"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Começa o período de SEDE VACANTE


O TRONO DE PEDRO ESTÁ VAZIO
 
 
 
Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013, 16h00 (horário de Brasília) - 20h00 (horário de Roma), começa o período de SEDE VACANTE.
 
Aproveitemos a Santa Quaresma para nos arrependermos, penitenciarmos  jejuarmos e orarmos. Peçamos ao Divino Espírito Santo que conduza a Santa Igreja e o iminente Conclave que escolherá o 266º sucessor do Apóstolo Pedro.
 

O adeus de um PAPA


O Papa Bento XVI fez na manhã de hoje, 27/02, sua última Audiência Pública na praça de São Pedro, no Vaticano, antes de renunciar ao Ministério Petrino. Diante de uma assembleia de mais de 150 mil pessoas, disse estar feliz por enxergar a Igreja viva e que jamais se sentiu sozinho nesses oito anos de pontificado. O Santo Padre ainda recordou que a Igreja não pertence a ele, mas a Cristo, e por isso, ela jamais afundará, mesmo quando as águas estiverem agitadas. "Não abandono a cruz, sigo de uma nova maneira com o Senhor Crucificado, sigo a seu serviço no recinto de São Pedro", enfatizou.
 
A Audiência começou por volta das 10h40 locais (6h40 de Brasília). Ao aparecer na praça de São Pedro no papamóvel, Bento XVI foi ovacionado por uma multidão que gritava "Viva o Papa" e "Bento! Bento!". Claramente emocionado, passeou pela praça por quase 15 minutos, agradecendo aos fiéis que levantavam cartazes e o agradeciam. Foram distribuídos 50 mil ingressos para os peregrinos participarem da catequese, mas segundo as estimativas, o público presente era de mais de 150 mil pessoas.



O Papa ressaltou no seu discurso o significado do amor que se deve prestar à Igreja e a Cristo. "Amar a Igreja significa também ter a valentia de tomar decisões difíceis, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não o de si próprio", afirmou. Falando ao público de língua portuguesa, disse que "um papa não está sozinho na condução da barca de Pedro". "Embora lhe caiba a primeira responsabilidade, o Senhor colocou ao meu lado muitas pessoas que me ajudaram e me sustentaram", declarou o pontífice.
 
Bento XVI convidou os fiéis a rezarem por ele e pelo próximo papa. Ele agradeceu a Deus por tê-lo guiado nesses oito anos de papado e pediu para que a Igreja amasse Jesus "com a oração e com uma vida cristã coerente". "Deus ama-nos, mas espera também que nós o amemos!", recordou. O Romano Pontífice falou também das várias cartas que recebeu de pessoas simples enquanto esteve à frente da Igreja nestes últimos anos. Afirmou que essas manifestações afetuosas permitiam "tocar com a mão o que é a Igreja", pois ela não é uma organização ou uma associação com fins religiosos ou humanitários, "mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que nos une a todos". "Experimentar a Igreja neste modo e poder assim com que poder tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor, é motivo de alegria, num tempo em que tantos falam do seu declínio", declarou o papa entre os aplausos dos fiéis.
 
Bento XVI assumiu a Cátedra de Pedro em 19 de abril de 2005, aos 79 anos de idade. Nesses oitos anos de pontificado, presidiu 348 audiências gerais, das quais participaram 4,9 milhões de pessoas até dezembro de 2012. Além disso, escreveu três encíclicas (Deus caritas est, Spe salvi e Caritas in veritate), a biografia de Jesus, na aclamada trilogia "Jesus de Nazaré", participou de três Jornadas Mundiais da Juventude, sendo a última em Madrid, Espanha, com a presença de mais de dois milhões de jovens e fez mais de 50 viagens apostólicas por todo o mundo, incluindo o Brasil em 2007, quando veio para canonizar Frei Galvão e abrir a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.
 
A partir das 20h (locais) de amanhã, 28/02, se inicia o tempo de Sé vacante, como estabeleceu o Papa Bento XVI no seu discurso em que anunciou a renúncia. Segundo o porta voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, Joseph Ratzinger continuará a usar o nome de Bento XVI e o título honorífico de "Sua Santidade". Ele deverá ser chamado de "Papa emérito" ou "Pontífice Romano Emérito". Já o seu anel papal deverá ser quebrado, como prescreve a tradição quando termina um pontificado. Bento XVI foi o primeiro papa a renunciar em quase 600 anos.
 
 
Autor: Equipe Christo Nihil Praeponere
 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Descrição do Santo Padre e Conclusão: Como deve ser o próximo Papa

Palavras do Cardeal Joseph Zen, SDB, arcebispo emérito de Hong Kong, em artigo publicado em Asianews, sobre os boicotes dentro do Vaticano ao governo do Papa Bento XVI:

O Grande Cardeal Joseph Zen, visto como inimigo pelo Partido Comunista Chinês

"Mas, lamentavelmente, eu tenho que acrescentar que frequentemente ele [Bento XVI] era uma voz solitária no deserto. Disse e repito: o seu trabalho foi desperdiçado por outros próximos a ele, que não seguiam a sua linha. Eu não estou aqui para julgar consciências [...]. Por “outros” me refiro a pessoas no Vaticano, mas também fora dele que, sem a ajuda da Santa Sé, não teriam causado tantos danos. É uma situação muito desagradável, embora mostre outro aspecto da personalidade de Bento XVI: ele é absolutamente firme ao lidar com a verdade, mas muito respeitoso para com as pessoas ao seu redor, muito — talvez demais — polido: um homem brando, que nunca usa a força. Isso não é fraqueza, é o outro lado de um de seus grandes méritos, gentileza, respeito, misericórdia, exatamente o oposto de como ele sempre era descrito (o “conservador”, o “panzer”, o “inquisidor”, etc). Eu também, às vezes, fiquei impaciente e senti que ele era excessivamente condescendente”.
 
