"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

domingo, 16 de agosto de 2015

"SEREIS ODIADOS POR CAUSA DE MEU NOME" - Homenagem a Dom Rogelio Livieres

Muito tempo faz que não publicávamos qualquer coisa aqui no blog, principalmente por conta de problemas relacionados ao notebook que dispúnhamos para realizar tal trabalho. No entanto, cremos que um recente acontecimento nos obriga a escrever - ainda que poucas - palavras aqui no blog, assim como a reimpulsionar nosso pequeno e insignificante apostolado:
 
O FALECIMENTO, NA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA 14 DE AGOSTO, DO SANTO BISPO DOM ROGELIO LIVIERES PLANO

 

Mas afinal, quem foi Mons. Rogelio Livieres?


Rogelio Ricardo Livieres Plano nasceu em Corrientes (Argentina), em 30 de agosto de 1945. Ainda pequeno mudou-se para Asunción (Paraguay), onde cresceu física e intelectualmente: aí cursou seu Bacharelado no Colegio San José de Asunción. Formou-se como advogado, notário e escrivão público na Universidade Católica "Nossa Senhora da Assunção".


Tornou-se especialista em Direito Administrativo pela Escola Nacional de Administração Pública de Madrid (Espanha) e Doutor em Direito Canônico pela Universidade de Navarra (Espanha).


Foi ordenado sacerdote em 15 de agosto de 1978, pertencendo ao clero da Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei.


Desenvolveu seu serviço sacerdotal em atividades pastorais diretas como Capelão do Centro Universitário CUDES, da Universidade Austral em Buenos Aires e do Centro Universitário Ycuá, além da Escola de Formação para assistentes de Empresas de Serviços (EFAES) de Asunción, logo após haver sido instituído Vigário da prelatura da Santa Cruz e Opus Dei em Buenos Aires.


Avançou em seu trabalho acadêmico como professor de Introdução ao Direito na Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Católica de Assunção, professor de Direito Administrativo na Faculdade de Direito da Universidade de Navarra (Espanha), professor de Direito Canônico no Seminário Internacional da Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei em Roma, além de professor de Teologia na Faculdade de Direito da Universidade Austral de Buenos Aires.


Foi nomeado Bispo de Ciudad del Este (Paraguay) pelo Papa João Paulo II, em 12 de julho de 2004, tomando posse do cargo em 3 de outubro do mesmo ano.


Lema episcopal: "Santifica-nos na Verdade"


Seu lema episcopal é inspirado naquelas palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo na última ceia, quando se dirige a Deus Pai e, referindo-se a nós, diz:


“Santifica-os na Verdade; tua palavra é a Verdade” (São João, cap. 17,vers. 17).


Conhecendo a mensagem de Cristo, conhecendo a Cristo e identificando-nos com Ele, somos santos, alcançamos o fim de nossa vocação cristã e o objeto de nossa vida terrena. Esse será o norte de sua função de Bispo: animar os cristãos no caminho da santidade.


A restauração do Catolicismo promovida pelo Bispo Livieres em Ciudade del Este


Monsenhor Rogelio Livieres fez uma verdadeira transformação na Igreja de Ciudad del Este. Encontrou uma diocese em frangalhos, com uma vida católica abandonada, falta de padres, raras vocações, enfim, nada muito diferente da situação da maior parte das dioceses em todo o mundo. Mas eis que o trabalho de um verdadeiro sucessor dos Apóstolos começa a produzir frutos: Dom Rogelio abre um seminário em sua própria Diocese para formar seus sacerdotes conforme manda a Igreja (até então havia apenas um único seminário "central" para onde todos os seminaristas do paraguay deveriam ir), implementa o verdadeiro e tradicional Catolicismo, visita e instrui na Fé Católica todos seus diocesanos, desde aqueles que lhe são vizinhos até os dos lugares mais afastados, incentiva instituições e movimentos verdadeiramente católicos e, anos depois, consegue transformar a Diocese de Ciudad del Este em uma verdadeira diocese modelo, onde a Fé católica cresce sobremaneira, as vocações sacerdotais pululam e a vida sacramental florece.


