Trataremos aqui do Quarto Novíssimo, provavelmente o mais desconhecido e incompreendido: o PURGATÓRIO.
Devido à complexidade assim como à importância deste novíssimo, nosso blog reproduzirá uma série de excelentes artigos que ajudarão os leitores a compreender este tão esquecido e ignorado artigo de Fé, contribuindo assim para que possamos melhor refletir sobre a vida que levamos neste mundo e o destino que almejamos para nossa eternidade.
* * * * *
O PURGATÓRIO EXISTE? O QUE É?
Alguns pensam da seguinte maneira: se alguma coisa não se encontra literalmente na Bíblia, não há nenhuma possibilidade de ser real. Eis a principal dificuldade para entender o Purgatório: a palavra não está na Bíblia. O Purgatório, porém, é ensinado nas Escrituras, e claramente. Mas antes de entrar neste particular, seria interessante analisar a questão de uma maneira menos simplória...
O Purgatório é uma exigência da razão e da inteligência humana, - dadas por Deus, - e é também uma prova do Amor de Deus por nós. Pare um pouco e pense: se nós, seres humanos falhos e imperfeitos, tentamos aplicar penas justas aos criminosos, proporcionais à gravidade dos crimes cometidos, quanto mais o Deus de misericórdia infinita (Lm 3,22), Deus que é Amor (I João 4, 8), não saberia lidar com os pecadores de acordo com as suas culpas?
Imagine um indivíduo que, por sentir fome, furtou um pacote de biscoitos no mercado. Logo depois, ele vem a falecer. Segundo a Lei de Deus, tal pessoa cometeu um pecado (roubar), e portanto está afastado da perfeita Comunhão com o Pai Celestial. Mas... Será que essa pessoa mereceria receber como pena, por ter furtado um pacote de biscoitos para saciar sua fome, uma pena eterna? Sofrer para todo o sempre num inferno de chamas? Esse castigo seria compatível com a perfeita Justiça Divina, proclamada no verso 137 do Salmo 119? E a Misericórdia infinita (Lm 3, 22) de Deus?
Sim, a palavra “Purgatório” não existe na Bíblia, literalmente. Esse termo foi definido pela Igreja. - A mesma Igreja que a própria Bíblia Sagrada declara ser "a Coluna e o Fundamento da Verdade" (em I Tm 3,15). É importante que nós, cristãos católicos, saibamos um fato bem interessante: a Igreja reconhece e ensina a realidade do Purgatório desde o primeiro século da Era Cristã, isto é, desde antes de o Novo Testamento da Bíblia existir. Mas o conceito do Purgatório, lugar ou estado de purificação das almas, é facilmente encontrado nas Escrituras. Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja, nos anos 600 já explicava o Purgatório nas palavras de Cristo:
“Aquele que é a Verdade, Jesus, afirma que existe antes do juízo um fogo purificador, pois Ele disse: ‘Se alguém blasfemar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem neste século nem no século futuro’ (Mt 12,32). Vemos então que certas faltas podem ser perdoadas neste mundo, e outras, no mundo futuro. O pecado contra o Espírito não será perdoado neste mundo e nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, que há pecados que serão perdoados após a morte.”
Não é tão difícil entender... Em 1Coríntios, Paulo também ensina a realidade do Purgatório. Ele fala dos que constroem suas casas sobre o Fundamento que é Cristo: alguns utilizam material resistente ao fogo, outros usam materiais que não resistem ao fogo. Paulo apresenta o Juízo de Deus como fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, seu autor “receberá uma recompensa”; se não resistir, seu autor sofrerá uma pena, mas essa pena não é a condenação eterna, pois o texto diz que aquele cuja obra for perdida ainda se salvará: “Ele perderá a recompensa. Ele mesmo, entretanto, será salvo, mas como que através do fogo” (1Cor 3,15).
Também em Mc 3,29, Jesus dá uma imagem nítida do Purgatório:
“O servo que, apesar de conhecer a Vontade de seu Senhor, lhe desobedeceu, será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a Vontade de seu Senhor, fizer coisas repreensíveis, será açoitado com poucos golpes.” (Lc 12,45-48). Aí está o que a Igreja chama de Purgatório: após a morte, Jesus ensina que há um estado onde os que foram pouco fiéis serão purificados por algum tempo, de acordo com seus atos, e não eternamente.
Outra passagem bíblica que confirma o Purgatório é Lucas 12, 58-59: “Faze o possível para entrar em acordo com o teu adversário no caminho até o magistrado, para que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali até pagares o último centavo”.
Ele não diz “nunca mais saírás dali”. O Senhor ensina: ao fim desta vida, seremos entregues ao Juiz (Deus), que poderá nos colocar numa prisão de onde não sairemos até saldarmos nossas dívidas, mas da qual um dia haveremos de sair: a condenação não é eterna neste caso, diferente do inferno. A mesma afirmação está em Mt 5, 22-26.
Mais: em 1Pedro 3,18-19; 4,6 vemos o Purgatório: “Cristo padeceu a morte em carne, mas foi vivificado quanto ao Espírito. Neste mesmo Espírito Ele foi pregar aos espíritos detidos na prisão: aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”.