 
O Santo Padre Bento XVI recebe o Cardeal Joseph Zen
 
 
Fonte:FRATRES in UNUM
Destaques: Morro por Cristo
 
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O Cardeal Joseph Zen celebrando a Santa Missa Tradicional após o Motu Proprio Summorum Pontificum do Papa Bento XVI
 
Caros leitores, embora a entrevista do Cardeal Zen estivesse focando as relações entre a Santa Sé e o governo chinês, suas palavras podem ser muito bem aplicadas à situação da Igreja de forma geral. Das palavras do Cardeal podemos subtrair algumas conclusões:
 
1ª Ao contrário da imagem de "ditador intransigente" que muitos (dentre eles a mídia, "boff´s, beto´s e Cia Ltda.") pintam, o Santo Padre Bento XVI é e semnpre foi um homem brando, respeitoso, muito polido (as vezes até demais), que nunca usa a força e muitas vezes excessivamente condescendente (palavras do próprio Cardeal), o que, embora sejam virtudes, muitas vezes prejudicaram o governo da Igreja.
 
2ª Como disse o Cardeal Zen, o Santo Padre "frequentemente era uma voz solitária no deserto", onde embora exercesse (ainda o exerce até as 20h00 do dia 28/02/2013) o Supremo Pontificado, suas órdens e intenções eram "boicotadas" por aqueles que deveriam ser os primeiros à aplíca-las e transmití-las à toda Cristandade, ou seja, Cardeais, Bispos e Padres por todo o mundo... Quantos de nós tristemente não vemos os absurdos muitos vezes ditos ou praticados por membros do clero em todo o mundo (abusos litúrgicos, negação de dogmas, heresias, etc) e sua desobediência para com o Santo Padre onde, quando não o contrariam, ao menos o ignoram.
 
3ª e última: Nos mostra como deve ser o próximo pontificado: Exercido de forma plena, restaurando a ordem e a disciplina na Santa Igreja, purificando o clero, formando-o e preparando-o melhor, anunciando a verdade e condenando o erro com pulso firme e não importando-se com o que o Mundo irá dizer, este mesmo Mundo que quer o fim da Igreja de Cristo.Talvez tenha sido essa a intenção do Santo Padre ao abdicar. A nós, cabe agradecer ao Santo Padre Bento XVI  por ter iniciado a restauração, seguir pedindo por ele e implorar insistentemente ao Divino Espírito Santo que se compadeça de nós e que, mesmo sem merecermos, nos dê um Papa Santo, Firme e Intrépido para restaurar todas as coisas em Cristo!

¡Viva Cristo Rey!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

GRANDE NOVENA pelo Santo Padre o Papa BENTO XVI



Caros leitores, nós do Blog Morro por Cristo aderiremos e pedimos a todos que adiram à iniciativa internacional que visa unir todos os católicos do mundo em oração pelo bem da Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Trata-se da Grande Novena pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, a realizar-se do dia 20 ao dia dia 28 de fevereiro de 2013, data da anunciada abdicação à cátedra de Pedro.
Segue abaixo o texto original e logo após, o link do site que promove a novena com link´s para leitura em diversos idiomas (inclusive português):




Novena pelo Santo Padre o Papa do dia 20 à 28 de fevereiro vamos todos rezar pelo Santo Padre, pelo seu sucessor e por toda a Igreja.

Senhor Jesus Cristo,
Caminho, Verdade e Vida,
rosto humano de Deus
e rosto divino do homem,
acendei em nossos corações
o amor ao Pai que está no céu
e a alegria de sermos cristãos.

Vinde ao nosso encontro
e guiai os nossos passos
para seguir-vos e amar-vos
na comunhão da vossa Igreja,
celebrando e vivendo
o dom da Eucaristia,
carregando a nossa cruz,
e urgidos por vosso envio.

Dai-nos sempre o fogo
de vosso Santo Espírito,
que ilumine as nossas mentes
e desperte entre nós
o desejo de contemplar-vos,
o amor aos irmãos,
especialmente aos afligidos,
e o ardor por anunciar-vos
no início deste século.

Discípulos e missionários vossos,
nós queremos remar mar adentro,
para que os nossos povos
tenham em Vós vida abundante,
e construam com solidaridade
a fraternidade e a paz.

Senhor Jesus, vinde e enviai-nos!

Maria, Mãe da Igreja,
rogai por nós.
Amém.

V/ Rezemos por Bento, o Papa.

R/ Que o Senhor o proteja, lhe dê uma vida longa e o abençoe sobre a terra e o livre das armadilhas de seus inimigos.