Reproduzimos agora um artigo nosso publicado em 20 de julho de 2014, artigo este que mostra um pouco do pequeno milagre realizado em Ciudad del Este por intermédio de Dom Livieres:


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CIUDAD DEL ESTE: Os frutos de uma Diocese que busca viver a Fé Católica


Caros leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Reproduzo abaixo um artigo publicado no site da Diocese de Ciudad del Este - Paraguay. Para quem não sabe, a Diocese de Ciudad del Este vem experimentando nos últimos anos um crescimento - talvez o maior que se tem notícia na Igreja atual - em todos os níveis: ordenações, vocações sacerdotais e religiosas, paróquias, batizados e conversões, participação dos leigos, etc.


Imploro a Deus Nosso Senhor que não permita que ocorra com essa Diocese o mesmo que vem acontecendo com a Congregação dos Franciscanos da Imaculada. Para aqueles que estão familiarizados com os recentes acontecimentos que envolvem tanto essa congregação religiosa (F.I.) quanto a Diocese de Ciudad del Este, certamente compreenderão o que quero dizer. Por ora, prefiro não escrever nada sobre, deixando para fazê-lo futuramente.


Quanto ao artigo que dá o título à nossa postagem - Ciudad del Este: Os frutos de uma Diocese que busca viver a Fé Católica - ele traz algumas informações sobre o crescimento dessa Diocese sob o pastoreio de Dom Rogelio Livieres. Enquanto tantos estudam soluções para conter a evasão de católicos para as seitas, enquanto são criadas tantas comissões e planos pastorais para tentar manter os fiéis na Igreja (já que atrair e converter ovelhas de fora do rebanho no momento é sequer cogitado) o pastor Dom Livieres e seu rebanho, a Diocese de Ciudad del Este, nos mostram como a solução para esses problemas é simples: basta viver a Fé Católica em sua integridade, sem invencionices nem traições.
 
Dom Rogelio Livieres em cerimônia de ordenação sacerdotal na forma extraordinária do Rito Romano
 
Vemos na prática, como um Bispo e uma Diocese que procuram viver um catolicismo sério e autêntico, sendo fiéis à Doutrina e à disciplina da Igreja em sua liturgia, na formação sacerdotal, nas práticas piedosas e devocionais, conseguem transforma-la em uma das mais florescentes Dioceses de nosso tempo, isso em poucos anos. Vemos que a melhor forma de realizar a nova evangelização é através da "velha evangelização", isto é, da evangelização de sempre.



Que viva Cristo Rey!

José Santiago Lima



Vocações comprovam a vitalidade da Igreja


Fonte: Diocesis de Ciudad del Este
Tradução: Morro por Cristo



“As vocações são a comprovação da vitalidade da Igreja. A vida gera vida...; são também condição de vitalidade da Igreja...”, dizia o Papa São João Pablo II.  Em nossa Diocese, atualmente, isso pode ser comprovado de maneira sensível.  Estamos diante do milagre vocacional conseguido por Monsenhor Rogelio Livieres na Diocese de Ciudad del Este.


Alguns dos seminaristas da Diocese de Ciudad del Este

Há algum tempo atrás,  havia um sacerdote para cada 10.000 pessoas, um grande problema para a Diocese, porque um sacerdote para tamanha quantidade de fiéis não podia fazer muita coisa.  Mons. Rogelio então iniciou uma ação pastoral quase insólita de se ver na atualidade: ele mesmo, foi de paróquia em paróquia a buscar jovens que estivessem dispostos a ir para o Seminário. Os frutos da procura mar adentro realizada por nosso Bispo, conseguiu que inicialmente 30 jovens ingressassem no  Seminário diocesano.
 
Antes que os candidatos com inquietudes vocacionais ingressem no Seminário, passam pela Pastoral Vocacional, um espaço onde os jovens são plenamente assistidos pelos sacerdotes e diáconos, e em particular, pelo próprio Bispo, o qual entrevista os candidatos para conhece-los de maneira mais ampla.
 
