"Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica.
Um me distingue, o outro me designa.
É por este sobrenome que nosso povo é distinguido dos que são chamados heréticos".
São Paciano de Barcelona, Carta a Sympronian, ano 375 D.C.

sábado, 30 de janeiro de 2016

SÃO DAVID GALVÁN BERMÚDEZ, rogai por nós!

Hoje é dia de São David Galván Bermúdez!

Filho do senhor. J. Trinidad Galván Trejo e da senhora Mariana Bermúdez Rodríguez, nasceu no dia 29 de janeiro de 1881 em Guadalajara e recebeu o batismo em 2 de fevereiro na Igreja de Nossa Senhora do Pilar.

Quando tinha apenas 3 anos de idade, sua mãe faleceu e David ficou aos cuidados de seu pai e seus irmãos. Mais tarde tendo seu pai casado novamente, passou a ser cuidado também por sua madrasta Victoriana Medina. Recebeu o sacramento da Crisma em 19 de setembro de 1886 na Igreja chamada "da Universidade", ou seja, na Igreja de São Tomás, que pertencia em sua época ao Colégio dos Jesuítas; anos depois o Colégio foi transformado em escritório de Telégrafos e atualmente funciona como Biblioteca-Museu. Ainda criança David Galván participou como coroinha e também no coral de Infantes da Catedral de Guadalajara.

Logo manifestou a seu pai o desejo de ingressar no Seminário, tendo ele aceitado levá-lo para matricular-se em outubro de 1895. Alí cursou como aluno aplicado e sempre obtendo boas notas os cinco anos de latín e humanidades. Terminados os estudos, saiu do Seminário.

Os três años em que esteve fora do Seminário, trabalhou numa sapataria, além de dar aulas como professor de escola primária. Teve uma conduta um tanto desregrada nesse tempo, ao ponto de ter sido detido numa briga com sua namorada.
Passada essa experiência, o jovem David, contando vinte e um anos de idade, sentiu novamente o intenso desejo de voltar ao Seminário, porque ouvia em seu interior o chamado de Deus; tornou-se muito devoto, piedoso e assíduo à oração e aos atos de culto; visitava o Santíssimo Sacramento e a Virgem de Zapopan e a invocava dizendo-lhe:
 
"Minha Mãe, dai-me um norte para que eu conheça minha vocação"



Antes de admití-lo, o Reitor do Seminário, Miguel de la Mora (São Miguel de la Mora, também mártir cristero), o submeteu durante um ano a provas rigorosas que ele superou de maneira admirável, demonstrando vivo desejo em ser admitido. Já novamente seminarista, apresentou excelente conduta como aluno exemplar, piedoso e aplicado, ocupando quase sempre o primeiro lugar nas aulas.

No sábado, 7 de novembro de 1903 o senhor Arcebispo José de Jesús Ortiz lhe conferiu a Primeira tonsura Clerical e no dia 23 de dezembro de 1905 as Ordens Menores.
Em outubre de 1907, no ínicio do ano escolar, foi nomeado professor do 2º. Curso de Latín no Seminário de Guadalajara; nesse curso e nos seis anos em que foi professor do Seminário desempenhou tais funções com grande estima por parte de seus superiores pelos bons resultados de suas aulas e o aproveitamento dos alunos, que muito o admiravam por sua sabedoria.

No ano de 1909 pelo ministério do senhor Arcebispo José de Jesús Ortiz, na Igreja da Soledad, o jovem David Galván foi ordenado diácono e em 20 de maio, festa da Ascensão, recebeu a Ordenação Sacerdotal.