V/ Que vossas mãos se estendam sobre o vosso servidor.

R/ E sobre vosso filho, que escolhestes.

Pai-nosso … Ave-Maria … Gloria ao Pai …

(Oração do Papa Bento XVI durante a 5a Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe)

FONTE

sábado, 16 de fevereiro de 2013

QUEM QUER MODERNIZAR A IGREJA?



Após a renúncia do Santo Padre o Papa Bento XVI ao Ministério Petrino, "especialistas" não cessam de "pitaquear" sobre o futuro da Igreja e, principalmente, sobre como o próximo Papa deve governá-la. Dentre as principais observações de tais "especialistas" e representantes da mídia, podemos destacar o quase consenso de que a Igreja deve ser modernizada, adaptada ao mundo moderno.
 
Triste é observarmos que mesmo católicos, ou melhor, "católicos", também expressam esse tipo de opinião. Curioso que estes mesmos "católicos" normalmente só vão à Igreja em casamentos, batizados ou Missas de 7º dia. Em momentos como o de um novo Conclave, lembram-se de que são católicos e por isso se vêem aptos à opinar sobre o futuro da Igreja, a exemplo do folião brasileiro entrevistado pelo New York Times (AQUI) que espera que o próximo Papa modernize a Igreja e que mude a postura da Igreja Católica com relação aos preservativos (para que quem sabe assim ele e outros "católicos" possam "aproveitar melhor" o carnaval sem peso na consciência).
 
Há também os que frequentam a Igreja, muitas vezes até participando de "ministérios/pastorais disso ou daquilo" mas que no dia a dia fingem não ser católicos, não se opondo e mesmo apoiando a todos os dogmas do mundo moderno. São católicos somente quando lhes convém, como certa vez foi dito do ex presidente Lula: "católico à sua maneira". Escolhem somente aqueles pontos do catolicismo que não contrariem a "grande sabedoria dos gênios" do mundo atual ou a opinião pública de forma geral. Acreditam que ser católico é apenas ir à Igreja "mexer o esqueleto", cantar músicas melosas e  comungar, na maioria dos casos, sacrílegamente, pois muitos sequer recorrem ao Sacramento da Confissão. Ao voltar à rotina diária, conformam-se à tudo aquilo que o mundo moderno nos propõe. Não buscam e nem querem buscar conhecer aquilo que a Igreja ensina, aquilo que professa a Doutrina Católica e que todo católico está obrigado a crer, ou pior, ao conhecer o que realmente é doutrina católica, muitas vezes por ser contrári aos achismos e opiniões que já possui, acaba por não aceitá-la ou ignorá-la. E ainda assim acredita que é católico.
 
Esses são os católicos que querem mudar a Igreja...
 
Para finalizar, trago abaixo uma excelente reflexão sobre os que querem "modernizar" a Igreja.

¡Viva Cristo Rey!
José Santiago Lima


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Tiago Bana Franco
 
Quem quer modernizar a Igreja?


Com a renúncia de Bento XVI, inicia-se novamente a cantilena sobre quem haveria de comandar a Igreja para modernizá-la. Quem seria capaz de tirar a Igreja das trevas medievais em que viveria e conduzi-la à luz? A quem incumbiria a missão de aproximá-la, de fazer com que essa Igreja de dois mil anos finalmente se encontre com o mundo moderno?
A pergunta que se deve fazer, no entanto, é outra. Bem diferente. Ei-la: Quem quer modernizar a Igreja?

São sempre as mesmas pessoas que querem modernizar a Igreja, aproximando-a do mundo, mundanizando-a. São as que estão fora dela. De fato, nenhum católico pretende ver alterados os fundamentos de sua fé, aqueles mesmos construídos sobre o pescador Simão, a quem Jesus disse: Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt. 16:18). E prova maior de que os católicos não querem uma Igreja voltada para o mundo foi a eleição de Bento XVI, num dos conclaves mais céleres da história.
 
A Igreja Católica, edificada por Jesus sobre os ombros de Pedro, tem a convicção de que porta a verdade sobre a revelação divina, encarnada que foi no próprio Cristo, em razão da Tradição herdada diretamente dos apóstolos, de modo que sua missão é levar o evangelho a todos, para a salvação de muitos.
 
E é claro que a revelação divina não agrada ao mundo, não agrada aos que aceitam o divórcio, aos que abortam ou toleram o infanticídio, aos que querem assemelhar o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo ao casamento, não agrada aos que protegem ovos de tartaruga mas permitem a destruição de seres humanos embrionários em nome da ciência.
 
São essas pessoas que querem achegar a Igreja ao mundo, para que vejam, ao fim e ao cabo, a fumaça de Satanás ofuscar o altar em que Cristo é sacrificado.
 
O que resta, quando se escutam pessoas assim, é saber que a Igreja está no caminho certo quando dá as costas ao mundo moderno (como nas missas em que o padre se põe de costas para o povo, voltando sua face exclusivamente para Deus); mesmo porque o mundo haveria de tomar a Igreja como luzeiro, e não o contrário.
 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Papas que renunciaram à Catedra de Pedro (2ª parte)

Caros leitores, conforme artigo publicado no site ECWIKI (Enciclopédia Católica), além dos Papas citados em nosso último artigo, outros Papas também renunciaram ao Pontificado (com a renúncia de Bento XVI, 9 Papas renunciaram à Cátedra de Pedro nos 2 milênios da Igreja de Cristo). Vejamos:

Papa São Clemente I (Papa de 88 a 96)
Exiliado em "O Ponto", Asia Menor, pelo Imperador Nerva. Renunciou ao Pontificado porém não sem antes indicar o nome de Evaristo para sucedê-lo. Clemente padeceu o martírio no ano 97. Foi lançado ao Mar Negro preso à uma âncora.