Mons. Rogelio designou o Presbítero Edelio Fariña, como Diretor da Pastoral Vocacional da Diocese de Ciudad del Este, onde assiste aos jovens maiores de 17 anos assim como aqueles que tenham terminado o 3º ano do Ensino Médio, nos encontros vocacionais que são realizados aos sábados das 14:30 às 18:00 horas na sede do Bispado.
 
 No ano de 2006, Mons. Rogelio criou o Seminário Maior São José, onde iniciaram 35 alunos. Atualmente (2014) o Seminário conta com 200 seminaristas, além de 4 gerações de sacerdotes ordenados. Em média, são ordenados aproximadamente 15 sacerdotes por ano. Tudo isso, obviamente, tem suas consequências e justamente por isso que o Santo já mencionado dizia que a vida engendra vida… Quanto mais sacerdotes, mais paróquias, mais facilidade na hora de acudir aos sacramentos, e consequentemente mais facilidade para se levar uma vida na graça de Deus. Essa é nossa vitalidade, a vitalidade da Igreja.
 

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Alguns dos números que demonstram o impressionante crescimento vocacional da Diocese em menos de 10 anos
















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A FÉ EUCARÍSTICA DE DOM ROGELIO LIVIERES


Os extraordinários resultados obtidos por Monsenhor Rogelio Livieres podem ser bem compreendidos pela Fé católica que professava e imprimia em sua Diocese. Está Fé era expressada, dentre outras situações, em sua relação para com o Santíssimo Sacramento da Eucaristia. É o que se observa na Carta Aberta de Dom Rogelio Livieres à toda a Igreja do Paraguay, por nós reproduzida em um artigo publicado em 30 de agosto de 2014:


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Carta aberta de Monsenhor Livieres à Igreja no Paraguai. O mundo sofre uma verdadeira dessacralização e, em nosso país, isso tem forma de Teologia da Libertação. Deve-se buscar e encontrar a comunhão na Igreja pela Eucaristia, único e verdadeiro sinal de unidade.


Dom Livieres e o Sancta Sanctorum


Nós, Bispos e Sacerdotes, não somos apenas as testemunhas de profundas mudanças, como também somos os atores comprometidos nestes processos de transformação que  afetam os diferentes ambientes de nossa Igreja. E, como já sucedeu por muitas vezes através de tantas épocas e lugares, também a atual crise da Igreja é radicada principalmente na ferida Eucarística, na irreverência e na falta de cuidado no trato para com Jesus Eucarístico.
 
O mundo sofre uma profunda dessacralização. No Paraguai, isso tem forma de Teologia da Libertação, no entanto, suas ideias devastadoras tiveram origem em aceitações anteriores. Ideias e percepções que conseguiram alterar o paradigma original da relação do homem para com Deus, até então, de filial correspondência. A pretensão de substituir o sobrenatural pelo natural, a Verdade que nos torna livres por uma falsa libertação socioeconômica, como se essa pudesse realizar-se de maneira efetiva sem sacudir previamente a escravidão do pecado. Uma hecatombe que acabou por despir os altares da Europa, substituindo Deus e erigindo o homem como falso criador de um mundo cada vez mais oposto às coisas sagradas.
 
Agora, após anos de constantes insinuações, a crise (os problemas) na Igreja se faz cada vez mais visível. Uma crise (problemas) que não poderá ser resolvida através de um consenso generalizado sobre um cúmulo de ideias, nascidas justamente em um âmbito de crescente perda de respeito ao mais sagrado de nossa Fé, a Eucaristia. Por isso, é necessário regressar a um dos conceitos fundamentais deste Sacramento,  definido pelo Concílio Vaticano II como “…signo de unidade…” (SC47).
 
O Catecismo nos recorda que a “comunhão de vida divina e a unidade do Povo de Deus, sobre os que a própria Igreja subsiste, se correspondem adequadamente e se realizam de maneira admirável na Eucaristia” (1325). A comunhão se encontra neste Sacramento e não em frágeis acordos sobre ideias.
 
A comunhão na Igreja deve ser procurada e encontrada através deste excelso “signo de unidade”, portanto na Eucaristia. Lamentavelmente, temos percorrido o caminho inverso, cometendo graves agravamentos, verdadeiras “feridas eucarísticas”.
 
