo o indulto somente ao Padre José María Araiza, a quem mesmo assim mantiveram preso por mais cinco dias soltando-o somente quando lhes pagaram grande quantia em dinheiro.
Em seguida, retirou seu chapéu, e sem permitir que le cubrissem os olhos, apontando para o próprio peito, disse aos algozes:
"Atirem aqui".
O subtenente Martín Ocampo ordenou a execução, os soldados dispararam as armas e o Padre caiu fusilado, vítima do ódio à religião de Jesus Cristo.
Petra nos conta que, depois destes acontecimentos, ela e muitas outras pessoas começaram a venerá-lo e a levar ao local de sua morte, pedrinhas e velas que com o tempo acabou formando uma espécie de altar, até que "tal gesto passou a desagradar o governo que por fim acabou com essa devoção".
Os familiares e amigos pediram às autoridades civís e militares a liberdade para os dois sacerdotes, mas quando chegaram com a ordem de indulto os soldados já haviam fuzilado o Padre Galván, servindo o indulto somente ao Padre José María Araiza, a quem mesmo assim mantiveram preso por mais cinco dias soltando-o somente quando lhes pagaram grande quantia em dinheiro.
Os restos mortais de Padre
Galván, foram recolhidos pelas
professoras María Dolores Alcaraz e María Soledad Dueñas que os colocaram num caixão e os conduziram em meio de uma silenciosa marcha e de uma grande multidão, até
o colégio do Menino Jesus, localizado na Rua de Pedro Loza, onde
foram velados por toda a noite por gente piedosa e por seus discípulos, amigos e
companheiros.
O impressionante sepultamento ocorreu na tarde do domingo, 31 de janeiro de 1915. O cortejo fúnebre foi apoteótico, formado pela multidão de pessoas de todas as classes sociais, não obstante o temor que reinava nesse momento de perseguição.
O impressionante sepultamento ocorreu na tarde do domingo, 31 de janeiro de 1915. O cortejo fúnebre foi apoteótico, formado pela multidão de pessoas de todas as classes sociais, não obstante o temor que reinava nesse momento de perseguição.
Relíquias de São David Galván Bermúdez |
Desde esse dia, os fiéis consideraram mártir o Padre David Galván; logo essa veneração se extendeu por todo o México.
Em junho de 1922 os restos
do Padre David Galván foram depositados em um templo construído próximo
ao lugar do martírio, a atual Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, no
bairro de El Retiro, na cidade de Guadalajara - Jalisco.
O Padre David Galván foi declarado Beato pelo Papa João Paulo II no dia 22 de novembro de 1992 em cerimônia celebrada na Basílica de São Pedro em Roma, junto com seus 24 Companheiros Mártires Mexicanos.
O Padre David Galván foi declarado Beato pelo Papa João Paulo II no dia 22 de novembro de 1992 em cerimônia celebrada na Basílica de São Pedro em Roma, junto com seus 24 Companheiros Mártires Mexicanos.
No grande Jubileu do ano
2000 da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Papa João Paulo II
celebrou a Canonização deste Santo Mexicano.
SÃO DAVID GALVÁN BERMÚDEZ, rogai por nós!
Fonte: Santoral Latino
Tradução e adaptação: Morro por Cristo
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