"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

O heroismo dos mártires cristãos e as misérias dos mornos ocidentais

Caros leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
 
Após o martírio dos 21 coptas pelas mãos do ISIS, o "Estado Islâmico", reproduzimos abaixo o texto de Antônio Socci que faz uma grave análise entre o heroísmo destes nossos irmãos e a vergonhosa atuação da Igreja devido à crise em que se encontra atualmente. Embora sejam duras as palavras empregadas no artigo, elas ilustram fielmente a  situação atual e podem ser aplicadas não apenas aos membros do clero atual, mas também à nós simples cristãos ocidentais, mornos e acomodados.


 

O heroísmo dos mártires cristãos e as misérias do Vaticano.


Que o Papa faça evacuar os 300 cristãos de Trípoli, juntamente com seu bispo, para salvá-los do massacre

Por Antonio Socci (18.02.2015) | Tradução: Fratres in Unum.com É preciso olhar de frente aqueles 21 jovens cristãos que, na Líbia, sofreram o martírio por não renegarem Cristo, e que antes de serem degolados pelo ISIS – segundo a leitura labial que foi feita – clamaram continuamente o nome de Jesus. Como os antigos mártires.
 
O NOME DE JESUS
 
O bispo deles disse:“Aquele nome sussurrado no último instante foi como que o selo do seu martírio”. Os cristãos coptas são gente forte, temperada por quatorze séculos de perseguição islâmica. São herdeiros daquele Santo Atanásio de Alexandria que salvou a verdadeira fé católica da heresia ariana, na qual tinha caído a maior parte dos bispos. São cristãos rijos, não uns invertebrados, como nós, católicos tíbios do Ocidente.
 
Eis aqui a verdadeira força: não aquela de quem odeia e mata os inermes (também as crianças), e crucifica quem tem uma fé diferente, e violenta as mulheres, desfraldando a bandeira negra e escondendo o próprio rosto.
 
A verdadeira força é a dos inermes que aceitam até o martírio para não renegarem a própria dignidade, isto é, a sua fé, para testemunharem a maravilha do “Belo Amor”, como diz uma antiga definição do Filho de Deus.
 
Um grande testemunho. Estes são os verdadeiros mártires: os cristãos. Não aqueles que massacram os inocentes inertes.
 
E esta é a glória dos cristãos: seguir um Deus que salvou o mundo fazendo-se matar e não matando os outros, como fazem todos os déspotas, agitadores e ideólogos (ou revolucionários) deste mundo, que são aclamados nos livros de história.
 
A LIÇÃO
 
Uma grande lição para um Ocidente embriagado do “politicamente correto”, que, como o desastroso Obama, se auto-impôs nem sequer pronunciar a palavra“islã” e “muçulmanos” quando fala dos massacres destes meses, desde o Norte do Iraque até Paris e Líbia. Um Ocidente nihilista, que se envergonha de suas raízes cristãs e não perde nenhuma ocasião para as cobrir de desprezo.
 
É uma dolorosa lição, enfim, sobretudo para a Igreja. Para uma Igreja que não testemunha mais o fogo ardente da fé.
 
Para a Igreja de Bergoglio que, enquanto existem homens e mulheres que dão a vida por Cristo, define como “uma solene besteira” o anúncio cristão e o proselitismo; para aquela Igreja de Bergoglio que, enquanto os cristãos são perseguidos e massacrados em todo o mundo muçulmano, faz um ato de adoração numa Mesquita, que vai atrás da ideologia obamiana dominante, evitando cuidadosamente pronunciar a palavra “Islã”, a não ser para louvá-lo (a propósito, o seu porta-voz em Buenos Aires atacou Bento XVI por causa de seu discurso em Ratisbona, sobre o Islã).
 
E sobretudo para aquele Papa Bergoglio que diz que a grande emergência atual da Igreja não é a fé, mas o meio-ambiente, e, depois, a acolhida aos novos tipos de casal e a comunhão para os divorciados recasados. Parece com o filme de Benigni, onde se dizia que o verdadeiro, o grande problema de Palermo é… “o trânsito!”.
 