Papa São Ponciano (Papa de 230 a 235).
Citado no artigo anterior (Bento XVI renuncia. Terá sido o primeiro?)


Papa São Silverio (Papa de 536 a 537).
Ele próprio, filho do Papa Hormisdas,  chegou a ser Papa graças ao ostrogodo Teodato. Teve que enfrentar a oposição dos monofisitas (que negam as duas naturezas de Cristo (humana e divina) professando ter Jesus apenas a natureza divina) e da Imperatriz Teodora. Deposto pelo general bizantino Belisário, que elevou Vigílio ao trono pontificio, Silvério preferiu renunciar pelo bem da paz e da Igreja. Vigílio foi então legitimado.



Papa São Martinho I (Papa de 649 a 654).
Deposto e deportado a Quersoneso Táurico, em 653, pelo Imperador Constante II, amigo dos monotelitas, que o fizeram eleger em seu lugar a Eugênio, em 10 de agosto de 654. O Papa Martinho não se opôs a essa designação, atitude que foi considerada como de fato como uma renúncia, o que permitiu que seu sucessor reinasse de maneira legítima.
 
 
Papa Bento IX (Reinou de maneira intermitente em três oportunidades entre os anos 1032 e 1048).
Descendente dos poderosos Teofilactes e Crecencios, e sobrinho de seus predecessores Bento VIII e João XIX, foi eleito aos 12 anos em 1032. Rejeitado pelo povo em 1036 e reestabelecido pelo Imperador Conrado, foi deposto, mais uma vez em 1044 e substituído pelo anti-papa Silvestre III. Para contrariá-lo, Bento IX renunciou em favor de seu padrinho Jean Gratien, a quem vendeu o Pontificado. Em 1047, retomou a cátedra, porém um ano depois devido à intervenção do Imperador Enrique III entregou a Tiara e se retirou ao mosteiro de Grottaferrata para fazer penitência, atitude que permitiu a eleição do Papa Dâmaso II.
 
 
Papa São Celestino V (Papa em 1294).
Citado no artigo anterior (Bento XVI renuncia. Terá sido o primeiro?)
 
 
Papa Gregorio XII (Papa de 1406 a 1415).
Citado no artigo anterior (Bento XVI renuncia. Terá sido o primeiro?)
 
 
Papa Clemente VIII (Papa de 1423 a 1429).
Gil Sánchez Muñoz, arcispreste de Teruel e amigo do papa Bento XVIII, foi eleito para sucedê-lo em 1423. O papa Martinho V, eleito em 1415 em Constanza, enviou a ele por meio de seu legado Alfonso de Borja, para persuadí-lo a abdicar em favor da paz da Igreja, coisa que Clemente fez somente no castelo papal de Peñíscola, em 26 de julho de 1429. Seus cardeais se reuniram em conclave e elegeram ao Papa Martinho V, pondo fim ao Cisma do Ocidente. O papa de Roma, o agradeceu gratificando-lhe com o cardinalato e o arcebispado de Paleme em Malorca, onde morreu em 1446. A sua havia sido a última renúncia à catedra de São Pedro antes da recentíssima renúncia de Bento XVI.
 
 
 
Benedicto XVI (Papa de 2005 a 2013)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

BENTO XVI renuncia. Terá sido o primeiro?


PAPAS que renunciaram à Cátedra de São Pedro:

SÃO PONCIANO
O Papa Ponciano foi o primeiro Bispo de Roma, na história da Igreja que não permaneceu no trono de São Pedro até seu falecimento, já que abdicou em 28 de setembro de 235.
 
Confirmou a condenação que Demétrio de Alexandria lançou sobre os textos de Orígenes sobre a Resurreição e ordenou que os Salmos fossem cantados nas igrejas, além da recitação do Confiteor antes de morrer e o uso da saudação Dóminus vobiscum (‘o Senhor esteja convosco’).
 
Pouco despois de sua renúncia ao Pontificado, Ponciano foi martirizado sendo açoitado até a morte, tendo seu corpo trasladado à Roma onde foi depositado nas Catacumbas de São Calixto.




SÃO PEDRO CELESTINO (CELESTINO V)
Entrou para a Ordem beneditina e, com licença do abade, voltou para a vida de eremita. Assumiu, então, o nome de Pedro de Morrone, pois foi viver no sopé do morro do mesmo nome, onde levantou uma cela, vivendo de penitências e orações contemplativas.

Em 1251, fundou, com a colaboração de dois companheiros, um convento. Rapidamente, sob a direção de Pedro, o convento abrigava cada vez mais seguidores. Assim, ele fundou uma nova Ordem, mais tarde chamada "dos Celestinos", conseguindo, pessoalmente, a aprovação do papa Leão IX, em 1273.

