"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

domingo, 22 de julho de 2012

"RELIGIÃO PRA QUÊ"? Por que precisamos de religião - parte 1

Recebemos há exatamente 1 mês o seguinte comentário de um leitor anônimo:


"Gostaria que fizesse um post sobre " Porque precisamos de religião"!
Está de parabéns o blog!
"

Aproveitando o tema tratado nas 3 últimas postagens (a mudança no cenário religioso do Brasil) gostaríamos de tratar, mesmo que de maneira breve e resumida, do tema sugerido pelo leitor anônimo:

Por que precisamos de religião?

Segundo a ótica comunista/marxista Deus e religião foram invenções do homem para exercimento do controle de minorias sobre maiorias, da "burguesia sobre o proletariado".

No entanto, em concordância com a mentalidade da socidade moderna a opinião mais facilmente aceita é a de que as religiões são respostas, ou melhor, soluções - verdadeiras ou não - apresentadas frente às questões existenciais do ser humano. Segundo essa mentalidade, o ser humano de todos os tempos e de todas as épocas sempre manifestou dúvidas e preocupações relacionadas à certos acontecimentos da vida humana: por qual razão ou para que finalidade nascemos, por que adoecemos, por que sofremos, por que temos que morrer, para onde vamos após a morte, ou melhor, há algo após a morte?
Seguindo este raciocínio, o ser humano foi formulando - sempre influenciado por fatores externos como a época, o território e a cultura em que estava inserido - crenças e doutrinas religiosas com a finalidade de responder aos medos e ânsias que possuia.
Em algumas sociedades a incompreensão de fenômenos da natureza aliada à certeza de que nem tudo o que os cercava estava sob o domínio humano fez com que o homem tudo atribuísse ao poder e à influência de dezenas - as vezes até milhares - de divindades, caso de antigas sociedades pagãs como a greco-romana até às que continuam a sobreviver em nossos dias, como a India com o hinduísmo ou diversas religiões e povos africanos.
Algo também comum às religiões é a preocupação com o estado "post mortem" do ser humano, ou seja, com os possíveis destinos da alma/espírito humano. Por exemplo, uma semelhança que encontramos entre as religiões orientais é que geralmente crêem em alguma forma ou gênero de reencarnação.
Algumas religiões fundamentam suas crenças e doutrinas em lendas e histórias populares. Há também aquelas que reivindicam ter descoberto verdadeiras respostas às questões existencias através de experiências pessoais de seu fundador ou guru, iluminado ou auxiliado por "seres superiores". Por fim temos também aquelas que anunciam possuir o conhecimento da verdade e das respostas às questões do homem por tê-las recebido do próprio Deus (ou divindades).
Enfim, origem para as milhares de religiões existentes podemos encontrar de todos os tipos. Outra característica, porém, que podemos facilmente constatar é que as há para todos os gostos e necessidades: se a pessoa busca uma religião que possibilite contato com entes queridos já falecidos, existem várias. Se busca uma que lhe ofereça rigidez e disciplina, certamente encontrará. Se busca, porém, uma que não lhe imponha obrigações e lhe permita fazer tudo o que desejar, existem aos montes.
A questão das religiões que surgem para se adaptar ao gosto e à necessidade do "fiel" pode ser facilmente percebida no fenômeno das religiões que se definem como "evangélicas": Creio que Jesus Cristo é Deus, ótimo, posso me filiar a várias... não creio? não tem roblema, outras crêem da mesma forma. Sou divorciado, essa não me permite casar de novo mas aquelas sim! Nesta mulheres só usam saia e isso está diretamente relacionado com a fidelidade a Deus, naquela pode-se usar o que quiser, afinal isso é o que menos importa, noutra há somente pastores homens, naquela... bispa! Numa o homosexualismo é pecado, em outra os pastores são homosexuais... e casados! E assim temos mais de 50.000 religiões que se dizem evangélicas, cada qual pregando doutrinas contraditórias entre si mas todas buscando satisfazer aos desejos, vontades e necessidades dos que as procuram.

Voltando a pergunta inicial, Por que precisamos de religião?

Mas afinal, se não é para satisfazer as nossas vontades e necessidades, para quê então?

Ao refletirmos sobre toda essa pluralidade de religiões e "verdades", uma conclusão já podemos tirar: É IMPOSSÍVEL que todas estejam corretas, ou seja, que todas sejam verdadeiras uma vez que TODAS expressam "verdades" contrárias entre si. FATO!

Acompanhando as postagens relacionadas ao ateísmo e as provas da existência de Deus, concluímos que Deus existe e, de acordo com tais provas somos levados a crer não somente em Sua existência mas também na unicidade da divindade, ou seja, que Deus não só existe como também é único, descartando assim todas as religiões politeístas (que crêem na existência de vários deuses).
Somando essas provas à revelação divina presente nas Escrituras Sagradas, Tradição e demais eventos que corroboram para tal conclusão, podemos dizer que o Cristianismo apresenta-se como único portador das verdades buscadas pelo homem. Ocorre, porém, que tanto o Catolicismo como as 50.000 religiões ditas "evangélicas" se dizem cristãs, ou seja, dizem professar o Cristianismo autêntico.
Virá então um "pacifista" e, para não se comprometer com nenhum dos lados dirá:
"Não importa religião, placa de igreja não salva ninguém, não precisamos de religião, o que salva é Jesus Cristo".

Ok, ok, mas sabemos que só há 1 (UM) Jesus Cristo e que todas as religiões ditas cristãs reivindicam seguir esse mesmo Jesus Cristo: Então como é possível haver tanta diferença doutrinal? E mesmo que você selecione apenas 2 cristãos que dizem seguir Jesus Cristo, cada um terá uma diferente visão deste mesmo Jesus Cristo e de seus ensinamentos, então qual estará correto? Quem poderá avaliar e definir a forma correta de interpretar e seguir Jesus Cristo?

Ora, religião é um conjunto de crenças, doutrinas, costumes e tradições que se ordenam a um objetivo, geralmente no âmbito espiritual. Se alguém disser que não necessita de religião para se chegar a Deus, este mesmo deverá adotar ou desenvolver crenças, hábitos e procedimentos que julgar convenientes para atingir tal objetivo. Crendo que este é o meio correto para se chegar a Deus e às verdades espirituais, terá a certeza de que outros que buscam os mesmos objetivos deverão fazer o mesmo, portanto, fazendo o mesmo, estarão professando a mesma religião, simples assim.

Finalizamos a primeira parte com a seguinte conclusão: religiões existem várias e várias são as "verdades" que elas defendem, no entanto é IMPOSSÍVEL a existência de várias verdades que se contradizem. Deve haver uma única verdade!
Podemos também concluir que a religião é sim necessária, não com a finalidade em si mesma mas agindo sim como canal para se chegar a Deus, verdadeira finalidade da Religião.

Continuaremos no próximo post...

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