Em setembro de 1910, toda a República Mexicana celebrava o primeiro centenário da proclamação de sua independência.
Juan Robles Hurtado, prefeito municipal de Mascota - Jalisco, assistiu às festas centenárias na capital do México, e quis levar consigo seu irmão José Maria Robles (São José Maria Robles, também mártir de Cristo), que por sua vez convidou ao Padre David Galván, então seu professor de Lógica.
O Padre Ramiro Camacho assim descreve a São David Galván Bermúdez:

"Índio de musculatura forte e robusta, um de seus olhos enxerga com dificuldade, puro de alma e corpo, admirado por seus discípulos por sua coragem e bravura".
No diário deixado por São José María Robles, dentre os diversos relatos interesantes sobre a viagem que fez acompanhado de São David Galván Bermúdez, encontramos a seguinte informação que nos dá uma idéia do anticlericalismo vigente na época:

Día 27: "Comemos e em seguida visitamos Veracruz... O Padre Galván e eu, temos andado "à paisana" como laicos, porque aqui há muito anticlericalismo; quase não há piedade... A tonsura tivemos de deixar crescer (refere-se ao cabelo da região superior-traseira da cabeça que é raspada nos clerigos quando são tonsurados); sendo notada somente se observada com atenção; é certo que nem por mal pensamento se deve supor que somos eclesiásticos"....
No Informe do Seminário de 1911 o Reitor, presbítero Dr. José Mercedes Esparza, fez um público reconhecimento do Padre Galván por seu meritório trabalho como diretor da revista do Seminário, "Voz que dá Fôlego", que publicou dezesete números de dezembro de 1910 a março de 1912 com vinte páginas cada exemplar.

Nos anos de 1909 a 1914 o Padre Galván também foi Capelão do Orfanato da Luz e do Hospital de São José, situados no bairro da Capilla de Jesús; com extrema caridade e atenção tratou aos enfermos, às meninas órfãs e às religiosas encarregadas destas casas.
O Sacerdote Mártir de Cristo, David Galván Bermúdez
Os testemunhos declaram que o Padre Galván celebrava com grande devoção a Santa Missa, para a qual se preparava com uma hora de oração, e depois dava graças com grande fervor. Passava longos momentos em oração diante do Santíssimo, todos os dias, pela manhã e pela noite, na Igreja de Santa Mônica, anexa ao Seminário. Em sua vida sacerdotal deu exemplo de muitas virtudes porque foi sensível, humilde, obediente e serviçal; nutria grande devoção pela Santíssima Virgem Maria, honrando-a diariamente com a reza do Santo Rosário e transmitia essa devoção às crianças.

Esforçava-se por mortificar seus sentidos para evitar as ocasiões de pecado e ter pureza em todos seus atos.

Procurou sempre ajudar aos necessitados proporcionando instrução aos ignorantes, remédios aos enfermos e auxílios espirituais aos moribundos, sem que o impedisse a chuva, o frio, o sol, os barrancos ou quaisquer outras dificuldades.

No mês de julho de 1914 entrou em Guadalajara tropas do exército do general Venustiano Carranza, dissolvendo templos, conventos, seminaristas, religiosos e sacerdotes. Por esses dias os alunos e os professores do Seminário foram dispersados pelas forças do exército.
Por essa razão o Padre Galván foi designado nesse ano, como vigário, a Amatitlán - Jalisco. Neste lugar uma jovem lhe pediu um conselho, já que Enrique Vera, militar carrancista, queria seduzí-la, sendo que era casado. O Padre Galván lhe aconselhou que se escondesse e que seus pais fizessem o mesmo. A jovem cometeu a imprudência de dizê-lo a Vera, despertando neste militar um verdadeiro ódio ao sacerdote, fazendo-o desejar uma vingança contra o Padre.
No fim do ano de 1914 chegaram para prendê-lo duas escoltas militares do tenente Enrique Vera, alegando ouvir rumores de que o Padre planejava levantar-se em armas. Ao detê-lo, São David pediu aos soldados permissão para consumir o Sagrado Depósito do Sacrário, pedido este concedido; no entanto, os soldados adentraram a Igreja, aproximándo-se do altar, com os chapéus nas cabeças e fumando, postura que para o Padre Galván causou grande indignação.

Os soldados o levaram preso a Tequila - Jalisco.
Também o mantiveram preso em Ameca - Jalisco, e depois em Guadalajara, na prisão de Escobedo. No mês de dezembro o deixaram em liberdade e os superiores da cúria Diocesana tiveram a idéia de enviá-lo a El Salvador e Atemanica - Jalisco, inclusive ele estava disposto a ir, porém nunca lhe entregaram a nomeação.

