"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

sábado, 30 de agosto de 2014

"Deixemos de maltratar a DEUS na Igreja" - dos sacrilégios à defesa da Santíssima Eucaristia

Caros leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
 
Classifico agosto de 2014 como um mês de tristeza, ainda que, sob a ótica cristã, também, um mês de esperança. Tristeza, em primeiro lugar, pela perseguição implacável promovida pelos seguidores de Maomé aos seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tal perseguição, embora já venha ocorrendo há alguns anos, se intensificou nos últimos meses, atingindo seu ápice no mês de agosto presente (conforme pode ser visto AQUI, AQUI, AQUI e AQUI. Outras informações - tanto sobre a perseguição quanto sobre o Islã - podem ser obtidas no blog Thyself o Lord). Outra causa da tristeza estar relacionada ao mês de agosto presente é a divulgação de notícias retratando sacrilégios cometidos contra a Santíssima Eucaristia.
 
A primeira delas foi noticiada em diversos sites e blogs católicos. Trata-se da seguinte profanação: uma mulher entra na Igreja com seu cão, contrariando não apenas as normas do templo (e o próprio bom senso), como também o padre e demais fiéis que se opuseram. Depois da confusão inicial, eis o momento da profanação sacrílega em si: a mulher entrou na fila da Comunhão, recebeu o Santíssimo Sacramento na mão e em seguida, deu-O ao cachorro que prontamente O devorou. Em meio à indignação dos fiéis e do sacerdote, este comunicou a todos o sacrilégio cometido, além de excomungar a mulher - conforme o código de direito canônico. Esta, não só não deu importância, com ficou até o fim da celebração e ainda "posou para fotos". Os detalhes do escabroso acontecimento podem ser vistos AQUI.
 
Dias depois, outro sacrilégio, dessa vez cometido na Paraíba. Inimigos de Cristo invadiram a Igreja durante a noite, arrombaram o Sacrário e atiraram as Santíssimas Hóstias ao chão. Informações sobre esse monstruoso sacrilégio - realizado por ódio explícito ao Santíssimo Sacramento - podem ser lidas AQUI.
 
Pois bem, diante de notícias que nos produzem tamanha tristeza, onde podemos encontrar a esperança mencionada no início deste artigo? Eis que surge ao menos uma boa notícia. Me refiro à magnífica defesa da Santíssima Eucaristia por Dom Rogelio Livieres, Bispo de Ciudad del Este, em sua Carta Aberta à toda a Igreja do Paraguai. Nela, o Bispo condena a falta de respeito para com o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, menciona a Teologia da Libertação, a comunhão na mão e outros males que estariam intimamente ligados às causas da atual crise na Igreja. A carta, embora direcionada à Igreja paraguaia, pode ser estendida a toda a Igreja presente no mundo inteiro. Abaixo traduzo essa carta que de certa forma nos serve de consolo e motivação em meio a tantas tristes notícias.
 
 
Viva Cristo Rey!

José Santiago Lima

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Carta aberta de Monsenhor Livieres à Igreja no Paraguai. O mundo sofre uma verdadeira dessacralização e, em nosso país, isso tem forma de Teologia da Libertação. Deve-se buscar e encontrar a comunhão na Igreja pela Eucaristia, único e verdadeiro sinal de unidade.

Dom Livieres e o Sancta Sanctorum


Nós, Bispos e Sacerdotes, não somos apenas as testemunhas de profundas mudanças, como também somos os atores comprometidos nestes processos de transformação que  afetam os diferentes ambientes de nossa Igreja. E, como já sucedeu por muitas vezes através de tantas épocas e lugares, também a atual crise da Igreja é radicada principalmente na ferida Eucarística, na irreverência e na falta de cuidado no trato para com Jesus Eucarístico.
 
O mundo sofre uma profunda dessacralização. No Paraguai, isso tem forma de Teologia da Libertação, no entanto, suas ideias devastadoras tiveram origem em aceitações anteriores. Ideias e percepções que conseguiram alterar o paradigma original da relação do homem para com Deus, até então, de filial correspondência. A pretensão de substituir o sobrenatural pelo natural, a Verdade que nos torna livres por uma falsa libertação socioeconômica, como se essa pudesse realizar-se de maneira efetiva sem sacudir previamente a escravidão do pecado. Uma hecatombe que acabou por despir os altares da Europa, substituindo Deus e erigindo o homem como falso criador de um mundo cada vez mais oposto às coisas sagradas.
 
Agora, após anos de constantes insinuações, a crise (os problemas) na Igreja se faz cada vez mais visível. Uma crise (problemas) que não poderá ser resolvida através de um consenso generalizado sobre um cúmulo de ideias, nascidas justamente em um âmbito de crescente perda de respeito ao mais sagrado de nossa Fé, a Eucaristia. Por isso, é necessário regressar a um dos conceitos fundamentais deste Sacramento,  definido pelo Concílio Vaticano II como “…signo de unidade…” (SC47).
 
O Catecismo nos recorda que a “comunhão de vida divina e a unidade do Povo de Deus, sobre os que a própria Igreja subsiste, se correspondem adequadamente e se realizam de maneira admirável na Eucaristia” (1325). A comunhão se encontra neste Sacramento e não em frágeis acordos sobre ideias.
 
A comunhão na Igreja deve ser procurada e encontrada através deste excelso “signo de unidade”, portanto na Eucaristia. Lamentavelmente, temos percorrido o caminho inverso, cometendo graves agravamentos, verdadeiras “feridas eucarísticas”.
 
Deixemos de maltratar a DEUS em nossa própria Igreja. Devemos advertir sobre as graves consequências de se receber a Eucaristia em situações de imoralidade ou de se recebê-lA  na mão,  facilitando assim o roubo do Santo dos Santos. Se continuarmos assim, faremos perder a Fé Católica na presença real de Jesus na Eucaristia.
 
Na Igreja, muitos são indiferentes em seu trato para com Jesus Eucaristia. Não podemos tomar por bons ou inofensivos abusos que por si só são destrutivos. Não devemos continuar em silêncio:
 
Elevemos nossas vozes e defendamos o mais divino e concreto nesta terra.
 
Não esqueçamos as advertências de Deus por meio de seu Profeta aos que temos responsabilidade sobre o povo:
 
A vós, homem, Eu vos coloquei como sentinela do povo de Israel. Pois bem, se vós não advertis ao malvado para que mude de vida, e ele de fato não o fizer, este morrerá por seu pecado, porém Eu pedirei contas a ti de sua morte. Do contrário, si vós o advertis para que mude de vida, e ele não o fizer, ele morrerá por seu pecado, mas vós salvareis a vossa vida”, (Ez.  33: 7-9).

Fonte: Diocesis de Ciudad del Este
Tradução e destaques: Morro por Cristo

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