Cristo não pregaria àquelas almas, se não tivessem possibilidade de salvação: os antigos estavam numa “prisão” temporária. Aí está o Purgatório: um estado onde as almas aguardam a Salvação. Não é o Céu, um lugar de alegria eterna na Presença de Deus, mas também não é um lugar de tormento eterno. É um lugar ou estado da alma onde os espíritos são purificados, um lugar ensinado claramente na Bíblia Sagrada, inclusive por Jesus Cristo.
O Purgatório é uma exigência da razão e da inteligência humana, - dadas por Deus, - e é também uma prova do Amor de Deus por nós. Pare um pouco e pense: se nós, seres humanos falhos e imperfeitos, tentamos aplicar penas justas aos criminosos, proporcionais à gravidade dos crimes cometidos, quanto mais o Deus de misericórdia infinita (Lm 3,22), Deus que é Amor (I João 4, 8), não saberia lidar com os pecadores de acordo com as suas culpas?
Imagine um indivíduo que, por sentir fome, furtou um pacote de biscoitos no mercado. Logo depois, ele vem a falecer. Segundo a Lei de Deus, tal pessoa cometeu um pecado (roubar), e portanto está afastado da perfeita Comunhão com o Pai Celestial. Mas... Será que essa pessoa mereceria receber como pena, por ter furtado um pacote de biscoitos para saciar sua fome, uma pena eterna? Sofrer para todo o sempre num inferno de chamas? Esse castigo seria compatível com a perfeita Justiça Divina, proclamada no verso 137 do Salmo 119? E a Misericórdia infinita (Lm 3, 22) de Deus?
Sim, a palavra “Purgatório” não existe na Bíblia, literalmente. Esse termo foi definido pela Igreja. - A mesma Igreja que a própria Bíblia Sagrada declara ser "a Coluna e o Fundamento da Verdade" (em I Tm 3,15). É importante que nós, cristãos católicos, saibamos um fato bem interessante: a Igreja reconhece e ensina a realidade do Purgatório desde o primeiro século da Era Cristã, isto é, desde antes de o Novo Testamento da Bíblia existir. Mas o conceito do Purgatório, lugar ou estado de purificação das almas, é facilmente encontrado nas Escrituras. Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja, nos anos 600 já explicava o Purgatório nas palavras de Cristo:
“Aquele que é a Verdade, Jesus, afirma que existe antes do juízo um fogo purificador, pois Ele disse: ‘Se alguém blasfemar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem neste século nem no século futuro’ (Mt 12,32). Vemos então que certas faltas podem ser perdoadas neste mundo, e outras, no mundo futuro. O pecado contra o Espírito não será perdoado neste mundo e nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, que há pecados que serão perdoados após a morte.”
Não é tão difícil entender... Em 1Coríntios, Paulo também ensina a realidade do Purgatório. Ele fala dos que constroem suas casas sobre o Fundamento que é Cristo: alguns utilizam material resistente ao fogo, outros usam materiais que não resistem ao fogo. Paulo apresenta o Juízo de Deus como fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, seu autor “receberá uma recompensa”; se não resistir, seu autor sofrerá uma pena, mas essa pena não é a condenação eterna, pois o texto diz que aquele cuja obra for perdida ainda se salvará: “Ele perderá a recompensa. Ele mesmo, entretanto, será salvo, mas como que através do fogo” (1Cor 3,15).
Também em Mc 3,29, Jesus dá uma imagem nítida do Purgatório:
“O servo que, apesar de conhecer a Vontade de seu Senhor, lhe desobedeceu, será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a Vontade de seu Senhor, fizer coisas repreensíveis, será açoitado com poucos golpes.” (Lc 12,45-48). Aí está o que a Igreja chama de Purgatório: após a morte, Jesus ensina que há um estado onde os que foram pouco fiéis serão purificados por algum tempo, de acordo com seus atos, e não eternamente.
Outra passagem bíblica que confirma o Purgatório é Lucas 12, 58-59: “Faze o possível para entrar em acordo com o teu adversário no caminho até o magistrado, para que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali até pagares o último centavo”.
Ele não diz “nunca mais saírás dali”. O Senhor ensina: ao fim desta vida, seremos entregues ao Juiz (Deus), que poderá nos colocar numa prisão de onde não sairemos até saldarmos nossas dívidas, mas da qual um dia haveremos de sair: a condenação não é eterna neste caso, diferente do inferno. A mesma afirmação está em Mt 5, 22-26.
Mais: em 1Pedro 3,18-19; 4,6 vemos o Purgatório: “Cristo padeceu a morte em carne, mas foi vivificado quanto ao Espírito. Neste mesmo Espírito Ele foi pregar aos espíritos detidos na prisão: aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”.
Cristo não pregaria àquelas almas, se não tivessem possibilidade de salvação: os antigos estavam numa “prisão” temporária. Aí está o Purgatório: um estado onde as almas aguardam a Salvação. Não é o Céu, um lugar de alegria eterna na Presença de Deus, mas também não é um lugar de tormento eterno. É um lugar ou estado da alma onde os espíritos são purificados, um lugar ensinado claramente na Bíblia Sagrada, inclusive por Jesus Cristo.
Fonte: Voz da Igreja
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