Em 18 de janeiro de 1915, doze dias antes de sua morte, passou mas de seis horas auxiliando os feridos na linha de fuego em um terrível combate entre "villistas" e "carrancistas" em Las Juntas - Jalisco.



Na madrugada do sábado - 30 de janeiro - os soldados villistas de Julián Medina atacaram os carrancistas que mantinham dominada a cidade de Guadalajara e muitos caíram mortalmente feridos. O Padre Galván estava hospedado em uma casa do bairro do Santuário, na Rua Pedro Loza, onde, ao ouvir os ruídos do confronto, levantou pronto para ir auxiliar os feridos. Enquanto lhe pediam que não saísse porque o matariam, Padre Galván lhes respondeu:
"Não haverá maior glória do que morrer salvando uma alma que eu consiga absolver!"



Pediu ao Padre Rafael Zepeda Monraz que o acompanhasse para confessar os feridos, porém este sacerdote não quis acompanhá-lo devido ao grande perigo e lhe disse que não estavam obrigados a ir porque não eram os párocos ou ministros dequela região, ao que o Padre Galván lhe respondeu:
"Não por obrigação, mas sim por caridade".

Pediu a ampola dos Santos Óleos e foi ao templo da Soledad, próximo à Catedral, chamando o Padre José María Araiza para auxiliar aos que seriam fusilados, porque tinha permissão do general. Em seguida os dois caminharam em direção ao Jardim Botânico quando ao passar em frente ao quartel, os soldados lhes perguntaram se eles eram religiosos e eles responderam que sim, eram sacerdotes, pelo que os soldados os detiveram.

O tenente coronel Enrique Vera odiava o Padre Galván porque antes este mesmo padre lhe havia impedido de seduzir e raptar a uma senhorita. Neste mesmo dia Vera ordenou que os sacerdotes fossem encarcerados em um quarto do quartel. Assim o fez por seu ódio à Fé e para se vingar do sacerdote.

Estando presos há duas horas, os dois sacerdotes fizeram sua confissão sacramental e se deram mutuamente a absolvissão. Às palavras do Padre Araiza, que lamentava por não ter sequer tomado o café da manhã, o Padre Galván lhe respondeu:




"Não importa, nós vamos comer com Deus".




Rosalío Lozano, uma das testemunhas do martírio de São David, perguntou aos villistas a razão de tal aglomeração de soldados e lhe responderam que haviam levado presos a dois sacerdotes, o Padre Galván e o Padre Araiza.



Com autorização do general Manuel M. Diéguez, governador do Estado, o militar carrancista Enrique Vera ordenou ao pelotão de soldados que levassem os dois sacerdotes para a Rua Coronel Calderón junto à parede oriente do Hospital Civil e que alí os fuzilassem.

Quando os retiraram, Petra - filha de Rosalío Lozano - e seu irmão menor se puseram a observar pelas "frestas" das portas de sua casa: o Padre David - recorda Petra - trazia as mãos atadas às costas e mantinha sua cabeça baixa; de seu pescoço pendia um longo cachecol branco.


Eram doze horas do dia 30 de janeiro de 1915; o Padre Galván, percebendo que sua morte era iminente, entregou aos soldados as moedas e outros objetos pessoais e a ampola com os Santos Óleos.

Em seguida, retirou seu chapéu, e sem permitir que le cubrissem os olhos, apontando para o próprio peito, disse aos algozes:


"Atirem aqui".

O subtenente Martín Ocampo ordenou a execução, os soldados dispararam as armas e o Padre caiu fusilado, vítima do ódio à religião de Jesus Cristo.

Petra nos conta que, depois destes acontecimentos, ela e muitas outras pessoas começaram a venerá-lo e a levar ao local de sua morte, pedrinhas e velas que com o tempo acabou formando uma espécie de altar, até que "tal gesto passou a desagradar o governo que por fim acabou com essa devoção".