É tanto assim que logo mais teremos a encíclica bergogliana sobre a ecologia e sobre as vantagens da coleta seletiva de lixo, ao invés de termos um grito de amor a Deus, neste mundo sem fé e sem esperança. Teremos um apelo contra a erosão, ao invés da denúncia do ódio anticristão em todo o planeta (pelo resto, já sabemos que em sua missa de entronização falou sobre o meio-ambiente, assim como no discurso à Expo, ao invés de falar de Cristo).
 
É o Papa Bergoglio que recebe e comove os centros sociais, tipo Leoncavallo, mas não os cristãos que heroica e pacificamente lutam para testemunhar a salvação, sofrendo o desprezo e as acusações do mundo.
 
É Bergoglio que escolhe os novos cardeais baseado em sua própria ideologia pessoal (deixando ver que, se quiser, pode inclusive decidir nomear o bispo de Ancona para o cardinalato), ao invés de conceder a púrpura, sinal do martírio, àqueles bispos que, justo nestes dias, concreta e heroicamente, vivem com as suas comunidades ameaçadas e, verdadeiramente, arriscam a sua vida com elas.
 
SALVAR AQUELES CRISTÃOS
 
Este é o caso do bispo de Tripoli, D. Martinelli, o mesmo bispo que, em 2011, quase sozinho (apenas com o apoio de Bento XVI), gritava todos os dias contra a guerra [liderada pela OTAN, no contexto do que se chamou de “Primavera Árabe”, que culminou com a queda de Muammar al-Gaddafi], explicando que aquilo abriria a“Caixa de Pandora”, exatamente como aconteceu depois.
 
Uma tragédia que devemos agradecer aos “Prêmios Nobel da Paz”, Obama e Sarkozy.
 
Hoje, na Itália e no exterior, aqueles que aclamaram a guerra se fazem de desentendidos. Enquanto nestes dias a Líbia corre o risco de se tornar uma base do Isis, o Bispo Martinelli decidiu permanecer ali, expondo-se à morte:
 
“Vi tantas cabeças cortadas – conta – e pensei que eu também poderia acabar assim. E se Deus quiser que meu fim seja ter a cabeça cortada, assim será […]. Poder dar testemunho é uma coisa preciosa. Eu agradeço ao Senhor que me permite fazê-lo, também com o martírio. Não sei até onde vai dar este caminho. Se me levar à morte, isso quer dizer que Deus quis assim… E eu não saio daqui. Eu não tenho medo”.
 
Ele não quer abandonar a sua pequena comunidade, constituída por cerca de trezentos trabalhadores filipinos, que estão compreensivelmente aterrorizados. O bispo é o único italiano que ficou em Trípoli, com alguns religiosos e religiosas não italianos.
 
Até ontem, não recebeu nenhuma ligação do Papa Bergoglio, habitualmente muito pródigo com os telefonemas (ligou até para Pannella [jornalista italiano de extrema-esquerda], além de ligar diversas vezes ao seu amigo Scalfari). Talvez, graças à pressão midiática, vai lhe telefonar uma hora destas…
 
Todavia, mais que de palavras, precisamos de fatos.
 
Eu queria propor uma coisa ao Papa. O Vaticano, também com a ajuda do governo italiano, poderia pedir um auxílio humanitário, uma operação relâmpago de socorro aos cristãos que ficaram lá, com o seu bispo. São apenas trezentos e arriscam a sua vida pela fé. O Vaticano poderia hospedá-los e, depois, eles decidiriam se é o caso de voltar às Filipinas.
 
A coisa é possível. Por que não fazê-la? Esta é a minha oração ao Papa Bergoglio: que salve do massacre toda uma comunidade cristã e o seu pastor.
 
Esta seria, realmente, uma coisa digna da Santa Sé. Não esse clima de caça às bruxas e de apuração, que desde alguns dias circula no establishment Vaticano, contra aqueles “grandes cardeais” (Ratzinger) que, fiéis à Igreja, ousaram se opor a Kasper no Sínodo de outubro.
 
Seria absurdo que o Vaticano se dedicasse às purgas, enquanto os cristãos são martirizados no mundo.

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