Deixemos de maltratar a DEUS em nossa própria Igreja. Devemos advertir sobre as graves consequências de se receber a Eucaristia em situações de imoralidade ou de se recebê-lA  na mão,  facilitando assim o roubo do Santo dos Santos. Se continuarmos assim, faremos perder a Fé Católica na presença real de Jesus na Eucaristia.
 
Na Igreja, muitos são indiferentes em seu trato para com Jesus Eucaristia. Não podemos tomar por bons ou inofensivos abusos que por si só são destrutivos. Não devemos continuar em silêncio:
 
Elevemos nossas vozes e defendamos o mais divino e concreto nesta terra.
 
Não esqueçamos as advertências de Deus por meio de seu Profeta aos que temos responsabilidade sobre o povo:
 
A vós, homem, Eu vos coloquei como sentinela do povo de Israel. Pois bem, se vós não advertis ao malvado para que mude de vida, e ele de fato não o fizer, este morrerá por seu pecado, porém Eu pedirei contas a ti de sua morte. Do contrário, si vós o advertis para que mude de vida, e ele não o fizer, ele morrerá por seu pecado, mas vós salvareis a vossa vida”, (Ez.  33: 7-9).


Fonte: Diocesis de Ciudad del Este
Tradução e destaques: Morro por Cristo


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"SEREIS ODIADOS POR TODOS POR TODOS POR CAUSA DE MEU NOME"


O último ano da vida de Dom Rogelio Livieres é, sem sobra de dúvida, o mais triste, olhando sob perspectiva humana. Sim, pois se olharmos com os olhos voltados ao sobrenatural, talvez possamos enxergar em seu último ano de vida a confirmação de sua bem-aventurança, conforme palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo:


"Bem aventurados os que sofrem perseguição por amor à justiça, porque deles é o reino dos céus." (Mt. V, 1-10).


Ainda diante dos excelentes frutos produzidos por seu árduo trabalho apostólico, Dom Livieres passou a sofrer todo tipo de pressão, calúnias e golpes por parte dos inimigos da Igreja, ainda que muitos deles se encontrassem oficialmente dentro da própria Igreja. Em contrapartida, o santo e valente Bispo continuou sua obra sempre fazendo jus ao seu lema episcopal:


"Santifica-os na Verdade".


Pela verdade Dom Livieres lutou e, pela verdade, passou a colecionar inimigos, tanto de fora como de dentro da Igreja. Pela verdade Dom Livieres passou a ser odiado. E, pela verdade, passou a ser perseguido. O ápice de sua perseguição se deu quando, sob intenções "misericordiosas", sua Diocese passou por uma "visita Apostólica" (procedimento realizado quando uma Diocese ou Ordem religiosa apresenta problemas, o que nos dias atuais, significaria que faltariam visitadores apostólicos). Embora a visita tenha transcorrido em clima alegre e fraterno, com muito elogios por parte do visitador (Cardeal Santos Abril), o resultado de tal visita foi catastrófico (há quem acredite que tal visita foi apenas "um teatro" já que o que estaria por vir fora anteriormente decidido). Falamos sobre isso em um artigo nosso sobre a terrível crise que se abate sobre a Igreja, publicado em 10 de outubro de 2014 e que reproduzimos agora: 
 
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Terrível sintoma do agravamento da Crise na Igreja: o caso LIVIERES


ou ainda: "A noite escura da Igreja" - parte 2

 
 
Para a maior parte dos católicos, desde os chamados "católicos de IBGE" (ou "católicos de nome") aos ditos "católicos praticantes", não há nada de errado com a Igreja nos tempos em que vivemos. O próprio Papa Francisco chegou a dizer que:
 
 
 
 "a Igreja nunca esteve tão bem como hoje" (Papa Francisco, 16 de setembro de 2013) 

 

No entanto, é de conhecimento geral que os últimos papas, predecessores de Francisco, discordavam totalmente desse seu comentário:

 
“por alguma fissura a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus.” (Papa Paulo VI, 29 de junho de 1972)


 
"Temos que admitir realisticamente e com sentimentos de intensa dor que hoje os Cristãos, na sua grande parte, sentem-se perdidos, confusos, perplexos e mesmo desapontados; abundantemente se espalham ideias contrárias à verdade que foi revelada e que sempre foi ensinada; heresias, no sentido lato e próprio da palavra, propagaram-se na área do dogma e da moral, criando dúvidas, confusões e rebelião; a liturgia foi adulterada. Imersos num relativismo intelectual e moral e, portanto, no permissivismo, os Cristãos são tentados pelo ateísmo, pelo agnosticismo, por um iluminismo vagamente moral e por um Cristianismo sociológico desprovido de dogmas definidos ou de uma moralidade objetiva"
(Papa João Paulo II, 07 de fevereiro de 1981)

"vivemos uma apostasia silenciosa" (Papa João Paulo II, 28 de junho de 2003)




"A Igreja está desfigurada" (Papa Bento XVI, 13 de fevereiro de 2013)

Se já nos pontificados anteriores a crise na Igreja se tornara evidente a tal ponto de os Papas sobre ela se pronunciarem, no pontificado de Francisco - ainda que alguns a neguem ou a ignorem - ela atinge seu ápice. Um brevíssimo resumo do que nos motiva a chegar a essa conclusão deveria conter - além da dúvida, perplexidade e confusão dos tempos atuais - os seguintes episódios:
 
  • Deposição de cardeais ortodoxos (o caso mais recente seria o do exemplar cadeal Burke) e a reabilitação ou promoção de clérigos de reputação e doutrina duvidosa.
 
  • A escandalosa, injustíssima e incompreensível perseguição à congregação mais frutuosa da Igreja nas últimas décadas: Os Franciscanos da Imaculada. Vale lembrar, não sem lamentar, que tal perseguição vergonhosa é conduzida pelo ditador, digo, padre Fidenzio Volpi e o não menos vergonhoso cardeal brasileiro Braz de Aviz.
 
  • A defenestração do Bispo da Diocese modelo de Ciudad del Este, Dom Rogelio Livieres.
 
Embora pudéssemos discorrer sobre cada um dos acontecimentos acima apresentados, comentaremos apenas sobre o caso de Dom Livieres, ex Bispo de Ciudad del Este. Já havíamos mencionado em nosso blog este Bispo e sua frutuosa diocese AQUI. Mons. Rogelio Livieres em 10 anos conseguiu fazer um verdadeiro milagre na Diocese de Ciudad del Este, transformando-a de uma diocese quase insignificante em um dos maiores celeiros de vocações da América Latina. Não somente as vocações cresceram, mas toda a vida da Diocese foi verdadeiramente transformada: população presente nas Missas e demais celebrações litúrgicas, nascimento e crescimento de congregações religiosas, comunidades, cursos de formação em todos os âmbitos, criação de capelas de adoração perpétua ao Santíssimo por toda a Diocese, enfim, consequente e visível crescimento em todas as práticas eclesiais e maior participação dos diocesanos na vida sacramental (aumento de conversões, batismos, matrimônios, etc...). Como não poderia ser diferente, Dom Rogelio mostrou-se amigo da Tradição, fomentando o amor, respeito e instrução nas práticas tradicionais e piedosas (inclusive a Missa Tradicional que também ele celebrava).
 
Como pastor amante da Verdade Católica, defensor da Fé e do Santíssimo Sacramento (basta ler o artigo onde publicamos a carta de Mons. Livieres sobre a Santíssima Eucaristia AQUI), combateu a "Teologia da Libertação" até então seguida de maneira explícita ou velada por grande parte de seus pares (bispos paraguayos), o que lhe rendeu inimizade e diversos inimigos. Além disso, seu modo "tradicionalista" e sua decisão de criar o seminário de sua própria diocese (o que o direito da Igreja lhe permite) enquanto todas as dioceses paraguayas enviavam seus jovens para serem formados em um único seminário nacional fez com que ele fosse verdadeiramente odiado.
 