Os familiares e amigos pediram às autoridades civís e militares a liberdade para os dois sacerdotes, mas quando chegaram com a ordem de indulto os soldados já haviam fuzilado o Padre Galván, servindo o indulto somente ao Padre José María Araiza, a quem mesmo assim mantiveram preso por mais cinco dias soltando-o somente quando lhes pagaram grande quantia em dinheiro.
Os restos mortais de Padre Galván, foram recolhidos pelas professoras María Dolores Alcaraz e María Soledad Dueñas que os colocaram num caixão e os conduziram em meio de uma silenciosa marcha e de uma grande multidão, até o colégio do Menino Jesus, localizado na Rua de Pedro Loza, onde foram velados por toda a noite por gente piedosa e por seus discípulos, amigos e companheiros.

O impressionante sepultamento ocorreu na tarde do domingo, 31 de janeiro de 1915. O cortejo fúnebre foi apoteótico, formado pela multidão de pessoas de todas as classes sociais, não obstante o temor que reinava nesse momento de perseguição.



Relíquias de São David Galván Bermúdez


Desde esse dia, os fiéis consideraram mártir o Padre David Galván; logo essa veneração se extendeu por todo o México.


Em junho de 1922 os restos do Padre David Galván foram depositados em um templo construído próximo ao lugar do martírio, a atual Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, no bairro de El Retiro, na cidade de Guadalajara - Jalisco.

O Padre David Galván foi declarado Beato pelo Papa João Paulo II no dia 22 de novembro de 1992 em cerimônia celebrada na Basílica de São Pedro em Roma, junto com seus 24 Companheiros Mártires Mexicanos.
No grande Jubileu do ano 2000 da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Papa João Paulo II celebrou a Canonização deste Santo Mexicano.

SÃO DAVID GALVÁN BERMÚDEZ, rogai por nós!
Tradução e adaptação: Morro por Cristo

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

"UM JESUS TOLERANTE A TUDO NÃO É O VERDADEIRO JESUS"

Um verdadeiro perdão é algo muito diferente de um frágil "deixar correr"

 
"Uma concepção do "evangelho" onde não existe a gravidade da ira de Deus, nada tem a ver com o Evangelho Bíblico".

“Um Jesus, que esteja de acordo com tudo e com todos, um Jesus sem sua santa ira, sem a dureza da verdade e o amor verdadeiro, não é o verdadeiro Jesus, como nos mostra a Escritura, mas somente uma pobre caricatura".

“Um verdadeiro perdão é algo muito diferente de um frágil "deixar correr".


 Porta do Perdão, na Catedral de Sevilla


“O perdão é exigente e exige de ambos - tanto de quem o recebe quanto de quem o dá - uma postura que se refira à totalidade de seu ser. Um Jesus que tudo aprova é um Jesus sem a cruz, porque já não se faz necessária a dor da cruz para sanar o homem".


“E, com efeito, a cruz é cada vez mais excluída da teologia e cada vez mais falsamente interpretada como uma desgraça ou como um assunto puramente político".


“A cruz como expiação, como a "forma" do perdão e da salvação, não se ajusta a um determinado padrão do pensamento moderno".


“Somente quando se enxergue claramente o nexo entre a verdade e o amor, a cruz se fará compreensível em sua real profundidade teológica. O perdão está associado à verdade, e portanto requer a cruz do Filho, assim como exige nossa conversão. O perdão é, precisamente, a restauração da verdade, a renovação do ser e a superação da mentira escondida em cada pecado".


“O pecado é sempre, por sua própria essência, um abandono da verdade do próprio ser e por conseguinte, da verdade querida pelo Criador, Deus”.

Card. Joseph Ratzinger, “Guardare a Cristo”, p. 76, Jaca Book 1986

Fonte: Accion Familia
Tradução: Morro por Cristo

domingo, 17 de janeiro de 2016

SÃO JENARO SÁNCHEZ DELGADILLO, mártir Cristero, rogai por nós!


Hoje - 17 de janeiro -  é dia de São Jenaro Sánchez Delgadillo, mártir Cristero.

Jenaro, filho de Cristóbal Sánchez e Julia Delgadillo, de condição humilde e cristãos fervorosos, nasceu em 19 de setembro de 1886 em Agualele, Paróquia de Zapopan, estado de Jalisco.