Em 1292, morreu o papa Nicolau V e, após um conclave que durou dois anos, ainda não se tinha chegado a um consenso para sua sucessão. Nessa ocasião, receberam uma carta contendo uma dura reprovação por esse comportamento, pois a Igreja precisava logo de um chefe. A carta era de Pedro de Morrone e os cardeais decidiram que ele seria o novo papa, sendo eleito em 1294 com o nome de Celestino V. Entretanto, a sua escolha foi política e por pressão de Carlos II, rei de Nápoles. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, o erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais.

Pedro Celestino exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos difíceis. Reconhecendo-se deslocado, e não sentindo apto para o cargo, renunciou à cátedra de São Pedro.Foi sucedido pelo Papa Bonifácio VIII. Isso gerou nova crise, com o poder civil ameaçando não reconhecer nem a renúncia, nem o novo sumo pontífice. Para não gerar um cisma na Igreja, Pedro Celestino aceitou, humildemente, ficar prisioneiro no castelo Fumone. Ali permaneceu até sua morte.

GREGÓRIO XII
Foi eleito Papa em 19 de dezembro de 1406, aos oitenta anos de idade. Viveu o período do Grande Cisma do Ocidente quando chegou a haver 3 "Papas" (na verdade apenas UM Papa e 2 anti-papas). Após ter sido confirmado  legítimo sucessor de Pedro, o Santo Padre Gregório XII, tempos depois, renunciou à cátedra no dia 14 de julho de 1415.






BENTO XVI
Hoje recebemos a notícia da renúncia do Santo Padre, o Papa Bento XVI. Confesso que tive a sensação de me haver tornado órfão. É uma mistura de medo, insegurança, perplexidade, enfim, confesso que me sinto um tanto "perdido".

Ouvimos as justificativas relacionadas à idade avançada e ao cansaço do Santo Padre. Observo, porém, que fonte segura indicou meses antes dessa renúncia, que o Santo Padre poderia renunciar e que um dos motivos seria não o cansaço referente à idade mas ao fato de sentir-se não apoiado pelos seus, por aqueles que estão ao seu redor mas que dificultam de todas as formas o seu pontificado.
 
Como exemplo posso citar a aplicação do Motu Propio Summorum Pontificum. De fato, quantos não o criticaram e mesmo o contrariaram dificultando de todas as formas a aplicação de tal documento (me refiro ao clero, grande número de Cardeais, Arcebispos, Bispos e Padres). Quantos de nós, "católicos comuns", também não o dificultamos e pior, quantos de nós (a grande maioria dos católicos) sequer ouvimos falar de tal documento...
 
Quantos por todo o mundo se dizem católicos mas se dão o direito de ignorar os ensinamentos do Santo Padre, selecionando somente aquilo que lhes interessa... Quantos vêem o Santo Padre como mero figurante, um velhinho de cabelos brancos que reside no vaticano e que na teoria "representa" a nós católicos, mas que na prática não tem muita serventia para a "igreja latinoamericana"... Quantos?
 
Por outro lado não podemos nos esquecer das palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a Igreja quando nos prometeu que "...as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (São Mateus, cap. 16 vers.18) e ao dizer que "Eis que estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo" (São Mateus cap. 28, vers. 20).
 
Eu como pobre pecador sou levado a tais sentimentos (insegurança, medo) mas como cristão católico devo confiar em Deus e nas promessas de Nosso Senhor, reconhecendo o gesto do Santo Padre, digno de um Grande Papa e orando e jejuando a fim de Deus Nosso Senhor se compadeça de sua Igreja e nos mande um Santo Papa digno de suceder ao Grande Bento XVI.
 
Finalizo com o comentário do José Pepe retirado do site Cigueña de La Torre que dispensa acréscimos de minha parte:
 
Viva o Papa!
 
"Certamente lendo à alguns dos comentários, queridos amigos comentaristas, parece que Bento XVI faleceu ou morrerá no dia 28 deste mês. E não é assim, como todos sabemos. Ainda que seja assim de certa forma porque desaparece Bento XVI, ainda assim segue vivo Joseph A. Ratzinger. Ele diz que se retirará em oração, são palavras suas no comunicado de hoje. Apesar da imensa tristeza que venho sentindo desde a manhã de hoje, como diz Jaimepb e outros, as orações deste homem, que foi Papa, e ainda continua sendo durante todo este mês, um grande, um grandeoso Papa, serão escutadas por Deus, levadas como incenso por seus anjos ao Trono do Pai."

Beatos LUIS MAGAÑA SERVIN e JOSÉ LUIS SÁNCHEZ DEL RÍO

Dia 09 e 10 de fevereiro, dias destes Santos Mártires de CRISTO!!!

Caros leitores, devido à falta de tempo não pude traduzir completamente a edificante história do martírio destes dois santos cristeros, Beato Luis Magaña Servín e Beato José Luis Sánchez del Rio, no entanto, para que não passe "em branco" a memória deste dois heróis de Cristo, traduzo um pequeno resumo de seus gloriosos exemplos e prometo no próximo ano dar a devida contribuição para que se tornem conhecidas suas histórias.

¡Viva Cristo Rey!