Poderíamos dar uma série de outros detalhes que completariam os relatos sobre o porquê de Dom Livieres ter se tornado o "bispo odiado" por parte de muitos dos responsáveis pela arrasada Igreja Paraguaya, mas, por ora, ficaremos por aqui. Basta concluirmos com o que aconteceu recentemente: Dom Livieres e sua Diocese foram alvos de uma Visita Apostólica (e isso enquanto centenas de Dioceses clamam por uma intervenção da Santa Sé) que, conforme relatos do próprio site da Diocese (diocesiscde.info), serviria apenas para comprovar o Êxito da vida diocesana e dirimir possíveis dúvidas.
 
Pois bem, Mons. Livieres foi chamado à Roma, lá foi sumariamente "despedido" sem que sequer pudesse se defender. Pediu que lhe apresentassem ao menos os relatórios da Visita Apostólica para que pudesse saber o porquê de sua demissão, sobre o que estava sendo acusado e assim pudesse preparar sua defesa. Isso também lhe foi negado. Por fim pediu para ser recebido pelo Santo Padre para que pudesse lhe esclarecer qualquer coisa ou ao menos receber uma orientação paterna mas, ao que parece, o Papa não quis recebê-lo. Toda a situação pode ser melhor compreendida ao se ler a explêndida e comovente carta escrita por Dom Livieres ao Cardeal Ouellet (AQUI). Enfim, como se já não bastasse a cadeia de injustiças que terminaram pela ainda mais injusta deposição deste grande bispo católico, nem ao menos foi digno de ser recebido pelo Papa (que curiosamente recebe ateus, protestantes, judeus, muçulmanos, amancebados públicos e promotores de erotismo na Argentina).
 
Embora alguns digam que, justo ou não, é o Papa e pode fazer o que quiser, perguntamos: Mas, e quanto aos padres rebeldes que desafiam a doutrina católica? Nem uma chamadazinha de atenção? E às freiras abortistas norteamericanas que se rebelaram contra a Igreja? Nada?
 
Para finalizar: nós católicos não são somos anglicanos ("igreja" da Inglaterra), não somos luteranos ou pentecostas, enfim, não somos protestantes! Não somos independentes! Não seguimos a "igrejas"   nacionais! O catolicismo é universal, até porque é isso o que significa a palabra católico.
 
As conferências episcopais não são de direito Divino! De certa forma, as conferências episcopais usurpam a autoridade do Papa, assim como também a autoridade que possui o Bispo sobre sua diocese.
 
Segundo o que foi informado pela nota do Vaticano, a razão da destituição de Dom Livieres foi "falta de comunhão" com os bispos paraguayos, ou seja, falta de comunhão com a conferência episcopal. Tal razão é profundamente anticatólica, uma vez que a comunhão do Bispo não é com nenhuma Igreja nacional, a comunhão do Bispo deve ser com o Romano Pontífice e, através e juntamente com ele, com a Igreja Universal.
 
Dom Livieres não é hereje, não é cismático, não é um imoral indigno de ser Bispo! É simplesmente um Bispo que exercia sua potestade na sua própria diocese, potestade para ter seu próprio seminário.
 
Se não havia "entendimento"entre ele e outros bispos de seu país, isso não seria razão para destituí-lo. Outra prova da injustiça dessa destituição. Outra prova da crise na Igreja.

Virgem Santíssima, rogai pela Igreja de Vosso Filho!
 
 
José Santiago Lima


O grande "pecado" de Dom Livieres. Transformar uma pequena diocese em um reduto do catolicismo verdadeiro e frutuoso.
Acima, imagem dos seminaristas da Diocese. Por que se dá um escorpião a quem merecia ser congratulado?