San Jenaro Sánchez Delgadillo
Estudou no Colégio do Espírito Santo, na cidade de Guadalajara, também Jalisco. Ali cursou a educação primária. Trabalhava forjando metais na Oficina de Artes e Ofícios, onde ganhava algum dinheiro com a finalidade de ajudar no sustento de seu lar.

Terminados os estudos primários ingressou no Semi­nário de Guadalajara. Re­cebeu o Sacramento da Ordem em 20 de agosto de 1911. Exerceu seu ministério sacerdotal nas seguintes paróquias: Nochistlán (estado de  Zacatecas) e Zacoalco de Torres, San Marcos, Cocula, Tecolotlán e por fim na Capelania de Tamazulita, pertencente à mesma Paróquia de Tecolotlán, todas no estado de Jalisco.

Exerceu seu ministério com extremo zelo apostólico e com boa organização. Seu pároco  de Cocula, sempre o elogiava e se mostrava bastante satisfeito com sua conduta e seu tra­balho. Gostava de pregar e seus sermões eram eloquentes e comoventes. Era assíduo ao confessionário, desprendido das coisas materiais e compassivo com os necessitados; atendia a todos, mas especialmente aos enfermos, onde   exerceu este apostolado em numerosos ranchos e fazendas.

Movido por seu amor à Deus, o padre Jenaro se preocupava com a salvação de todos. Se esmerava pela formação cristã das crianças e ele mesmo lhes ensinava o catecismo. Chegou a Tamazulita no ano de 1923, acompanhado de seus pais. Neste lugar exerceu seu ministé­rio até seu martírio.

Diante do ambiente persecutório que havia sido imposto pelo Governo, especialmente contra os sacerdotes,  Padre Jenaro sentiu em seu coração a impotência de desempenhar convenientemente seu ministério e chorou quando foi dada a ordem para que fechassem as igrejas.

Quando o culto público foi suspenso, exerceu seu ministério sacerdotal às escondidas, em casas particulares e nos arredores do povoado. Guardava o Santíssimo Sacra­mento em uma casa e ele mesmo o vigiava de perto. Era consciente do perigo de morte que corria mas, para atender espiritualmente a seus fiéis, decidiu não abandoná-los. Em várias ocasiões comentou com alguns fiéis:

Nessa perseguição muitos sacerdotes morrerão e talvez eu seja um dos primeiros”.

E asim foi. Em 17 de janeiro de 1927, Padre Jenaro andava no campo laçando alguns cervos com um grupo de vizinhos: Herculino, Crescenciano e Crescendo Castillo, Lucio Camacho, Ricardo Brambila, Agustín Chavarín e Juan Barajas. Nessa época vivia em um rancho chamado “La Cañada”, na casa da família Castillo. Pela tarde, ao retornar ao rancho, aquele homem de Deus e seus companheiros se deram conta que havia alguns soldados buscando-os. Os companheiros insistiram ao sacerdote para que fugisse, no entanto São Jenaro lhes disse: 

“Vamos descendo todos. Se não me conhecem, estou salvo; Agora se me conhecem, com certeza me enforcarão, porém nada acontecerá com vocês além de um susto. Eu tenho confiança em Deus que assim será”.

Ao chegar no rancho, todos foram presos. Ao padre o amarraram junto com Agustín Chavarín, costas com costas e assim os levaram a Tecolotlán. Depois, o Capitão federal Arnulfo, ordenou que todos fossem libertados, exceto o sacerdote.

No mesmo dia em que foi detido, por volta das onze da noite, levaram o sacerdote aos arredores de Tecolotlán, a um pequeno monte chamado “La Loma” ou “Cruz Verde”, onde havia uma árvore mexicana chamada Mezquite. A aproximadamente dez metros do mezquite havia uma casinha, on­de vivia a senhora Jovita García, mãe de Victoria Santos García, aquela que pôde presenciar os acontecimentos. A senhora Jovita ouviu muita algazarra, ofensas e palavrões, quando pelos buracos das paredes de sua casa pôde ver muitos soldados, que ao chegarem a aquele lugar formaram um círculo e no meio empurraram o futuro Mártir. Viu que lhe puseram uma corda em seu pescoço e podê ouvi-lo, em alto e bom som, dizer: 

"Bom, meus conterrâneos, vocês vão me enforcar; eu lhes perdoo e que meu Pai Deus Nosso Senhor também vos perdoe... e que sempre viva Cristo Rei!”. 