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Beato LUIS MAGAÑA SERVIN
 
Nasceu em Arandas - Jalisco, no dia 24 de agosto de 1902. Foi um cristão íntegro, esposo responsável e solícito; manteve suas convicções cristãs sem negá-las, mesmo em tempos de prova e perseguição. Foi membro ativo da Associação Católica da Juventude Mexicana e da arquiconfraria da Adoração noturna ao Santíssimo Sacramento, na paróquia de Arandas. Contraiu matrimônio com Elvira Camarena Méndez no dia 6 de janeiro de 1926; teve dois filhos, Gilberto e Maria Luisa, porém não a conheceu.

   No dia 9 de fevereiro de 1928, um grupo de soldados do Exército Federal, comandado pelo general Miguel Zenón Martínez ocupou o povoado de Arandas. Quando chegaram à sua residência, não puderam prendê-lo pois conseguiu se esconder; Como não o encontraram acabaram levando seu irmão menor. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Luis se apresentou diante do mesmo general Martínez, solicitando a liberdade de seu irmão em troca da sua. Essas foram suas palavras:
 
 
"Eu nunca fui rebelde ou cristero como vocês me intitulam, mas se por acaso me acusam de ser cristão, sim, isso eu sou, e se por isso devo ser executado, muito bem, que assim seja. Viva Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe!"
 
 
 
Sem qualquer trâmite ou burocracia, o militar decretou a morte de Luis, que antes de entregar sua alma à Cristo, com um potente brado exclamou:
 
"Viva Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe!"
 
Suas palavras foram interrompidas por uma rajada de fuzil... Eram três horas da tarde de 9 de fevereiro de 1928.

 
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Beato JOSÉ LUIS SÁNCHEZ DEL RIO
 
 
José Luis Sánchez del Río nasceu no dia 28 de março de 1913, em Sahuayo - Michoacán. Frequentou a escola em seu povoado natal, onde passou a integrar as vanguardas do grupo local da ACJM (Associação Católica da Juventude Mexicana) e posteriormente, em Guadalajara - Jalisco. Quando estourou a Guerra cristera em 1926, seus irmãos se uniram às forças cristeras, porém sua mãe não lhe permitiu que se unisse. O general Prudêncio Mendoza, também o recusou quando tentou alistar-se. O menino insistiu dizendo que queria ter a oportunidade de dar sua vida por Cristo e poder alcançar o Reino dos Céus. As palavras que convenceram sua mãe a deixá-lo ir foram as seguintes:
 
"Nunca terá sido tão fácil alcançar o Céu como agora".
 
Durante uma luta dificílima no dia 06 de fevereiro de 1928, o cavalo do general foi morto e José descendo do cavalo que montava o ofereceu ao general dizendo-lhe:
 
"Aqui está meu cavalo. O senhor faz mais falta à causa que eu".
 
Em seguida procurou refúgio e disparou em direção ao inemigo até que lhe acabasse a munição. As tropas do governo o fizeram prisioneiro e o encarceraram na sacristía da igreja local.
 
O processo e a execução de José foi presenciado por dois de seus amigos de infância.
 
Beato José Luis em sua Primeira Comunhão
Na sexta-feira, 10 de fevereiro, o retiraram da Paróquia e o levaram à hospedaria geral do exército federal. Lá o prenderam e lhe cortaram as plantas dos pés, fazendo-lhe derramar sangue em abundância. Depois o conduziram descalço (pois tinha os pés esfolados) pela Rua Insurgentes, até chegar ao que hoje é o Instituto Sahuayense, rodearam o Boulevard e seguiram direto até cheegar ao Cemitério Municipal. Em todo o trajeto o menino José ia dando gritos e vivas a Cristo Rei e à Virgem de Guadalupe. Pelo caminho, chorando e rezando ao mesmo tempo, chegou ao local onde lhe foi apontada sua cova e, colocando-se de pé diante dela, foi enforcado e apunhalado por seus carrascos. Um deles, Rafael Gil Martínez, conhecido como "O Zamorano" o desceu da árvore onde havía sido suspenso e lhe perguntou: "O que você quer que digamos aos seus pais?" e José, com toda a dor que sentia, pôde dizer com sua voz já fraca:
 
 
 
"Que Viva Cristo Rei e que no Céu nos veremos!"
 
O algoz cheio de coragem, sacou a pistola e dispoarou um tiro que atingiu a têmpora do menino José, matando-o. Eram 23:30, noite em Sahuayo, Michoacán - México.
 
Tanto Luis Magaña Servin como José Luis Sánchez del Río foram beatificados em 20 de novembro de 2005 pelo Papa Bento XVI.
 
Beato LUIS MAGAÑA SERVIN e JOSÉ LUIS SÁNCHEZ DEL RÍO, Rogai por nós!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

SÃO MATEO CORREA MAGALLANES, rogai por nós!

Hoje é dia de San Mateo Correa Magallanes, mártir Cristero.


 

O Padre, Sacerdote de Cristo, Mateo Correa Magallanes
Nasceu em uma família bastante pobre e humilde. Recebeu a educação primária em uma escola de Jerez - estado de Zacatecas - e em seguida na cidade de Guadalajara, onde viveu durante três anos.

Logo depois, se inscreveu no Seminário de Zacatecas, onde foi admitido gratuitamente, desempenhando a função de porteiro do edifício que abrigava a instituição.