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Após o triste episódio da perseguição da Dom Rogelio Livieres, retratado acima, o Santo Bispo - perseguido, injustiçado e humilhado - resignou-se com a condição a qual lhe haviam imposto e, como cristão e santo Bispo sucessor dos Apóstolos, teve ainda nobres atitudes dignas de quem era: Grava e escreve mensagens a seus antigos fiéis da Diocese de Ciudad del Este para que se mantenham fieis ao novo Bispo e às autoridades legitimamente instituídas. Outros, por se tratar de flagrante injustiça, teriam facilmente incitado os seus a se rebelarem ou não reconhecerem as novas autoridades. Dom Livieres, no entanto, com sua atitude nos deu uma aula de VERDADEIRA HUMILDADE. Dom Livieres ainda teve a nobre ação de ter saído em defesa do Padre Rodrigo Maria, sacerdote brasileiro que também vinha sendo perseguido por não se enquadrar no padrão sacerdotal "misericordioso" atual, posto que denuncia erros, prega sobre pecado, inferno, arrependimento e conversão, temas meio ultrapassados para os tempos em que vivemos atualmente. Padre Rodrigo Maria havia sido suspenso de ordens em processo claramente injusto e Dom Livieres, mesmo tendo o próprio nome e reputação atirados na lama, saiu em defesa de Padre, conseguindo que este sacerdote recebesse novamente o pleno uso de ordens.Por fim, Dom Rogelio Livieres ainda em seus últimos dias, grava mensagem de filial acolhida ao Papa Francisco por conta de sua visita ao Paraguay.
 
Em seus últimos tempos, perseguido, injustiçado e humilhado, abandonado por todos e lançado ao ostracismo até pelo grupo a que pertenceu, Dom Rogelio Livieres teve sua saúde deteriorada a olhos vistos, passando por internações e procedimentos dolorosos, tudo isso menos de 1 (UM) ano após sua destituição. Da mesma forma, menos 1 (UM) ano após os eventos acima relatado, recebemos a triste notícia:
 
É sexta-feira, 14 de agosto do ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2015, as 8 (oito) horas da manhã: FALECEU MONSENHOR ROGELIO RICARDO LIVIERES PLANO.
 
Nós do inignificante apostolado virtual "Morro por Cristo" gostaríamos de finalizar esta pequena homenagem a este grande Bispo e Confessor da Fé Católica, Dom Rogelio Livieres, com as seguintes passagens das Escrituras Sagradas:
 
 
"Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim." (São Mateus, cap. 5, vers. 10 e 11)
 

Não há como não enxergar a vida de Monsenhor Livieres, sobretudo seus últimos anos, intimamente relacionada a essa afirmação vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Perseguido foi por causa da verdade e por amor à justiça, caluniado por causa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Certamente, estará no Reino dos Céus conforme a promessa de Cristo.
 
"Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós. Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação." (São Lucas, cap. 21, vers. 16 a 19)
 
Não há como não ver em Monsenhor Livieres o cumprimento dessas palavras de Nosso Senhor: Entregue por seus irmãos no episcopado, abandonado por seus parentes e amigos (a prelatura da qual fazia parte) e mesmo injustamete punido e abandonado por seu pai - o Papa - manteve a constância em sua Fé e fidelidade a Cristo e à Igreja, alcançando assim a salvação.
 
Dom Rogelio Livieres foi verdadeiramente fiel a Seu Senhor e Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo: perseguido, humilhado, injustiçado, abandonado pelos seus... ainda assim, fiel e perseverante na Fé e na fidelidade. O Deus justícimo lhe dará a recompensa por tantas injustiças aqui sofridas.
 
Finalizo reproduzindo um comentário que li em outro site por conta do falemento de Dom Livieres. Também dedico o vídeo da Missa de Requien - celebrada pelo próprio dom Rogelio Livieres - a sua alma, para que descanse e encontre face a face o Senhor e Redentor Jesus Cristo, para o qual viveu.
 
"D. Rogelio viveu seu pequeno (grande) martírio: foi perseguido pelos irmãos do episcopado, injustiçado pelo seu superior na Terra, abandonado pelo seu grupo… O mundo não foi digno da presença de D. Rogelio, e Deus rapidamente o levou ao Céu."

REQUIEM aeternam dona ei, Domine, et lux perpetua luceat ei. Requiescat in pace. Amen.

 

Um comentário:

  1. Parabens pela sua luta José, a VERDADE vai derrotar o demônio e seus filhotes comunismo e massonaria!

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