Em seguida os soldados suspenderam a corda com tamanha brutalidade que a cabeça do padre bateu violentamente no galho do mezquite onde haviam pendurado a corda. Ali o deixaram pendurado e se foram.

Assim permaneceu seu corpo até a madrugada, e antes que amanhecesse os soldados retornaram. Talvez ainda vivo lhe deram um tiro acertando seu ombro esquerdo. Desceram o cadáver e ao ser colocado no chão, um sol­dado o traspassou com um tiro de baioneta. O corpo do sacerdote permaneceu ali estendido por toda a manha. Estava próximo ao mezquite e cheio de formigas; a pessoas que por ali passavam lhe improvisaram uma pequena sombra. Nem a família de Jovita, que havia presenciado o crime, nem os que ali passavam, sabiam que se tratava do corpo do sacerdote de Tamazulita.

Em 18 de janeiro, por volta das onze da manhã, passou por ali a professora Angelita Fernández Lepe, que reconheceu o cadáver e disse que era o padre de Tamazulita. Avisaram então a mãe do Padre Jenaro.

Dona Julia chegou e, abraçando o cadáver de seu filho, chorou amargamente. Os ha­bitantes do lugar conseguiram permissão do chefe militar por meio do presidente munici­pal, Amado Lepe, para levar o cadáver a Tecolotlán, à casa da professora Angelita Fernández Lepe, e ali o velaram, porque as autoridades não permitiram que levassem seu corpo à Igreja.

Em “La Loma” ou “Cruz Verde”, lugar de seu martírio, os fiéis erigiram um monumento para recordar o sacrifício do sacerdote Mártir, aquele que entregou sua vida por Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe.


Segue mensagem do Cardeal Juan Sandoval Iñigues sobre São Jenaro Sánchez Delgadillo:

 

SAN JENARO SÁNCHEZ DELGADILLO, rogai por nós!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

VÍDEO: OS SINOS DA IGREJA DE MOSSUL TOCARÃO NOVAMENTE

Emocionante vídeo que retrata os cristãos iraquianos que almejam a retomada de Mossul, cidade histórica ao norte do Iraque que se encontra sob poder do Estado Islâmico:



Os sinos da Igreja de Mossul tocarão novamente....

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

2016... BLOG voltando aos poucos...

Caríssimos leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Após um ano bastante conturbado, com pouquíssimo tempo e consequente baixo número de postagens, iniciamos o ano de 2016 na esperança de que nosso pequeno apostolado virtual possa estar mais ativo. Como dissemos anteriormente, se uma única alma resultar iluminada graças às publicações que aqui fazemos, terá valido a pena manter este pequeno espaço no ar.
 
Sendo assim, para 2016 pretendemos:
 
  • Publicar - ao menos - a cada 15 dias, sejam artigos de nossa própria autoria, sejam artigos e publicações de outros sites e blogs, mas que certamente servirão para conversão, crescimento ou edificação de nossos possíveis leitores.
 
  • Voltar a trazer informações, artigos e publicações relacionadas à Guerra Cristera (Cristiada), tema pouquíssimo conhecido no Brasil.
 
  • Continuar a publicar bibliografias dos santos e beatos cristeros, gloriosos mártires de Nosso Senhor Jesus Cristo e verdadeiros exemplos a ser seguidos. (Obs: algumas dessas pequenas biografias já podem ser acessadas, bastando ao leitor verificar nas fotos ao lado direito da tela, clicando naquelas que já estiverem disponíveis)
 
Esperando conseguir cumprir o acima exposto, nos despedimos desejando a todos um Feliz Ano de 2016!
 
¡Vivan los santos mártires cristeros!
 
¡Viva la Virgen de Guadalupe!
 
¡Viva Cristo Rey!
 
José Santiago Lima