Passado esse período, por sua boa conduta e aplicação nos estudos, lhe foi concedida uma bolsa para ser aluno interno e assim concluir seus estudos.

Foi ordenado sacerdote no dia 20 de agosto de 1893 e celebrou sua primeira missa cantada na paróquia de Fresnillo - Zacatecas, quando tinha vinte sete anos de idade.

Durante os 34 anos de sua vida sacerdotal percorreu todos os rincões da diocese, pois sempre estava disposto a trabalhar onde quer que lhe enviasse seu bispo, mesmo nos locais onde outros não  haviam aceitado; por isso seus companheiros o apelidaram "O Andarilho", pois percorreu praticamente toda a diocese de Zacatecas.

Após vários anos de ministério, foi nomeado pároco de Concepción del Oro - Zacatecas, onde  administrou o sacramento da comunhão ao Beato Miguel Agustín Pro S.J., além de administrar o batismo ao irmão deste, Humberto, ambos também mortos durante a perseguição religiosa.


Retornou a Colotlán - Jalisco, onde viveu três anos e, em fevereiro de 1926 foi destinado a Valparaíso - Zacatecas, onde esteve durante o último ano de sua vida e teve que suportar a perseguição constante e implacável dos militares, comandados pelo general Eulogio Ortiz, que era cruel, sanguinário e tinha ódio mortal aos sacerdotes.
 
São Mateo Correa Magallanes quando jovem seminarista


Em 2 de março de 1926 chegou a Valparaíso o general Eulogio "O Cruel" Ortiz que tomou conhecimento que nessa região os jóvens da Ação Católica divulgavam o manifesto do comitê central que expresava o sentimento dos católicos diante das leis injustas da Constituição, além de juntarem assinaturas pedindo ao Congresso da União para que derrogassem tais leis.
De imediato mandou encarcerar aos jóvens Vicente Rodarte, Pascual E. Padilla e Lucilo J. Caldera, que pertenciam ao grupo da Ação Católica da Juventude Mexicana (ACJM), os quais só ficaram em liberdade no dia 16 seguinte porque o juiz do distrito não havia encontrado delito que justificasse a prisão deles.
Tal sentença, com já era de se esperar, converteu-se em um episódio ridículo para o general Ortiz que, furioso, jurou publicamente vingar-se no Reverendo Padre Mateo Correa, por quem nutria ódio verdadeiramente irracional e perverso.

Enquanto mantinham detidos os jóvens católicos da ACJM, o general Ortiz exigiu a presença dos padres J. Rodolfo Arroyo e do recem chegado Padre Mateo Correa.


O militar diante dos dois clérigos, lhes mostrou o manifesto da ACJM e a lista de assinaturas, perguntando-lhes o que era aquilo. o Padre Correa disse: "Trabalho de paz", ao que Ortiz replicou furioso: "Isso é trabalho de paz?".

Interveio o Padre Arroyo explicando que o Reverendo Padre Mateo não sabia nada sobre o manifesto, porque havia acabado de chegar. O general no entanto ordenou que fossem presos acusando-os de rebeldes e ordenando que fossem enviados à Zacatecas.




O povo estava exaltado, porém os dois sacerdotes tentavam acalmá-lo. O general Ortiz e seus quinze soldados se retiraram de Valparaíso no dia 3 bem cedo, porém o general ordenou ao prefeito municipal que enviasse a Zacatecas os dois padres e os jóvens da ACJM.


Padre Correa não quis deixar sua paróquia sendo que passou a esconder-se em casas e fazendas, mantendo tal procedimento ao longo de onze meses, foi por quatro vezes  encarcerado, inclusive tendo sido ameaçado de morte por Ortiz caso retornasse à paróquia.


O Senhor Bispo de Zacatecas Don Ignacio Plascencia (bispo que no ano 1908 havia levado por alguns meses ao jovem seminarista José María Robles em sua missão pela diocese de Tehuantepec) foi avisado pelo Padre Mateo quanto à ameaça, sendo que o bispo o autorizou - com as devidas precauções - a atender aos fiéis.


O dono da Fazenda de San José de Yanetes, Senhor José María Miranda, convidou ao Reverendo Padre Correa para passar ulguns dias em sua casa em meados de dezembro de 1926 e a partir deste local atendia aos fiéis.

Em 30 de janeiro de 1927, Eleuterio García, do rancho "Las Mangas", próximo à fazenda de San José de la Sauceda, pediu aoPadre Correa que fosse dar auxílio espiritual à sua mãe que estava doente, o que ele prontamente atendeu sendo acompanhado do Senhor José Miranda.

No caminho foi interceptado pela tropa. Eram cerca de oitenta soldados federais e mais o agrarista Encarnación Salas, que acabou por reconhecer o Padre mateo Correa, denunciando-o para o major José Contreras, que comandava aquele grupo militar.



São Mateo Correa Magallanes e à direita, interior da Igreja e o púlpito onde por vezes pregou São Mateo Correa aos fiéis.

Já detidos, Padre Mateo entregou rapidamente a Cuca, filha do Senhor Miranda, o relicário que continha o Santíssimo Sacramento que ele portava, para que o entregasse na capela de São José.

O Padre Mateo foi colocado no carro do Senhor José María Miranda, no qual também colocaram sua mãe e sua irmã Lupe. Dois soldados seguiam escoltando-os, sobretudo o clérigo.

Os levaram a Fresnillo - Zacatecas, e alí os encarceraram a todos, porém deixaram livres as mulheres e a outros, mantendo na prisão apenas o Senhor José María e o Padre Mateo, a quem os demais presos ofendiam e lhes diziam injúrias, ofensas essas que Padre Correa suportava pacientemente.

Nesse dia conseguiu enviar uma carta a suas irmãs onde lhes dizia:

"É tempo de padecer por Cristo Jesus, Aquele que morreu por nós".




Eulogio Ortiz, que estava a par de tudo, ordenou que no dia 1 de fevereiro os presos fossem trasportados por trem até o estado de Durango, onde desembarcaram no dia 3, diretamente para uma cela na prisão, onde o Reverendo Padre Mateo Correa consolava aos demais prisioneiros rezando o rosário e os incentivava a viver com fé e esperança cristãs.

No dia 5 de fevereiro, depois do jantar, o general Ortiz ordenou que se apresentasse em seu escritório o Padre Correa e lhe disse:


"Primeiro vá confessar esses bandidos rebeldes (alguns cristeros alí mantidos) que você está vendo e que serão fusilados brevemente, depois veremos o que faremos com você".

Padre Mateo atendeu as confissões dos sentenciados à morte e os preparou para bem morrer. Terminada sua atividade pastoral, o general lhe disse:


 "Agora me diga o que esses bandidos te disseram em confissão".


Natural foi a atitude do General ao encolerizar-se quando o Reverendo Padre Mateo Correa Magallanes se negou a fazer o que ele lhe pediu, dizendo:
 
"Jamais farei tal coisa".

-"Como assim jamais?" Replicou o general, e lhe gritou:

-"Vou mandar que te fusilem imediatamente!"

Padre Correa respondeu ao general:

"Pode mandar que me fuzilem, General... ignora o senhor que um sacerdote deve guardar o segredo de confissão. Estou disposto a morrer".

-"Padre, disse o general, já lhe havia dito que não voltasse a pôr os pés em Valparaíso, e não me destes ouvido. Não se lembra? Vou mandá-lo pra aquele lugar..."

Respondeu o Reverendo Padre Mateo:
 
"Faça de mim o que bem entender, eu estava apenas cumprindo com minha obrigação, porém peço que tenha piedade e misericórdia para com meu amigo, por favor, é pai de família e tem vários filhos".

Ao que respondeu o general:

- "Também a ele o mandarei pros quinto dos..."

Padre Mateo novamente o interrompeu:
 
"Eu chegarei primeiro diante de Deus e nada acontecerá ao meu amigo".


Com efeito, nada passou com o Senhor José María Miranda, que acabou livre.

No dia seguente, 6 de fevereiro de 1927, pela madrugada, os soldados levaram o Padre Mateo Correa Magallanes para um lugar solitário, próximo ao Cemitério oriente de Durango e lá o assassinaram. Padre Mateo entregou sua vida a Deus, crivado de balas de uma pistola calibre quarenta e cinco, arma pertencente ao própio general Eulogio Ortiz.

Tempos depois, o general Eulogio Ortiz, chamado "O Cruel", morreu no estado de Querétaro, quando por conta da epidemia de febre aftosa recebeu o encargo de obrigar os fazendeiros a sacrificar o gado para evitar a propagação da febre. Em uma de suas blitz tentou parar uma caminhonete que passava em alta velocidade, quando atravessou repentinamente diante da mesma e devido à sua imprudência foi atropelado.
Alí permaneceu inconsciente e com muitos ossos quebrados; após alguns dias acabou falecendo no hospital.



´Traslado das Relíquias de São Mateo Correa Magallanes
O corpo de Padre Mateo permaneceu oculto em meio aos arbustos. Foi encontrado somente três dias depois pelo Sr. José María Martínez, que retornava de seu trabalho diário e encontrando-o avisou as autoridades civís e militares.

Vários vizinhos se dirigiram ao local, porém se depararam com o lugar vazio: os mesmos soldados que o mataram já o haviam enterrado; eles, no entanto, viram o rastro de que haviam arrastado o corpo vários metros, deixando entre as pedras cabelos ensanguentados e o chapéu do sacerdote.

O Servo de Deus Mateo Correa Magallanes foi beatificado pelo Papa João Paulo II no dia 22 de novembro de 1992, junto con seus 24 companheiros Mártires Mexicanos, na cerimônia realizada dentro da Basílica de São Pedro no Vaticano.

O  Beato Mateo Correa Magallanes foi canonizado por Sua Santidade João Paulo II no dia 21 de maio do Ano Santo 2000, durante a Missa de Canonização que se realizou na praça de São Pedro em Roma; data dedicada exclusivamente ao México dentro das cerimônias do Jubileo da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.



 
Hoje em dia os restos mortais de São Mateo Correa Magallanes são venerados na capela de São Jorge Mártir, da catedral de Durango - Durango.

 
SÃO MATEO CORREA MAGALLANES, cristero mártir do segredo da confissão, rogai por nós!

Fonte: Santoral Latino

Tradução e adaptação: Morro por Cristo